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Artigo Científico - doentes mentais (1) (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB
 BACHARELADO EM DIREITO
TRABALHO DE CURSO 
CAROLINA DE CARVALHO CÉZAR
A DOENÇA MENTAL E O DIREITO PENAL 
Violência e segurança pública
Brasília/DF
2019/1
CAROLINA DE CARVALHO CÉZAR
A DOENÇA MENTAL E O DIREITO PENAL
Violência e segurança pública
Artigo científico apresentado como pré-requisito para obtenção do título de bacharel em Direito pelo Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília.
Orientador: Prof. Weber de Lima Bonfim
Brasília/DF
 2019/1
	A DOENÇA MENTAL E O DIREITO PENAL 
Resumo 
Buscou-se identificar a evolução da legislação sobre os alienados e a aplicação da legislação penal na atualidade, dissertando sobre a imputabilidade, intervenção do Estado e periculosidade, com base no Código Penal e livros, como do Foucault. 
Palavras-chave: Doente mental. Estado. Código Penal. Intervenção. 
MENTAL ILLNESS AND THE PENAL CODE
Abstract 
It pursued to indentify the evolution of legislation about the estranged and the application of the Penal Code, disserting on the imputability, state involvement and dangerousness, based on the Penal Code and books, such as Foucault
Keywords: Mentally ill. State. Penal Code. State involvement.
INTRODUÇÃO
Este estudo tratará sobre os doentes mentais na esfera do direito penal, buscando demonstrar o controle social do Estado, a violência e segurança pública, apresentando como a legislação penal abrange o doente mental, demonstrando a evolução da norma em relação aos doentes mentais, apresentando a aplicação dessas normas com foco na inimputabilidade e periculosidade; e retratando a aplicação das normas penais em relação ao doente mental, com eixo na intervenção do Estado.
	A anormalidade mental não separa o ser humano da loucura e da lucidez, até porque todos os seres humanos racionais têm algumas práticas em comum e outras diferentes, por terem ideias, pensamentos e sentimentos diferentes, mas isso não quer dizer que seja anormal. Para ser visto como anormalidade é necessário que o comportamento de um indivíduo seja divergente dos demais em uma vida comum. A Organização Mundial de Saúde elucida como saudável uma pessoa em estado completo de bem estar físico, mental e social, sendo assim há anormalidade quando as atitudes e pensamentos do indivíduo começam a estorvar a vida social.
Os doentes mentais são conhecidos em seus crimes por serem anormais, pois são considerados crimes extremamente cruéis, bizarros e incompreensíveis. Robert Hare, um especialista em psicologia criminal e psicopatia, afirma que o transtorno de sociopatia é um distúrbio que possui características afetivas, interpessoais e comportamentais, sendo elas, o charme; manipulação; intimação; egocentrismo; impulsividade; ausência de empatia; culpa ou remorso; mentira patológica; persistente violação de normas e expectativas. 
A relação entre doença mental e violência ocupou um lugar importante no direito penal, gerando uma série de discussões entre alienistas e magistrados, devido aos pressupostos de responsabilidade e livre arbítrio. Os doentes mentais não podem ser considerados responsáveis por seus atos, então, caso venham a cometer um crime, o modelo de intervenção aplicada pelo Estado será a medida de segurança, a qual tem como objetivo torná-los aptos para conviver em sociedade. O prazo dessa medida é fixado pelo juiz, mas segundo o artigo 75 do Código Penal, a pena de prisão não pode exceder 30 anos, consequentemente, é possível afirmar que a medida de segurança não pode ultrapassar esse prazo.
O artigo 26 do Código Penal trata sobre a inimputabilidade do doente mental, porém é necessário considerar se a realidade social está de acordo com a norma legal, dando relevância ao discernimento da ilicitude do ato, para que assim chegue à conclusão do melhor tratamento do delinquente inimputável. 
