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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS CONFINADOS: DESEMPENHO, DEGRADABILIDADE IN VITRO, EXTRATO ETÉREO E pH FECAL Murillo Assis Pires Orientador: Prof. Dr. João Teodoro Pádua GOIÂNIA 2011 ii iii MURILLO ASSIS PIRES UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS CONFINADOS: DESEMPENHO, DEGRADABILIDADE IN VITRO, EXTRATO ETÉREO E pH FECAL Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Área de Concentração: Produção Animal Orientador: Prof. Dr. João Teodoro Pádua Comitê de Orientação: Prof. Dr. Reginaldo Nassar Ferreira – ICB/UFG Prof. Dr. João Restle – EV/UFG GOIÂNIA 2011 iv Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) GPT/BC/UFG P667u Pires, Murillo Assis. Utilização de aditivos na alimentação de bovinos confinados [manuscrito]: desempenho, degradabilidade in vitro, extrato etéreo e pH fecal / Murillo Assis Pires. - 2011. f.39 Orientador: Prof. Dr. João Teodoro Pádua. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia, 2011. Bibliografia. 1. Bovinos – Alimentação. 2. Alimentação – Animais – Aditivos. I. Título. CDU: 619:614.95 v vi Dedico esta dissertação a meus pais, Luciene Lima de Assis Pires e Valteci Pires de Paula, maiores exemplos de perseverança na busca pelo conhecimento. vii AGRADECIMENTOS Aos espíritos benfeitores que em todos os dias da minha vida me deram forças para nunca desistir. Ao Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, pelo apoio à minha participação no mestrado e pela disponibilização do Laboratório de Nutrição Animal. Ao Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás pela disponibilização do Laboratório de Fisiologia da Digestão. Ao Setor de Medicina Veterinária Preventiva do Departamento de Medicina Veterinária da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás pela disponibilização do Laboratório de Microbiologia Avícola. Ao meu orientador, Professor Dr. João Teodoro Pádua, por seu apoio e amizade, além da sua dedicação, competência e especial atenção nas revisões e sugestões, fatores fundamentais para a conclusão deste trabalho. A Professora Dra. Maria Clorinda Soares Fioravanti, que me mostrou os primeiros passos da pesquisa ainda na iniciação científica. A Professora Dra. Maria Auxiliadora Andrade, pelo apoio nas análises das UFC no Laboratório de Microbiologia Avícola. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pelo apoio financeiro concedido para a realização deste trabalho. Ao Professor Dr. Reginaldo Nassar Ferreira pela brilhante co-orientação concedida durante a realização deste trabalho. A todos os professores do mestrado que de alguma forma contribuíram para minha formação. Aos funcionários da secretaria de pós-graduação, pela competência no suporte de nossas necessidades acadêmicas. Aos funcionários da Fazenda Três Paus que foram de importância incalculável para a realização do experimento. viii Aos colegas da turma de mestrado pela calorosa recepção e companheirismo. Aos familiares e amigos que sempre me incentivaram e apoiaram nessa jornada. ix Somente obedecendo, somente tendo o orgulho humilde, mas sagrado, de obedecer, é que se conquista então o direito de comandar. Benito Mussolini x SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA…………………………………………………....... 5 2.1 Salinomicina…………………………………………………………………………. 5 2.2 Lisofosfolipídeos……………………………………………………………………. 7 2.3 Levedura…………………….………………………………………………………. 10 3 MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………………………. 13 3.1 Local e estrutura…………………………………………………………………… 13 3.2 Animais e tratamentos…………………………………………………………….. 14 3.3 Degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS)........................................... 18 3.4 Contagem de colônias de Escherichia coli nas fezes....................................... 21 3.5 Extrato etéreo das fezes................................................................................... 21 3.6 pH das fezes..................................................................................................... 22 3.7 Ganho de peso diário....................................................................................... 22 3.8 Análises estatísticas......................................................................................... 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 24 5 CONCLUSÕES................................................................................................. 29 REFERÊNCIAS................................................................................................ 30 xi LISTA DE FIGURAS Figura 1 Parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae......................... 11 Figura 2 Confinamento experimental Fazenda Três Paus................................... 13 Figura 3 Confinamento experimental Fazenda Três Paus................................... 14 Figura 4 Misturador de Ração Total do Experimento........................................... 17 Figura 5 Misturador de Ração Total do Experimento........................................... 18 xii LISTA DE TABELAS Tabela 1 Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na matéria seca........................................................................................... 15 Tabela 2 Níveis de garantia do núcleo confinamento........................................... 16 Tabela 3 Valores nutricionais da Dieta Total do Experimento............................... 16 Tabela 4 Médias do extrato etéreo das fezes (EE), ganho de peso diário (GPD), unidade formadora de colônias (UFC), pH das fezes e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS).................................... 24 xiii LISTA DE ABREVIATURAS AGV Ácidos Graxos Voláteis ASSOCON Associação dos Confinadores do Brasil ATP Adenosinatrifosfato cab Cabeça CEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada DIVMS Digestibilidade in vitro da Matéria Seca DTB Dieta Total Balanceada EE Extrato Etéreo ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz FAO Organização das Nações Unidas pra Agricultura e Alimentação FDN Fibra em Detergente Neutro FDNef Fibra em Detergente Neutro efetiva GPD Ganho de Peso DiárioIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IgA Imunoglobulinas A LEV Levedura LPA Lisofosfolipídeos MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MOS Mananoligossacarídeos MS Matéria Seca N Nitrogênio NDT Nutrientes Digestíveis Totais NH3 Amônia NRC National Research Council xiv OMS Organização Mundial de Saúde PB Proteína Bruta ppm Partes Por Milhão PV Peso Vivo RLM Ração de Lucro Máximo SAL Salinomicina SAS Statistical Analysis System SC Saccharomyces cerevisiae SPT – VCC Solução Salina Peptonada Tamponada com Vancomicina, Cefsulodin e Cefixime UFC Unidades Formadoras de Colônias VRBG Ágar Cristal Violeta Vermelho Neutro Bile Glicose xv RESUMO O presente estudo analisou a utilização de salinomicina (SAL), lisofosfolipídeos (LPA) e levedura (LEV) na alimentação de bovinos confinados no desempenho, degradabilidade in vitro, extrato etéreo e ph fecal. Foram utilizados 40 bovinos Nelore com média de 350kg de PV. Os animais foram divididos em quatro lotes com dez animais, sendo cada lote um tratamento. A dieta base constituiu de silagem de milho (42,12%), milho triturado (40,13%), farelo de soja (5,43%), caroço de algodão (9,86%) e núcleo mineral (2,40%) com os seguintes valores nutricionais: 73,3% de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT), 12,8% de Proteína Bruta (PB), 3,7% de Extrato Etéreo (EE) e 23,7% de Fibras em Detergente Neutro efetivas (FDNef). Os tratamentos foram: T1 (controle) dieta base; T2, dieta base com adição de 120 mg por animal de salinomicina; T3, dieta base com adição de 8,0 g por animal de lisofosfolipídeos eT4, dieta base com adição de 8,0g por animal de levedura. Foram analisados a degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) para 24 e 48 horas, o ganho de peso diário (GPD), o pH das fezes, o extrato etéreo das fezes e as unidades formadoras de colônias (UFC) de Escherichia coli nas fezes. Com relação a DIVMS em 24 h foram maiores para os tratamentos T2 e T4 (P<0,05) com relação aos demais, sendo que não houve diferenças entre elas. A DIVMS em 48 h foi maior (P<0,05) para o tratamento T2 com relação aos demais tratamentos, sendo que o tratamento T3 foi maior que o tratamento T1. O pH das fezes do T2 diferiu estatisticamente (P<0,05) de T3 e T4. