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15 12_Agravo de instrumento contra decisão que indeferiu pedido de liminar, antecipação de tutela, em ação revisional de alimentos

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15.12	
Agravo de instrumento contra decisão que indeferiu pedido de liminar, antecipação de tutela, em ação revisional de alimentos (art. 1.015, I, CPC)
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
L. F. S. de O., brasileiro, divorciado, desempregado, portador do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, titular do e-mail lfso@gsa.com.br, residente e domiciliado na Rua Joaquim de Mello Freire, nº 00, Conjunto Residencial Cocuera, na cidade e comarca de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, por seu Advogado, que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua João Vicente Amaral, nº 00, Centro, Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a r. decisão do Meritíssimo Juiz da Terceira Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes, expedida nos autos do processo de revisão de alimento que move em face de N. A. de O., da mesma agravar por instrumento, com pedido liminar, observando-se o procedimento previsto nos arts. 1.015 a 1.020 do Código de Processo Civil, em conformidade com as inclusas razões.
Para tanto, junta cópia dos seguintes documentos: petição inicial; procuração; declaração de pobreza; petição inicial de ação de execução de alimentos; sentença onde foram fixados os alimentos; decisão agravada, certidão de intimação. Deixa de juntar cópia da procuração ad judicia da agravada, vez que essa ainda não foi regularmente citada nos autos.
O subscritor da presente petição DECLARA, sob as penas da lei, que todas as cópias que formam o presente instrumento CONFEREM com os originais (art. 425, IV, CPC).
Requer, portanto, seja o presente recurso recebido e regularmente processado.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes / São Paulo, 00 de novembro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Ação Revisional de Alimentos
Terceira Vara Cível do Foro de Mogi das Cruzes-SP
Agravante: L. F. S. de O.
Agravado: Juízo
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Dos Fatos:
Em 00 de outubro de 0000, o agravante ajuizou ação revisional de alimentos, asseverando, em apertada síntese, que não possui condições de arcar com o pagamento da pensão alimentícia mensal fixada, para o caso de desemprego, no valor de 1 (um) salário-mínimo. Informou, ainda, que foi citado em ação de execução de alimentos, estando sujeito a prisão civil, o que justificava a concessão de antecipação de tutela, diante da evidente impropriedade do valor da pensão alimentícia em face das suas possibilidades.
Recebida a exordial, o ilustre Magistrado a quo indeferiu o pedido de redução liminar do valor da pensão, designando audiência de conciliação, instrução e julgamento para o dia 00 de março de 0000. No mais, determinou a citação da alimentanda.
Em síntese, esses os fatos.
Da Liminar:
Ab initio, consoante permissivo do artigo 1.019, inciso I, do Código de Processo Civil, requer-se seja deferido o efeito suspensivo ao presente recurso, determinando o douto Relator a redução imediata do valor mensal da pensão alimentícia para 1/4 (um quarto) de 1 (um) salário-mínimo, conforme requerido na exordial, ou, ainda, determinando que o douto Juiz de primeiro grau o faça, de acordo com as provas carreadas aos autos.
O agravante informou, e provou, na exordial que se encontra desempregado e não possui nenhuma condição de pagar pensão alimentícia mensal no valor de 1 (um) salário-mínimo, já estando, inclusive, sendo processado em razão de sua mora na liquidação da pensão. Como não pode mudar o passado, o alimentante, nas suas justificativas, requereu o parcelamento das 3 (três) últimas pensões em 6 (seis) prestações mensais e consecutivas; contudo, por mais boa vontade que tenha, se não consegue, como provou, pagar 1 (um) salário-mínimo, como irá fazer para pagar 1 e 1/2 (um e meio) salário-mínimo por mês (pensão normal + parcelamento)?
Sem a redução do valor da pensão, “não irá conseguir efetuar o pagamento mensal da pensão”, e considerando-se que a audiência de conciliação, instrução e julgamento foi marcada para o dia 00 de março de 0000, “o agravado terá certamente sua prisão civil decretada”.