Para definir o grau de periculosidade do doente mental, existem alguns critérios, como: gravidade do delito, antecedentes criminais e psiquiátricos, sintomas produtivos, sintomas negativos, apoio sócio-familiar, comportamento, juízo critico, diagnóstico e parecer da equipe. Esses critérios são descobertos através de laudos e entrevista com o agente, os índices de periculosidade podem ser classificados em sociais, legais e médico-psicológico. Diante do exposto, como o direito penal abrange os transtornos citados, sendo como parte o réu?
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA RELACIONADA AO DOENTE MENTAL
Antes de adentrar na evolução da legislação brasileira do doente mental, há necessidade de contar a história e a evolução geral dessa legislação. A psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais, já o direito estuda as normas obrigatórias que controlam as relações dos indivíduos em uma sociedade, sendo assim “o direito e a psicologia possuem um destino comum, pois ambos tratam do comportamento humano” (TRINDADE, 2007, p. 22). 
Até o século XVIII os doentes mentais eram tratados como loucos, sendo internados nas casas de loucos ou casa de correção, e a medicina considerava que não existia nenhuma fonte de tratamento, então as casas de correção faziam o seu próprio tratamento, como por exemplo, acorrentar e castigar o doente mental de diferentes formas. 
A partir do século XVIII, passou a se ter uma nova visão da loucura, a qual passa a ser vista como “uma doença não da natureza, nem do próprio homem, mas da sociedade; emoções, incertezas e alimentação artificial” (FOUCAULT, 1972, p. 514). Neste mesmo século, nasceram os asilos, para que, assim, os doentes mentais fossem internados nas instituições psiquiátricas. Com a criação desses asilos surgiu um problema, pois era internada qualquer pessoa que fosse julgada louca, desde mendigos a desocupados. 
Na Revolução Francesa, teve-se uma reestruturação, na qual passou a entender que os loucos não poderiam ficar circulando livremente, devido o grau de periculosidade que demonstravam, e que só poderiam ser encarcerados aqueles que realmente eram loucos, passando assim a não serem chamados mais de loucos e sim de doentes mentais. 
Em 1830, com a Lei Imperial, que institui um código criminal, que o Brasil se debruçou e deu uma certa atenção aos deficientes mentais. No artigo 10º desta lei, dispõe que não serão julgados “os loucos de todo o gênero, salvo se tiverem lúcidos intervalos e neles cometerem o crime” (LEI IMPERIAL, 1830, art. 10º), porém, ainda assim, a mesma lei previa que os doentes mentais deveriam ser recolhidos às casas a eles destinados, ou entregues a sua família, o que dependeria do parecer do juiz, mas não previa um tratamento. 
Pedro II criou o Hospício Pedro Segundo, por meio do Decreto n° 82/1841, no dia de sua sagração, sendo destinado privativamente para tratamentos de alienados, que ficou anexo ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia, o qual funcionou efetivamente após dez anos, porém ainda como no ano de 1830, não havia um trabalho terapêutico voltado para essas pessoas, e acabou que esse ‘hospital’ se tornou um armazém de pessoas. 
O Decreto 142 – A, de 1890, separou o Hospício Pedro II da Santa Casa, tornando- o público e independente, e passou a ser chamado de Hospital Nacional de Alienados. As orientações para a administração do hospital Nacional de Alienados ficaram previstas no Decreto 206/1890, que também criou o serviço de assistência medica e legal dos alienados, com foco naqueles doentes mentais carentes que necessitavam de um auxilio público. Esse decreto 206 é composto por 42 artigos, sendo esclarecedor em seu artigo 14 as formas de admissões do hospital, sendo elas ex-officio, quando requisitado por autoridade pública, como o chefe de policia; voluntário, quando é feito em virtude de requerimento por um membro da família ou tutor, podendo ser definitiva ou provisória, conforme parecer médico. Nesse mesmo ano, criou-se o Decreto 508 e 791, o primeiro estabelecianovas disposições relacionadas ao serviço de assistência médico-legal de alienados, e também determinou que a direção geral do hospital fosse destinada a um médico com que tenha comprovado seus estudos psiquiátricos, já o segundo decreto dispunha sobre a criação de uma escola profissional de enfermeiros dentro do Hospital Nacional de Alienados. 