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos para GPD e para UFC. Palavras–chave: Levedura, Lisofosfolipídeos, Saccharomyces cerevisiae e Salinomicina. xvi ABSTRACT The present study examines the influence of salinomycin (SAL), lysophospholipids (LPA) and yeast (LEV) on digestive function in feedlot cattle. Forty animals with 350 kg of body weight (BW) were used. The animals were divided into four groups with ten animals each. All four groups received the treatment: Treatment 1 (T1) the basal diet, was consisted of corn silage (42.12%), ground corn (40.13%), soybean (5.43%), cottonseed (9.86%) and mineral mixture (2.40 %) with the following nutritional values: 78% total digestible nutrients (TDN), 13% crude protein (CP), 5% ether extract (EE) and 19% effective neutral detergent fiber (efFDN). Treatment 2 (T2) consisted of the basal diet with the addition of 120 mg salinomycin per animal. Treatment 3 (T3) consisted of the basal diet with the addition of 8.0 g lysophospholipids per animal. Treatment 4 (T4) consisted of the basal diet with the addition of 8.0 g of yeast per animal. In vitro digestibility of dry matter (IVDDM) for 24 and 48 hours, average daily gain (ADG), fecal pH, ether extract of feces and the colony forming units (CFU) of Escherichia coli in feces were analyzed. The following results were found: regarding IVDMD at 24h, it was significantly higher for T2 and T4 (P <0.05) compared to the other treatments, without differences between them; at 48h it was higher (P<0.05) for T2 compared to the other treatments, being higher in T3 than in T1. The loss of fat through feces was significantly lower (P <0.05) in T3 compared with T1 and T2. The pH of feces in T2 was statistically different (P <0.05) from T3 and T4. There was no significant difference (P> 0.05) among treatments for ADG and CFU. Keywords: Lysophospholipids, Saccharomyces cerevisiae, Salinomycin and Yeast. 1 1 INTRODUÇÃO O mundo necessita cada vez mais de alimentos, pois há mais de 800 milhões de pessoas passando fome (FAO, 2010). A população mundial nesta segunda década do século XXI gira em torno de 6,4 bilhões de pessoas e chegará em 2025 a quase nove bilhões (FAO, 2010). Devido a esta crescente demanda produção de alimentos tem que ser incrementada e melhorada. Dentre as atividades agropecuárias que produzem alimentos, a bovinocultura de corte se destaca pela produção de proteína animal, que é um dos mais importantes nutrientes para os seres humanos. Ao analisar a média mundial de consumo de carne no final do último século – 36,4 kg/ano (FAO/OMS, 2010) – e observar a estimativa de consumo para os próximos 20 anos – 45,3 kg/ano (FAO/OMS, 2010) – torna-se necessário elevar a produção para que ocorra o abastecimento deste alimento. O Brasil possui os três principais requisitos para, além de maior, ser o melhor exportador de carne. Produzir carne com qualidade comprovada, certificada a baixo custo é o desafio do país.O custo da produção de carne no Brasil (U$ 150,00/100 kg de carcaça vendida) é o menor em comparação com seus principais concorrentes mundiais – Estados Unidos (U$ 300,00), Austrália (U$ 250,00) e Argentina (U$ 200,00) – que dominam este mercado (CEPEA/ESALQ, 2010). Esse menor custo de produção deve ser o diferencial para a competitividade. O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo o maior é o da Índia, adaptado às condições tropicais, com genética avançada e comprovada. Com o objetivo de maximizar a produção de alimentos, tem se buscado melhorar as técnicas empregadas na produção animal. Visando esta maximização, técnicos, pesquisadores e produtores buscam meios de tornar isso possível, e uma das formas encontradas foi mudar o foco da pesquisa em nutrição animal, passando do estudo do valor nutritivo dos alimentos para o estudo dos processos fisiológicos do animal (WALLACE, 1994) e como esses são afetados por diversos fatores. Pesquisadores procuraram manipular e melhorar a fermentação e o metabolismo ruminal com adição ou não de aditivos na dieta (CHALUPA, 1977; JENKINS et al., 1989; JENKINS & FOTOUHI, 1990; AMARO et al., 2002; FIRKINS et al., 2006; MARTINEAU et al., 2007; 2 GATTASS et al., 2008b; GUEDES et al., 2008; POSSENTI et al., 2008; CARVALHO et al., 2009; MOYA et al., 2009; MEYER et al., 2009; FERELI et al., 2010; GOMES et al., 2010). Acredita-se que conseguindo manipular e melhorar a fermentação e o metabolismo ruminal consegue-se aumentar a eficiência alimentar. Aumentando a eficiência alimentar, consegue-se diminuir o consumo de alimentos utilizados para produção de proteína, produzindo mais carne com menor custo e assim melhorando a produtividade para atender a demanda (que não para de crescer). O conhecimento e a manipulação de fatores que afetam a composição do ganho de peso dos bovinos de corte são de extrema importância, uma vez que estes estão diretamente correlacionados com a qualidade da carne (NASCIMENTO et al., 2008). A preocupação dos órgãos oficiais de saúde pública em relação ao uso de antibióticos como aditivo na alimentação animal aumentou nos últimos anos,devido principalmente à possibilidade de desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos, que aumenta cada vez mais.Há pressãopor parte principalmente da comunidade européia para evitar aditivos promotores de crescimento. Os aditivos denominados ―limpos‖ ou alternativos estão ganhando cada vez mais espaço nas pesquisas em nutrição animal, tendo como função melhorar a eficiência de utilização dos nutrientes e ao mesmo tempo diminuir os riscos de contaminação da carne e satisfazer as exigências do mercado. Em vista disto, várias pesquisas foram realizadas com o objetivo de avaliar ingredientes que possam substituir o uso de antibióticos na dieta animal (QUIGLEY III et al., 1997; HEINRICHS et al., 2003; LeMIEUX et al., 2003; McGINN et al., 2004; QUEIROZ et al., 2004; ROZEBOOM et al., 2005; ALBINO et al., 2006; BAURHOO et al., 2007; OLIVEIRA & MORAES, 2007; VAN DER PEET-SCHWERING et al., 2007; GATTASS et al., 2008a; GODOI et al., 2008; ZEOULA et al., 2008; CARVALHO et al., 2009; FARIA et al., 2009; KUSS et al., 2009; SHEN et al., 2009; GOMES et al., 2010). Uma estratégia que tem se mostrado eficiente é o emprego de probióticos e prebióticos (BEAUCHEMIN et al., 2003; FRANKLIN et al., 2005;BAURHOO et al., 2007; POSSENTI et al., 2008; TANG et al., 2008; ZEOULA et al., 2008; KUSS et al., 2009; SILVA et al., 2009). O efeito final que se objetiva com a adição desses ingredientes é eliminar ou impedir