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Convenção da Filadélfia e o desejo de União

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Convenção da Filadélfia e o desejo a União
A Convenção da Filadélfia deu para os Estados Unidos uma Constituição. Tornando-se uma republica federal ampla, baseada no principio de governo representativo. Embora não fosse primeiramente alicerçado no principio de democracia. Como Lincoln disse; “nossos pais produziram neste continente uma nova nação, concebida em Liberdade, e dedicada á proposição que todos os homens são criados iguais”. Como resultado da convenção estabeleceu uma Constituição que se projetava “a formar uma União mais perfeita, estabelecer a Justiça, assegurar a tranquilidade doméstica, prover a defesa comum, promover o bem estar geral, e afiançar as benções de liberdade a nos mesmos e a nossa posteridade”.
Os membros dessa Convenção eram em sua maioria jovens, de grande experiência em politica e governo, em guerra e diplomacia, na lei e em negócios. Sendo homens que continham feitos da Revolução, destinados a construir as fundações da nova Nação. Homens extraordinários que se uniram em prol de tornar reais artigos adeptos ás exigências de governo e a preservação do bem maior da União. Reuniram-se em um período critico da historia norte-americana. Seu povo tinha sofrido com uma longa guerra civil e estavam emergindo de uma grande depressão econômica. Havia uma agitação politica, o desejo de igualdade e direito do povo, hostilidade ao governo e uma aversão à tributação, e a falta de confiança. Sendo somente através da Convenção uma maneira real de se negociar e planejar o futuro da nação americana. Realidade essa que necessitava de uma melhoria drástica. 
Uma vez que “os artigos desta Confederação serão inviolavelmente observados por todos os Estados, e a União será perpetua; nem nenhuma alteração em qualquer tempo daqui em diante será feita em qualquer deles; a menos que tal alteração seja acordada no Congresso dos Estados Unidos, e seja confirmada depois pelas legislaturas de todos os Estados”.
Havia também, a necessidade de um governo pelo menos igualmente enérgico ao proposto para a obtenção desse objeto. Uma Constituição proposta aos verdadeiros princípios de governo republicano. Visto que o interesse a propriedade era um assunto legitimo de governo. Como Madison descreveu; “ Os poderes reservados aos vários Estados se estenderão a todos os objetos, os quais, no curso ordinário de negócios, concernem a vida, liberdade e propriedades do povo, e, na ordem interna, á prosperidade do Estado”. Deveria realizar, assim, a separação dos poderes, o sistema de pesos e contrapesos e vitaliciedade para juízes. De maneira que discutiriam reais interesses das respectivas regiões, onde estavam individualmente interessados na liberdade e na propriedade geral. 
Sendo a Constituição dos Estados Unidos o patriarca venerável das Cartas escritas do mundo do governo, seu objetivo era segurança adicional, onde, sua adoção propiciaria a preservação desta forma de governo, a liberdade e a propriedade. “ Nada é mais certo do que a indispensável necessidade de um governo, e é igualmente inegável que, quando e como ele for instituído, o povo deve ceder-lhe alguns de seus direitos naturais, a fim de investi-lo dos necessários poderes”. Desejando assim, dar ao país um povo unido, onde desentendes dos mesmos ancestrais, de mesma língua, respeitariam os mesmos princípios de governo, com direção e esforços conjuntos, criando um clima de liberdade e independência. Minimizando a possibilidade de guerras e facilitando uma defesa comum contra a Grã-Bretanha. Desta forma, a preocupação dos estados ao criarem o governo federal era defender sua própria autonomia.
Estados dos Estados Unidos
Os Estados Unidos que anteriormente eram divididos em 13 colônias, atualmente possui cinquenta unidades da Federação, logo cinquenta estados. Onde partilham de soberania com seu governo federal. Sendo muito mais autônomos e com maior nível de atribuições. Cada norte-americano, desta forma, é cidadão tanto a entidade federal quando do estado em que vive. Contendo quatro estados que utilizam o titulo oficial de “comunidade” e não de “estado”. 
