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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 29 
secretariaead@funec.br 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Zootecnia II 
 
A ÁGUA NA NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Enquanto os problemas relacionados à crise da água são grandes desafios a 
serem enfrentados na atualidade, é clara a exigência do organismo animal por esse 
fluído, que é o mais abundante do organismo. A educação básica tem ensinado sobre 
as necessidades de água para o bom funcionamento de diversos tecidos do orga-
nismo animal, como a pele, o desempenho produtivo e a saúde de modo geral. É 
comum ouvir no dia a dia frases como “se você está se sentindo doente, limpe seu 
corpo bebendo água”, “se você não beber uma quantia suficiente de água seu cabelo 
pode cair”, “o consumo de água pode reduzir o apetite e fazer você perder peso”, “você 
pode saber se está hidratado pela cor de sua urina: ela deve ser clara”, entre outras. 
Essas afirmações possuem consideráveis verdades sobre o consumo de água, uma 
vez que o organismo possui mais de 70% de água em sua composição, sendo cerca 
de 60% do peso corporal de um animal adulto (40% no meio intracelular e 20% no 
meio extracelular, e dos 20% do meio extracelular, 15% é fluido intersticial e 5% com-
põe o plasma). Esse fato demonstra que a água é um dos mais importantes nutrientes 
para a manutenção da vida, pois é exigido em todos os processos metabólicos, atrás 
apenas do oxigênio. 
O principal sinal clínico-físico da falta de fornecimento de água para o orga-
nismo é a sede, embora o turgor da pele, o pulso e a pressão sanguínea possam 
permanecer normais em um curto período de tempo de privação. Entretanto, dados 
laboratoriais relatam significantes diferenças entre um organismo desidratado quando 
comparado ao organismo hidratado, como a diminuição do volume urinário, o aumento 
da concentração de solutos na urina como o cloro e o sódio vindos do sangue e tam-
bém a alta concentração de ureia. A perda de 20% de água corporal pode levar o 
animal à morte. Dito isso, devemos ter em mente que a água na produção animal 
possui três dimensões: ser um recurso natural finito, o qual é ameaçado em sua qua-
lidade e quantidade; ser um fator de produção, viabilizando a produção de alimentos 
aos humanos e, por fim, como alimento para os animais. 
AULA 3 
mailto:secretaria@funec.com.br
 
 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 30 
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GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Zootecnia II 
 
2. A ÁGUA NO ORGANISMO ANIMAL 
 
Entre os inúmeros papéis desempenhados pela molécula de 
água no organismo, a regulação da temperatura corporal, a importân-
cia na reprodução e no crescimento e a influência na digestão dos ali-
mentos e no metabolismo de excreção são fundamentais na manutenção da vida. 
De modo mais completo, as principais funções da água são: 
1. Constituinte dos fluídos corporais: 
o Cérebro-espinhal: protege o sistema nervoso; 
o Sinovial: lubrifica as juntas; 
o Auricular: transporte de ondas sonoras; 
o Intra-ocular: importante no processo da visão; 
o Amniótico: protege o feto. 
2. Regulação da pressão osmótica intracelular realizada através da ingestão 
e eliminação de água e/ou eletrólitos na urina; 
3. Regulação da temperatura corporal devido a seu alto calor específico e a 
uso dos mecanismos de evaporação cutânea e pulmonar. O alto calor específico apre-
sentado pela água significa dizer que cada grama de água necessita de muito calor 
para elevar muito pouco sua temperatura ou que ela é capaz de absorver grandes 
quantidades de calor com uma elevação mínima da temperatura corporal; 
4. Principal componente das secreções animais: leite, ovos, secreções hor-
monais e enzimas digestivas, fetais e do crescimento; 
5. Participa nos processos de hidrólise na digestão, a absorção dos nutrientes 
no trato digestivo, o transporte de todos os componentes químicos do organismo, o 
metabolismo intermediário nos tecidos e a excreção de seus produtos o que a faz ser 
o solvente universal; 
6. Componente corporal com maior taxa de reciclagem; 
7. Dispersante ideal devido ao seu poder ionizante; 
8. Boa condutora da eletricidade o que é importante na transmissão neural; 
9. Participante da homeostase orgânica mantendo o equilíbrio ácido-base 
 