a ação de microorganismos patogênicos (QUIGLEY III et al., 1997; 3 TIMMERMAN et al., 2005; BAURHOO et al., 2007; MERRILL et al., 2007), ou seja, o mesmo efeito que se espera com o uso de antibióticos em doses subclínicas (SCHELLING, 1984), e que permite a classificação destas substâncias como promotoras de crescimento. O uso de fontes alternativas como as leveduras e os lisofosfolipídeos melhorou os índices produtivos; a eficiência alimentar foi alterada com ingredientes como os antibióticos ionóforos (CABRAL et al., 1999; McGINN et al., 2004; VIEIRA et al., 2004; GUAN et al., 2006; GOMES et al., 2010), os lisofosfolipídeos (QUIGLEY et al., 1997; LOUGH et al., 1991; KAMANDE et al., 2000; HRISTOV et al., 2007; CONG et al., 2009; SILVA JÚNIOR et al., 2009) e os fungos (WILLIAMS et al., 1991; MIRANDA et al., 1999; MEDINA et al., 2002; FRANKLIN et al., 2005; ROZEBOOM et al., 2005; ALBINO et al., 2006; EICHER et al., 2006; RUTZ et al., 2006; BENITES et al., 2007; NOLLET et al., 2007; GUEDES et al., 2008; POSSENTI et al., 2008; HILL et al., 2009; MOURA et al., 2009; SHEN et al., 2009). Estes aditivos quando adicionados nas dietas possibilitam uma série de seleções nos microorganismos ruminais, levando ao melhor aproveitamento dos alimentos (SCHELLING, 1984; LILA et al., 2004; GUAN et al., 2006; SILVA JÚNIOR et al., 2009). No grupo dos antibióticos ionóforos, a salinomicina é extraída dos produtos metabólicos das bactérias do gênero Streptomyces spp. É usada como aditivo de alimentos para controlar a coccidiose e estimular o ganho de peso em aves, bovinos e outras espécies (GAVA et al., 1997). Os ionóforos são comumente utilizados na alimentação de ruminantes com o intuito de melhorar a eficiência alimentar e aumentar o fluxo de aminoácidos para o intestino delgado (KUSS et al., 2009). Outro grupo de aditivo utilizado na dieta para melhorar o desempenho zootécnico são os chamados emulsificantes. Estes auxiliam a absorção de gordura pelo epitélio intestinal, onde se localiza boa parte da energia da dieta contida no extrato etéreo do alimento. Os lisofosfolipídeos são emulsificantes usados na dieta para aumentar a absorção de nutrientes, especialmente as gorduras, aumentando o aproveitamento pelo animal (SILVA JUNIOR, 2009). As leveduras são fungos unicelulares, especialmente do gênero Saccharomyces, tradicionalmente utilizados no processamento de alimentos como pães, cervejas, 4 vinhos e obtenção de açúcar para consumo humano além de álcool combustível. Depois da primeira metade do século passado sugiram os primeiros relatos da utilização de culturas de leveduras como aditivos em dietas de bovinos (NEWBOLD et al. 1996), com o objetivo de melhorar a eficiência alimentar. O presente estudo tem como objetivo estudar os efeitos da salinomicina, dos lisofosfolipídeos e de leveduras na função digestiva de bovinos mestiços terminados em regime de confinamento. 5 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Salinomicina A salinomicina faz parte do grupo de antibióticos ionóforos, é um poliéter carboxílico que facilita o transporte de íons nas membranas biológicas e causam graves distúrbios funcionais e morfológicos nos microorganismos (ZINN, 1986). O modo de ação dos ionóforos se resume em alterar o movimento de íons através da membrana celular. As bactérias gram-negativas apresentam uma via extra de produção de energia na própria membrana celular, o que as diferem das gram- positivas, as quais conseguem apenas produzir energia pela entrada e saída de íon H+ da célula. O ionóforo se liga à uma substância polar e atua como agente transportador de íons H+ e de cátions, principalmente K+ e Na+, o que leva ao acúmulo de H+ no interior da célula bacteriana. O acúmulo de H+ no citoplasma promove uma quebra do equilíbrio de geração de energia pela célula bacteriana, além de gasto de energia para a retirada do excedente de H+ interno, levando a célula à morte. As bactérias gram- positivas são as afetadas pela presença do ionóforo, uma vez que são menos eficientes na geração de energia, desse modo acabam reduzindo sua população. As bactérias gram-negativas passam a predominar no rúmen com o uso de ionóforo. As bactérias gram-positivas são as produtoras de acetato, butirato, H+ e formato, enquanto que as gram negativas produzem succinato e propionato. As bactérias metanogênicas, indiretamente são afetadas pelo ionóforo, uma vez que passa a haver maior uso de H+ pelas gram-negativas para produção de propionato (BERGEN & BATES, 1984). Os efeitos provocados pelo uso de ionóforo são: aumento da produção de propionato; redução da produção de acetato; aumento da relação propionato/acetato; redução da produção de metano; redução da degradação protéica no rúmen; melhor aproveitamento da proteína no intestino; redução do ―turnover‖ ruminal; redução da produção de lactato; pH ruminal mais elevado; em dietas de alto grão, redução de consumo; em dietas de baixo grão, aumento de consumo ou não alteração; diminuição da concentração ruminal de amônia; em dietas de alto grão, manutenção do ganho de 6 peso e melhoria da conversão alimentar; em dietas de baixo grão, aumento do ganho de peso; estabilização de consumo ao longo do dia. Os benefícios da ação biológica dos antibióticos ionóforos são classificados em três áreas de ação, que são o aumento da eficiência do metabolismo energético bacteriano e do animal; o aumento do metabolismo de nitrogênio pelas bactérias do rúmen e pelo animal e a diminuição de problemas digestivos resultando em uma fermentação ruminal normal (BERGEN & BATES, 1984). Os ionóforos agem no fluxo de íons da membrana e dissipam cátions e proteínas no meio. Essa ação destrói o transporte da membrana primária das células, interferindo na absorção de solutos celulares acoplados aos sistemas de transporte principal. As células respondem a este insulto metabólico, mantendo o transporte primário, gastando energia metabólica. As células dependem da fosforilação do substrato no nível de adenosinatrifosfato (ATP) para produzir energia. Não conseguindo atender a demanda por energia para sobreviver e transportar íons pela membrana ocorre a lise celular. As células capazes de transportar elétrons acoplados à extrusão de prótons e a síntese de ATP apresentarão maior necessidade de energia de manutenção, mas continuarão ocrescimento e sobreviverão ao meio com ionóforos. Bactérias gram-positivas dependem de fosforilação no nível do substrato e são inibidas por ionóforos, enquanto as gram-negativas, muitas das quais possuem fumarato reductase, sobrevivem na presença de ionóforos (BERGEN & BATES, 1984). A função dos antibióticos ionóforos é interferir na permeabilidade dos íons na parede celular, desta forma as bactérias gram-positivas são eliminadas pela exaustão energética ao bombear para fora do citoplasma os seus íons (RUSSEL et al., 1990). Aditivos alimentares como os antibióticos ionóforos são usados para aumentar o ganho de peso diário, o consumo alimentar e a área de olho de lombo em animais suplementados com salinomicina em relação aos suplementados com monensina sódica, como descrito por SALINAS-CHAVIRA et al. (2010). Sabe-se, entretanto, que elevadas concentrações de antibióticos ionóforos – como a salinomicina – na alimentação de ruminantes podem levar a problemas de intoxicação em determinada situação (GAVA et al., 1997). 