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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS 
CONFINADOS: DESEMPENHO, DEGRADABILIDADE IN VITRO, 
EXTRATO ETÉREO E pH FECAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Murillo Assis Pires 
Orientador: Prof. Dr. João Teodoro Pádua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2011 
ii 
 
 
 
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MURILLO ASSIS PIRES 
 
 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS 
CONFINADOS: DESEMPENHO, DEGRADABILIDADE IN VITRO, 
EXTRATO ETÉREO E pH FECAL 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada para 
obtenção do grau de Mestre em 
Ciência Animal junto à Escola de 
Veterinária e Zootecnia da 
Universidade Federal de Goiás. 
 
 
 
 
 
 
Área de Concentração: 
Produção Animal 
 
 
 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. João Teodoro Pádua 
Comitê de Orientação: 
Prof. Dr. Reginaldo Nassar Ferreira – ICB/UFG 
Prof. Dr. João Restle – EV/UFG 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2011 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP) 
GPT/BC/UFG 
 
 
P667u 
 
Pires, Murillo Assis. 
 Utilização de aditivos na alimentação de bovinos confinados 
[manuscrito]: desempenho, degradabilidade in vitro, extrato etéreo 
e pH fecal / Murillo Assis Pires. - 2011. 
 f.39 
 
 Orientador: Prof. Dr. João Teodoro Pádua. 
 Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, 
Escola de Veterinária e Zootecnia, 2011. 
 Bibliografia. 
 
 1. Bovinos – Alimentação. 2. Alimentação – Animais – 
Aditivos. I. Título. 
 
CDU: 619:614.95 
 
 
 
 
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vi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta dissertação a meus pais, 
Luciene Lima de Assis Pires e Valteci 
Pires de Paula, maiores exemplos de 
perseverança na busca pelo 
conhecimento. 
 
vii 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Aos espíritos benfeitores que em todos os dias da minha vida me deram forças 
para nunca desistir. 
Ao Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da 
Universidade Federal de Goiás, pelo apoio à minha participação no mestrado e pela 
disponibilização do Laboratório de Nutrição Animal. 
Ao Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da 
Universidade Federal de Goiás pela disponibilização do Laboratório de Fisiologia da 
Digestão. 
Ao Setor de Medicina Veterinária Preventiva do Departamento de Medicina 
Veterinária da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás 
pela disponibilização do Laboratório de Microbiologia Avícola. 
Ao meu orientador, Professor Dr. João Teodoro Pádua, por seu apoio e 
amizade, além da sua dedicação, competência e especial atenção nas revisões e 
sugestões, fatores fundamentais para a conclusão deste trabalho. 
A Professora Dra. Maria Clorinda Soares Fioravanti, que me mostrou os 
primeiros passos da pesquisa ainda na iniciação científica. 
A Professora Dra. Maria Auxiliadora Andrade, pelo apoio nas análises das UFC 
no Laboratório de Microbiologia Avícola. 
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, 
pelo apoio financeiro concedido para a realização deste trabalho. 
Ao Professor Dr. Reginaldo Nassar Ferreira pela brilhante co-orientação 
concedida durante a realização deste trabalho. 
A todos os professores do mestrado que de alguma forma contribuíram para 
minha formação. 
Aos funcionários da secretaria de pós-graduação, pela competência no suporte 
de nossas necessidades acadêmicas. 
Aos funcionários da Fazenda Três Paus que foram de importância incalculável 
para a realização do experimento. 
viii 
 
Aos colegas da turma de mestrado pela calorosa recepção e companheirismo. 
Aos familiares e amigos que sempre me incentivaram e apoiaram nessa jornada. 
 
ix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Somente obedecendo, somente 
tendo o orgulho humilde, mas 
sagrado, de obedecer, é que se 
conquista então o direito de 
comandar. 
Benito Mussolini 
 
x 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………... 1 
2 REVISÃO DE LITERATURA…………………………………………………....... 5 
2.1 Salinomicina…………………………………………………………………………. 5 
2.2 Lisofosfolipídeos……………………………………………………………………. 7 
2.3 Levedura…………………….………………………………………………………. 10 
3 MATERIAL E MÉTODOS…………………………………………………………. 13 
3.1 Local e estrutura…………………………………………………………………… 13 
3.2 Animais e tratamentos…………………………………………………………….. 14 
3.3 Degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS)........................................... 18 
3.4 Contagem de colônias de Escherichia coli nas fezes....................................... 21 
3.5 Extrato etéreo das fezes................................................................................... 21 
3.6 pH das fezes..................................................................................................... 22 
3.7 Ganho de peso diário....................................................................................... 22 
3.8 Análises estatísticas......................................................................................... 23 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 24 
5 CONCLUSÕES................................................................................................. 29 
 REFERÊNCIAS................................................................................................ 30 
 
 
 
 
xi 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1 Parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae......................... 11 
Figura 2 Confinamento experimental Fazenda Três Paus................................... 13 
Figura 3 Confinamento experimental Fazenda Três Paus................................... 14 
Figura 4 Misturador de Ração Total do Experimento........................................... 17 
Figura 5 Misturador de Ração Total do Experimento........................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
Tabela 1 Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na 
matéria seca........................................................................................... 
 
15 
Tabela 2 Níveis de garantia do núcleo confinamento........................................... 16 
Tabela 3 Valores nutricionais da Dieta Total do Experimento............................... 16 
Tabela 4 Médias do extrato etéreo das fezes (EE), ganho de peso diário 
(GPD), unidade formadora de colônias (UFC), pH das fezes e 
digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS).................................... 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
xiii 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
AGV Ácidos Graxos Voláteis 
ASSOCON Associação dos Confinadores do Brasil 
ATP Adenosinatrifosfato 
cab Cabeça 
CEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada 
DIVMS Digestibilidade in vitro da Matéria Seca 
DTB Dieta Total Balanceada 
EE Extrato Etéreo 
ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 
FAO Organização das Nações Unidas pra Agricultura e Alimentação 
FDN Fibra em Detergente Neutro 
FDNef Fibra em Detergente Neutro efetiva 
GPD Ganho de Peso DiárioIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IgA Imunoglobulinas A 
LEV Levedura 
LPA Lisofosfolipídeos 
MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
MOS Mananoligossacarídeos 
MS Matéria Seca 
N Nitrogênio 
NDT Nutrientes Digestíveis Totais 
NH3 Amônia 
NRC National Research Council 
xiv 
 
OMS Organização Mundial de Saúde 
PB Proteína Bruta 
ppm Partes Por Milhão 
PV Peso Vivo 
RLM Ração de Lucro Máximo 
SAL Salinomicina 
SAS Statistical Analysis System 
SC Saccharomyces cerevisiae 
SPT – VCC Solução Salina Peptonada Tamponada com Vancomicina, Cefsulodin e 
Cefixime 
UFC Unidades Formadoras de Colônias 
VRBG Ágar Cristal Violeta Vermelho Neutro Bile Glicose 
xv 
 
RESUMO 
 
 
 
O presente estudo analisou a utilização de salinomicina (SAL), lisofosfolipídeos (LPA) e 
levedura (LEV) na alimentação de bovinos confinados no desempenho, 
degradabilidade in vitro, extrato etéreo e ph fecal. Foram utilizados 40 bovinos Nelore 
com média de 350kg de PV. Os animais foram divididos em quatro lotes com dez 
animais, sendo cada lote um tratamento. A dieta base constituiu de silagem de milho 
(42,12%), milho triturado (40,13%), farelo de soja (5,43%), caroço de algodão (9,86%) 
e núcleo mineral (2,40%) com os seguintes valores nutricionais: 73,3% de Nutrientes 
Digestíveis Totais (NDT), 12,8% de Proteína Bruta (PB), 3,7% de Extrato Etéreo (EE) e 
23,7% de Fibras em Detergente Neutro efetivas (FDNef). Os tratamentos foram: T1 
(controle) dieta base; T2, dieta base com adição de 120 mg por animal de salinomicina; 
T3, dieta base com adição de 8,0 g por animal de lisofosfolipídeos eT4, dieta base com 
adição de 8,0g por animal de levedura. Foram analisados a degradabilidade in vitro da 
matéria seca (DIVMS) para 24 e 48 horas, o ganho de peso diário (GPD), o pH das 
fezes, o extrato etéreo das fezes e as unidades formadoras de colônias (UFC) de 
Escherichia coli nas fezes. Com relação a DIVMS em 24 h foram maiores para os 
tratamentos T2 e T4 (P<0,05) com relação aos demais, sendo que não houve 
diferenças entre elas. A DIVMS em 48 h foi maior (P<0,05) para o tratamento T2 com 
relação aos demais tratamentos, sendo que o tratamento T3 foi maior que o tratamento 
T1. O pH das fezes do T2 diferiu estatisticamente (P<0,05) de T3 e T4. Não houve 
diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos para GPD e para UFC. 
 