Três são as fontes de fornecimento de água para o organismo animal: água 
livre ou dessedentação; água embutida no alimento e água metabólica. 
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DISCIPLINA: Zootecnia II 
 
A água livre é a água de bebida geralmente fornecida em bebedouros. É a 
principal fonte para os animais, devendo apresentar certas características que afetam 
sua qualidade e, consequentemente, seu consumo direto. 
Fatores que afetam o consumo de água de bebida: 
1 - Temperatura e umidade relativa do ambiente: normalmente o consumo de 
água aumenta quando o animal está por fora das suas condições de conforto. O au-
mento do calor ambiente leva a um incremento da transpiração que, por sua vez, eleva 
as necessidades de água consumida; sob condições de baixa temperatura também 
acontece aumento quanto às exigências de água de bebida porquanto ocorre o cata-
bolismo das proteínas orgânicas. Os efeitos das variações na temperatura ambiente 
sobre o consumo de água também estão associados com a condição fisiológica do 
animal: frangos de corte, por exemplo, dobram o consumo de água quando a tempe-
ratura ambiente passa de 22 para 32 ºC entanto que as poedeiras triplicam o consumo 
de água quando a temperatura passa de 21 para 37ºC; 
2 - A própria temperatura da água: os animais diminuem a ingestão voluntária 
de água quando a temperatura desta é menor que 6 ºC ou superior a 36 ºC; 
3 - Fatores da dieta: 
(a) Consumo da matéria seca: dentro dos intervalos de temperatura de con-
forto o consumo de água está diretamente relacionado com o consumo de 
matéria seca; 
(b) Altos teores de água no alimento reduz o consumo desta; 
(c) Altos teores de sais e proteína aumenta o consumo de água. 
4 - Tipo de sistema urinário: as aves exigem menor quantidade de água do 
que os mamíferos em percentagem de peso vivo devido ao tipo de excreção do nitro-
gênio urinário. Entanto as aves excretam ácido úrico, que necessita menor quantidade 
de água para sua eliminação, os mamíferos precisam de mais de 100 g de água para 
eliminar tão só 1 g de ureia; 
5 - Idade e estado fisiológico do animal: para cada kg de peso vivo os animais 
jovens necessitam mais água que animais de maior idade. Por sua vez, as vacas em 
lactação precisam mais água (em média para cada litro de leite produzido, são neces-
sários 873 g de água). As porcas em lactação também consomem mais água que as 
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gestantes e estas mais que os animais em crescimento. As aves poedeiras, sob con-
dições normais, fora do período de postura consumem 166 ml de água/dia; este valor 
aumenta a 306 ml visto que a produção de um ovo exige de 37 g de água; 
6 - A qualidade d’água afeta o seu próprio consumo: 
(a) Água de boa qualidade para consumo deve ser incolor, insípida e inodora, 
com pH entre 7,0 e 7,2 (níveis de pH acima de 7,2 indicam alcalinidade o que 
sugere a necessidade de se pesquisar os níveis de cálcio e magnésio) e livre 
de contaminação bacteriana. 
(b) Água de boa qualidade deve ter menos do que 2500mg/litro de sólidos 
dissolvidos; 
(c) As águas que tenham acima de 1g de sulfatos/litro podem produzir diar-
reias; 
(d) A presença de elementos como nitratos, flúor, ferro e molibdênio em ex-
cesso são extremadamente tóxicos. Níveis de 100 a 200 ppm de nitratos na 
água, por exemplo, são potencialmente tóxicos. 
 
O consumo de água embutida nos alimentos é extremamente variável e de-
pende da composição dos alimentos no momento da ingestão. As células de plantas 
jovens apresentam conteúdo de água mais elevado, que declina com a maturação. 
Efeitos nutricionais atribuídos ao conteúdo de água podem ser consequência do vo-
lume celular que contém a água da planta viva. Por exemplo, as forragens colhidas 
durante o pastejo sofrem ação de intempéries e podem mudar drasticamente de com-
posição ao longo dos dias; para alimentos concentrados, isso depende do momento 
da colheita dos grãos de leguminosas e cereais e também do processo de beneficia-
mento. O armazenamento, tanto para volumosos como para concentrados, também 
influencia a quantidade de água. Alimentos concentrados sofrem ação da umidade 
ambiente e podem ter a composição modificada. Entre os volumosos armazenados, o 
feno tem <10% de água, e a silagem tem cerca de 65-75%. 
A água metabólica refere-se à água formada durante o processo de oxidação 
dos H2 contidos em proteínas, carboidratos e gorduras a nível de metabolismo celular. 
As gorduras produzem maior quantidade de água metabólica do que carboidratos e 
proteínas (Tabela 1). 
 
