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15 AGRAVO CONTRA DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO DE TUTELA EM AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS EM FACE DOS FILHOS EM RAZÃO DE IMPOSSIBILIDADE PARA O TRABALHO

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7.15	Agravo contra decisão que indeferiu pedido de tutela provisória em ação de exoneração de alimentos movida pelo pai em face dos filhos em razão de impossibilidade para o trabalho (doença)
Excelentíssimo Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
M. A. R., brasileiro, casado, desempregado, portador do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, nesse ato representado por sua mulher e procuradora E. de G. R., brasileira, casada, aposentada, portadora do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, sem endereço eletrônico, residentes e domiciliados na Rua Joaquina de Jesus Oliveira Bento, nº 00, Boa Vista, Biritiba Ussu, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua João Vicente Amaral, nº 00, Centro, Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a r. decisão do Meritíssimo Juiz da Terceira Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes-SP, expedida nos autos do processo que move em face de D. D. R. e J. D. R., da mesma agravar por instrumento, com pedido liminar, observando-se o rito previsto nos arts. 1.015 a 1.020 do Código de Processo Civil, em conformidade com as inclusas razões.
Para tanto, junta cópia de “todo o processo” até esta data (petição inicial, procuração, documentos, decisão agravada, certidão de intimação da decisão agravada). Deixa de juntar cópia da procuração ad judicia dos réus, vez que esses ainda não foram regularmente citados nos autos. Reitera, nesta instância, o pedido de justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração de pobreza juntada nos autos originais e reproduzida neste instrumento.
O subscritor da presente petição DECLARA, sob as penas da lei, que todas as cópias que formam o presente instrumento CONFEREM com os originais (art. 425, IV, CPC).
Requer-se seja o presente recurso recebido e regularmente processado.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes/São Paulo, 00 de março de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Ação de Exoneração de Alimentos
Primeira Vara Cível do Foro de Mogi das Cruzes-SP
Agravante: M. A. R.
Agravado: o Juízo/D. D. R. e/o
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Dos Fatos:
Em dezembro de 0000, o agravante ajuizou ação de exoneração de alimentos em face de seus filhos, ora agravados, asseverando, em síntese, que em razão de sérios problemas de saúde não tinha mais condições de trabalhar e, portanto, de pagar pensão alimentícia. Requereu a citação dos réus e, por sentença, fosse declarada a exoneração definitiva de sua obrigação de pagar alimentos para os réus.
Com a inicial juntou documentos médicos que confirmavam as suas declarações, requerendo, em tutela provisória de urgência, fosse suspensa sua obrigação em face dos menores, com escopo de evitar-se prisão em eventual medida requerida em cumprimento de obrigação de prestar alimentos.
Recebida a exordial, o douto Juízo de primeiro grau indeferiu o pedido de antecipação da tutela.
Em síntese, o necessário.
Da Liminar:
Ab initio, consoante permissivo do art. 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, requer-se seja concedido liminar no presente recurso, no sentido de que o nobre Relator “suspenda” de imediato a obrigação do agravante de pagar pensão alimentícia aos seus filhos.
O fumus boni iuris se manifesta nas declarações médicas que expressam a total impossibilidade do agravante para o trabalho; ou seja, na clara falta de um dos pressupostos da obrigação alimentícia, qual seja: “a possibilidade do alimentante”.
Já o periculum in mora se mostra no fato de que a manutenção da obrigação, mesmo que de forma provisória, causa enormes prejuízos ao agravante, não só porque permite a cumulação de uma dívida injusta e indevida (falta de um de seus pressupostos básicos, como se disse), mas “principalmente” pelo fato de submeter uma pessoa acamada, doente, a possível prisão civil.
Do Mérito:
A respeitável decisão do Magistrado a quo, que “indeferiu o pedido de tutela provisória de urgência”, com escopo de imediatamente suspender a obrigação alimentícia, não deve permanecer, vez que não representa o melhor direito para o caso.
Assim fundamentou a sua decisão a ilustre Magistrada de primeiro grau: “indefiro a antecipação da tutela para exoneração da pensão alimentícia em razão da incapacidade absoluta dos requeridos, cuja subsistência depende da pensão fixada”.
Nobre Julgador, favor notar que o juiz, não obstante os muitos documentos juntados à exordial, nada disse sobre o estado de saúde do alimentante, que está há longa data absolutamente e irremediavelmente impossibilitado para o trabalho; ele se limitou a afirmar, data venia, o óbvio, que os menores precisam ser sustentados. Ora, isso ninguém nega; contudo, a existência da obrigação alimentícia pressupõe não só a necessidade daquele que pede os alimentos, mas também as possibilidades daquele que assume a obrigação. Nesse sentido a norma legal, in verbis:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
O agravante gostaria de estar saudável e em condições de poder ajudar os seus filhos, porém “infelizmente” sua situação é de tal forma precária que ele nem mesmo pode comparecer no escritório desse subscritor, que o assiste nesse feito, estando, como se vê, representado por sua atual companheira (está acamado e impossibilitado de se locomover).
Mesmo sendo a situação do alimentante notória, uma das representantes dos alimentandos informou, via fone, à mulher dele que, diante da inadimplência, iria protocolar pedido de cumprimento de obrigação de prestar alimentos, onde iria pedir expressamente sua prisão civil; foi esse fato que, finalmente, alertou o agravante sobre a necessidade de buscar a justiça para ver reconhecida, declarada, a exoneração da obrigação alimentícia, diante da impossibilidade para o trabalho (permanente).
Ninguém nega as necessidades dos filhos do agravante, contudo deixou de observar a douta Juíza de primeiro grau que o alimentante está acamado, totalmente impossibilitado para o trabalho (infelizmente de forma definitiva, como será demonstrado por perícia médica no momento oportuno).
Diante de tal realidade, o recorrente, por mais que ame e se importe com os filhos menores, não tem como contribuir para o seu sustento (infelizmente).
Do Pedido:
Ante o exposto, e mais por outras razões que esta Colenda Câmara saberá lançar sobre o tema, requer-se o provimento do presente recurso, com escopo de “suspender” a obrigação alimentícia que o agravante tem em face de seus filhos menores D. D. R. e J. D. R.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes/São Paulo, 00 de março de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000

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