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Toxina botulínica e seus riscos

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Toxina botulínica e seus riscos
A Toxina Botulínica (TB) é uma exotoxina, com ação paralisante, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo, toxina esta que é liberada pela lise da bactéria. Essa toxina é uma neurotoxina dose dependente que causa fraqueza muscular no músculo esquelético, por meio do bloqueio cálcio dependente, da liberação de acetilcolina nos terminais, impedindo assim a transmissão do impulso nervoso à placa motora do músculo. Portanto, para que ocorra esse impedimento a toxina botulínica vai se ligar de maneira irreversível à membrana neuronal, na terminação nervosa a nível da junção neuromuscular, e se deslocar para o citoplasma do terminal do axônio onde vai se clivar em proteínas específicas fundamentais para a ação da acetilcolina, assim bloqueando a transmissão sináptica excitatória.
O Botox®, procedimento que se faz com a utilização da toxina botulínica, está evoluindo muito na área da estética para o tratamento de rugas e linhas de expressão, pois a mesma atua diminuindo a tensão muscular. No entanto, é sabido que qualquer tratamento estético realizado apresenta riscos, onde então o profissional deve ter pleno conhecimento para diminuir o acontecimento dos mesmos.
Entre os riscos possíveis de se acontecer com a aplicação da toxina botulínica está a ptose palpebral, a qual é caracterizada pela queda na pálpebra, obscurecendo o arco superior da íris. Esse problema pode acontecer em consequência da injeção da toxina na glabela e na fronte ou pela difusão da toxina ou pela injeção no septo orbital, o que faz com que ocorra a paralização do músculo levantador da pálpebra superior, o que acontece devido a manipulação de diluições muito altas ou de injeções muito próximas da borda orbital ou intensa manipulação da área depois da aplicação, o que faz com que aconteça a maior difusão das preparações da toxina. Porém essa complicação se resolve espontaneamente entre 2 a 4 semanas.
Outra alteração ocular que também podem acontecer é a síndrome do olho seco, a qual pode acontecer devido a incapacidade total ou parcial do fechamento dos olhos ou também pela ação direta da toxina na glândula lacrimal. Essas complicações podem ser evitadas com a aplicação da toxina concentrada nos pontos marcados, respeitando a distância de segurança de 1 cm da borda orbital durante a aplicação.
Portanto, nota-se que as reações adversas podem ser evitadas quando os protocolos são seguidos e as doses respeitadas, e também quando o profissional possui a experiência e o conhecimento da anatomia facial.
Fonte:
MIRA, R. L. G. T. Estudos de caso: Toxina botulínica tipo A em rugas glabelar. 2010, 9 f. Trabalho de obtenção de título de pós-graduação em medicina estética – Faculdade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2010.
RIBEIRO, I. O uso da toxina botulínica tipo A nas rugas dinâmicas do terço superior da face. Revista da Universidade Ibirapuera, São Paulo, v.7, p. 31-37, jan/jun. 2014.

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