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Tabela 1 – Produção de água metabólica em diferentes nutrientes. 
Nutriente Água metabólica (média) 
Carboidrato 60% 
Proteína 42% 
Lipídeo >100% 
Fonte: adaptado de Nunes, 1998 por Silva e Netto, 2019. 
 
 
2.1 O balanço de água nos animais 
 
Vários fatores podem influenciar no consumo de água como bebida pelo ani-
mal, que representa de 70 a 97% do fornecimento diário de água para o organismo. 
Os fatores podem ser inerentes ao animal (idade, atividade, estado fisiológico e gené-
tica), inerentes à produtividade (ingestão de matéria seca, tipo de dieta, taxa de ganho 
de peso e produção de leite) e também inerentes ao ambiente (umidade, temperatura 
e velocidade do vento). Por outro lado, os rins têm um papel fundamental no equilíbrio 
da quantidade de água no organismo. O hormônio antidiurético controla a reabsorção 
de água pelos túbulos e ductos renais, afetando a excreção de água. Assim, quando 
há restrição quantitativa do fornecimento de água ao animal, o corpo pode reabsorver 
uma quantia de água não usual, concentrando a urina. Esse recurso pode reduzir a 
exigência de água a ínfimas quantidades diárias, implicando em uma limitação tem-
poral. 
A idade é um dos fatores inerentes ao animal que influencia o consumo de 
água. Animais jovens possuem uma taxa de renovação mais rápida, o que exige maior 
suprimento de água ao organismo, proporcionalmente. Quanto à atividade física, a 
influência no consumo de água é óbvia, pois quando há aumento da taxa de produção 
de calor produzido pela oxidação de metabólitos para gerar energia eleva-se a quan-
tidade de calor embutida no animal. Como estratégia de resfriamento, o organismo 
emprega mecanismos como a sudorese e a respiração, excretando grande volume de 
água corporal na forma líquida e gasosa, respectivamente. 
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Quanto ao estado fisiológico, há aumento na exigência de água durante a 
gestação, tanto para o crescimento fetal como para a manutenção da fluidez do am-
biente uterino a fim de proporcionar um melhor desenvolvimento fetal. Outro estado 
fisiológico que exige extremas quantidades de água é a lactação, que direciona o ani-
mal a um maior consumo de alimentos (aumentando a ingestão de água embutida nos 
alimentos) e aumenta o metabolismo de eliminação e consumo de água, além da pro-
dução de leite propriamente dita, para suprimento das exigências da cria e consumo 
humano. No caso do leite bovino, 87% de sua composição é água. 
Em relação às raças, a variabilidade das exigências se baseia no 
nível de produtividade e na adaptabilidade ao meio. 
Por exemplo, no caso dos bovinos, uma vaca zebuína extremamente adap-
tada ao clima quente tropical com níveis de produção inferiores aos de uma vaca tau-
rina pouco adaptada ao clima demonstram menor exigência de consumo de água, 
tanto para secreção de leite como para resfriamento corporal. Tratando de produtivi-
dade, um animal altamente produtivo exige maior consumo de alimento, o que produz 
aumento na produção de calor no processo de digestão e exige maiores quantidade 
de água para manutenção da fluidez dos nutrientes no TGI. Portanto, quanto mais 
produtivo um animal é, tanto maior é o seu consumo de água. Além disso o aumento 
na produção de carne e leite eleva a necessidade de água concomitantemente, pois 
a proteína muscular é composta por 42% de água, e o leite, por 87%. 
O tipo de dieta influencia o consumo de água principalmente em relação a 
concentração de sal e proteína, pois uma maior quantidade desses nutrientes incluí-
dos na dieta aumenta a necessidade de excreção, aumentando também o volume de 
urina e, consequentemente, o volume exigido de água. Do mesmo modo, alimentos 
mais secos aumentam a necessidade de ingestão de água para a manutenção da 
fluidez do TGI, e o inverso é verdadeiro para alimentos mais úmidos. 
O aumento da temperatura ambiente aumenta a exigência de água dos ani-
mais, uma vez que ela é fundamental para a manutenção da termoneutralidade cor-
poral (Tabela 2). 
 