No ano de 1897, criou-se o Decreto 2.467, que apenas regulava a assistência médico-legal a alienados, sem nenhuma novidade, mas em 1899 com o decreto 3.244 passaram a exigir que todos os médicos fossem psiquiatras. O Decreto 1.132, de 1903, o qual diz que apenas será internado aquele em que for comprovada sua alienação, foi criado para reorganizar a assistência a alienados, o que também ocorreu com o decreto 8.834/1911, que previa, assim como o Decreto 1.132, reorganizar a assistência a alienados, porém também prévia que quando possível a União fundaria colônias para alcoólicos e epiléticos. Apenas com o Decreto 4.294/1921, que criaram penalidades para aqueles que vendiam drogas ilícitas, como por exemplo, cocaína, e também criou estabelecimentos para os intoxicados com álcool e substancias venenosa, e estabeleceu as formas de processo e julgamentos para os contraventores. 
A Assistência aos Alienados foi renomeada, e passou a ser chamada de Assistência a Psicopatas, com o decreto 5.148-A, de 1927, o qual demonstrou uma determinada proteção às pessoas e aos bens dos doentes mentais, como por exemplo, proibindo que o alienado fique em presídios junto com criminosos, assim como o Decreto 24.559/1934, que também previa a proteção e o tratamento aos doentes mentais, mas foi além, pois criou um Conselho de proteção aos psicopatas, determinou quais deveriam ser as condições do estabelecimento psiquiátrico e as modalidades de internação. 
Em 1970, aconteceu a Reforma Psiquiátrica, a qual tinha objetivo à inclusão do doente mental na sociedade, sem qualquer discriminação, sendo um dos efeitos dessa reforma o Decreto 3.657/89, que impedia que novos hospitais psiquiátricos fossem criados pelo poder público, o qual só foi aprovado em 2001, mas antes mesmo de ser aprovado, alguns estados criaram leis estaduais com o teor semelhante a esse decreto, gerando uma onda de discussões em todo o país. 
A Resolução 1.407/94, que adota os princípios para proteção de pessoas acometidas de transtorno mental e para a melhoria da assistência a saúde mental. São ao todo 25 princípios definidos nessa resolução que abordam a liberdade fundamental e os direitos básicos, proteção de menores, vida em comunidade, determinação de um transtorno mental, exame médico, confidencialidade, o papel da comunidade e da cultura, padrão de assistência, tratamento, medicação, consentimento para o tratamento, informação sobre os direitos, direitos e condições de vida em estabelecimentos de saúde mental, recursos disponíveis nos estabelecimentos de saúde mental, princípios para a admissão, admissão involuntária, corpo de revisão, salvaguardas processuais, acesso à informação, infratores da lei, queixas, monitoramentos e mecanismos de intervenção, implementação, alcance dos princípios relacionados aos estabelecimentos de saúde mental e proteção dos direitos existentes. 
O Conselho Federal de Medicina normatizou a resolução 1.598/2000, a qual trata sobre o atendimento médico a pacientes portadores de transtorno mental, dando destaque à necessidade das normas brasileiras acompanharem os padrões das normas internacionais. 
A Lei 10.216/2001 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Essa lei é um símbolo de referencia, pois marcou a necessidade de respeito á dignidade da pessoa humana. 
APLICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS QUANTO Á INIMPUTABILIDADE E PERICULOSIDADE DO DOENTE MENTAL
Quanto à inimputabilidade.
No Código Penal, especificamente nos artigos 26, 27 e 28, tratam da inimputabilidade, a qual é entendida como incapacidade do entendimento do caráter ilícito do fato ocorrido. A inimputabilidade não significa dizer que o agente não será punido, mas sim, que não será punido da mesma forma que o imputável. 
A legislação penal brasileira diz que:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (CÓDIGO PENAL BRASILEIRO, ARTIGO 26).