7 De acordo com MARTINEAU et al. (2007), acréscimo de ionóforos na alimentação acarreta um aumento da eficiência de utilização do nitrogênio e da energia da dieta, resultado do aumento dos ácidos graxos voláteis, diminuição de acetato e aumento de proprionato, fato também demonstrado por ZINN (1986), e redução da produção de metano. A diminuição da degradação de proteínas e aminoácidos no rúmen também é um efeito positivo da utilização de ionóforos na dieta (MARTINEAU et al., 2007). ZINN (1986), também concluiu que os antibióticos ionóforos tem efeito sobre o metabolismo ruminal, melhorando a conversão alimentar, atribuindo esse fato à melhor eficiência de absorção dos nutrientes. Os ionóforos também reduzem o risco de quetose e acidose ruminal, além de incrementar o crescimento dos animais (EASTRIDIGE, 2006). Sendo assim, a salinomicina contribui melhorando o desempenho animal, proporcionando mudança na população microbiana ruminal, com consequente alteração da fermentação e dos produtos da digestão microbiana, diminuindo as produções de metano e dos ácidos acético e butírico, aumentando as de ácido propiônico, melhorando controle do pH ruminal e a elevação da digestibilidade aparente da dieta (WALLACE, 1994). Existem benefícios econômicos da utilização de ionóforos na dieta, que incluem o aumento da eficiência alimentar, aumento do ganho de peso e da redução da morbidade e da mortalidade (McGUFFEY et al., 2001). A redução da emissão de metano pelos animais tratados com ionóforos foi um efeito positivo para o meio ambiente demonstrado por McGUFFEY et al.(2001) e ODONGO et al.(2007). Já GRAINGER et al. (2008) não demonstrou efeitos positivos dos ionóforos sobre a redução de emissões de gás metano. 2.3 Lisofosfolipídeos Tecnologias de última geração aumentam a eficiência alimentar de ruminantes submetidos a sistemas intensivos de produção, contribuindo para reduzir os problemas 8 relacionados à nutrição. Os lisofosfolipídeos são moléculas que aumentam a capacidade do animal de reter nutrientes no processo de absorção de óleos e gorduras, são considerados emulssificadores de gordura. Como a gordura é insolúvel em água, a emulsificação é necessária para sua digestão. A lecitina (fosfatidilcolina) é um fosfolipídio extraído comercialmente a partir da soja, com potencial de uso como um emulssificante exógeno para melhorar a utilização da gordura da dieta (OVERLAND et al., 1993). Além disso, a lecitina pode servir como uma fonte de energia altamente digestível na dieta animal. Poucos estudos examinaram como os fosfolipídeos afetam a digestão de nutrientes em ruminantes, mas estes lipídios possuem propriedades originais que não são apresentados por lipídios neutros encontrados em óleos e gorduras. Os fosfolipídeos são anfifáticos (possuem porções hidrofóbicas e hidrofílicas), sendo melhor aproveitado. Fosfolipídeo é um dos principais componentes lipídicos da microbiota ruminal (JENKINS et al., 1989). JENKINS et al. (1989) verificaram que os fosfolipídios tiveram efeitos diferentes sobre a fermentação ruminal, em função da sua fonte. A solubilidade em água de fosfolipídios foi relacionada aos seus efeitos sobre a fermentação e a digestão. A lecitina de soja facilmente misturada com água, rapidamente degradada no conteúdo do rúmen, aumentando a concentração de ácidos graxos voláteis in vitro, mas diminuindo a digestão de nutrientes quando acrescentado na dieta de ovinos. O lento desaparecimento de fosfolipídeos no conteúdo ruminal sugere que uma fração de fosfolipídeos poderia escapar da fermentação microbiana e emulsificar o alimento no intestino delgado, incrementando a absorção de ácidos graxos (JENKINS et al., 1990). Isso pode ser útil para melhorar a absorção de lipídios em ruminantes, principalmente para as dietas contendo gordura. A fração gordurosa do alimento enfrenta um desafio biofísico adicional severo, um paradoxo químico da digestão microbiana. Apesar de serem compostos lipossolúveis, devem ser digeridos e/ou transportados em um meio aquoso, que favorece a dissolução e transporte de substâncias hidrossolúveis (SILVA JÚNIOR, 2009). 9 Os lisofosfolipídeos aumentam a absorção de nutrientes, especialmente as gorduras, evitando fermentações indesejáveis e aumentando o aproveitamento do animal. Interferem na membrana celular de bactérias e também podem atuar diretamente na flora de maneira similar aos antibióticos, desestabilizando o equilíbrio iônico das bactérias (SILVA JÚNIOR, 2009). Também analisando esta questão, KAMANDE et al. (2000) mostraram que os emulssificadores aumentaram a degradação da celulose in vitro. A propriedade mais conhecida dos emulssificadores é a atividade interfacial, que consiste na migração das moléculas para o substrato quando colocados em solução. O alinhamento das moléculas no substrato é um reflexo de sua tendência de assumir a orientação mais energicamente estável. Os emulssificadores são comumente classificados com base na carga ou na natureza da porção hidrofílica e na flexibilidade de natureza química da porção hidrofóbica. O equilíbrio hidrofílico/lipofílico dos emulssificadores determina suas características (KAMANDE et al., 2000). Os emulssificadores podem ser classificados em dois grupos, os sintéticos, conhecidos como surfactantes, e os naturais conhecidos como biossurfactantes. Os biossurfactantes possuem atividade antibiótica, principalmente da classe dos lipopeptídios e glicopeptídios. Os ramnolipídios de Pseudomonas aeruginosa e a surfactina de Bacillus subtilis funcionam como antibióticos, solubilizando os principais componentes das membranas celulares microbianas (NITSCHKE & PASTORE, 2002). De acordo com LOUGH et al. (1991), cordeiros alimentados com lecitina de soja apresentaram consumo de energia 19% maior, o que explica alguns dos resultados que a lecitina de soja teve sobre as características de carcaça (maior peso, maior rendimento de carcaça, maior área de olho de lombo e mais gordura na parede do corpo). A inclusão de lisofosfolipídeo na dieta demonstrou ter efeito positivo, pois a gordura da carcaça apresentou ser mais firme, mais branca e mais seca. A infusão de colina ou inositol que não estava na forma de fosfolipídios não aumentou a síntese de gordura do leite quando administrado sem óleo de soja adicionado. Infusão abomasal de lecitina de soja, um lisofosfolipídeo, teve um efeito positivo na síntese de gordura do leite. Isso pode indicar maior capacidade do intestino 10 para digerir e exportar grandes quantidades de ácidos graxos esterificados na presença de fosfolipídioexógena (GRUMMER et al., 1987). Resultados diversos foram encontrados quando se acrescenta lisofosfolipídeos na dieta de animais. A capacidade de emulssificar a gordura da dieta se revela como importante ferramenta para a produção de ruminantes (WANG et al., 2003; HRISTOV et al., 2007; CONG et al., 2009; SILVA JÚNIOR et al., 2009; ) 2.4 Leveduras As leveduras são fungos unicelulares com cerca de cinco a dez micrômeros de diâmetro. A multiplicação das células é por brotamento ou por fissão, utilizando diferentes fontes de carbono. As leveduras se destacam no grupo dos probióticos, pois possuem propriedades de melhorar as condições fisiológicas do rúmen, constituindo-se como um importante fator de crescimento de bactérias, principalmente as celulolíticas (QUEIROZ et al., 2004). Depois da primeira metade do século passado sugiram os primeiros relatos da utilização de culturas de leveduras como aditivos em dietas de bovinos (NEWBOLD et al., 1996). A levedura Saccharomyces cerevisiae é usada na alimentação de ruminantes