 
Palavras–chave: Levedura, Lisofosfolipídeos, Saccharomyces cerevisiae e 
Salinomicina. 
 
xvi 
 
ABSTRACT 
 
 
 
The present study examines the influence of salinomycin (SAL), lysophospholipids 
(LPA) and yeast (LEV) on digestive function in feedlot cattle. Forty animals with 350 kg 
of body weight (BW) were used. The animals were divided into four groups with ten 
animals each. All four groups received the treatment: Treatment 1 (T1) the basal diet, 
was consisted of corn silage (42.12%), ground corn (40.13%), soybean (5.43%), 
cottonseed (9.86%) and mineral mixture (2.40 %) with the following nutritional values: 
78% total digestible nutrients (TDN), 13% crude protein (CP), 5% ether extract (EE) and 
19% effective neutral detergent fiber (efFDN). Treatment 2 (T2) consisted of the basal 
diet with the addition of 120 mg salinomycin per animal. Treatment 3 (T3) consisted of 
the basal diet with the addition of 8.0 g lysophospholipids per animal. Treatment 4 (T4) 
consisted of the basal diet with the addition of 8.0 g of yeast per animal. In vitro 
digestibility of dry matter (IVDDM) for 24 and 48 hours, average daily gain (ADG), fecal 
pH, ether extract of feces and the colony forming units (CFU) of Escherichia coli in 
feces were analyzed. The following results were found: regarding IVDMD at 24h, it was 
significantly higher for T2 and T4 (P <0.05) compared to the other treatments, without 
differences between them; at 48h it was higher (P<0.05) for T2 compared to the other 
treatments, being higher in T3 than in T1. The loss of fat through feces was significantly 
lower (P <0.05) in T3 compared with T1 and T2. The pH of feces in T2 was statistically 
different (P <0.05) from T3 and T4. There was no significant difference (P> 0.05) among 
treatments for ADG and CFU. 
 
 
 
 
Keywords: Lysophospholipids, Saccharomyces cerevisiae, Salinomycin and Yeast. 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O mundo necessita cada vez mais de alimentos, pois há mais de 800 milhões de 
pessoas passando fome (FAO, 2010). A população mundial nesta segunda década do 
século XXI gira em torno de 6,4 bilhões de pessoas e chegará em 2025 a quase nove 
bilhões (FAO, 2010). Devido a esta crescente demanda produção de alimentos tem que 
ser incrementada e melhorada. 
Dentre as atividades agropecuárias que produzem alimentos, a bovinocultura de 
corte se destaca pela produção de proteína animal, que é um dos mais importantes 
nutrientes para os seres humanos. Ao analisar a média mundial de consumo de carne 
no final do último século – 36,4 kg/ano (FAO/OMS, 2010) – e observar a estimativa de 
consumo para os próximos 20 anos – 45,3 kg/ano (FAO/OMS, 2010) – torna-se 
necessário elevar a produção para que ocorra o abastecimento deste alimento. 
O Brasil possui os três principais requisitos para, além de maior, ser o melhor 
exportador de carne. Produzir carne com qualidade comprovada, certificada a baixo 
custo é o desafio do país.O custo da produção de carne no Brasil (U$ 150,00/100 kg de 
carcaça vendida) é o menor em comparação com seus principais concorrentes 
mundiais – Estados Unidos (U$ 300,00), Austrália (U$ 250,00) e Argentina (U$ 200,00) 
– que dominam este mercado (CEPEA/ESALQ, 2010). Esse menor custo de produção 
deve ser o diferencial para a competitividade. O Brasil possui o segundo maior rebanho 
bovino do mundo o maior é o da Índia, adaptado às condições tropicais, com genética 
avançada e comprovada. 
Com o objetivo de maximizar a produção de alimentos, tem se buscado melhorar 
as técnicas empregadas na produção animal. Visando esta maximização, técnicos, 
pesquisadores e produtores buscam meios de tornar isso possível, e uma das formas 
encontradas foi mudar o foco da pesquisa em nutrição animal, passando do estudo do 
valor nutritivo dos alimentos para o estudo dos processos fisiológicos do animal 
(WALLACE, 1994) e como esses são afetados por diversos fatores. Pesquisadores 
procuraram manipular e melhorar a fermentação e o metabolismo ruminal com adição 
ou não de aditivos na dieta (CHALUPA, 1977; JENKINS et al., 1989; JENKINS & 
FOTOUHI, 1990; AMARO et al., 2002; FIRKINS et al., 2006; MARTINEAU et al., 2007; 
2 
 
GATTASS et al., 2008b; GUEDES et al., 2008; POSSENTI et al., 2008; CARVALHO et 
al., 2009; MOYA et al., 2009; MEYER et al., 2009; FERELI et al., 2010; GOMES et al., 
2010). Acredita-se que conseguindo manipular e melhorar a fermentação e o 
metabolismo ruminal consegue-se aumentar a eficiência alimentar. Aumentando a 
eficiência alimentar, consegue-se diminuir o consumo de alimentos utilizados para 
produção de proteína, produzindo mais carne com menor custo e assim melhorando a 
produtividade para atender a demanda (que não para de crescer). O conhecimento e a 
manipulação de fatores que afetam a composição do ganho de peso dos bovinos de 
corte são de extrema importância, uma vez que estes estão diretamente 
correlacionados com a qualidade da carne (NASCIMENTO et al., 2008). 
A preocupação dos órgãos oficiais de saúde pública em relação ao uso de 
antibióticos como aditivo na alimentação animal aumentou nos últimos anos,devido 
principalmente à possibilidade de desenvolvimento de resistência bacteriana aos 
antibióticos, que aumenta cada vez mais.Há pressãopor parte principalmente da 
comunidade européia para evitar aditivos promotores de crescimento. Os aditivos 
denominados ―limpos‖ ou alternativos estão ganhando cada vez mais espaço nas 
pesquisas em nutrição animal, tendo como função melhorar a eficiência de utilização 
dos nutrientes e ao mesmo tempo diminuir os riscos de contaminação da carne e 
satisfazer as exigências do mercado. 
Em vista disto, várias pesquisas foram realizadas com o objetivo de avaliar 
ingredientes que possam substituir o uso de antibióticos na dieta animal (QUIGLEY III 
et al., 1997; HEINRICHS et al., 2003; LeMIEUX et al., 2003; McGINN et al., 2004; 
QUEIROZ et al., 2004; ROZEBOOM et al., 2005; ALBINO et al., 2006; BAURHOO et 
al., 2007; OLIVEIRA & MORAES, 2007; VAN DER PEET-SCHWERING et al., 2007; 
GATTASS et al., 2008a; GODOI et al., 2008; ZEOULA et al., 2008; CARVALHO et al., 
2009; FARIA et al., 2009; KUSS et al., 2009; SHEN et al., 2009; GOMES et al., 2010). 
Uma estratégia que tem se mostrado eficiente é o emprego de probióticos e 
prebióticos (BEAUCHEMIN et al., 2003; FRANKLIN et al., 2005;BAURHOO et al., 2007; 
POSSENTI et al., 2008; TANG et al., 2008; ZEOULA et al., 2008; KUSS et al., 2009; 
SILVA et al., 2009). O efeito final que se objetiva com a adição desses ingredientes é 
eliminar ou impedir a ação de microorganismos patogênicos (QUIGLEY III et al., 1997; 
3 
 