Porem ainda que relativamente independentes, são obrigados, sob a Constituição, a abdicarem de parte de seus poderes de soberania ao governo federal, e não possuem direito de separarem-se da União. Os Estados dos Estados Unidos possuem poder de representação e voto no Congresso dos Estados Unidos e no Colégio Eleitoral, onde o numero de seus representantes e votos variam de acordo com a população de cada Estado em questão. Cada estado elege assim, o seu próprio governador e um congresso.
A Constituição dos Estados Unidos difunde o poder entre estes dois níveis de governo. O povo transferiu assim, ao sancionar a Constituição, determinados poderes soberanos limitados dos seus estados para o governo federal. Com a decima Emenda, todos os poderes que não foram confiados ao governo estadunidense nem coibidos aos estados, foram mantidos por estes estados e pelo povo. Os serviços de segurança em defesa ao crime, a educação, saúde, transporte, infraestrutura publica, foram considerados de encargo dos Estados, embora alguns possuam certas verbas federais.
 Esses Estados estão subdivididos em condados, onde suas responsabilidades e poderes que variam. Onde cada um possui o poder de estabelecer sua estrutura de subdivisões, bem como os poderes e as responsabilidades destas subdivisões estaduais. Na maioria dos condados designa-se uma cidade como sede, onde se estalam os funcionários do governo e se reúnem os comissários e supervisores. O conselho coleta impostos; empresta e acomoda recursos; fixa os salários, constrói e sustenta estradas e pontes, assim como administra os programas de previdência social nacional, estadual e municipal.
Com o tempo, a Constituição norte-americana sofreu algumas alterações. Sua tendência continuou sendo a centralização e inclusão com o governo federal, mas há alguns debates a respeito dos poderes dos estados e da sua soberania em relação ao governo federal.
Leis que variam de um Estado para o Outro
Pena de morte: É oficialmente permitida em 36 dos 50 Estados, bem como pelo governo federal. A grande maioria das execuções é realizada pelos Estados. Cada Estado que permite a pena de morte possui diferentes leis e padrões quanto aos métodos, limites de idade e crimes que qualificam para esta penalização. Dentre alguns dos Estados que permitem e adotam a pena de morte, estão; Washington, Oregon, Nevada, Califórnia, Ohio, Kentucky e Texas. 
Uso medicinal da maconha: O Estado da Califórnia foi primeiro a legalizar o uso de maconha, sendo o principal produtor de cannabis dos Estados Unidos. Tal droga pode ser usada em caso de dores crônicas, aids, distúrbios de humor, entre outras doenças. Com o passar do tempo, vários outros países adotaram o uso da maconha a fins medicinais, sendo atualmente 18 Estados. Sendo alguns deles; Arizona, Washington, Havaí, Novo México e Nova Jersey. 
O Federalismo Brasileiro
O federalismo brasileiro se inicia evidentemente com a adoção da forma federal de estado, a partir da implantação de uma República. Tal mudança se deu a partir da confluência de alguns fatores. A unidade territorial do país já estava relativamente assegurada, havia uma mudança do peso relativo das províncias, o fim do regime escravista eliminou um dos sustentáculos do antigo Império. 
	Com o advento da república, aspectos importantes do direito constitucional estadunidense foram incorporados pela Constituição Brasileira de 1891. Essas aquisições permaneceram vigentes. Onde ainda hoje atravessa as sucessivas leis fundamentais de que o país já adotou.
	A República do Brasil adota o regime federativo. Cada Nível da federação exerce sua competência através de um corpo administrativo próprio. A Constituição é a lei suprema para todos os poderes em todos os níveis da Federação. O controle da constitucionalidade de qualquer ato cabe aos tribunais, sendo o Supremo Tribunal Federala última instância.
No nível político- institucional a centralização de poder próprio do regime autoritário chegou ao fim a partir da tentativa embrionária, representada pela constituição de 1988, de repartição de poderes, descentralização de decisões e, naturalmente recuperação da estrutura e dos ideais federativos. Soma-se a isso um fator de descentralização mais estrutural. Assim José Afonso da Silva descreve a nova Carta como sendo a busca em resgatar o princípio federalista e estruturar um sistema de repartição de competências que tentaria refazer o equilíbrio das relações entre o poder central e os poderes estaduais e municipais.