Tabela 2 – Efeito do aumento da temperatura sobre a exigência de água para vacas. 
Temperatura (ºC) Ingestão de água (L/kg de MS*) 
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10-15 3,6 
15-21 4,1 
21-27 4,7 
>27 5,5-6,4 
Fonte: adaptado de Church, 1998 por Silva e Netto, 2019. 
* MS = matéria seca. 
Vacas acima de 100 kg de peso corporal, não gestantes, não lactantes, ingerindo água não salina. 
 
 
3. PARTICULARIDADE DOS PRINCIPAIS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 
3.1 Bovinos 
 
Iniciaremos a discussão sobre as exigências dos principais animais domésti-
cos pela vaca leiteira, um dos animais que mais sofre com a privação de água. Sua 
alta exigência deve-se à excessiva secreção no leite, formado por cerca de 87% de 
água. A exigência deve ser atendida com mais intensidade se tratarmos de animais 
altamente produtivos, mesmo que a eficiência na utilização de água (kg de água/kg 
de leite) seja menor. 
Cerca de 56 a 81% do peso total de uma vaca é água. Estado fisiológico e 
condição corporal afetam nessa porcentagem de água no corpo do animal. Vacas no 
início da lactação possuem mais água corporal do que vacas no final da lactação, e 
vacas no final da lactação possuem menos água do que vacas secas no final da ges-
tação (69 vs. 64,7 vs. 62,4%). Vacas gordas têm menos água corporal do que vacas 
magras (não é a água metabólica) e, como já dito, vacas jovens têm mais água cor-
poral do que vacas velhas. 
Vacas em início da lactação possuem mais água no TGI do que vacas no fim 
da lactação e gestação (15 vs. 10,5%), onde o tempo de permanência da água é es-
timado em 62 minutos para vacas lactantes. A perda de água corporal da vaca leiteira 
ocorre pela produçãode leite, excreção de urina, excreção fecal, suor e pulmões, em 
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forma de vapor de água. A perda de água pela produção de leite por uma vaca pro-
duzindo 33 kg de leite/dia foi cerca de 30% do total de água consumida (água de 
bebida mais água embutida em alimentos), e o mesmo valor foi encontrado como per-
das por fezes. Já a perda via urina está na faixa de 20%. 
Cerca de 83% da água consumida por uma vaca lactante é por bebida (Nocek 
e Braund,1985 apud Silva e Netto, 2019). O teor de umidade da dieta pode afetar o 
consumo, pois quando em pastagem, onde o alimento é rico em água, o consumo de 
água de bebida é cerca de 38% do consumo total de água diário. Além da umidade 
da dieta, as concentrações de sódio e potássio e proteína bruta da dieta e temperatura 
ambiental costumam ter efeito sobre consumo de água. Cada grama de sódio consu-
mido aumenta 0,05 kg/dia de água consumida. A quantidade de forragem da dieta 
pode aumentar a exigência de água devido à perda de água pelas fezes e urina. 
O aumento da temperatura de 18 para 30 ºC aumenta em 29% o consumo de 
água e diminui a perda de água fecal em 33%. Além disso, o animal perde maior 
quantidade de água via urina, suor e respiração, no intuito de manter a homeotermia, 
levando a perda de 15, 59 e 50% de água, respectivamente. A exposição de vacas 
leiteiras à luz do sol aumenta em 18% o consumo de água se comparado a animais 
em mesmas condições de temperatura mas com sombra à disposição. 
O consumo de água por vacas leiteiras ocorre principalmente por meio da 
alimentação e ordenha, mas varia muito ao longo do dia, uma vez que quanto maior 
o fornecimento de alimento durante o dia, maior o consumo de água e de alimentos. 
A vaca pode beber de 4 a 15 kg de água/minuto. Recomenda-se fornecimento de no 
mínimo 5 centímetros de espaço por vaca no bebedouro no intuito de maximizar o 
consumo de água, sendo 90 centímetros de bebedouro o ideal total. Recomenda-se 
ainda um bebedouro para cada 10 vacas. 
A temperatura da água de bebida das vacas deve estar entre 17 e 28 ºC, nem 
muito fria nem muito quente. Experimentos que estudaram a temperatura da água 
fornecida às vacas observaram grande variação nos resultados (devido às condições 
ambientes do estudo), mas temperaturas acima de 24ºC têm sido correlacionadas a 
baixo consumo de água. 
O consumo de água de bezerros ocorre principalmente via dieta líquida (leite 
ou sucedâneo de leite). Entretanto, reconhece-se que o fornecimento de água na pri-
meira semana de vida aumenta o ganho de peso e inicia mais rapidamente o consumo 
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de alimentos secos. O consumo passa de 1 litro por dia na primeira semana para 2,5 
litros por dia na quarta semana de vida. 
O caso dos bovinos de corte é semelhante ao que foi apresentado até aqui. 
Assim como para a vaca leiteira, os fatores de maior impacto para o consumo de água 
são o consumo de matéria seca, a temperatura ambiental e o estágio e o tipo de pro-
dução em que o animal se encontra, intimamente relacionado ao peso do animal. 
Os resultados de pesquisas sobre contaminantes da água e seus possíveis 
efeitos no desempenho de ruminantes costumam variar muito. Os maiores problemas 
são salinidade (cloreto de sódio e outros componentes), sólidos dissolvidos totais e 
sais solúveis totais (bicarbonato, sulfato, cálcio, magnésio e sílica), além do ferro, ni-
trato, estrôncio, potássio, carbonato, fósforo, boro e flúor. 
A dureza da água está relacionada à quantidade de cálcio e magnésio pre-
sentes nela. Não costuma interferir no desempenho de animais de produção, mas seu 
efeito pode potencializar o efeito negativo da água já salina, acarretando em diminui-
ção do desempenho. 
A quantidade de nitrato lixiviado aos rios é altamente relacionada ao uso 
agressivo de fertilizantes químicos e biológicos nos campos de agricultura. Usual-
mente, grande quantidade de nitrato é convertida em nitrito no rúmen de animais ru-
minantes, por ser altamente tóxicos aos animais. Sob circunstâncias normais, o nitro-
gênio da molécula de nitrito é convertido em amônia pelos microrganismos ruminais, 
mas pode ocorrer envenenamento caso haja excesso na ingestão. 
O nitrito é absorvido na corrente sanguínea, reagindo com a hemoglobina e 
formando metahemoglobina. Essa reação reduz drasticamente a capacidade das he-
mácias de carregar oxigênio, caracterizando a meta-hemoglobinemia. 
Sinais desse de intoxicação por nitrito incluem fraqueza, ataxia, tremor, hiper-
sensitividade, dificuldade respiratória e aumento do pulso cardíaco. Em muitos casos 
pode ocorrer aborto e morte do animal. O envenenamento pode ser tratado com solu-
ção aquosa de azul de metileno endovenosa e óleo mineral oral. 
 