TIMMERMAN et al., 2005; BAURHOO et al., 2007; MERRILL et al., 2007), ou seja, o 
mesmo efeito que se espera com o uso de antibióticos em doses subclínicas 
(SCHELLING, 1984), e que permite a classificação destas substâncias como 
promotoras de crescimento. 
O uso de fontes alternativas como as leveduras e os lisofosfolipídeos melhorou 
os índices produtivos; a eficiência alimentar foi alterada com ingredientes como os 
antibióticos ionóforos (CABRAL et al., 1999; McGINN et al., 2004; VIEIRA et al., 2004; 
GUAN et al., 2006; GOMES et al., 2010), os lisofosfolipídeos (QUIGLEY et al., 1997; 
LOUGH et al., 1991; KAMANDE et al., 2000; HRISTOV et al., 2007; CONG et al., 2009; 
SILVA JÚNIOR et al., 2009) e os fungos (WILLIAMS et al., 1991; MIRANDA et al., 
1999; MEDINA et al., 2002; FRANKLIN et al., 2005; ROZEBOOM et al., 2005; ALBINO 
et al., 2006; EICHER et al., 2006; RUTZ et al., 2006; BENITES et al., 2007; NOLLET et 
al., 2007; GUEDES et al., 2008; POSSENTI et al., 2008; HILL et al., 2009; MOURA et 
al., 2009; SHEN et al., 2009). Estes aditivos quando adicionados nas dietas 
possibilitam uma série de seleções nos microorganismos ruminais, levando ao melhor 
aproveitamento dos alimentos (SCHELLING, 1984; LILA et al., 2004; GUAN et al., 
2006; SILVA JÚNIOR et al., 2009). 
No grupo dos antibióticos ionóforos, a salinomicina é extraída dos produtos 
metabólicos das bactérias do gênero Streptomyces spp. É usada como aditivo de 
alimentos para controlar a coccidiose e estimular o ganho de peso em aves, bovinos e 
outras espécies (GAVA et al., 1997). Os ionóforos são comumente utilizados na 
alimentação de ruminantes com o intuito de melhorar a eficiência alimentar e aumentar 
o fluxo de aminoácidos para o intestino delgado (KUSS et al., 2009). 
Outro grupo de aditivo utilizado na dieta para melhorar o desempenho 
zootécnico são os chamados emulsificantes. Estes auxiliam a absorção de gordura 
pelo epitélio intestinal, onde se localiza boa parte da energia da dieta contida no extrato 
etéreo do alimento. Os lisofosfolipídeos são emulsificantes usados na dieta para 
aumentar a absorção de nutrientes, especialmente as gorduras, aumentando o 
aproveitamento pelo animal (SILVA JUNIOR, 2009). 
As leveduras são fungos unicelulares, especialmente do gênero Saccharomyces, 
tradicionalmente utilizados no processamento de alimentos como pães, cervejas, 
4 
 
vinhos e obtenção de açúcar para consumo humano além de álcool combustível. 
Depois da primeira metade do século passado sugiram os primeiros relatos da 
utilização de culturas de leveduras como aditivos em dietas de bovinos (NEWBOLD et 
al. 1996), com o objetivo de melhorar a eficiência alimentar. 
O presente estudo tem como objetivo estudar os efeitos da salinomicina, dos 
lisofosfolipídeos e de leveduras na função digestiva de bovinos mestiços terminados 
em regime de confinamento. 
 
 
5 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 Salinomicina 
 
A salinomicina faz parte do grupo de antibióticos ionóforos, é um poliéter 
carboxílico que facilita o transporte de íons nas membranas biológicas e causam 
graves distúrbios funcionais e morfológicos nos microorganismos (ZINN, 1986). 
O modo de ação dos ionóforos se resume em alterar o movimento de íons 
através da membrana celular. As bactérias gram-negativas apresentam uma via extra 
de produção de energia na própria membrana celular, o que as diferem das gram-
positivas, as quais conseguem apenas produzir energia pela entrada e saída de íon H+ 
da célula. O ionóforo se liga à uma substância polar e atua como agente transportador 
de íons H+ e de cátions, principalmente K+ e Na+, o que leva ao acúmulo de H+ no 
interior da célula bacteriana. O acúmulo de H+ no citoplasma promove uma quebra do 
equilíbrio de geração de energia pela célula bacteriana, além de gasto de energia para 
a retirada do excedente de H+ interno, levando a célula à morte. As bactérias gram-
positivas são as afetadas pela presença do ionóforo, uma vez que são menos 
eficientes na geração de energia, desse modo acabam reduzindo sua população. As 
bactérias gram-negativas passam a predominar no rúmen com o uso de ionóforo. As 
bactérias gram-positivas são as produtoras de acetato, butirato, H+ e formato, enquanto 
que as gram negativas produzem succinato e propionato. As bactérias metanogênicas, 
indiretamente são afetadas pelo ionóforo, uma vez que passa a haver maior uso de H+ 
pelas gram-negativas para produção de propionato (BERGEN & BATES, 1984). 
Os efeitos provocados pelo uso de ionóforo são: aumento da produção de 
propionato; redução da produção de acetato; aumento da relação propionato/acetato; 
redução da produção de metano; redução da degradação protéica no rúmen; melhor 
aproveitamento da proteína no intestino; redução do ―turnover‖ ruminal; redução da 
produção de lactato; pH ruminal mais elevado; em dietas de alto grão, redução de 
consumo; em dietas de baixo grão, aumento de consumo ou não alteração; diminuição 
da concentração ruminal de amônia; em dietas de alto grão, manutenção do ganho de 
6 
 
peso e melhoria da conversão alimentar; em dietas de baixo grão, aumento do ganho 
de peso; estabilização de consumo ao longo do dia. 
Os benefícios da ação biológica dos antibióticos ionóforos são classificados em 
três áreas de ação, que são o aumento da eficiência do metabolismo energético 
bacteriano e do animal; o aumento do metabolismo de nitrogênio pelas bactérias do 
rúmen e pelo animal e a diminuição de problemas digestivos resultando em uma 
fermentação ruminal normal (BERGEN & BATES, 1984). 
Os ionóforos agem no fluxo de íons da membrana e dissipam cátions e 
proteínas no meio. Essa ação destrói o transporte da membrana primária das células, 
interferindo na absorção de solutos celulares acoplados aos sistemas de transporte 
principal. As células respondem a este insulto metabólico, mantendo o transporte 
primário, gastando energia metabólica. As células dependem da fosforilação do 
substrato no nível de adenosinatrifosfato (ATP) para produzir energia. Não 
conseguindo atender a demanda por energia para sobreviver e transportar íons pela 
membrana ocorre a lise celular. As células capazes de transportar elétrons acoplados à 
extrusão de prótons e a síntese de ATP apresentarão maior necessidade de energia de 
manutenção, mas continuarão ocrescimento e sobreviverão ao meio com ionóforos. 
Bactérias gram-positivas dependem de fosforilação no nível do substrato e são inibidas 
por ionóforos, enquanto as gram-negativas, muitas das quais possuem fumarato 
reductase, sobrevivem na presença de ionóforos (BERGEN & BATES, 1984). 
A função dos antibióticos ionóforos é interferir na permeabilidade dos íons na 
parede celular, desta forma as bactérias gram-positivas são eliminadas pela exaustão 
energética ao bombear para fora do citoplasma os seus íons (RUSSEL et al., 1990). 
Aditivos alimentares como os antibióticos ionóforos são usados para aumentar o 
ganho de peso diário, o consumo alimentar e a área de olho de lombo em animais 
suplementados com salinomicina em relação aos suplementados com monensina 
sódica, como descrito por SALINAS-CHAVIRA et al. (2010). 
Sabe-se, entretanto, que elevadas concentrações de antibióticos ionóforos – 
como a salinomicina – na alimentação de ruminantes podem levar a problemas de 
intoxicação em determinada situação (GAVA et al., 1997). 
7 
 
