Prévia do material em texto
Referência Bibliográfica: O CONSTITUCIONALISMO DEMOCRÁTICO NO BRASIL: CRÔNICA DE UM SUCESSO IMPREVISTO Informações dos autores: Luís Roberto Barroso Breve Resumo da Obra: O constitucionalismo democrático foi a ideologia vitoriosa do século XX, pois derrotou diversos projetos autoritários e alternativos que estavam concorrendo com ele. O Estado democrático de direito, é o produto da fusão de duas trajetórias históricas que eram diversas, mas acabaram se integrando pra produzir o modelo ideal que vemos atualmente. O constitucionalismo significa Estado de direito, poder limitado e respeito aos direitos fundamentais. Já a democracia, é a ideia de soberania popular, governo é do povo, a vontade é da maioria. Assim, se constrói a fórmula crítica baseada no respeito aos direitos fundamentais e no autogoverno popular. Nas últimas décadas, a teoria e a prática do direito constitucional passaram por um processo de reelaboração profundo. Procura-se permitir a visão de conjunto dos temas nesses primeiros capítulos. A constituição de 1988 é o maior símbolo de uma história de sucesso, na qual se deu pela transição de um Estado autoritário para um Estado democrático de direito. A constituição permite que até os dias atuais possamos votar diretamente e secretamente para eleições presidenciais, com participação popular, alternância de partidos políticos no poder e debate público. Ela assegurou a estabilidade institucional ao Brasil, ela foi a passagem para a maturidade institucional brasileira. Nos últimos tempos, nós superamos todos os atrasos mediante ao Estado autoritário anterior. Apesar de toda sua importância, a Constituição de 1988 está sujeita a imperfeições, por isso, é necessário levar em conta que o processo constituinte teve como protagonista uma sociedade civil que amargara mais de duas décadas de autoritarismo. Por esse motivo, é inegável o seu caráter democrático. A constituição trata de assuntos demais, e o faz de maneira detalhada. Porém, essas características excessivamente detalhadas produzem consequências ruins, a primeira, qualquer alteração na trajetória política acabam dependendo de emendas constitucionais, por esse fato, dificulta o exercício de três quintos para a mudança do texto constitucional. A segunda é negativa pelo fato do número de emendas à permanência do texto constitucional e o seu papel de simbolizar a prevalência dos valores duradouros sobre as contingências da política. O consolo é que, a constituição tem sido estável, de maneira que as normas sobre organização do Estado e das instituições, Federação e separação de Poderes, definição e proteção de direitos fundamentais não foram afetadas ao longo do tempo, por isso é bastante significativo, por esse motivo, foi com essa Constituição que o Brasil se livrou do atraso e conquistou maturidade institucional, vivendo um ciclo até os dias atuais de desenvolvimento econômico e social. Antes da convocação da constituinte de 1988, era possível perceber um dos fatores do fracasso na realização do Estado de direito no Brasil, que era a falta de seriedade em relação à Lei Fundamental, a indiferença com a distância entre o texto e a realidade, entre o ser e o dever-ser. Buscava-se um disfarce, um desvio, havendo uma grande falta de efetividade das normas institucionais. Além disso, o movimento pela efetividade elaborou as categorias dogmáticas e superou algumas crônicas disfunções da normatividade constitucional. Sendo assim, promoveu três mudanças no paradigma na teoria e prática do direito constitucional no Brasil. No plano jurídico, houve uma atribuição normativa plena à Constituição, tornando-se fonte do direito e de obrigações. No ponto de vista científico e dogmático, houve reconhecimento ao direito constitucional um objeto próprio e autonomia. No aspecto institucional, houve grande contribuição pra ascensão do Poder Judiciário no Brasil, dando um papel de destaque na concretização dos valores e dos direitos da constituição. O positivismo constitucional teve sua participação no impulso ao movimento de efetividade, ele se importava em elevar o direito à norma. Dessa forma, a efetividade foi a passagem do velho ao novo direito constitucional, e a Constituição deixou para trás a falsa supremacia, que não trazia proveito algum a cidadania do povo. O poder Judiciário passou a ter atuação decisiva na realização da Constituição. A doutrina serviu do positivismo constitucional: direito constitucional é norma; e de um critério formal para estabelecer a exigibilidade de determinados direitos: se está na Constituição é para ser cumprido. Nos dias de hoje, tornou-se necessária a convivência com novas formulações doutrinárias, que são pós-positivistas, como por exemplo, a teoria dos princípios, colisões de direitos fundamentais, ponderação, entre