Como é possível notar, o referente artigo citado acima, demonstra que a inimputabilidade é entendida como a incapacidade que agente tem para entender sua conduta delituosa, ou seja, quando o sujeito não tem discernimento para distinguir o licito do ilícito. Para que essa conclusão seja feita é necessário verificar as condições mentais, morais, físicas e psicológicas. 
O artigo 26, do Código Penal adota o sistema biopsicológico, havendo que verificar se o agente no momento da ação era portador de doença mental completa ou incompleta, depois de confirmado que o agente é portador de doença mental, é verificado se no momento do ato ele era capaz de entender a ilicitude do fato, exigindo assim os requisitos causal, cronológico e consequencial. Depois de verificado esses pontos, que é possível afirmar se o agente é inimputável, ou seja, não pode se dizer que a inimputabilidade é presumida. 
O dispositivo citado versa também sobre a perturbação de saúde mental, o qual se refere à semi-imputabilidade, isto é, uma perda parcial da capacidade do agente entender se é ou não ilícito. Um exemplo, para facilitar o entendimento da semi-imputabilidade, é de o agente sofrer de alcoolismo crônico, e quando ingeriu bebida alcoólica cometeu algum ato lesivo, ou seja, no momento do ato o agente não tinha total entendimento do caráter ilícito por estar embriagado, cabendo assim uma discussão quanto à semi-imputabilidade, desde que seja comprovada a sua doença. 
Uma dúvida, relevante, relacionada ao tema da inimputabilidade do doente mental, que é mais discutido na área de psicologias é se todos os doentes mentais são inimputáveis, porém a resposta para que seja ou não inimputável convém de exames e laudos médicos, para que assim seja decidido se será aplicado o artigo 26, do Código Penal. 
Os critérios para a inimputabilidade estão previstos no artigo 26, 27 e 28 do Código Penal, podendo se a doença mental, a menoridade e a embriaguez ou intoxicação completa involuntária, não cabendo assim à inimputabilidade apenas nos casos de insanidade mental. 
Quanto à periculosidade.
A definição de periculosidade surgiu no século XIX na Escola de Direito Positivo, a qual considerava o delito como um indício de periculosidade. Em 1878, houve a tentativa de regularização jurídica da periculosidade, e em 1880 criou-se a União Internacional do Direito Penal que debatia a definição do conceito de periculosidade. Essas evoluções e conceituações dentro do Direito Penal demonstraram a necessidade de um psiquiatra no âmbito do penal.
Para haver um crime é necessário que o agente o cometa, e até que seja feito a perícia oficial não se sabe ao certo se agente tinha plena consciência da ilicitude do ato que cometeu. O perito, nos casos que envolvem doentes mentais, é de extrema importância, pois ele determinará o grau de periculosidade do agente.
	 Adalberto Jose Q. T. Camargo Aranha esclarece que: 
Penalmente responsáveis só os mentalmente perfeitos. A enfermidade mental pode levar à inimputabilidade ou então a uma semi-imputabilidade ou imputabilidade restrita. O laudo a ser feito, alem dos elementos comuns a tal peça, deve obrigatoriamente conter a anamnese do acusado, Istoé, todos os elementos objetivos ou subjetivossobre seus antecedentes, como ambiente social, meios educacionais, familiar, profissional, criminológico e penal. Para obtê-los o perito deve valer-se somente da palavra do examinado, porém a prudência recomenda que recorra às fontes por ele indicadas pra uma conclusão perfeita. (ARANHA, 1994, p.157).
No exame pericial é verificado se o acusado no tempo da ação e quando cometeu o crime não tinha capacidade mental, devido à insanidade mental completa ou incompleta. Ao ser verificado o quesito citado acima, o perito pode chegar à conclusão do grau de periculosidade do agente perante a sociedade. Se for constatado no exame psiquiátrico que o individuo é perigoso, será cabível a medida de segurança. 
Nessa perícia são verificadas as características que definem a personalidade do delinquente, as predisposições aos delitos devido às ocorrências ambientais que o favorece, a conduta do delinquente, a adaptabilidade social e sinais positivos ou negativos de ordem criminal ou social. Essas características são verificadas para que chegue a conclusão da cessação da periculosidade ou não.