De acordo com MARTINEAU et al. (2007), acréscimo de ionóforos na 
alimentação acarreta um aumento da eficiência de utilização do nitrogênio e da energia 
da dieta, resultado do aumento dos ácidos graxos voláteis, diminuição de acetato e 
aumento de proprionato, fato também demonstrado por ZINN (1986), e redução da 
produção de metano. A diminuição da degradação de proteínas e aminoácidos no 
rúmen também é um efeito positivo da utilização de ionóforos na dieta (MARTINEAU et 
al., 2007). 
ZINN (1986), também concluiu que os antibióticos ionóforos tem efeito sobre o 
metabolismo ruminal, melhorando a conversão alimentar, atribuindo esse fato à melhor 
eficiência de absorção dos nutrientes. Os ionóforos também reduzem o risco de 
quetose e acidose ruminal, além de incrementar o crescimento dos animais 
(EASTRIDIGE, 2006). 
Sendo assim, a salinomicina contribui melhorando o desempenho animal, 
proporcionando mudança na população microbiana ruminal, com consequente 
alteração da fermentação e dos produtos da digestão microbiana, diminuindo as 
produções de metano e dos ácidos acético e butírico, aumentando as de ácido 
propiônico, melhorando controle do pH ruminal e a elevação da digestibilidade aparente 
da dieta (WALLACE, 1994). 
Existem benefícios econômicos da utilização de ionóforos na dieta, que incluem 
o aumento da eficiência alimentar, aumento do ganho de peso e da redução da 
morbidade e da mortalidade (McGUFFEY et al., 2001). A redução da emissão de 
metano pelos animais tratados com ionóforos foi um efeito positivo para o meio 
ambiente demonstrado por McGUFFEY et al.(2001) e ODONGO et al.(2007). Já 
GRAINGER et al. (2008) não demonstrou efeitos positivos dos ionóforos sobre a 
redução de emissões de gás metano. 
 
 
2.3 Lisofosfolipídeos 
 
Tecnologias de última geração aumentam a eficiência alimentar de ruminantes 
submetidos a sistemas intensivos de produção, contribuindo para reduzir os problemas 
8 
 
relacionados à nutrição. Os lisofosfolipídeos são moléculas que aumentam a 
capacidade do animal de reter nutrientes no processo de absorção de óleos e 
gorduras, são considerados emulssificadores de gordura. 
Como a gordura é insolúvel em água, a emulsificação é necessária para sua 
digestão. A lecitina (fosfatidilcolina) é um fosfolipídio extraído comercialmente a partir 
da soja, com potencial de uso como um emulssificante exógeno para melhorar a 
utilização da gordura da dieta (OVERLAND et al., 1993). Além disso, a lecitina pode 
servir como uma fonte de energia altamente digestível na dieta animal. 
Poucos estudos examinaram como os fosfolipídeos afetam a digestão de 
nutrientes em ruminantes, mas estes lipídios possuem propriedades originais que não 
são apresentados por lipídios neutros encontrados em óleos e gorduras. Os 
fosfolipídeos são anfifáticos (possuem porções hidrofóbicas e hidrofílicas), sendo 
melhor aproveitado. Fosfolipídeo é um dos principais componentes lipídicos da 
microbiota ruminal (JENKINS et al., 1989). 
JENKINS et al. (1989) verificaram que os fosfolipídios tiveram efeitos diferentes 
sobre a fermentação ruminal, em função da sua fonte. A solubilidade em água de 
fosfolipídios foi relacionada aos seus efeitos sobre a fermentação e a digestão. A 
lecitina de soja facilmente misturada com água, rapidamente degradada no conteúdo 
do rúmen, aumentando a concentração de ácidos graxos voláteis in vitro, mas 
diminuindo a digestão de nutrientes quando acrescentado na dieta de ovinos. O lento 
desaparecimento de fosfolipídeos no conteúdo ruminal sugere que uma fração de 
fosfolipídeos poderia escapar da fermentação microbiana e emulsificar o alimento no 
intestino delgado, incrementando a absorção de ácidos graxos (JENKINS et al., 1990). 
Isso pode ser útil para melhorar a absorção de lipídios em ruminantes, principalmente 
para as dietas contendo gordura. 
A fração gordurosa do alimento enfrenta um desafio biofísico adicional severo, 
um paradoxo químico da digestão microbiana. Apesar de serem compostos 
lipossolúveis, devem ser digeridos e/ou transportados em um meio aquoso, que 
favorece a dissolução e transporte de substâncias hidrossolúveis (SILVA JÚNIOR, 
2009). 
9 
 
Os lisofosfolipídeos aumentam a absorção de nutrientes, especialmente as 
gorduras, evitando fermentações indesejáveis e aumentando o aproveitamento do 
animal. Interferem na membrana celular de bactérias e também podem atuar 
diretamente na flora de maneira similar aos antibióticos, desestabilizando o equilíbrio 
iônico das bactérias (SILVA JÚNIOR, 2009). Também analisando esta questão, 
KAMANDE et al. (2000) mostraram que os emulssificadores aumentaram a degradação 
da celulose in vitro. 
A propriedade mais conhecida dos emulssificadores é a atividade interfacial, que 
consiste na migração das moléculas para o substrato quando colocados em solução. O 
alinhamento das moléculas no substrato é um reflexo de sua tendência de assumir a 
orientação mais energicamente estável. Os emulssificadores são comumente 
classificados com base na carga ou na natureza da porção hidrofílica e na flexibilidade 
de natureza química da porção hidrofóbica. O equilíbrio hidrofílico/lipofílico dos 
emulssificadores determina suas características (KAMANDE et al., 2000). 
Os emulssificadores podem ser classificados em dois grupos, os sintéticos, 
conhecidos como surfactantes, e os naturais conhecidos como biossurfactantes. Os 
biossurfactantes possuem atividade antibiótica, principalmente da classe dos 
lipopeptídios e glicopeptídios. Os ramnolipídios de Pseudomonas aeruginosa e a 
surfactina de Bacillus subtilis funcionam como antibióticos, solubilizando os principais 
componentes das membranas celulares microbianas (NITSCHKE & PASTORE, 2002). 
De acordo com LOUGH et al. (1991), cordeiros alimentados com lecitina de soja 
apresentaram consumo de energia 19% maior, o que explica alguns dos resultados que 
a lecitina de soja teve sobre as características de carcaça (maior peso, maior 
rendimento de carcaça, maior área de olho de lombo e mais gordura na parede do 
corpo). A inclusão de lisofosfolipídeo na dieta demonstrou ter efeito positivo, pois a 
gordura da carcaça apresentou ser mais firme, mais branca e mais seca. 
A infusão de colina ou inositol que não estava na forma de fosfolipídios não 
aumentou a síntese de gordura do leite quando administrado sem óleo de soja 
adicionado. Infusão abomasal de lecitina de soja, um lisofosfolipídeo, teve um efeito 
positivo na síntese de gordura do leite. Isso pode indicar maior capacidade do intestino 
10 
 
para digerir e exportar grandes quantidades de ácidos graxos esterificados na presença 
de fosfolipídioexógena (GRUMMER et al., 1987). 
Resultados diversos foram encontrados quando se acrescenta lisofosfolipídeos 
na dieta de animais. A capacidade de emulssificar a gordura da dieta se revela como 
importante ferramenta para a produção de ruminantes (WANG et al., 2003; HRISTOV 
et al., 2007; CONG et al., 2009; SILVA JÚNIOR et al., 2009; ) 
 