	Temos atualmente, portanto uma situação em que a ordem constitucional formal foi pensada para reforçar a descentralização de poderes e recursos, e em que tendências descentralizadoras importantes decorrem da própria internacionalização produtiva, remetendo as regiões brasileiras para relações diretas com o exterior. Desta maneira, o Brasil está no melhor momento de sua história em termos de oportunidades para a construção de um pacto federativo que resulte da soma de poderes locais democraticamente construídos. 
 
Estados do Brasil
As unidades federativas do Brasil, os estados, são entidades subnacionais autônomas, com auto legislação. Dotadas de um governo e Constituição própria, que juntas foram a República Federativa do Brasil. Atualmente nosso país é dividido em 27 unidades federativas, sendo umas delas o Distrito Federal.
Cada Estado possui uma Assembleia Legislativa unicameral com os deputados estaduais. Elas fiscalizam as atividades e funções do Poder Executivo, dos estados e municípios. Possuem um Tribunal de Contas a fim de possibilitar assessoria quanto ao uso de verbas publicas. Já o Distrito Federal possui as mesmas características, porem, não se pode ser dividido em municípios, mas sim em regiões administrativas. 
Os estados brasileiros não possuem autonomia constitucional. Sua norma é prescrita pela Constituição do Estado unitário como um todo e só pode receber modificações por meio de uma alteração nessa Constituição. As unidades federativas possuem apenas competência para a legislação provincial, somente com o que a Constituição do Estado prescrever. Tal legislação é totalmente centralizada, ao passo que, no Estado Federal, ela é centralizada apenas de modo incompleto.
Conclusão
 	O federalismo do Brasil, não surgiu como nos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos há maior competência dos Estados. A união das 13 colônias garantiu a preservação da independência, dos direitos civis, e a liberdade. Onde a confederação somente esvaeceu com a ratificação da Constituição Republicana de 1789, que instituiu a Federação e extinguiu a possibilidade de secessão. Garantindo assim, maior autonomia de cada Estado no que se referem a leis, projetos e atividades. Deixando a cargo dos Estados um maior nível de atribuições. 
Já o Brasil, partiu-se de uma ordem centralizada. Do Estado unitário, para uma ordem federativa de divisão de poderes e competências. Sendo um processo lento e gradual. Limitando assim, o poder dos estados. Não possuindo autonomia constitucional. 
Sendo a experiência brasileira marcada por um forte centralismo, que provoca dependência dos estados ao governo central. Tal como dito no discurso de Rui Barbosa no Congresso Nacional, intitulado “Organização das Finanças Republicanas”: “Senhores, não somos uma federação de povos até ontem separados, e reunidos de ontem para hoje. Pelo contrário, é da união que partimos. Na união nascemos. Na união se geraram e fecharam os olhos nossos pais. Na união ainda não cessamos de estar. Para que a união seja a herança de nossa descendência, todos os sacrifícios serão poucos. A união é, talvez, o único benefício sem mescla, que a monarquia nos assegurou. E um dos mais terríveis argumentos, que a monarquia ameaçada viu surgir contra si, foi o de que o seu espírito centralizador tendia a dissolver a união pela reação crescente dos descontentamentos locais. Para não descer abaixo do Império, a República, a Federação, necessita de começar mostrando-se capaz de preservar a União, pelo menos tão bem quanto ele. Quando, sob as últimas trevas do regímen extinto, começou a alvorecer entre nós a aspiração federalista, o mais poderoso espantalho agitado pela realeza contra ela era a desintegração da pátria, a dissolução da nossa nacionalidade pelo gênio do separatismo inerente, segundo os seus inimigos, à forma federativa. Esse receio foi o grande embaraço, que obstou por longo tempo o bom êxito das esperanças republicanas; e, se hoje o rumo de nossos primeiros passos não desvanecer essas apreensões; se as primeiras medidas adotadas pelo Congresso não demonstrarem que o mais firme dos nossos propósitos é manter inteira, incólume, indivisível, sob um forte governo nacional, a grande pátria brasileira, então a república terá sido a mais dolorosa de todas as decepções para os amigos do país”. Sendo assim, Republica Federativa do Brasil adepta dos princípios do chamado federalismo cooperativo, ou integrado.

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