3.2 Aves 
 
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São vários os trabalhos científicos que elucidam a importância da qualidade e 
da quantidade de água oferecida na avicultura ao demonstrarem problemas de de-
sempenho significantes em caso de privação de consumo. Assim como em outras 
espécies animais, a água participa de muitos eventos metabólicos, mas tem como 
principais funções promover o transporte de nutrientes entre células e a retirada de 
substâncias tóxicas do organismo. 
Além das principais formas de perdas de água pelo organismo (respiração, 
transpiração e a excreção por fezes e urina), outra fonte de perda pode ser caracteri-
zada para galinhas poedeiras, que é a água contida no ovo. Um ponto negativo da 
fisiologia dos frangos é a ausência de glândulas sudoríparas, impedindo que exista 
processo de transpiração como recurso de manutenção da homeotermia. Assim, a 
respiração é o recurso mais importante para controle da temperatura corporal em 
aves, uma vez que um grama de água exige 0,575 kcal de energia para evaporar. 
A temperatura ambiental e a umidade relativa do ar afetam drasticamente as 
perdas de calor pela respiração. Leeson e Summers (1997 apud Silva e Netto, 2019) 
indicam que somente 12% do calor total corporal pode ser dissipado pela evaporação 
em frangos mantidos à 10 ºC. Mas, quando a temperatura está entre 26 e 35 ºC, esse 
recurso homeotérmico pode ser responsável por 50% da perda total de calor corporal. 
Em ambientes de alta umidade, a perda de calor pela pele pode ser ainda mais preju-
dicada, e a temperatura alta pode ocasionar que perdas por evaporação se igualem 
ao consumo de água, exigindo cuidado na ventilação dos aviários. 
Nas fezes, 20 a 30% do total de água consumida é perdido, mas a excreção 
urinária é a que carreia maior quantidade de água do organismo. Como em outras 
espécies, vários são os fatores que afetam as perdas de água em aves, como tempe-
ratura e umidade do ambiente, composição mineral da dieta e da água, teor de prote-
ína da ração, nível de consumo e nível de saúde e estresse. 
Devido ao mecanismo de maior turn-over de água em animais mais jovens 
em comparação a aves mais velhas e pesadas, momentos de maior estresse calórico 
são benéficos ao pinto no sentindo de manutenção da homeotermia, uma vez que se 
trata de uma categoria mais suscetível a fatores ambientais. 
Quando uma ave passa por falta de consumo de água, a água sai por osmose 
das células em direção aos vasos 
sanguíneos na tentativade manter a 
 