 
2.4 Leveduras 
 
As leveduras são fungos unicelulares com cerca de cinco a dez micrômeros de 
diâmetro. A multiplicação das células é por brotamento ou por fissão, utilizando 
diferentes fontes de carbono. 
As leveduras se destacam no grupo dos probióticos, pois possuem propriedades 
de melhorar as condições fisiológicas do rúmen, constituindo-se como um importante 
fator de crescimento de bactérias, principalmente as celulolíticas (QUEIROZ et al., 
2004). 
Depois da primeira metade do século passado sugiram os primeiros relatos da 
utilização de culturas de leveduras como aditivos em dietas de bovinos (NEWBOLD et 
al., 1996). A levedura Saccharomyces cerevisiae é usada na alimentação de 
ruminantes em pequena quantidade, como aditivo microbiano (ZEOULA et al., 2008; 
CARVALHO et al.,2009). 
Os mananoligossacarídeos, que são derivados da parede celular da levedura 
Saccharomyces cerevisiae (Figura 2), são obtidos a partir da produção do extrato de 
levedura. Após a autólise das células, a fração insolúvel é separada por centrifugação 
com retirada da umidade. Essa fração é constituída por beta-glucanos e 
mananoligossacarídeos. Segundo FRANKLINet al. (2005), os mananoligossacarídeos 
melhoram o desempenho, a função imunológica e inibe a colonização do trato digestivo 
por microrganismos indesejáveis em algumas espécies animais. SHWARTZ et al. 
(2009) não conseguiram demonstrar efeitos positivos na suplementação de extrato de 
leveduras sobre os efeitos causados pelo estresse térmico na produção de vacas 
11 
 
leiteiras. Já FRANKLIN et al. (2005) demonstraram que a suplementação de vacas com 
mananoligossacarídeos pode aumentar a função imune e proporcionar melhor 
transferência de imunidade passiva para seus descendentes, diminuindo a mortalidade 
e os gastos com medicamento em animais jovens. 
Da parede celular das leveduras (Figura 1), também se extrai beta-glucanos, 
que possuem a propriedade de estimular o sistema imunológico (macrófagos) 
combatendo as infecções FRANKLIN et al. (2005). A administração de 
mananoligossacarídeos na dieta pode aumentar as concentrações de imunoglobulinas 
A (IgA) (SAVAGE et al., 1996). Os mananoligossacarídeos são capazes de se ligar as 
bactérias patogênicas, toxinas e vírus no intestino e, em seguida, carrear as mesmas 
para fora do trato intestinal (BAURHOO et al., 2007; BENITES et al., 2007). 
 
 
Figura 1 – Parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae. 
Fonte: www.lfa-america.com 
 
HEINRICHS et al. (2003) demonstraram que a adição de extrato de levedura no 
leite de bezerras melhorou os escores fecais assim como os antibióticos quando 
comparados ao grupo controle, alimentados apenas com sucedâneo do leite, 
beneficiando a saúde das bezerras além de reduzir a diarréia, indicando que a levedura 
poderia eficazmente substituir antibióticos em leite sucedâneo. 
Em um recente estudo, HILL et al. (2009) demonstraram que animais jovens da 
raça Jersey recebendo extratos de levedura por meio do leite são beneficiados e 
12 
 
quando se acrescenta caroço de algodão na dieta há um melhor desenvolvimento de 
papilas ruminais, gerando ganhos para estes animais. Já novilhas holandesas não 
apresentaram melhorias significativas com a adição de extratos de levedura na dieta, 
mas apresentaram melhorias na eficiência alimentar igualmente aos animais da raça 
Jersey. 
Quando se alimenta bovinos jovens com probióticos nas primeiras semanas de 
vida se observa indiscutíveis melhorias no ganho de peso e na eficiência alimentar até 
a oitava semana de vida, além de serem mais saudáveis e diminuir a incidência de 
diarréias e de mortalidade nos animais que receberam probióticos no leite 
(TIMMERMAN et al., 2005). Melhora na resposta imune foi observado neste trabalho, 
pois os gastos com antimicrobianos para doenças digestivas e respiratórias foram 
reduzidos nos animais que receberam probióticos, mas outros estudos são necessários 
para se compreender o mecanismo de ação deste ingrediente na via respiratória. 
Os fatores que levaram a utilização de leveduras na dieta de ruminantes estão 
relacionados com a sua fonte de proteína de alta qualidade, vitaminas do complexo B e 
minerais, especialmente selênio e zinco (QUEIROZ et al., 2004; ZEOULA et al., 2008). 
Segundo WALLACE (1994), as culturas de leveduras podem atuar modificando 
a fermentação ruminal de duas maneiras: fornecendo fatores estimulatórios para as 
bactérias do rúmen e removendo o oxigênio que chega ao rúmen por meio do alimento 
e da saliva. Este processo proporciona assim, um aumento no número de bactérias 
celulolíticas viáveis, já que estas bactérias (Fibrobacter succinogenes) são 
anaeróbicas. 
Os principais fatores estimulatórios parecem ser os ácidos dicarboxílicos (ácido 
málico), que multiplicam as bactérias consumidoras de ácido lático (Selenomonas 
ruminantum e Megasphaera elsdenii) e assim evitam a flutuação do pH, tornando-o 
mais estável (NEWBOLD et al., 1996). 
Dietas com leveduras estimulam tanto o crescimento quanto o metabolismo de 
bactérias que utilizam o ácido lático no rúmen, conferindo maior eficiência na produção 
de ácido propiônico a partir de ácido lático. O pH é estabilizado e o animal obtém mais 
energia da dieta (WILLIAMS et al., 1991). 
 
13 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
3.1 Local e estrutura 
 
O experimento foi realizado no Confinamento Experimental da Fazenda Três 
Paus, município de Professor Jamil, localizada a 40 km ao sul da cidade de Goiânia, no 
estado de Goiás. A estrutura do confinamento continha curral de manejo com brete de 
contenção e balança eletrônica, moinho para grãos e misturador de ração, alojamento 
para caseiro e local para ensilagem de volumoso. Cada curral tinha 40 cm de cocho por 
cabeça, bebedouro coletivo e 10 m2 de área por animal. 
 
 
Figura 2 – Confinamento experimental Fazenda Três Paus 
Fonte: Arquivo pessoal (2010). 
 
14 
 
 
Figura 3 – Confinamento experimental Fazenda Três Paus 
Fonte: Arquivo pessoal (2010). 
 
 
3.2 Animais e tratamentos 
 
Foram utilizados 40 (quarenta) bovinos com idade média de 24 meses, machos, 
inteiros, mestiços Nelore e com peso médio de 350 kg de peso vivo (Desvio Padrão de 
8,37 kg). Os animais ficaram em sistema de confinamento durante 90 dias, sendo dez 
dias para adaptação. Antes de iniciar o experimento, os animais foram identificados 
com brincos numerados e submetidos a um controle de endo e ectoparasitas com 
aplicação de ivermectina 1% na dose de 0,2 mg/Kg PV. Foram distribuídos em 
delineamento inteiramente casualizado com dez animais por tratamento. 
Os animais foram alimentados com uma dieta isoproteica e isoenergética e 
divididos em quatro tratamentos. A dieta total foi balanceada no programa Ração de 
15 
 
Lucro Máximo (RLM 3.0) que utiliza dados de exigência do National Research Council 
(NRC – 1996) para ganho de 1,51 Kg/dia. A dieta (Tabela 1) era composta de silagem 
de milho (42,12% na MS), milho triturado (40,13% na MS), farelo de soja 45% PB 
(5,43% na MS), caroço de algodão (9,86% na MS) e núcleo confinamento [(2,40% na 
MS) (Tabela 2)]. 
 
Tabela 1 – Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na 
matéria seca. 
Composição percentual dos ingredientes das dietas com base na matéria seca 
Ingredientes 
Tratamentos 
I II IIIIV 
Silagem de Milho 42,12 42,12 42,12 42,12 
Milho Triturado 40,13 40,13 40,13 40,13 
Farelo de Soja 5,43 5,43 5,43 5,43 
Caroço de Algodão 9,86 9,86 9,86 9,86 
Núcleo – Nutripura Confinamento 
(Nutripura Nutrição e Pastagens) 
2,40 2,40 2,40 2,40 
Salinomicina - - 0,06 - - 
Lisofosfolipídeos – Lysoforte Dry (Kemin 
South America) 
- - 0,06 - 
Levedura – Procreatin 7 (SAF do Brasil) - - - 0,06 
 
 
16 
 
Tabela 2 – Níveis de garantia do núcleo confinamento. 
Níveis de Garantia do Núcleo Confinamento 
Ingredientes Quantidade 
Cálcio 187 g 
Fósforo 70 g 
Magnésio 20 g 
Potássio 30 g 
Sódio 70 g 
Enxofre 50 g 
Cobalto 60 mg 
Cobre 1000 mg 
Iodo 75 mg 
Ferro 2800 mg 
Manganês 2000 mg 
Selênio 30 mg 
Zinco 3000 mg 
Flúor (máx.) 663 mg 
Solubilidade do Fósforo em ácido cítrico a 2% (mín.) 90% 
Vitamina A 140000 U.I./kg 
Vitamina D3 28000 U.I./kg 
Vitamina E 800 U.I./kg 
 
Os valores nutricionais da dieta total eram: 73,3% de NDT, 12,8% de PB, 3,7% 
de EE, 19% de FDNef, 23,7% de FDN, 13,1% de FDA, 0,38% de F, 0,66% de C, 4,4% 
de MM, 11,6% de FB e 7% de Umidade, conforme demonstrado na Tabela 3. 
 