A única forma de evitar que o alimentante seja injustamente preso é a imediata redução do valor da pensão, adequando-a às suas reais possibilidades, viabilizando, desta forma, que ele consiga, até o julgamento do pedido revisional, cumprir com sua obrigação perante a menor. Registre-se que a prisão do agravante não representa apenas um prejuízo para ele próprio, mas também para sua filha, que deixará de receber os valores que o genitor, com grande sacrifício, tem pagado (recibos anexos).
Caracterizado o periculum in mora, pelo fato do agravante estar sujeito à decretação de prisão, e o fumus bonis juris, há provas nos autos de que o mesmo está desempregado e possui outros filhos, fato que não foi considerado quando da fixação da pensão alimentícia para o caso de desemprego, requer-se seja concedido a liminar, com escopo de reduzir imediatamente o valor da pensão alimentícia para R$ 60,00 (sessenta reais), isto é, 1/4 (um quarto) de 1 (um) salário-mínimo, conforme requerido na exordial, ou, ainda, determine-se que o douto Juiz de primeiro grau o faça, de acordo com as provas carreadas aos autos.
Do Mérito:
A decisão do douto Magistrado a quo, que indeferiu a redução liminar de alimentos, sob o argumento de que não cabe redução liminar de alimentos anteriormente fixados, não deve prevalecer, vez que não representa o melhor direito para o caso.
Ab initio, merece citação expressa, em razão de sua clareza e abrangência, a lição de Demolombe, citado pelo insigne mestre Yussef Said Cahali, in verbis:
“A obrigação alimentar é, por sua natureza, variável e intermitente: variável, pois ela pode aumentar ou diminuir conforme as necessidades do credor ou os recursos do devedor; intermitente, pois ela pode, segundo as mesmas causas, extinguir-se e renascer posteriormente; sob tal aspecto, nada há de definitivo e imutável nessa matéria, seja quanto à apreciação das necessidades do credor, seja quanto às possibilidades do devedor; e mais, qualquer que tenha sido o modo como tenham sido fixados, por sentença ou mediante acordo; a qualquer tempo, as partes podem retornar a juízo demandando a mudança, modificação ou liberação do encargo, sem que se possa arguir a coisa julgada ou a convenção anterior; a sentença ou a convenção são, de pleno direito, subordinadas à condição de que a situação se mantenha no mesmo estado, rebus sic stantibus.” (DOS ALIMENTOS, RT, 3ª Edição, p. 933)
Conforme a inarredável lição, não há dúvida que a obrigação alimentar pode e deve ser revista sempre que necessário para adequar o binômio “necessidade × possibilidade”; todavia, a pergunta que a decisão agravada faz surgir é: pode o juiz reduzir, ou aumentar, a pensão liminarmente?
Note-se que o douto Magistrado a quo não chegou a apreciar se seria realmente o caso de se reduzir, ou não, a pensão, por estarem ou não presentes os elementos que justificassem uma decisão num ou noutro sentido; ele se limita a afirmar que entende não ser legalmente possível tal pedido.
Data venia, o entendimento expressado pelo ilustre Magistrado não está correto.
Com escopo de se demonstrar estar errada a decisão de primeiro grau é necessário, a princípio, estabelecer-se qual é o procedimento que deve obedecer a ação revisional de alimentos. Sobre este assunto, há duas correntes. Primeiro aqueles que entendem ser aplicado à ação revisional de alimentos o rito especial da Lei nº 5.478/68-LA, conforme norma do artigo 13, in verbis:
“Art. 13. O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções.”
Para aqueles que assim entendem, não pode haver dúvida quanto ao dever do Juízo deapreciar pedido de alimentos provisórios, que, diante de uma cognição prévia, arrimada nos elementos de provas juntados aos autos, devem espelhar o binômio “necessidade x possibilidade.” Neste sentido a norma do § 1º do já citado artigo 13, da Lei nº 5.478/68-LA, in verbis:
“§ 1º Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado.”
