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ARTE NA GRÉCIA Dos povos da antiguidade que apresentaram produção cultural mais livre, foram os gregos. • Se inicialmente eles imitaram a produção artística egípcia e de povos do oriente com o tempo criaram arquitetura, escultura e pintura própria, movidos por concepções diferentes convictos de que o ser humano ocupa lugar especial no universo, eles não se submeteram a imposições de reis e sacerdotes, para eles, o conhecimento expresso pela razão, estava acima da crença em qualquer divindade. Do ponto de vista de sua produção artística, os seguintes períodos históricos da Grécia antiga são: • Período Arcaico: Da formação das cidades-estado, em meados do século VII a.C, até a época das guerras Greco-Pérsicas, no século V a.C. • Período clássico: Das guerras pérsicas até o fim da Guerra do Peloponeso ( séc IV a.C) • Período Helenístico: Do séc IV a.C até o século II a.C. Em 146 a.C , a Grécia viria a ser dominada por Roma. • No século XIII a.C o povo grego era formado pelos aqueus, jônicos, dórios e eólios. Com o passar do tempo esses povos passaram a ter a mesma cultura. • Já por volta do século X a.C os habitantes da Grécia continental e das ilhas do mar Egeu, que falavam diversos dialetos gregos, estavam reunidos em pequenas comunidades distantes umas das outras. Muitas delas transformaram-se em cidades-estado a Pólis Grega. • O período arcaico vai de meados do século VII a.C com a formação da Pólis, até a época das Guerras Pérsicas. Tem início então o período clássico. • Dessa fase merece destaque o século V a.C chamado século de Péricles, época em que a atividade intelectual, artística e política refletiu o esplendor da cultura helênica. A EVOLUÇÃO DA ESCULTURA • Aproximadamente no final do século VII a.C os gregos começaram a esculpir em mármore grandes figuras masculinas. Era evidente, nessas abas, a influência do Egito, tanto nas formas quanto na técnica de esculpir grandes blocos. O artista grego, porém, já acreditava que a escultura não deveria se assemelhar ao seu modelo, ela teria também um objeto belo em si mesmo. • O escultor grego do período arcaico, assim como o egípcio, apreciava a simetria natural do corpo humano. • Para evidenciá-lo o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros, palavra grega que significa “homem jovem”. Diferentemente da arte egípcia, cuja produção tinha uma função religiosa, a arte grega não estava submetida a convenções rígidas, por isso, evoluiu livremente. Assim, com o tempo, a postura rígida e forçada do Kouros passou a ser insatisfatória. A estátua conhecida como Efebo de Critio, por exemplo, mostra mudanças nesse sentido e em vez de olhar para frente, o modelo tem a cabeça ligeiramente voltada para o lado, em vez de apoiar-se igualmente sobre as duas pernas, o corpo descansa sobre uma delas, que assume uma posição mais afastada em relação ao eixo de simetria, e mantém o quadril desse lado um pouco mais alto. • Na procura pela superação da rigidez das estátuas, o mármore mostrou-se um material inadequado, pesado demais, muitas vezes quebrava-se sob o próprio peso quando determinadas partes do corpo não estavam apoiadas. Os braços estendidos de uma estátua, por exemplo, corriam sério risco de se quebrar. A solução para o problema foi trabalhar com um material mais resistente. Começaram então a fazer esculturas em bronze, liga metálica que além de mais resistente permitia o artista criar figuras que expressassem melhor ideia de movimento. • Da arquitetura grega, as edificações que despertam maior interesse são os templos. Essas obras não foram construídas para reunir, dentro delas, um grupo de pessoas para o culto religioso, mas proteger da chuva ou do sol excessivo as esculturas das divindades. • As características mais evidentes, dos templos gregos, são as simetrias entre o pórtico da entrada, pronau, e o dos fundos, opistódomo. • O núcleo do tempo era formado pelo Pronau, pelo Nao (recinto onde ficavam a imagem da divindade) e pelo Opistódomo. Esse núcleo era cercado por uma colunata chamada Peristilo. Em cidades mais ricas o Peristilo chegou a ser formado por duas séries de colunas em torno do núcleo do templo. • As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: arquitrave, friso e a cornija. As colunas e o entablamento eram construídos seguindo os moldes da ordem dórica ou ordem jônica. A ordem dórica era simples e maciça. Os fustes das colunas eram grossos e firmavam-se diretamente no estilóbato. Os capitéis, que ficavam no alto dos fustes eram muito simples. A ordem jônica sugeria leveza e era mais ornamentada. As colunas apresentavam fustes mais delgadas, que não se firmavam diretamente sobre o estilóbato, mas sobre uma base decorada. • Os capitéis eram enfeitados, e a arquitrave dividida em partes, ou então decorada por uma faixa esculpida em relevo. A cornija era mais ornamentada, em geral a ordem jônica tinha um tratamento mais livre do que a dórica, tanto que no final do século V a.C, foi criado o capitel jônico, como um modo de variar e enriquecer as colunas dessa ordem. • Os templos gregos eram cobertos por telhado descendente, no sentido das laterais. Tanto no pórtico de entrada quanto dos fundos esses espaços, denominado frontão, eram intensamente ornamentado com esculturas. • O PERÍODO HELENÍSTICO • No final do séc. V a.C Filipe II, rei da Macedônia, dominou as cidades-estado da Grécia e foi sucedido por seus filhos. Alexandre, que construiu um gigantesco império fragmentou- se em vários reinos. Os historiadores modernos deram o nome de helenístico à cultura iniciada sob o poder de Alexandre e segunda até o domínio da Grécia pelos romanos. A ESCULTURA • A escultura do séc. IV a.C apresentava traços bem característicos. Um deles era a representação sob a forma humana, de conceitos e sentimentos como a paz, o amor, a liberdade, a vitória, etc. Outra marca foi o surgimento do nu feminino, já que no período arcaico e clássico representava-se a figura feminina sempre vestida. • Praxíteles, cópia romana de Afrodite de Cnido. Praxíteles, por exemplo, esculpiu uma Afrodite nua que acabou sendo sua obra mais famosa. Como essa estátua foi comprada pela cidade de Cnido, ficou conhecida como Afrodite de Cnido. Observa-se nela o princípio usado por Policleto (autor do Doríforo), opor os membros tensos aos relaxados, combinando-os com o tronco posicionado sem rigidez. Esse princípio aplicado às formas arredondadas femininas deu sensualidade a escultura.
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