Tabela 3 – Valores nutricionais da dieta total do experimento. 
Valores Nutricionais da Dieta Total do Experimento 
Medidas Valores 
Umidade 7% 
Proteína Bruta 12,80% 
Extato Etéreo 3,70% 
Fibra Bruta 11,60% 
Matéria Mineral 4,40% 
Cálcio 0,66% 
Fósforo 0,38% 
FDA 13,10% 
FDN 23,70% 
FDNef. 19% 
NDT 73,30% 
17 
 
Os tratamentos experimentais foram: Tratamento I (controle) – Fornecimento de 
dieta total balanceada (DTB); tratamento II – DTB acrescida de 120,0 mg/cab/dia de 
ionóforo salinomicina; tratamento III – DTB acrescida de 8,0 g/cab/dia de 
lisofosfolipídeos; tratamento IV – DTB acrescida de 8,0 g/cab/dia de levedura. Os 
aditivos foram pré diluídos em 10 kg de milho triturado todos os dias antes de serem 
acrescentados a mistura final da dieta. A dieta total foi misturada todos os dias durante 
o experimento em um misturador horizontal com capacidade para 300 kg de dieta 
conforme demonstrado pelas Figuras 4 e 5. 
 
 
Figura 4 – Misturador de Ração Total do Experimento. 
Fonte: Arquivo Pessoal (2010). 
 
18 
 
 
Figura 5 – Misturador de Ração Total do Experimento. 
Fonte: Arquivo Pessoal (2010). 
 
 
3.3 Degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) 
 
A análise da degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) foi realizada 
utilizando a metodologia do fermentador ruminal DAISYII/ANKOM200 (ANKOM200 Fiber 
Analyser, ANKON Technology Corporation, Fairport/NY) descrita por HOLDEN (1999). 
Para ser incubado no fermentador, foram realizadas três coletas das dietas de 
cada tratamento. As coletas foram feitas uma na entrada dos animais no experimento, 
uma com 45 dias de experimento e outra coleta de dieta na saídas dos animais do 
experimento. Essas dietas foram congeladas e posteriormente processadas no 
Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Produção Animal da Escola de 
Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (LANA/DPA/EVZ/UFG). As 
dietas foram secadas em estufa por 48 horas à 55oC e depois passaram por moinho 
com peneira de 1mm. 
19 
 
O líquido ruminal foi coletado de dois novilhos mestiços (Pardo Suíço x Jersey e 
Jersey x Girolando), com peso de 370 e 327 kg respectivamente, providos de cânula no 
rúmen. Estes novilhos ficaram confinados no curral de manejo localizado atrás da 
Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás no Campus Samambaia em 
Goiânia no estado de Goiás. Os animais foram adaptados à dieta base do experimento, 
mesma dieta que o lote 1 (testemunha) comeu, por um período de 14 dias, antes da 
coleta do líquido e tiveram livre acesso à água e ao sal mineral. Antes da coleta, houve 
o aquecimento da garrafa térmica com água destilada a 39°C. A cânula foi aberta e o 
líquido ruminal coletado e armazenado rapidamente na garrafa térmica, juntamente 
com infusão constante de dióxido de carbono (CO2) antes, durante e depois dessa 
adição na garrafa, fechando-a gradativamente com adição de CO2. 
O material foi levado ao Laboratório de Fisiologia da Digestão do Departamento 
de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de 
Goiás (LFD/DCF/ICB/UFG) e processado no liquidificador, com velocidade alta por 
cerca de 30 segundos. A ação de mistura serve para desalojar os microorganismos que 
se prenderam nas fibras da massa do rúmen e assegura uma população microbiana 
adequada para análise in vitro. O liquido ruminal foi filtrado e 400 mL foi colocado em 
cada jarro do Fermentador Artificial de Rúmen (DAISY). O tempo gasto entre a coleta 
do líquido ruminal e o incubamento das amostras levava em média 30 minutos. 
O fermentador ruminal possui em aparato com quatro jarros de 4L, que se 
movimentam lentamente em uma temperatura constante de 39,5oC. 
Dois dias antes da incubação, fez-se um pré-enxágue dos sacos que receberam 
as amostras da dieta, usando acetona, para a remoção de um surfactante que pode 
inibir a digestão microbiana. Após a secagem completa, cada saco foi identificado e 
levado à estufa a 105°C até o dia seguinte. No dia seguinte os sacos foram colocados 
na estufa por cerca de 40 minutos, pesados um a um e adicionado em cada um deles a 
quantidade de 0,25g de amostra. Cada saco foi selado e armazenado adequadamente 
para que posteriormente (quando as soluções tampões já estivessem preparadas) 
fossem colocadas no jarro do DAISY. Os sacos foram distribuídos equitativamente nos 
quatro jarros de digestão de modo a ocupar os dois lados do jarro. 
20 
 
De cada tratamento foram coletadas três amostras da dieta durante o 
experimento e incubadas em duplicata para 24 e 48 horas, com quatro repetições, uma 
para cada rúmen artificial (jarro). Cada jarro continha a mesma dieta. Esta incubação 
foi repetida para cada tratamento, separados e para as três coletas da dieta. 
Para a incubação, adicionou-se uma solução tampão junto com o líquido ruminal 
para dar estabilidade aos microorganismos. A solução A é formada por 10g de KH2PO4 
(dihidrogenofosfato de potássio), 0,5g de MgSO47H2O (sulfato de magnésio), 0,5 g de 
NaCl (cloreto de sódio), 0,1g de CaCl2H2O (cloreto de cálcio), 0,5g de uréia e 1L de 
água destilada. A solução B é formada de 15 g de Na2CO3 (carbonato de sódio), 1g de 
Na2S9H2O (sulfeto de sódio) e 100 mL de água destilada. 
Todos os utensílios para o inócuo foram mantidos em estufa a 39°C. Após a 
pesagem de cada reagente da solução tampão, completou-se com água destilada 
morna até 2.660ml para a solução A e 532ml para a solução B. A dissolução de alguns 
sais foi difícil, por isso foi necessário misturar bem as soluções A e B. O pH da solução 
tampão final na relação de 1:5 foi de 6,8 a 39°C, conforme recomendado por HOLDEN 
(1999). Cada jarro recebeu 1.600mL de solução. 
Após 24 horas, a metade dos sacos foram retirados do rúmen artificial, lavados 
em água corrente, secados na estufa por mais 24 horas e em seguida pesados. Após 
48 horas de incubação o restante dos sacos foram retirados, sendo realizados os 
mesmos procedimentos. 
Dentro de cada jarro foi adicionado, na hora da incubação, um saco como os 
outros, mas sem amostra da dieta, para que posteriormente fosse calculado um fator 
de correção. Como os sacos eram feitos de papel, poderia haver alguma degradação 
desse material pelos microorganismos ruminais. 
Realizou-se o cálculo da degradabilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de 
acordo com a seguinte fórmula: 
 
 
 
 
21 
 
3.4 Contagem de colônias de Escherichia coli nas fezes 
 
A incubaçãoe a leitura das Unidades Formadoras de Colônias (UFC) foram 
realizadas de acordo com a metodologia preconizada pelo Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento (MAPA), definida pela Instrução Normativa nº 62, de 26 de 
agosto de 2003, elaborada pela Secretaria de Defesa Agropecuária, que determina os 
procedimentos a serem utilizados no Sistema de Laboratório Animal do Departamento 
de Defesa Animal. 
Para a contagem de colônias de Escherichia coli,pesou-se 25g da amostra, 
adicionando 225ml de solução salina peptonada tamponada com vancomicina, 
cefsulodin e cefixime (SPT – VCC) e homogeneizado por aproximadamente 60 
segundos em sacos de ―stomacher‖ (diluição de 10-1). 
Foi inoculado 1mL de cada diluição em placas de Petri esterilizadas e 
adicionado a cada placa cerca de 15mL de ágar cristal violeta vermelho neutro bile 
glicose (VRBG), previamente fundido e mantido a 48°C em banho-maria. Após 
completa solidificação do meio, foram incubadas as placas em posição invertida em 
estufa com temperatura de 36°C por 24 horas. 
Para a leitura selecionou-se as placas que continham entre 15 e 150 colônias. 
Realizou-se a leitura com a contagem das colônias de coloração vermelha, rodeadas 
ou não por halo de precipitação da bile presente no meio, com 0,5 a 2mm de diâmetro. 
Selecionou-se três colônias típicas para replicação em tubos com ágar VRBG em 
estoque inclinado. 
 