em pequena quantidade, como aditivo microbiano (ZEOULA et al., 2008; CARVALHO et al.,2009). Os mananoligossacarídeos, que são derivados da parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae (Figura 2), são obtidos a partir da produção do extrato de levedura. Após a autólise das células, a fração insolúvel é separada por centrifugação com retirada da umidade. Essa fração é constituída por beta-glucanos e mananoligossacarídeos. Segundo FRANKLINet al. (2005), os mananoligossacarídeos melhoram o desempenho, a função imunológica e inibe a colonização do trato digestivo por microrganismos indesejáveis em algumas espécies animais. SHWARTZ et al. (2009) não conseguiram demonstrar efeitos positivos na suplementação de extrato de leveduras sobre os efeitos causados pelo estresse térmico na produção de vacas 11 leiteiras. Já FRANKLIN et al. (2005) demonstraram que a suplementação de vacas com mananoligossacarídeos pode aumentar a função imune e proporcionar melhor transferência de imunidade passiva para seus descendentes, diminuindo a mortalidade e os gastos com medicamento em animais jovens. Da parede celular das leveduras (Figura 1), também se extrai beta-glucanos, que possuem a propriedade de estimular o sistema imunológico (macrófagos) combatendo as infecções FRANKLIN et al. (2005). A administração de mananoligossacarídeos na dieta pode aumentar as concentrações de imunoglobulinas A (IgA) (SAVAGE et al., 1996). Os mananoligossacarídeos são capazes de se ligar as bactérias patogênicas, toxinas e vírus no intestino e, em seguida, carrear as mesmas para fora do trato intestinal (BAURHOO et al., 2007; BENITES et al., 2007). Figura 1 – Parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae. Fonte: www.lfa-america.com HEINRICHS et al. (2003) demonstraram que a adição de extrato de levedura no leite de bezerras melhorou os escores fecais assim como os antibióticos quando comparados ao grupo controle, alimentados apenas com sucedâneo do leite, beneficiando a saúde das bezerras além de reduzir a diarréia, indicando que a levedura poderia eficazmente substituir antibióticos em leite sucedâneo. Em um recente estudo, HILL et al. (2009) demonstraram que animais jovens da raça Jersey recebendo extratos de levedura por meio do leite são beneficiados e 12 quando se acrescenta caroço de algodão na dieta há um melhor desenvolvimento de papilas ruminais, gerando ganhos para estes animais. Já novilhas holandesas não apresentaram melhorias significativas com a adição de extratos de levedura na dieta, mas apresentaram melhorias na eficiência alimentar igualmente aos animais da raça Jersey. Quando se alimenta bovinos jovens com probióticos nas primeiras semanas de vida se observa indiscutíveis melhorias no ganho de peso e na eficiência alimentar até a oitava semana de vida, além de serem mais saudáveis e diminuir a incidência de diarréias e de mortalidade nos animais que receberam probióticos no leite (TIMMERMAN et al., 2005). Melhora na resposta imune foi observado neste trabalho, pois os gastos com antimicrobianos para doenças digestivas e respiratórias foram reduzidos nos animais que receberam probióticos, mas outros estudos são necessários para se compreender o mecanismo de ação deste ingrediente na via respiratória. Os fatores que levaram a utilização de leveduras na dieta de ruminantes estão relacionados com a sua fonte de proteína de alta qualidade, vitaminas do complexo B e minerais, especialmente selênio e zinco (QUEIROZ et al., 2004; ZEOULA et al., 2008). Segundo WALLACE (1994), as culturas de leveduras podem atuar modificando a fermentação ruminal de duas maneiras: fornecendo fatores estimulatórios para as bactérias do rúmen e removendo o oxigênio que chega ao rúmen por meio do alimento e da saliva. Este processo proporciona assim, um aumento no número de bactérias celulolíticas viáveis, já que estas bactérias (Fibrobacter succinogenes) são anaeróbicas. Os principais fatores estimulatórios parecem ser os ácidos dicarboxílicos (ácido málico), que multiplicam as bactérias consumidoras de ácido lático (Selenomonas ruminantum e Megasphaera elsdenii) e assim evitam a flutuação do pH, tornando-o mais estável (NEWBOLD et al., 1996). Dietas com leveduras estimulam tanto o crescimento quanto o metabolismo de bactérias que utilizam o ácido lático no rúmen, conferindo maior eficiência na produção de ácido propiônico a partir de ácido lático. O pH é estabilizado e o animal obtém mais energia da dieta (WILLIAMS et al., 1991). 13 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Local e estrutura O experimento foi realizado no Confinamento Experimental da Fazenda Três Paus, município de Professor Jamil, localizada a 40 km ao sul da cidade de Goiânia, no estado de Goiás. A estrutura do confinamento continha curral de manejo com brete de contenção e balança eletrônica, moinho para grãos e misturador de ração, alojamento para caseiro e local para ensilagem de volumoso. Cada curral tinha 40 cm de cocho por cabeça, bebedouro coletivo e 10 m2 de área por animal. Figura 2 – Confinamento experimental Fazenda Três Paus Fonte: Arquivo pessoal (2010). 14 Figura 3 – Confinamento experimental Fazenda Três Paus Fonte: Arquivo pessoal (2010). 3.2 Animais e tratamentos Foram utilizados 40 (quarenta) bovinos com idade média de 24 meses, machos, inteiros, mestiços Nelore e com peso médio de 350 kg de peso vivo (Desvio Padrão de 8,37 kg). Os animais ficaram em sistema de confinamento durante 90 dias, sendo dez dias para adaptação. Antes de iniciar o experimento, os animais foram identificados com brincos numerados e submetidos a um controle de endo e ectoparasitas com aplicação de ivermectina 1% na dose de 0,2 mg/Kg PV. Foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com dez animais por tratamento. Os animais foram alimentados com uma dieta isoproteica e isoenergética e divididos em quatro tratamentos. A dieta total foi balanceada no programa Ração de 15 Lucro Máximo (RLM 3.0) que utiliza dados de exigência do National Research Council (NRC – 1996) para ganho de 1,51 Kg/dia. A dieta (Tabela 1) era composta de silagem de milho (42,12% na MS), milho triturado (40,13% na MS), farelo de soja 45% PB (5,43% na MS), caroço de algodão (9,86% na MS) e núcleo confinamento [(2,40% na MS) (Tabela 2)]. Tabela 1 – Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na matéria seca. Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na matéria seca Ingredientes Tratamentos I II IIIIV Silagem de Milho 42,12 42,12 42,12 42,12 Milho Triturado 40,13 40,13 40,13 40,13 Farelo de Soja 5,43 5,43 5,43 5,43 Caroço de Algodão 9,86 9,86 9,86 9,86 Núcleo – Nutripura Confinamento (Nutripura Nutrição e Pastagens) 2,40 2,40 2,40 2,40 Salinomicina - - 0,06 - - Lisofosfolipídeos – Lysoforte Dry (Kemin South America) - - 0,06 - Levedura – Procreatin 7 (SAF do Brasil) - - - 0,06 16 Tabela 2 – Níveis de garantia do núcleo confinamento. Níveis de Garantia do Núcleo Confinamento Ingredientes Quantidade Cálcio 187 g Fósforo 70 g Magnésio 20 g Potássio 30 g Sódio 70 g Enxofre 50 g Cobalto 60 mg Cobre 1000 mg Iodo 75 mg Ferro 2800 mg Manganês 2000 mg Selênio 30 mg Zinco 3000 mg Flúor (máx.) 663 mg Solubilidade do Fósforo em ácido cítrico a 2% (mín.) 90% Vitamina A 140000 U.I./kg Vitamina D3 28000 U.I./kg Vitamina E 800 U.I./kg Os valores nutricionais da dieta total eram: 73,3% de NDT, 12,8% de PB, 3,7% de EE, 19% de FDNef, 23,7% de FDN, 13,1% de FDA, 0,38% de F, 0,66% de C, 4,4% de MM, 11,6% de FB e 7% de Umidade, conforme demonstrado na Tabela 3. Tabela 3 – Valores nutricionais da dieta total do experimento. Valores Nutricionais da Dieta Total do Experimento Medidas Valores Umidade 7% Proteína Bruta 12,80% Extato Etéreo 3,70% Fibra Bruta 11,60% Matéria Mineral 4,40% Cálcio 0,66% Fósforo 0,38% FDA 13,10% FDN 23,70% FDNef. 