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15 22_Apelação em ação de despejo por falta de pagamento requerendo ainda revisão dos honorários

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15.22	
Apelação em ação de despejo por falta de pagamento, arrimada em ilegitimidade passiva da parte e inépcia da petição, requerendo ainda revisão dos honorários (recorrente Curador Especial)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3ª Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes, São Paulo.
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Ação de Despejo por Falta de Pagamento
cc Cobrança
C. de M., já qualificado, por seu Advogado que esta subscreve, “no exercício do munus da curadoria especial”, com escritório na Rua José Urbano Sanches, nº 00, Vila Oliveira, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), nos autos do processo que lhe move M. I. da C., vem perante Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a r. sentença de fls. 00/00, da mesma apelar para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, consoante razões que apresenta anexo.
Requer, para tanto, seja o presente recurso recebido e regularmente processado.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes, 00 de setembro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Terceira Vara Cível do Foro de Mogi das Cruzes-SP
Ação de Despejo por Falta de Pagamento cc Cobrança
Apelante: C. de M.
Apelado: M. I. da C.
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Dos Fatos:
A recorrida ajuizou a presente ação de despejo por falta de pagamento cumulada com cobrança em face do réu asseverando, em apertada síntese, que ele estaria em atraso com suas obrigações locatícias desde outubro de 0000. Na inicial informou os cálculos de débito, fls. 00. Requereu, por fim, a rescisão do contrato de locação, determinando-se o despejo do inquilino e sua condenação ao pagamento do débito total de R$ 2.065,04 (dois mil, sessenta e cinco reais, quatro centavos), mais os encargos que se vencerem durante o processo.
Recebida a inicial, o douto Juízo de primeiro grau determinou a citação do réu para responder; contudo o Senhor Oficial de Justiça constatou que o réu não mais morava no imóvel, fls. 00. A autora, então, pediu a citação por hora certa, que ocorreu na pessoa da companheira do réu, fls. 00, nomeando o Juízo o Advogado que essa subscreve para que apresentasse defesa, na qualidade de Curador Especial ao citado fictamente.
A curadoria especial ofertou contestação, fls. 00/00, alegando, em preliminar, carência da ação por ilegitimidade de parte e pedindo ainda o reconhecimento da inépcia da petição inicial em razão dos cálculos do débito não se apresentarem corretos.
Conclusos os autos, sobreveio a r. sentença recorrida, fls. 00/00.
Em síntese, os fatos.
Do Mérito:
A respeitável sentença guerreada, não obstante o conhecido brilhantismo de seu prolator, não deve permanecer, vez que não representa o melhor direito para o caso sub judice. Com efeito, não deveria, data venia, o douto Magistrado a quo ter afastado as preliminares levantadas pelo réu, como se verá:
Ilegitimidade do recorrente.
A sucessão no contrato de locação ocorre, como se sabe, ex lege, não havendo necessidade de a parte produzir prova neste sentido, não obstante tenha o Senhor Oficial de Justiça consignado que a companheira do apelante informou-o nesse sentido. O Oficial, ao contrário do que observado pelo douto juiz sentenciante, disse textualmente que “DEIXEI DE CITAR C.M. porque ele não está residindo atualmente no imóvel”, fls. 00.
Tal fato era e é conhecido do locador. Neste sentido, veja-se que em sua manifestação em réplica, fls. 00/00, ele pede o indeferimento da liminar, contudo não nega que tivesse ciência de que o Sr.“C” não mais residia no imóvel.
Nobre julgador, no imóvel objeto desta ação mora, segundo declarou o Senhor Oficial de Justiça, uma senhora e seus quatro filhos, e o senso comum de Justiça clama que a eles seja garantido o direito constitucional de defesa; isso só será possível se a ação de despejo a ela for dirigida.
Neste sentido o art. 12 da Lei nº 8.245/91:
“Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel”.
Destarte, requer-se seja reconhecida a evidente ilegitimidade do recorrente, extinguindo-se o feito sem julgamento de mérito.
Da inépcia da petição inicial.
Ao contrário do afirmado pelo ilustre Juiz sentenciante, não basta que a petição inicial seja acompanhada dos cálculos do débito; é absolutamente necessário que os cálculos apresentados estejam CORRETOS, a fim de possibilitar eventual purgação da mora.
Cálculos superestimados, como aqueles apresentados pelo apelado, têm claramente o condão de “assustar” o inquilino e “desestimular” qualquer iniciativa no sentido da purgação do débito.
Como já argumentado na contestação, junto com a inicial o locador deve apresentar cálculo discriminando o “correto” valor do débito; id est, os cálculos devem espelhar “exatamente” o que é devido, possibilitando, desta forma, à locatária a purgação da mora. In casu, o apelado não agiu como determina a lei, ao contrário, de maneira desarrazoada apresentou na inicial cálculos claramente indevidos, colimando, com certeza, inviabilizar o direito da apelante de purgar a mora, quitando suas obrigações.
Como é cediço, eventual mora do locatário não pode servir de fonte de riqueza para o locador; não pode amparar pretensões ilegais. A jurisprudência, a unanimidade, determina, nestes casos, seja a ação declarada improcedente, in verbis:
“A menção, na inicial, de quantia superior a devida acarreta improcedência da ação de despejo. (RT 712/191, 714/169, JTAERGS 91/331).”
Dos honorários advocatícios.
Como se viu acima, o presente feito deveria ter sido extinto sem julgamento de mérito, em razão da ilegitimidade da parte e inépcia da petição inicial, vez que o locador não apresentou os cálculos corretos do débito, conforme determinação da Lei do Inquilinato.
Entretanto, mesmo que se desse razão ao ilustre Magistrado de primeiro grau, o que se aceita apenas para contra-argumentar, merece expressa impugnação a condenação do apelante a pagar honorários advocatícios no patamar de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.
Data venia, o presente feito não apresenta elementos de dificuldades que justifiquem a condenação do apelante a pagar honorários no importe imposto pelo sentenciante. De fato, o processo trata de assunto de pouca complexidade, com trâmite rápido e na comarca em que se situa o escritório do Advogado que representa os apelados.
Destarte, na eventualidade de ser mantida a procedência do pedido, o que se aceita apenas para contra-argumentar, há que se reduzir o valor da condenação para 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação.
Do Pedido:
Ante o exposto, e mais pelas razões que este Egrégio Tribunal saberá lançar sobre o tema, requer-se o provimento do presente recurso, com o escopo de extinguir-se o presente feito sem julgamento de mérito, ou no caso de mantença da r. sentença, rever-se valor fixado a título de honorários advocatícios, que deverá ser alterado para 10% (dez por cento) do valor da condenação.
Termos em que,
p. deferimento.
Mogi das Cruzes, 00 de setembro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000

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