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Nutrição ENERGIA E NUTRIENTES 1 Sumário Introdução ................................................................................................................... 2 Objetivo ........................................................................................................................ 2 1. Energia no contexto biológico ............................................................................... 2 2. Necessidades energéticas ..................................................................................... 3 3. Componentes do gasto energético........................................................................ 4 4. Valor energético dos alimentos ............................................................................. 4 Exercícios ..................................................................................................................... 4 Gabarito ....................................................................................................................... 5 Resumo ........................................................................................................................ 5 2 Introdução Nesta aula estudaremos o conceito de energia no contexto termodinâmico das reações química no corpo, o balanço energético, mobilização e estoque de energia, gasto energético, evolução corporal, unidades de energia e o valor energético dos alimentos. Existem vários conceitos de energia dependendo do contexto em que ela está inserida. No caso do contexto biológico ou das reações químicas que ocorrem no corpo humano, a variação de energia livre é a quantidade de energia capaz de realizar trabalho a temperatura e pressão constantes. Quando medida a 25°C e pressão de 1 atm, seu valor depende dos reagentes e suas concentrações iniciais. Tal variação é calculada em vista das leis da termodinâmica. Em relação ao aspecto energético, o que importa são os estados iniciais e finais de uma reação, não importando intermediários ou a velocidade com que ocorre. Reações que liberam energia são ditas transformações espontâneas. Porém, não significa que a reação ocorrerá assim que os reagentes se encontrarem, pois irá depender da velocidade da transformação, normalmente acelerada por enzimas e tornando possível no tempo biológico. Objetivo • Compreender o conceito de energia no contexto biológico; • Conhecer todos os aspectos ligados à energia e nutrição. 1. Energia no contexto biológico Energia é a força que promove a capacidade de uma célula de realizar suas reações químicas do metabolismo. A energia biológica não pode ser criada pelo corpo humano e necessita ser obtida a partir dos alimentos e nutrientes. Diariamente, ingerimos moléculas complexas (carboidratos, proteínas, lipídeos e outras) que necessitam ser metabolizadas ou quebradas para liberarem energia para as atividades celulares. Dependendo da complexidade da molécula e os tipos de ligações químicas entre seus átomos, a energia liberada irá variar. Existe um importante contraponto entre complexidade e facilidade de digestão. Quanto mais complexa, a molécula irá liberar mais energia (por exemplo, lipídeos), mas as menos complexas são facilmente e rapidamente metabolizadas (por exemplo, carboidratos). Dependendo da necessidade energética, o corpo decide qual delas irá priorizar. É sabido que a base da cadeia alimentar é constituída pelos vegetais, uma vez que eles utilizam de recursos naturais para gerar suas moléculas complexas que gerarão energia para seu metabolismo. Os átomos necessários para a produção destas moléculas são obtidos da água, do solo (minerais obtidos pelas raízes) e do ar (gás carbônico, CO2). Em seu código genético, as plantas, algas e algumas 3 cianobactérias, possuem enzimas que são capazes de fixar o carbono presente no ar e criar moléculas complexas, em um conjunto de reações químicas amplamente conhecidas chamado fotossíntese. Entretanto, como qualquer reação química, elas precisam de energia para ocorrer. A fonte de energia neste processo provém da luz solar, a energia luminosa que o Sol fornece para o planeta. Umas vez produzidas, tais moléculas complexas são usadas pelas próprias plantas para sua sobrevivência e são transferidas para os organismos que se alimentam dela, incluindo o ser humano. Portanto, sem a energia base do Sol, a grande maioria dos seres vivos não poderia sobreviver. Dessa forma, o corpo humano obtém energia a partir do metabolismo de carboidratos, proteínas, lipídeos, entre outras moléculas. As células do corpo utilizam da energia liberada pelas reações para armazená-la em uma molécula de nucleotídeo trifosfatada, também conhecida como ATP. Estas moléculas constituem a reserva de energia que será usada nas reações celulares e metabólicas. O funcionamento normal do organismo depende do fornecimento regular de energia, suprindo todas as necessidades. Além disto, a energia é subsídio para a os processos celulares como a manutenção de tecidos corporais, condução elétrica da atividade nervosa, trabalho mecânico dos músculos e a produção de calor para manter a temperatura corporal. 