19% NDT 73,30% 17 Os tratamentos experimentais foram: Tratamento I (controle) – Fornecimento de dieta total balanceada (DTB); tratamento II – DTB acrescida de 120,0 mg/cab/dia de ionóforo salinomicina; tratamento III – DTB acrescida de 8,0 g/cab/dia de lisofosfolipídeos; tratamento IV – DTB acrescida de 8,0 g/cab/dia de levedura. Os aditivos foram pré diluídos em 10 kg de milho triturado todos os dias antes de serem acrescentados a mistura final da dieta. A dieta total foi misturada todos os dias durante o experimento em um misturador horizontal com capacidade para 300 kg de dieta conforme demonstrado pelas Figuras 4 e 5. Figura 4 – Misturador de Ração Total do Experimento. Fonte: Arquivo Pessoal (2010). 18 Figura 5 – Misturador de Ração Total do Experimento. Fonte: Arquivo Pessoal (2010). 3.3 Degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) A análise da degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) foi realizada utilizando a metodologia do fermentador ruminal DAISYII/ANKOM200 (ANKOM200 Fiber Analyser, ANKON Technology Corporation, Fairport/NY) descrita por HOLDEN (1999). Para ser incubado no fermentador, foram realizadas três coletas das dietas de cada tratamento. As coletas foram feitas uma na entrada dos animais no experimento, uma com 45 dias de experimento e outra coleta de dieta na saídas dos animais do experimento. Essas dietas foram congeladas e posteriormente processadas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (LANA/DPA/EVZ/UFG). As dietas foram secadas em estufa por 48 horas à 55oC e depois passaram por moinho com peneira de 1mm. 19 O líquido ruminal foi coletado de dois novilhos mestiços (Pardo Suíço x Jersey e Jersey x Girolando), com peso de 370 e 327 kg respectivamente, providos de cânula no rúmen. Estes novilhos ficaram confinados no curral de manejo localizado atrás da Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás no Campus Samambaia em Goiânia no estado de Goiás. Os animais foram adaptados à dieta base do experimento, mesma dieta que o lote 1 (testemunha) comeu, por um período de 14 dias, antes da coleta do líquido e tiveram livre acesso à água e ao sal mineral. Antes da coleta, houve o aquecimento da garrafa térmica com água destilada a 39°C. A cânula foi aberta e o líquido ruminal coletado e armazenado rapidamente na garrafa térmica, juntamente com infusão constante de dióxido de carbono (CO2) antes, durante e depois dessa adição na garrafa, fechando-a gradativamente com adição de CO2. O material foi levado ao Laboratório de Fisiologia da Digestão do Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (LFD/DCF/ICB/UFG) e processado no liquidificador, com velocidade alta por cerca de 30 segundos. A ação de mistura serve para desalojar os microorganismos que se prenderam nas fibras da massa do rúmen e assegura uma população microbiana adequada para análise in vitro. O liquido ruminal foi filtrado e 400 mL foi colocado em cada jarro do Fermentador Artificial de Rúmen (DAISY). O tempo gasto entre a coleta do líquido ruminal e o incubamento das amostras levava em média 30 minutos. O fermentador ruminal possui em aparato com quatro jarros de 4L, que se movimentam lentamente em uma temperatura constante de 39,5oC. Dois dias antes da incubação, fez-se um pré-enxágue dos sacos que receberam as amostras da dieta, usando acetona, para a remoção de um surfactante que pode inibir a digestão microbiana. Após a secagem completa, cada saco foi identificado e levado à estufa a 105°C até o dia seguinte. No dia seguinte os sacos foram colocados na estufa por cerca de 40 minutos, pesados um a um e adicionado em cada um deles a quantidade de 0,25g de amostra. Cada saco foi selado e armazenado adequadamente para que posteriormente (quando as soluções tampões já estivessem preparadas) fossem colocadas no jarro do DAISY. Os sacos foram distribuídos equitativamente nos quatro jarros de digestão de modo a ocupar os dois lados do jarro. 20 De cada tratamento foram coletadas três amostras da dieta durante o experimento e incubadas em duplicata para 24 e 48 horas, com quatro repetições, uma para cada rúmen artificial (jarro). Cada jarro continha a mesma dieta. Esta incubação foi repetida para cada tratamento, separados e para as três coletas da dieta. Para a incubação, adicionou-se uma solução tampão junto com o líquido ruminal para dar estabilidade aos microorganismos. A solução A é formada por 10g de KH2PO4 (dihidrogenofosfato de potássio), 0,5g de MgSO47H2O (sulfato de magnésio), 0,5 g de NaCl (cloreto de sódio), 0,1g de CaCl2H2O (cloreto de cálcio), 0,5g de uréia e 1L de água destilada. A solução B é formada de 15 g de Na2CO3 (carbonato de sódio), 1g de Na2S9H2O (sulfeto de sódio) e 100 mL de água destilada. Todos os utensílios para o inócuo foram mantidos em estufa a 39°C. Após a pesagem de cada reagente da solução tampão, completou-se com água destilada morna até 2.660ml para a solução A e 532ml para a solução B. A dissolução de alguns sais foi difícil, por isso foi necessário misturar bem as soluções A e B. O pH da solução tampão final na relação de 1:5 foi de 6,8 a 39°C, conforme recomendado por HOLDEN (1999). Cada jarro recebeu 1.600mL de solução. Após 24 horas, a metade dos sacos foram retirados do rúmen artificial, lavados em água corrente, secados na estufa por mais 24 horas e em seguida pesados. Após 48 horas de incubação o restante dos sacos foram retirados, sendo realizados os mesmos procedimentos. Dentro de cada jarro foi adicionado, na hora da incubação, um saco como os outros, mas sem amostra da dieta, para que posteriormente fosse calculado um fator de correção. Como os sacos eram feitos de papel, poderia haver alguma degradação desse material pelos microorganismos ruminais. Realizou-se o cálculo da degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de acordo com a seguinte fórmula: 21 3.4 Contagem de colônias de Escherichia coli nas fezes A incubaçãoe a leitura das Unidades Formadoras de Colônias (UFC) foram realizadas de acordo com a metodologia preconizada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), definida pela Instrução Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003, elaborada pela Secretaria de Defesa Agropecuária, que determina os procedimentos a serem utilizados no Sistema de Laboratório Animal do Departamento de Defesa Animal. Para a contagem de colônias de Escherichia coli,pesou-se 25g da amostra, adicionando 225ml de solução salina peptonada tamponada com vancomicina, cefsulodin e cefixime (SPT – VCC) e homogeneizado por aproximadamente 60 segundos em sacos de ―stomacher‖ (diluição de 10-1). Foi inoculado 1mL de cada diluição em placas de Petri esterilizadas e adicionado a cada placa cerca de 15mL de ágar cristal violeta vermelho neutro bile glicose (VRBG), previamente fundido e mantido a 48°C em banho-maria. Após completa solidificação do meio, foram incubadas as placas em posição invertida em estufa com temperatura de 36°C por 24 horas. Para a leitura selecionou-se as placas que continham entre 15 e 150 colônias. Realizou-se a leitura com a contagem das colônias de coloração vermelha, rodeadas ou não por halo de precipitação da bile presente no meio, com 0,5 a 2mm de diâmetro. Selecionou-se três colônias típicas para replicação em tubos com ágar VRBG em estoque inclinado. 