 
3.5 Extrato etéreo das fezes 
 
Realizou-se três coletas de fezes dos animais para a determinação do extrato 
etéreo. A primeira coleta no dia que iniciou o experimento, a segunda coleta com 45 
dias que os animais estavam confinados e a terceira no final do experimento. Todos os 
animais do experimento tiveram fezes colhidas nas três coletas. A determinação do 
extrato etéreo foi feita de cada amostra de cada animal nas três coletas. 
22 
 
A dosagem de gordura das fezes foi realizada de acordo com a metodologia 
descrita por SILVA (1990), em aparelho tipo Goldfisch, com seis extratores tipo Soxhlet. 
As análises foram feitas em triplicata. 
Para a dosagem do extrato etéreo das fezes pesou-se 2 g das amostras úmidas 
em filtro de papel Whatman no 1. Lavou-se com 100 mL de água destilada e colou-se 
na estufa a 100 oC durante cinco horas.Após a secagem das amostras, adicionou-se 40 
mL de éter dietílico anidro a cada béquer. A extração durou quatro horas com 
velocidade de condensação de cinco gotas por segundo. A destilação do éter levou 
cerca de 20 minutos e a secagem dos béqueres levou 30 minutos em estufa a 105 oC. 
A diferença entre o último peso e o peso do béquer vazio correspondeu ao peso 
da gordura extraída. 
 
 
3.6 pH das fezes 
 
Durante o manejo de pesagem dos animais coletou-se uma amostra de fezes de 
cada animal para determinação do pH fecal. A determinação do pH fecal foi feito com 
peagômetro (PHMETER, PH-009) calibrado com água bidestilada. A determinação do 
pH foi feita em triplicata. 
 
 
3.7 Ganho de peso diário 
 
Foram realizadas três pesagens dos animais. Uma pesagem na entrada do 
experimento, outra pesagem com 45 dias de confinamento e a última pesagem ao final 
do experimento (90 dias). Os animais foram pesados individualmente, por meio de 
balança eletrônica aferida pelo INMETRO (0,1%), no curral de manejo. Os animais 
ficaram de jejum alimentar por 12 horas para minimizar o efeito do preenchimento 
ruminal. 
Realizou-se o cálculo do ganho de peso diário com a seguinte fórmula: 
 
23 
 
 
 
 
3.8 Análises estatísticas 
 
Os resultados do experimento foram analisados pela análise de variância de 
acordo com o teste t de Student, utilizando-se procedimento PROC GLM do programa 
computacional STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM (SAS, 2002). 
Utilizou-se o teste de Tukey para comparar as médias dos resultados obtidos. 
Dados referentes às UFC foram transformados para log10x. 
O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado com dez repetições por 
tratamento. 
 
 
24 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os dados referentes à função digestiva dos bovinos terminados em 
confinamento estão apresentados na Tabela 4. 
Pelos dados observados na Tabela 4, a salinomicina alterou significativamente 
(P<0,05) a degradabilidade in vitro da matéria seca das dietas. Já para MERCHEN & 
BERGER (1985), a inclusão de salinomicina na dieta de bovinos, não demonstrou 
diferença na degradabilidade da dieta. O favorecimento do crescimento de bactérias 
gram-negativas resultou em maior degradabilidade em 24h.Os dados encontrados 
neste experimento estão de acordo com os obtidos por CABRAL et al. (1999) que, 
trabalhando com ovinos em confinamento que recebiam 28 ppm/cab/dia de 
salinomicina, não observaram mudança na atividade de enzimas hepáticas, mas 
29,18% de aumento na conversão alimentar. 
De acordo com VIEIRA et al.(2004), salinomicina acrescida na dieta influenciou 
o ganho de peso diário, em relação a animais que não recebem suplemento. Nesta 
pesquisa, o ganho de peso médio diário não sofreu influencia pelo consumo de 
salinomicina (Tabela 4) assim como descrito por OLIVEIRA et al.(2009). Já 
McALLISTER et al. (1996) relatou uma redução do ganho de peso nos animais que 
receberam salinomicina na dieta. 
 
Tabela 4. Médias do extrato etéreo das fezes (EE), ganho de peso diário (GPD), 
unidade formadora de colônias (UFC), pH das fezes e degradabilidade in vitro da 
matéria seca (DIVMS). 
TRATAMENTO EE GPD UFC1 pH 
DIVMS 
24 h 48 h 
CONTROLE 3,35A 1,028A 9,329A 6,22AB 45,82B 56,25C 
SALINOMICINA 3,38A 0,924A 8,242A 6,31A 56,33A 75,46A 
LISOFOSFOLIPÍDEOS 2,51B 0,944A 7,656A 5,93B 47,37B 67,66B 
LEVEDURA 3,01AB 1,076A 8,519A 5,98B 54,54A 64,58B 
1
 Dados transformados para logaritmo de base dez 
A, B, C 
Letras maiúsculas distintas, na coluna, diferem estatisticamente (P<0,05) entre si pelo teste de 
Tukey 
25 
 
 
O valor mais alto encontrado para o pH das fezes do tratamento com 
salinomicina em relação aos demais tratamentos pode ser explicado pela inibição do 
crescimento de bactérias que produzem ácido lático, com uma consequente diminuição 
da concentração de lactato e um aumento do pH ruminal, como demonstrado por 
WALLACE (1994). O aumento do pH ruminal melhorou a função digestiva do animal, 
verificado pelo pH elevado nas fezes. 
O efeito dos lisofosfolipídeos na emulsificação do extrato etéreo da dieta pode 
ser observado pelos dados da Tabela 4. Esta observação se baseia no menor (P<0,05) 
valor de extrato etéreo nas fezes do tratamento com lisofosfolipídeos em relação aos 
demais tratamentos. A ação dos lisofosfolipídeos pode ter influenciado a digestibilidade 
in vitro da matéria seca da dieta em 48 horas. A emulsificação da gordura impregnada 
no alimento favorece a ação dos microorganismos ruminais. 
SILVA JÚNIOR (2009) destacou que os lisofosfolipídeos melhoram a utilização 
do alimento pelo animal, promovem a absorção de nutrientes no intestino delgado e 
melhoram o ganho de peso e a conversão alimentar. Neste trabalho o ganho de peso 
diário não sofreu influência da adição de lisofosfolipídeos na dieta. 
O uso de emulssificadores na alimentação de ruminantes pode potencialmente 
aumentar a utilização do alimento e, por sua vez melhora o desempenho animal 
(KAMANDE et al., 2000). O melhor aproveitamento da gordura da dieta (P<0,05) 
demonstra que este ingrediente na dieta leva a um melhor aproveitamento do alimento, 
e isso em grandes confinamentos reduz muito o custo com alimentação. 
O efeito de emulssificadores no ganho de peso de novilhas não foi demonstrado 
por PLASCENCIA et al. (2007) assim como neste trabalho. A ação dos 
emulssificadores na degradabilidade in vitro foi observadoneste trabalho, fato que não 
está de acordo com PLASCENCIA et al. (2007). 
A maior degradabilidade in vitro em 48 horas para o tratamento com 
lisofosfolipídeos está de acordo com os resultados demonstrados por CONG et al. 
(2009), que demonstrou o aumento da digestão da dieta, por meio da variação das 
concentrações de ácidos graxos voláteis com a inclusão de aditivos alimentares como 
os emulssificadores. Estes ingredientes interferem com a membrana celular de 
26 
 