	Tem-se necessidade de ser definido o grau de periculosidade, para que assim possa, o individuo receber o tratamento devido, e assim, talvez, consiga a cura, já que sabemos que há doenças que são incuráveis.
APLICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS QUANTO Á INTERVENÇÃO DO ESTADO EM RELAÇÃO AO DOENTE MENTAL
Em regra, para aqueles indivíduos imputáveis implica-se a sanção penal, mas para aqueles que são semi-imputável e inimputável implica-se as medidas de segurança. As medidas de segurança estão disciplinas no Código Penal, nos artigos 96, 97, 98 e 99, e são como um mecanismo de defesa social.
Em principio, as medidas de segurança tinha o intuito de preventivo para aqueles que eram menores infratores e alcoólicos, os quais eram vistos como pessoas que tinham hábitos antissociais, sendo que não havia a necessidade deles terem cometido nenhum delito, bastava demonstrar algum perigo para a sociedade.
Antes de discorrer sobre os tipos de medidas de segurança adotados, tem se a necessidade de conceituar e diferenciar a pena da medida de segurança, enquanto a primeira citada reside na culpabilidade, a segunda reside na periculosidade.A culpabilidade é a reprovação da conduta humana na sociedade, e a periculosidade é a antissociabilidade, que é demonstrada por meio de uma anomalia psíquica. 
Antes da reforma do Código Penal em 1984, as medidas de segurança tinham o sistema binário, ou seja, buscava-se a recuperação do individuo, mas ainda assim aplicava-se a sanção. Atualmente é adotado o sistema vicariante, que não permite a acumulação da pena com medida de segurança, ou seja, deve ser aplicada uma ou outra. 
No artigo 96 do Código Penal, está descrito as modalidades de medida de segurança, sendo a internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, e também, a sujeição a tratamento ambulatorial. A internação é conhecida como segurança detentiva, já que o sujeito fica em reclusão, totalmente isolado, em um processo de adaptação e readaptação à vida social. Com o tratamento ambulatorial o individuo deve comparecer em hospital de custódia, para ter os devidos tratamentos, nos dias estabelecidos pelo psiquiatra, para que tenho o tratamento adequado conforme a sua periculosidade. Quanto ao prazo de tratamento ambulatorial, está descrito no artigo 97, § 1° do Código Penal da seguinte forma:
 Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
 § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Se ainda com os tratamentos previstos nas medidas de segurança, o acusado não obtiver melhora após acabar o tempo imposto pelo juiz para o cumprimento, o sentenciado terá que ser posto em liberdade, pelo fato de estar extinta sua punibilidade e o Estado não ter motivos para mantê-lo sob tratamento. No artigo 10 da LEP, diz que “a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade” (LEI DE EXECUÇÕES PENAIS, 1984, ART. 10), sendo assim, o Estado fornece o tratamento, mas não garante a cura, pois há doenças mentais incuráveis.
Nos casos em que for comprovado por meio de pericia médica, que o inimputável não demonstra mais nenhum grau de periculosidade, ou seja, estiver sido cessada periculosidade, o Juiz da execução penal poderá determinar a desinternação condicional, com prazo condicional de um ano, visto que, se nesse período o internado não praticar nenhum ato que demonstre periculosidade a medida de segurança será encerrada. Assim previsto no artigo 97, § 3º do Código Penal:
 § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
Vale ressaltar que o período em que o agente estiver subjugado a medida de segurança, deverá realizar exames criminológicos, quando se tratar de internação, nos casos em que for um tratamento ambulatorial, esses exames serão opcional. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica demonstrado que no decorrer histórico da legislação penal quanto o doente mental, houve várias alterações, buscando melhorias para que o agente tivesse os seus direitos e garantias resguardados, além de buscar também o tratamento, dado que, o doente mental era visto como um louco, e chegava a ficar acorrentado. 
No decorrer do exposto também foi possível identificar que a inimputabilidade é para aquele que tem desenvolvimento mental incompleto, porém não significa que o individuo não será punido. 