3.5 Extrato etéreo das fezes Realizou-se três coletas de fezes dos animais para a determinação do extrato etéreo. A primeira coleta no dia que iniciou o experimento, a segunda coleta com 45 dias que os animais estavam confinados e a terceira no final do experimento. Todos os animais do experimento tiveram fezes colhidas nas três coletas. A determinação do extrato etéreo foi feita de cada amostra de cada animal nas três coletas. 22 A dosagem de gordura das fezes foi realizada de acordo com a metodologia descrita por SILVA (1990), em aparelho tipo Goldfisch, com seis extratores tipo Soxhlet. As análises foram feitas em triplicata. Para a dosagem do extrato etéreo das fezes pesou-se 2 g das amostras úmidas em filtro de papel Whatman no 1. Lavou-se com 100 mL de água destilada e colou-se na estufa a 100 oC durante cinco horas.Após a secagem das amostras, adicionou-se 40 mL de éter dietílico anidro a cada béquer. A extração durou quatro horas com velocidade de condensação de cinco gotas por segundo. A destilação do éter levou cerca de 20 minutos e a secagem dos béqueres levou 30 minutos em estufa a 105 oC. A diferença entre o último peso e o peso do béquer vazio correspondeu ao peso da gordura extraída. 3.6 pH das fezes Durante o manejo de pesagem dos animais coletou-se uma amostra de fezes de cada animal para determinação do pH fecal. A determinação do pH fecal foi feito com peagômetro (PHMETER, PH-009) calibrado com água bidestilada. A determinação do pH foi feita em triplicata. 3.7 Ganho de peso diário Foram realizadas três pesagens dos animais. Uma pesagem na entrada do experimento, outra pesagem com 45 dias de confinamento e a última pesagem ao final do experimento (90 dias). Os animais foram pesados individualmente, por meio de balança eletrônica aferida pelo INMETRO (0,1%), no curral de manejo. Os animais ficaram de jejum alimentar por 12 horas para minimizar o efeito do preenchimento ruminal. Realizou-se o cálculo do ganho de peso diário com a seguinte fórmula: 23 3.8 Análises estatísticas Os resultados do experimento foram analisados pela análise de variância de acordo com o teste t de Student, utilizando-se procedimento PROC GLM do programa computacional STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM (SAS, 2002). Utilizou-se o teste de Tukey para comparar as médias dos resultados obtidos. Dados referentes às UFC foram transformados para log10x. O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado com dez repetições por tratamento. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados referentes à função digestiva dos bovinos terminados em confinamento estão apresentados na Tabela 4. Pelos dados observados na Tabela 4, a salinomicina alterou significativamente (P<0,05) a degradabilidade in vitro da matéria seca das dietas. Já para MERCHEN & BERGER (1985), a inclusão de salinomicina na dieta de bovinos, não demonstrou diferença na degradabilidade da dieta. O favorecimento do crescimento de bactérias gram-negativas resultou em maior degradabilidade em 24h.Os dados encontrados neste experimento estão de acordo com os obtidos por CABRAL et al. (1999) que, trabalhando com ovinos em confinamento que recebiam 28 ppm/cab/dia de salinomicina, não observaram mudança na atividade de enzimas hepáticas, mas 29,18% de aumento na conversão alimentar. De acordo com VIEIRA et al.(2004), salinomicina acrescida na dieta influenciou o ganho de peso diário, em relação a animais que não recebem suplemento. Nesta pesquisa, o ganho de peso médio diário não sofreu influencia pelo consumo de salinomicina (Tabela 4) assim como descrito por OLIVEIRA et al.(2009). Já McALLISTER et al. (1996) relatou uma redução do ganho de peso nos animais que receberam salinomicina na dieta. Tabela 4. Médias do extrato etéreo das fezes (EE), ganho de peso diário (GPD), unidade formadora de colônias (UFC), pH das fezes e degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS). TRATAMENTO EE GPD UFC1 pH DIVMS 24 h 48 h CONTROLE 3,35A 1,028A 9,329A 6,22AB 45,82B 56,25C SALINOMICINA 3,38A 0,924A 8,242A 6,31A 56,33A 75,46A LISOFOSFOLIPÍDEOS 2,51B 0,944A 7,656A 5,93B 47,37B 67,66B LEVEDURA 3,01AB 1,076A 8,519A 5,98B 54,54A 64,58B 1 Dados transformados para logaritmo de base dez A, B, C Letras maiúsculas distintas, na coluna, diferem estatisticamente (P<0,05) entre si pelo teste de Tukey 25 O valor mais alto encontrado para o pH das fezes do tratamento com salinomicina em relação aos demais tratamentos pode ser explicado pela inibição do crescimento de bactérias que produzem ácido lático, com uma consequente diminuição da concentração de lactato e um aumento do pH ruminal, como demonstrado por WALLACE (1994). O aumento do pH ruminal melhorou a função digestiva do animal, verificado pelo pH elevado nas fezes. O efeito dos lisofosfolipídeos na emulsificação do extrato etéreo da dieta pode ser observado pelos dados da Tabela 4. Esta observação se baseia no menor (P<0,05) valor de extrato etéreo nas fezes do tratamento com lisofosfolipídeos em relação aos demais tratamentos. A ação dos lisofosfolipídeos pode ter influenciado a digestibilidade in vitro da matéria seca da dieta em 48 horas. A emulsificação da gordura impregnada no alimento favorece a ação dos microorganismos ruminais. SILVA JÚNIOR (2009) destacou que os lisofosfolipídeos melhoram a utilização do alimento pelo animal, promovem a absorção de nutrientes no intestino delgado e melhoram o ganho de peso e a conversão alimentar. Neste trabalho o ganho de peso diário não sofreu influência da adição de lisofosfolipídeos na dieta. O uso de emulssificadores na alimentação de ruminantes pode potencialmente aumentar a utilização do alimento e, por sua vez melhora o desempenho animal (KAMANDE et al., 2000). O melhor aproveitamento da gordura da dieta (P<0,05) demonstra que este ingrediente na dieta leva a um melhor aproveitamento do alimento, e isso em grandes confinamentos reduz muito o custo com alimentação. O efeito de emulssificadores no ganho de peso de novilhas não foi demonstrado por PLASCENCIA et al. (2007) assim como neste trabalho. A ação dos emulssificadores na degradabilidade in vitro foi observadoneste trabalho, fato que não está de acordo com PLASCENCIA et al. (2007). A maior degradabilidade in vitro em 48 horas para o tratamento com lisofosfolipídeos está de acordo com os resultados demonstrados por CONG et al. (2009), que demonstrou o aumento da digestão da dieta, por meio da variação das concentrações de ácidos graxos voláteis com a inclusão de aditivos alimentares como os emulssificadores. Estes ingredientes interferem com a membrana celular de 26 bactérias e também podem atuar diretamente nos microorganismos ruminais de maneira similar aos antibióticos, desestabilizando o equilíbrio iônico das bactérias (SILVA JÚNIOR, 2009). O aumento da utilização da gordura da dieta e a melhora da degradabilidade demonstrados neste trabalho não estão de acordo com os resultados obtidos por XING et al. (2004), visto que eles obtiveram aumento no ganho de peso, mas não encontraram diferenças na degradabilidade. A adição de emulssificadores na dieta pode potencializar a degradabilidade dos alimentos como demonstrado por YUAN et al.