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circulação sanguínea, mantendo o débito cardíaco. Com a ocorrência da desidratação 
celular, renina é secretada pelos 
rins. A renina converte o angio-
tensinogênio produzido no fígado 
em angiotensina I e a enzima con-
versora converte-a a angiotensina II, 
desencadeando um processo de 
consumo de água na ave e ativando 
o centro da sede no hipotálamo, além de promover retenção renal de água e sais. 
Como em outras espécies, o consumo de água em aves sofre interferência da 
genética, idade, sexo (Tabela 3), temperatura ambiente, temperatura da água, umi-
dade relativa do ar, composição da dieta e forma física do alimento. 
É relatado maior consumo de água se há peletização da dieta de aves, mas 
não devido ao processo em si, e sim pelo efeito indireto da elevação do consumo 
desses animais quando há fornecimento de alimento peletizado. 
 
3.3 Equinos 
 
A fisiologia da homeostase da água no organismo dos equinos se assemelha 
a de outras espécies já citadas e, assim como em outras espécies, a dieta é fator 
determinante no consumo de água pelos equinos. A qualidade da água também segue 
os mesmos princípios já citados anteriormente. 
Estima-se que são consumidos de dois a três litros de água para cada quilo-
grama de matéria seca ingerida, mas a prática de atividade física pode aumentar o 
consumo em 20 a 300%. A restrição do consumo de água pode levar a uma depreci-
ação do apetite e redução no consumo voluntário de alimentos. Estudos de compor-
tamento de ingestão de água por equinos à pasto relatam ingestão de água de duas 
a três vezes ao dia, mas mais pesquisas devem ser feitas para elucidar tal informação. 
 