. 
REFERÊNCIAS
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CAMPELLO, Bernadete (Coord.). Biblioteca escolar como espaço de produção do conhecimento: parâmetros para bibliotecas escolares. Belo Horizonte: UFMG/ECI/GEBE, 2010.
GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias; TESCAROLO, Ricardo. Desafios para implementar o letramento informacional na educação básica. Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 41-56, abr. 2010.
FORMATAÇÃO GERAL E OUTROS APONTAMENTOS
ATENÇÃO
O TC na modalidade de artigo científico tem capa, folha de rosto e páginas numeradas. Solicita-se a redação de 15 a 25 páginas de texto (excluindo as Referências).
Sua redação é sequencial, sem “quebra de páginas” entre os títulos e subtítulos.
INTRODUÇÃO
Apresenta de modo conciso o assunto abordado no trabalho. Além de fazer um apanhado geral sobre o tema, a introdução deve abordar a formulação do problema, os objetivos (geral e específicos), a justificativa e o método utilizado na pesquisa (IESB, 2017).
DESENVOLVIMENTO
 É composto pela revisão teórica, a metodologia e a análise dos resultados da pesquisa. Divide-se em seções e subseções: nas seções os assuntos devem ser tratados de maneira geral, de modo a introduzir os principais conceitos que serão abordados em toda a seção; nas subseções os assuntos introduzidos na seção deverão ser tratados de forma específica e organizada. Para fins de embasamento teórico deverão ser mencionados os autores que foram utilizados ao logo do trabalho, estes também deverão aparecer de forma organizada na lista de referências (IESB, 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As considerações finais é a parte final do trabalho na qual são apresentados os resultados do estudo relacionando-os com os objetivos e as hipóteses estipulados na introdução, apresentando, de forma prática e clara, as deduções retiradas dos resultados, como também sugestões de aspectos do tema a serem pesquisados (IESB, 2017).
MARGENS (NBR 14724) 
Superior: 3,0 cm
Inferior: 2,5
Lado Esquerdo: 3,00
Lado Direito: 2,50
TIPO DE FONTE
Times New Roman
TAMANHO DA LETRA
No corpo do texto; tamanho 12
Para citações com mais de 3 linhas: tamanho 10.
ESPAÇAMENTO DAS ENTRELINHAS
No texto: 1,5 
Nas citações com mais de 3 linhas, no resumo e nas Referências: 1,0 (simples)
PARÁGRAFO
Recuo de 1,5 cm à esquerda.
ATENÇÃO
O TC na modalidade de artigo científico tem capa, folha de rosto e páginas numeradas.
 Tamanho do artigo: de 15 a 25 páginas de texto (excluindo as Referências).
Não fazer citações longas, pois compromete a qualidade do artigo. 
Artigo é reflexão do bacharelando.
Sua redação é sequencial, sem “quebra de páginas” entre os títulos e subtítulos.
CITAÇÕES: Adotar-se-á o sistema AUTOR/DATA (SOBRENOME, ano, p.__).
Exemplo de citação com até 3 linhas:
O ativismo jurídico no Brasil reabre o debate sobre a finalidade do Estado, pois “em face do direito privado e do interesse particular, da família e da sociedade civil, o Estado é, por um lado, necessidade exterior e poder mais alto” (HEGEL, 2000, p. 226), devendo os legisladores definir, pelo princípio da dialética expressa nas mais diversas convicções sociais, os fundamentos de justo e injusto de sua sociedade.
Exemplo de citação com mais de 3 linhas:
O ativismo jurídico no Brasil reabre o debate sobre a finalidade do Estado e as funções dos poderes:
...em face do direito privado e do interesse particular, da família e da sociedade civil, o Estado é, por um lado, necessidade exterior e poder mais alto; subordinam-se-lhe as leis e os interesses daqueles domínios mas, por outro lado, é para eles fim imanente, tendo a sua força na unidade do seu último fim universal e dos interesses particulares do indivíduo (HEGEL, 2000, p. 226).

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