2. Necessidades energéticas As necessidades energéticas são as quantidades de energia dietética consumida diariamente para alcançar um crescimento ou a manutenção corporal de indivíduos, sendo que a quantidade de calorias diárias recomendada mundialmente é de 2.000 cal. Obviamente, determinados grupos podem necessitar de modificações neste valor, dependendo da faixa etária, possíveis patologias ou o grau de atividade física praticada. Um simples indicador de que sua dieta está adequada ao grupo que pertence, atingindo as necessidades energéticas, é o peso corporal. O consumo em excesso de nutrientes levará a um aumento do peso, o que poderá acarretar problemas de saúde futuros. O excesso de reservas de energia na forma de lipídeos em adipócitos gerará obesidade e problemas de ateroesclerose (diminuição da espessura dos vasos sanguíneos pela deposição de placas de gordura). Por sua vez, o consumo insuficiente também acarretará desiquilíbrios no corpo humano, pois não atingirá as necessidades energéticas diárias. Neste caso, ao esgotar as reservas de lipídeos, o corpo passará a consumir as proteínas do corpo, representadas majoritariamente pelos músculos, gerando um emagrecimento e excessivo e desnutrição. O balanço energético é uma relação de equilíbrio entre o total de energia consumida (calorias que os macronutrientes liberam com seu metabolismo) e a 4 energia gasta pelo organismo nas atividades diárias (taxa metabólica em repouso, efeito térmico do alimento e atividade física). 3. Componentes do gasto energético A energia é gasta pelo corpo humano através do gasto energético basal (GEB), efeito térmico do alimento (ETA) e termogênese por atividade (TA). Constituindo o gasto energético total (GET) diário de um indivíduo. 4. Valor energético dos alimentos Cada macromolécula apresenta uma liberação de energia quando são metabolizadas que varia de acordo com a sua estrutura molecular. Seguem os respectivos valores: 1 grama de carboidrato = 4 kcal; 1 grama de proteína = 4 kcal; 1 grama de lipídio = 9 kcal. Como forma de exemplo, segue o valor energético da preparação de um estrogonofe de frango (100g): 30 g de proteína, 15 g de lipídeo e 6 g de carboidrato.proteína → 30 x 4 = 120kcal lipídeo → 15 x 9 = 135 kcal carboidrato → 6 x 4 = 24 kcal Total = 279 kcal O corpo humano não consegue absorver todo o nutriente ingerido, sendo que o conteúdo não aproveitado é muitas vezes excretado pelas secreções do corpo, como urina, fezes ou suor. A absorção média dos macronutrientes é de 92% para proteínas, 95% de lipídeos e 97% de carboidratos. Exercícios 1) Calcule o valor energético da seguinte preparação: Escondinho de carne moída (112 g) 35 g de proteína; 9 g de lipídeo; 68 g de carboidrato. 5 2) Complete as lacunas abaixo: A _______ biológica é a capacidade de realizar ________ e é originada do consumo de _______. O corpo humano utiliza a energia a partir dos ______, lipídios e proteínas, armazenados em ligações químicas presentes no alimento e liberadas através do _______. Gabarito 1) 493 kcal Proteína → 35 kcal x 4 = 140 kcal Lipídeo → 9 kcal x 9 = 81 kcal Carboidrato → 68 kcal x 4 = 272 kcal 2) energia; trabalho; nutrientes; carboidratos; metabolismo. Resumo A energia no contexto biológico tem como definição aquela energia livre que é capaz de realizar trabalho, ou seja, impulsionar a ocorrência das reações químicas que acontecem no corpo humano. Tal energia é obtida a partir da quebra ou metabolismo de macromoléculas complexas que obtemos na alimentação. A quantidade de proteínas, carboidratos, lipídeos e outras moléculas importantes devem ser adequadamente dosadas e ingeridas diariamente. Seu excesso pode gerar o acúmulo de adipócitos e gerar obesidade, além da diminuição do interior dos vasos pela deposição de placas de gordura. Sua ingestão diária também não deve ser insuficiente, o que pode gerar desnutrição. Como base da cadeia alimentar, os vegetais são capazes de produzir seu próprio alimento a partir do processo chamado fotossíntese. A partir de elementos presentes na água, solo e ar, as plantas produzem carboidratos simples com o auxílio da energia luminosa do Sol, os quais serão usados por ela mesmo e serviram de alimento para outros organismos. Qualquer célula do corpo metaboliza tais carboidratos e consegue energia para seus processos celulares e metabólicos, armazenando o excedente em forma de moléculas de ATP. O gasto energético total (GET) corpo humano é calculado através do gasto energético basal (GEB), efeito térmico do alimento (ETA) e termogênese por atividade (TA). Cada macromolécula gera uma quantidade específica de calorias quando metabolizada, de acordo com os seguintes valores: um grama de proteína ou carboidrato liberam 4 kcal; um grama de lipídeo libera 9 kcal. Dessa forma, 6 sabendo-se a quantidade de cada macromolécula ingerida, é capaz de calcular o valor energético de cada refeição. 7 Referência bibliográficas KRAUSE, M. V.; MAHAN, L. K. Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Rocca, 2003. GALISA, M.S.; ESPERAÇA, L.M.B.; De SÁ, N.G. Nutrição, Conceitos e Aplicações. M. Books, 2007. MARZZOCO, A., TORRES, B.B. Bioquímica básica. Segunda Edição, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1999.
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