Novamente nos socorremos da lição de Yussef Said Cahali, na obra já citada, que declara expressamente ser cabível a fixação de alimentos provisórios na ação revisional de alimentos, in verbis:
“No caso de ação exoneratória ou de redução da pensão, parece-nos que desde que são admissíveis alimentos provisórios em ação revisional ajuizada pelo alimentando, similar razão de direito autoriza igualmente a sua redução ou exoneração liminar, na ação revisional ou exoneratória ajuizada pelo alimentante, verificados sumariamente os pressupostos que a autorizam, ainda que se exigindo redobrada cautela na concessão da liminar.
Assim decidiu a 6ª CC do TJSP: O agravado moveu ação revisional, pedindo a redução da pensão alimentícia, fixada quando da separação do casal. Liminarmente, à vista da redução evidente das possibilidades do autor de manter o pagamento da pensão anteriormente estipulada, reduziu-a o magistrado. Não se conformaram os agravantes com tal decisão, sustentando o não cabimento de liminar em tal tipo de ação. Sem razão, todavia, pois há permissivo legal que autoriza a medida, consoante a lição de Yussef Cahali: “Ora, se os próprios alimentos provisórios poderão ser revistos, a fim de mantê-los atualizados às necessidades do alimentando e aos recursos da pessoa obrigada, razão não há para negar-se essa atualização provisória no limiar da ação revisional, fundada na modificação da situação financeira das partes. Ademais, em prol da legalidade da concessão de alimentos provisórios nas ações de revisão, milita o art. 13, § 1º, da Lei de Alimentos; os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação da situação financeira das partes” (Dos Alimentos, 1984, p. 354-355). E, no caso, a redução foi ordenada, liminarmente, em razão da correção dos salários do agravado situar-se abaixo dos índices de correção monetária, que servia de base para o cálculo do reajuste da pensão devida. Tal situação que só a pensão consumia cerca de 70% dos ganhos do agravado, em vez dos 40% estipulados, sendo evidente a desproporção.” (DOS ALIMENTOS, RT, 3ª Edição, p. 967-968)
De outro lado, para aqueles que entendem ser aplicado à ação revisional de alimentos o rito especial da Lei de Alimentos, também não pode haver dúvidas quanto à possibilidade da fixação dos “alimentos provisórios”, o mesmo ocorre para aqueles que entendem ser aplicável à ação revisional de alimentos o procedimento (arts. 318 a 512, CPC), vez que nesse existe a possibilidade da concessão da tutela provisória. Neste sentido, a norma do art. 300 do CPC, in verbis:
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.”
Como se vê da letra expressa da lei, o argumento de que não se pode fixar alimentos provisórios em ação de rito comum não pode subsistir. Neste sentido a lição do Desembargador Sidnei Agostinho Beneti, em artigo publicado na Revista dos Advogados, nº 46, onde pontificou sobre o tema, in verbis:
“A norma admite pedido liminar em toda e qualquer ação.”
De um jeito ou de outro, não há dúvida: o juiz deve apreciar o mérito de pedido de alimentos provisórios em ação revisional de alimentos.
Tivesse apreciado o pedido, o ilustre Magistrado a quo teria se confrontado com documentos que provam não poder o alimentante arcar, no momento, com pensão alimentícia a favor da sua filha “N” no valor de 1 (um) salário-mínimo por mês. Note-se, não se trata de um capricho ou de falta de vontade, trata-se de total e completa impossibilidade de arcar com pensão neste valor, fato que se não for urgentemente apreciado por este Egrégio Tribunal levará o agravante injustamente a ser preso.
Estando em trâmite ação de execução de alimentos, onde o alimentante é demandado por uma dívida que não tem como pagar; dívida que ainda irá aumentar muito até a data da audiência de conciliação, instrução e julgamento designada pelo douto Magistrado de primeiro grau, não há, mantido o atual valor, como possa o obrigado impedir seja decretada a sua prisão.
Do Pedido:
Ante todo o exposto e mais por aquelas razões que esse Egrégio Tribunal saberá lançar sobre o tema, requer-se o provimento do presente recurso, com escopo de fixar-se os alimentos provisórios nos limites requeridos na exordial ou determinar que assim proceda o douto juízo de primeiro grau, observando-se, qualquer que seja o caso, que o referido valor será devido a partir da citação.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes / São Paulo, 00 de novembro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000