(2010). Os dados encontrados pelos autores estão de acordo com os demonstrados nesse trabalho, aonde os emulssificadores melhoraram a degradabilidade in vitro da material seca. O favorecimento da degradabilidade da dieta e o melhor aproveitamento da gordura da dieta por ação dos lisofosfolipídeos foi demonstrado também pelo valor do pH fecal (P<0,05). Os lisofosfolipídeos aumentam a absorção de nutrientes, especialmente as gorduras, evitando fermentações indesejáveis e aumentando o aproveitamento pelo animal (SILVA JÚNIOR, 2009). A alteração da degradabilidade in vitro da matéria seca pode ser a explicação de um pH menor (P<0,05) das fezes para o tratamento com levedura. A Saccharomyces cerevisiae atua na degradabilidade reduzindo a disponibilidade de oxigênio no rúmen favorecendo o aumento e a ação dos microorganismos anaeróbicos (NEWBOLD et al., 1996). Não houve alterações no ganho de peso diário para o tratamento com inclusão de levedura na dieta. Este dado também foi encontrado por PEREIRA et al. (2001), QUEIROZ et al. (2004) e GATTASS et al. (2008). No entanto, outras pesquisas demonstraram a eficiência das leveduras no aumento do ganho de peso como é o caso dos trabalhos de MIRANDA et al. (1999) e CARVALHO et al. (2009). Com a suplementação de probióticos como as leveduras e seus componentes, ocorre uma melhora das funções ruminais, a seleção de microorganismos faz com que haja um decréscimo dos ácidos graxos voláteis totais do rúmen e um aumento do pH ruminal (THRUNE et al., 2007). Este resultado pode ser a explicação para uma maior degradabilidade in vitro observada para o tratamento com levedura em relação ao 27 tratamento controle, tanto em 24 quanto em 48h. Verificou-se também que a diminuição de acetato e butirato favorecem a fermentação ruminal. Para de saber os efeitos da levedura na degradabilidade de silagem de milho no rúmen GUEDES et al. (2008) realizaram um trabalho e concluíram que a incorporação de levedura aumentou o pH do rúmen (P<0,01) e diminuiu a concentração de lactato e a relação acetato:proprionato (P>0,01). Porém não houve efeito no teor em N-NH3. A incorporação de levedura a taxas mais elevadas aumentou a concentração de ácidos graxos voláteis (AGV) no rúmen (P<0,01) relativamente à dieta controle e estimulou a atividade fibrolítica da população microbiana avaliada pela degradação das fibras em detergente neutro (FDN) das silagens. Este dado reforça também os resultados de maior degradabilidade encontrados neste trabalho. O efeito estimulante da atividade fibrolítica foi mais acentuado nas silagens de menor degradabilidade e não foi observado com o nível mais baixo de levedura. Os resultados apresentados por GUEDES et al. (2008) demonstraram que a cepa de levedura utilizada se revelou eficaz em conter a descida de pH e em reduzir a concentração de lactato no rúmen e, por isso, tem potencial para reduzir o risco de ocorrência de acidose em dietas à base de silagem de milho e aumentar a degradabilidade da dieta. A capacidade das leveduras de manter o pH ruminal contribuindo para o suprimento de nutrientes para a população bacteriana (WALLACE, 1994; GUEDES et al., 2008) pode ser um dos fatores do melhor desempenho dos animais no tratamento com levedura, embora não se tenha percebido diferença significativa no ganho de peso, numericamente o valor foi maior. Essa diferença embora pequena pode representar muito em grandes empreendimentos de confinamento. Animais com maior ganho de peso são terminados mais rapidamente e diminuem os custos com alimentação. De acordo com os dados apresentados por CARVALHO et al. (2009), animais consumindo levedura obtiveram um menor tempo de desaparecimento da matéria seca na digesta ruminal e um maior tempo para renovação dessa digesta, embora o consumo de matéria seca não foi alterado em relação ao grupo controle. Esse dado confirma os resultados de degradabilidade em 24 e 48h demonstrados neste trabalho. O tempo mais elevado para renovação da digesta acarreta em maior tempo para os 28 microorganismos digerirem a mesma, favorecendo sua ação (WALLACE et al., 1994 e NEWBOLD et al., 1996). Sobre as doses de leveduras a serem utilizadas, vários pesquisadores encontraram diferenças tanto entre respostas quanto entre as doses que influenciaram ou não alguma característica produtiva. SANTOS et al. (2006) trabalharam com 0,5g/cab/dia de levedura e não encontraram resposta sobre o ganho de peso. Já MIRANDA et al. (1999) ao fornecerem 10 g/cab/dia de levedura encontraram, resposta positiva no consumo de matéria seca e no ganho de peso, quando comparado com o grupo não suplementado com leveduras. No experimento realizado e que resulta neste trabalho não encontrou-se resposta sobre o ganho de peso para a dose de 8 g/cab/dia. Quando ZEOULA et al. (2008) testou o uso de 5 g/cab/dia de levedura puderam concluir que o consumo de matéria seca não alterou significativamente entre os tratamentos, mas observaram diferenças significativas entre os tratamentos para o coeficiente de degradabilidade total, ruminal e intestinal. Para eles a levedura melhorou a degradabilidade, resultado também encontrado nesta pesquisa e demonstrado neste trabalho. A dosagem de 1g/100kg de PV utilizado por GATTASS et al. (2008) não influenciou nenhuma variável de consumo analisada. Estes resultados provavelmente foram obtidos devido ao baixo nível de inclusão das leveduras (4,375 g/cab/dia) e do tipo da dieta, uma vez que a dieta oferecida aos animais foi 1:1 para a relação concentrado/volumoso. Não foram observados efeitos dos tratamentos sobre as UFC das fezes. Tanto o controle quanto os demais tratamentos apresentaram valores semelhantes (P>0,05) EICHER et al. (2010) demonstraram efeito positivo sobre a contagem de E. coli com adição de parede celular de leveduras na dieta. De acordo com BAURHOO et al. (2007), os mananoligossacarídeos diminuíram a contagem de UFC de E. coli. FRANKLIN et al. (2005) e HEINRICHS et al. (2003) demonstraram os efeitos benéficos das leveduras sobre a imunidade passiva e sobre o aparecimento de diarréias respectivamente, confirmando os efeitos desse ingrediente sobre os patógenos de microorganismos. 29 5 CONCLUSÕES A adição de salinomicina na dieta provocou aumento na degradabilidade in vitro da matéria seca tanto para 24 quanto para 48 horas. A seleção de microorganismos celulolíticos se mostrou eficaz com o uso de antibiótico ionóforo. A adição de lisofosfolipídeos na dieta resultou em uma menor perda de gordura pelas fezes, mostrando que houve um aproveitamentomelhor da energia da dieta pelo animal. A levedura Saccharomyces cerevisiae aumentou a degradabilidade in vitro da matéria seca da dieta com alta proporção de grãos para bovinos em regime de confinamento. 30 REFERÊNCIAS ALBINO, L. F. T.; FERES, F. A.; DIONIZIO, M. A.; ROSTAGNO, H. S.; VARGAS JÚNIOR, J. G.; CARVALHO, D. C. O.; GOMES, P. C.; COSTA, C. H. R. Uso de prebióticos à base de mananoligossacarídeo em rações para frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia.Viçosa, v.35, n.3, p.742-749, 2006. AMARO, F. R.;LUCCI, C. S.; PEIXOTO JÚNIOR, K. C.; CASTRO, A. L. Efeitos de Níveis e Períodos de Adaptação à Lasalocida Sódica sobre os Parâmetros de Fermentação Ruminal. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, v.31, n.6, p.2299- 2306, 2002. ASSOCIAÇÃO DOS CONFINADORES DO BRASIL – ASSOCON. Produção de carne no Brasil. Disponível em: http://www.assocon.com.br/pdf/prod_carne_br_cuiaba.pdf. Acesso em: 04 jan. 2011. BAURHOO, B.; PHILLIP, L.; RUIZ-FERIA, C. 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