bactérias e também podem atuar diretamente nos microorganismos ruminais de 
maneira similar aos antibióticos, desestabilizando o equilíbrio iônico das bactérias 
(SILVA JÚNIOR, 2009). 
O aumento da utilização da gordura da dieta e a melhora da degradabilidade 
demonstrados neste trabalho não estão de acordo com os resultados obtidos por XING 
et al. (2004), visto que eles obtiveram aumento no ganho de peso, mas não 
encontraram diferenças na degradabilidade. 
A adição de emulssificadores na dieta pode potencializar a degradabilidade dos 
alimentos como demonstrado por YUAN et al.(2010). Os dados encontrados pelos 
autores estão de acordo com os demonstrados nesse trabalho, aonde os 
emulssificadores melhoraram a degradabilidade in vitro da material seca. 
O favorecimento da degradabilidade da dieta e o melhor aproveitamento da 
gordura da dieta por ação dos lisofosfolipídeos foi demonstrado também pelo valor do 
pH fecal (P<0,05). Os lisofosfolipídeos aumentam a absorção de nutrientes, 
especialmente as gorduras, evitando fermentações indesejáveis e aumentando o 
aproveitamento pelo animal (SILVA JÚNIOR, 2009). 
A alteração da degradabilidade in vitro da matéria seca pode ser a explicação de 
um pH menor (P<0,05) das fezes para o tratamento com levedura. A Saccharomyces 
cerevisiae atua na degradabilidade reduzindo a disponibilidade de oxigênio no rúmen 
favorecendo o aumento e a ação dos microorganismos anaeróbicos (NEWBOLD et al., 
1996). 
Não houve alterações no ganho de peso diário para o tratamento com inclusão 
de levedura na dieta. Este dado também foi encontrado por PEREIRA et al. (2001), 
QUEIROZ et al. (2004) e GATTASS et al. (2008). No entanto, outras pesquisas 
demonstraram a eficiência das leveduras no aumento do ganho de peso como é o caso 
dos trabalhos de MIRANDA et al. (1999) e CARVALHO et al. (2009). 
Com a suplementação de probióticos como as leveduras e seus componentes, 
ocorre uma melhora das funções ruminais, a seleção de microorganismos faz com que 
haja um decréscimo dos ácidos graxos voláteis totais do rúmen e um aumento do pH 
ruminal (THRUNE et al., 2007). Este resultado pode ser a explicação para uma maior 
degradabilidade in vitro observada para o tratamento com levedura em relação ao 
27 
 
tratamento controle, tanto em 24 quanto em 48h. Verificou-se também que a diminuição 
de acetato e butirato favorecem a fermentação ruminal. 
Para de saber os efeitos da levedura na degradabilidade de silagem de milho no 
rúmen GUEDES et al. (2008) realizaram um trabalho e concluíram que a incorporação 
de levedura aumentou o pH do rúmen (P<0,01) e diminuiu a concentração de lactato e 
a relação acetato:proprionato (P>0,01). Porém não houve efeito no teor em N-NH3. A 
incorporação de levedura a taxas mais elevadas aumentou a concentração de ácidos 
graxos voláteis (AGV) no rúmen (P<0,01) relativamente à dieta controle e estimulou a 
atividade fibrolítica da população microbiana avaliada pela degradação das fibras em 
detergente neutro (FDN) das silagens. Este dado reforça também os resultados de 
maior degradabilidade encontrados neste trabalho. O efeito estimulante da atividade 
fibrolítica foi mais acentuado nas silagens de menor degradabilidade e não foi 
observado com o nível mais baixo de levedura. Os resultados apresentados por 
GUEDES et al. (2008) demonstraram que a cepa de levedura utilizada se revelou 
eficaz em conter a descida de pH e em reduzir a concentração de lactato no rúmen e, 
por isso, tem potencial para reduzir o risco de ocorrência de acidose em dietas à base 
de silagem de milho e aumentar a degradabilidade da dieta. 
A capacidade das leveduras de manter o pH ruminal contribuindo para o 
suprimento de nutrientes para a população bacteriana (WALLACE, 1994; GUEDES et 
al., 2008) pode ser um dos fatores do melhor desempenho dos animais no tratamento 
com levedura, embora não se tenha percebido diferença significativa no ganho de 
peso, numericamente o valor foi maior. Essa diferença embora pequena pode 
representar muito em grandes empreendimentos de confinamento. Animais com maior 
ganho de peso são terminados mais rapidamente e diminuem os custos com 
alimentação. 
De acordo com os dados apresentados por CARVALHO et al. (2009), animais 
consumindo levedura obtiveram um menor tempo de desaparecimento da matéria seca 
na digesta ruminal e um maior tempo para renovação dessa digesta, embora o 
consumo de matéria seca não foi alterado em relação ao grupo controle. Esse dado 
confirma os resultados de degradabilidade em 24 e 48h demonstrados neste trabalho. 
O tempo mais elevado para renovação da digesta acarreta em maior tempo para os 
28 
 
microorganismos digerirem a mesma, favorecendo sua ação (WALLACE et al., 1994 e 
NEWBOLD et al., 1996). 
Sobre as doses de leveduras a serem utilizadas, vários pesquisadores 
encontraram diferenças tanto entre respostas quanto entre as doses que influenciaram 
ou não alguma característica produtiva. SANTOS et al. (2006) trabalharam com 
0,5g/cab/dia de levedura e não encontraram resposta sobre o ganho de peso. Já 
MIRANDA et al. (1999) ao fornecerem 10 g/cab/dia de levedura encontraram, resposta 
positiva no consumo de matéria seca e no ganho de peso, quando comparado com o 
grupo não suplementado com leveduras. No experimento realizado e que resulta neste 
trabalho não encontrou-se resposta sobre o ganho de peso para a dose de 8 g/cab/dia. 
Quando ZEOULA et al. (2008) testou o uso de 5 g/cab/dia de levedura puderam 
concluir que o consumo de matéria seca não alterou significativamente entre os 
tratamentos, mas observaram diferenças significativas entre os tratamentos para o 
coeficiente de degradabilidade total, ruminal e intestinal. Para eles a levedura melhorou 
a degradabilidade, resultado também encontrado nesta pesquisa e demonstrado neste 
trabalho. 
A dosagem de 1g/100kg de PV utilizado por GATTASS et al. (2008) não 
influenciou nenhuma variável de consumo analisada. Estes resultados provavelmente 
foram obtidos devido ao baixo nível de inclusão das leveduras (4,375 g/cab/dia) e do 
tipo da dieta, uma vez que a dieta oferecida aos animais foi 1:1 para a relação 
concentrado/volumoso. 
Não foram observados efeitos dos tratamentos sobre as UFC das fezes. Tanto o 
controle quanto os demais tratamentos apresentaram valores semelhantes (P>0,05) 
EICHER et al. (2010) demonstraram efeito positivo sobre a contagem de E. coli com 
adição de parede celular de leveduras na dieta. De acordo com BAURHOO et al. 
(2007), os mananoligossacarídeos diminuíram a contagem de UFC de E. coli. 
FRANKLIN et al. (2005) e HEINRICHS et al. (2003) demonstraram os efeitos benéficos 
das leveduras sobre a imunidade passiva e sobre o aparecimento de diarréias 
respectivamente, confirmando os efeitos desse ingrediente sobre os patógenos de 
microorganismos. 
 
29 
 
5 CONCLUSÕES 
 
 
A adição de salinomicina na dieta provocou aumento na degradabilidade in vitro 
da matéria seca tanto para 24 quanto para 48 horas. A seleção de microorganismos 
celulolíticos se mostrou eficaz com o uso de antibiótico ionóforo. 
A adição de lisofosfolipídeos na dieta resultou em uma menor perda de gordura 
pelas fezes, mostrando que houve um aproveitamentomelhor da energia da dieta pelo 
animal. 
A levedura Saccharomyces cerevisiae aumentou a degradabilidade in vitro da 
matéria seca da dieta com alta proporção de grãos para bovinos em regime de 
confinamento. 
 
30 
 
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