outros. Com todo o contexto histórico da constituição, não só no Brasil, mas em todos os países, é possível afirmar que é algo que merece celebração, pois supera-se a indiferença que se mantinha em relação â Constituição. Citações literais do texto: A citação literal é a reprodução fiel da idéia do autor, que deve estar “entre aspas” com indicação precisa de página ou páginas. Na citação que não é contínua, não esquecer de colocar reticências entre colchetes no lugar do trecho que foi suprimido [...] Cópia literal do texto: Palavra-chave P. 9 “Nesse ambiente, a Constituição passa a ser não apenas um sistema em si – com a sua ordem, unidade e harmonia – mas também um modo de olhar e interpretar todos os demais ramos do Direito. A constitucionalização identifica um efeito expansivo das normas constitucionais, que se irradiam por todo o sistema jurídico. Os valores, os fins públicos e os comportamentos contemplados nos princípios e regras da Lei Maior passam a condicionar a validade e o sentido de todas as normas do direito infraconstitucional.” Constituição; harmonia; Lei maior; valores; infraconstitucional. P. 13 “A nova interpretação incorpora um conjunto de novas categorias, destinadas a lidar com as situações mais complexas e plurais referidas anteriormente. Dentre elas, a normatividade dos princípios (como dignidade da pessoa humana, solidariedade e segurança jurídica), as colisões de normas constitucionais, a ponderação e a argumentação jurídica. Nesse novo ambiente, mudam o papel da norma, dos fatos e do intérprete.” Conjunto; segurança pública; colisões; ponderação. P. 17 “O Judiciário não apenas ocupou mais espaço como, além disso, sua atuação se tornou mais discricionária. Em muitas situações, em lugar de se limitar a aplicar a lei já existente, o juiz se vê na necessidade de agir em substituição ao legislador. A despeito de algum grau de subversão ao princípio da separação de Poderes, trata-se de uma inevitabilidade, a ser debitada à complexidade e ao pluralismo da vida contemporânea.” Inevitabilidade; pluralismo; contemporânea. P. 18 “Enquanto não vier a reforma política necessária, o STF terá de continuar a desempenhar, com intensidade, os dois papéis que o trouxeram até aqui: o contramajoritário, que importa em estabelecer limites às maiorias; e o representativo, que consiste em dar uma resposta às demandas sociais não satisfeitas pelas instâncias políticas tradicionais.” contramajoritário; limites; representativo; P. 16 “A judicialização ampla, portanto, é um fato, uma circunstância decorrente dodesenho institucional brasileiro, e não uma opção política do Judiciário.” Judicialização; Institucional; Desenho. Comentários pessoais: De acordo com o que foi lido, é possível perceber a grande importância que a Constituição de 1988 proporcionou ao Brasil, pois ela simboliza um sucesso institucional, de maneira que o país se livrou de um Estado autoritário e entrou num Estado democrático de direito, o que levou ao grande desenvolvimento econômico e social. Apesar de possuir imperfeições, a parte de normas constitucionais de organização do Estado, dos Poderes e do sistema de direitos fundamentais continuou estável ao longo de todo o tempo. Por isso, a Constituição não é perfeita, porém possui qualidades relevantes. A conquista de normatividade e efetividade pela Constituição é certamente importante, pois é a passagem para o direito constitucional contemporâneo. A superação de crônicas disfunções da normatividade, a elaboração de categorias dogmáticas e a promoção de três mudanças no paradigma da teoria e prática do direito constitucional no Brasil, pois assim, /houve o reconhecimento dos direitos constitucionais como direitos subjetivos sindicáveis juidicialmente e a aplicabilidade direta e imediata da Constituição mudaram totalmente o constitucionalismo do Brasil. Todo o contexto histórico da Constituição Brasileira nos mostra que foi importante para o progresso do país, pois também desenvolveu-se a nova interpretação constitucional que acabou desenvolvendo novas categorias jurídicas, essas as quais lidam com as situações complexas nas quais não há soluções pré-prontas no ordenamento jurídico, e assim, exige a atuação criativa dos aplicadores do direito. E até mesmo, a dignidade da pessoa humana que é um valor fundamental e um princípio constitucional que serve de fundamento ético e jurídico, no qual antes da constituição não era respeitado, e graças à passagem para a Constituição de 1988, passa a servir de fundamento ético e jurídico para os direitos materialmente fundamentais. Portanto, o constitucionalismo democrático foi a grande vitória, pois derrotou projetos autoritários e finalmente a democracia constitucional prevaleceu, dando progresso a cidadania e ao país. Nome do aluno: LARISSA DE OLIVEIRA CHAGAS