3.4 Suínos 
 
Fonte: adaptado de Ingraci et al., 1995 por Silva e Netto, 2019. 
Tabela 3 – Efeito do sexo sobre o consumo de 
água de frangos nas semanas iniciais de vida em 
mL/dia. 
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A atividade de criação de suínos possui alta demanda de água, tanto para o 
consumo pelos animais como para a limpeza e higienização das instalações, promo-
vendo a manutenção do bem-estar dos animais. Um ponto importante é utilizar o con-
sumo de água como indicador de saúde dos animais, ou seja, quando há a redução 
de consumo de água por três dias consecutivos ou uma redução de 30% em um 
mesmo dia pode ser um indicativo de problemas de saúde. Entre os fatores que inter-
ferem no consumo de água pelos suínos estão o peso do animal, a qualidade da água, 
a salinidade da água, a temperatura da água e do ambiente, a umidade relativa do 
ambiente e do alimento, o nível de consumo de alimentos sólidos, teor de proteína, 
sal e de fibra da dieta, a condição de saúde, tipo e regulagem do bebedouro. 
O consumo médio de água por suínos com peso corporal entre 36 
a 97 kg é 5,5 L/animal/dia (com peso corporal de 25 kg consomem 2 litros 
e com peso corporal de 110 kg consomem 6 L/animal/dia). Harper (2006 
apud Silva e neto, 2019) indica que na fase de crescimento os animais consomem 2,0 
a 5,0 L/animal/dia e na fase de acabamento consomem de 4,0 a 10,0 L/animal/dia. A 
temperatura ambiental afeta o consumo de água dos suínos. 
Embora não haja resultados consistentes na literatura, estudos demonstram 
que a temperatura ambiental indo de 22ºC para 35ºC aumenta em média 60% o con-
sumo de água dos animais (ciclo completo), sendo que os animais jovens podem au-
mentar o consumo de água em até 80% em estresse calórico. 
Como resumo prático recomendado, tem-se que os intervalos entre consumos 
de água de acordo com o peso são:1,0 a 3,2 L/animal/dia (7-22 kg); 3,2 a 4,5 L/ani-
mal/dia (23-36 kg); 4,5 a 7,3 L/animal /dia (36-70 kg) e 7,3 a 10 L/animal/dia (70-110 
kg). Além disso, outra estimativa de consumo de água pode ser feita em relação ao 
consumo de ração em que valores de 2 a 2,5 L/kg de ração, sendo a ração na base 
de matéria seca. 
O consumo de água para limpeza de instalações entre as saídas e entradas 
de lotes é estimado em 25 L/suíno acabado e 600 L/porca/ano. Porém, a variação é 
enorme e a limpeza diária deve ser feita com raspagem e varredura. 
Neste tipo de criação a qualidade da água segue os mesmos princípios já 
apresentados, mas a quantidade de água utilizada deve ser monitorada para maximi-
zar seu uso eficiente. Uma medida recomendada é o uso de sistema de medição da 
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quantidade de água consumida, no intuito de promover a segurança hídrica da propri-
edade. Deve-se colocar um medidor em cada galpão de forma segmentada, e outro 
medidor para a quantidade de água utilizada na limpeza. A medição deve ser feita no 
mínimo mensalmente, mas a frequência deve ser maior em períodos de seca por oti-
mizar o uso desse recurso natural finito. 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
1 - A água influencia diretamente a temperatura corporal dos animais devido ao seu: 
a) Baixo calor específico. 
b) Alto poder ionizante. 
c) Alto calor específico. 
d) Poder de condutividade elétrica. 
 
2 - Quais são as principais fontes de fornecimento de água para o organismo ani-
mal? 
a) Água livre, água de alimentos e água atmosférica. 
b) Água livre, água embutida no alimento e água metabólica. 
c) Água potável, água oceânica e água de condensação. 
d) Água de bebida, água de chuva e água metabólica. 
 
3 - A temperatura da água pode afetar o consumo pela seguinte razão: 
a) Temperaturas mais altas sempre aumentam o consumo. 
b) Temperaturas mais baixas são essenciais para reduzir o calor corporal. 
c) Animais diminuem a ingestão quando a temperatura da água é muito alta ou 
muito baixa. 
d) A temperatura da água não influencia o consumo. 
 
4 - Qual é o efeito da presença de altos níveis de nitratos na água de bebida dos ani-
mais? 
a) Redução na capacidade das hemácias de carregar oxigênio. 
b) Aumento na produção de leite. 
Vá no tópico VÍDEO COMPLEMENTAR em sua sala virtual e 
acesse o vídeo “Água na nutrição animal”. 
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c) Melhoria na digestão dos nutrientes. 
d) Estímulo no crescimento dos tecidos. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1) ANDRIGUETTO, José Milton et al. As bases e os fundamentos da nutrição 
animal. Reimpressão. São Paulo: Nobel, 2006. 
2) CARVALHO, H. H. et al. Alimentos: métodos físicos e químicos de análise. 
Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002. 
3) NRC. Mineral tolerance of domestic animals. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1980 
4) NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2001 
5) NRC. Nutrient requirements of swine. 10.ed. Washington, D.C.: The National 
Academies Press, 1998. 
6) NRC. Nutrients and toxic substances in water for livestock and poultry. Wa-
shington, D.C.: The National Academies Press, 1974 
7) NRC. Nutrients requirements of beef cattle. 7.ed. Washington, D.C.: The Nati-
onal Academies Press, 1996 
8) NRC. The nutrient requirements of horses. 6.ed. Washington, D.C.: The Natio-
nal Academies Press, 2007 
9) PESSOA, Ricardo AlexandreSilva. Nutrição animal: conceitos elementares. 1. 
ed. São Paulo: Editora Érica, 2014. 
10) SILVA, Thiago Henrique da; NETTO, Arlindo Saran. A água na nutrição animal. 
In: ARAÚJO, Lúcio Francelino; ZANETTI, Marcus Antônio (Eds.). Nutrição Ani-
mal. Barueri: Manole, 2019. 
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