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APS 9 semestre - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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18
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
ICJ - INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 NOME DO ALUNO -RA
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS –APS
LEI 8.078/90 - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC)
 
UNIP/CAMPUS PARAÍSO/ SP
2019
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
ICJ - INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
 NOME DO ALUNO -RA
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS –APS
Trabalho de Atividade Prática Supervisionada para o cumprimento de Dependência correspondente ao 9º semestre do curso de Bacharelado em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP
UNIP/CAMPUS PARAÍSO/ SP
2019
RESUMO
A Lei 8.078 de 1990 - Código de Defesa do Consumidor (CDC) visa amparar a parte mais fraca no que diz respeito às relações de consumo devido à falta de conhecimento técnico e falta de acesso a informações precisa de maior proteção. 
Ao ser sancionada a Lei 8.078/90 estabeleceu em seu art. 106 o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, além disso existem entidades civis que atuam em pró de seus associados como a Associação das Vítimas de Erros Médicos por exemplo.
Nas relações de consumo, em uma extremidade encontra-se o fornecedor de determinado produto ou serviço e em outra o consumidor. No art. 2º o CDC traz a definição de consumidor “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”, já no e no art. 3º a de fornecedor, vejamos: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
O CDC determina que a responsabilidade do fabricante, produtor ou construtor independe de culpa, ou seja, trata-se de responsabilidade objetiva, além disso, aplica-se não só aos fornecedores nacionais, mas aos estrangeiros e importadores, estes deverão reparar os danos causados aos consumidores independentemente de culpa, é a responsabilidade pelo fato do produto, e está prevista no art. 12 in verbis:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
Mesmo que a princípio dê a entender que cada um será responsável de forma individual pelo dano que der causa, a responsabilidade poderá ser solidária se no caso in concreto for verificado que não foi apenas um da cadeia de fornecedores o responsável pelo dano, é o que determina o art. 7º parágrafo único e o art. e 25, § 1º do CDC.
Isto posto, o fato do produto será analisado à luz da Lei 8.078/90, da doutrina e jurisprudência, com o objetivo de apurar a responsabilidade da fabricante do veículo em face dos danos sofridos pela consumidora.
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO ................................................................................................................04
II - APRESENTAÇÃO DO TEMA .....................................................................................05
III - FUNDMENTAÇÃO LEGAL À LUZ DA LEI 8.078/90 - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, A RESPEITO DA RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE PELOS DANOS SOFRIDOS PELA CONSUMIDORA....................................................06
IV - FUNDAMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DO PEDIDO .............................................08
Responsabilidade pelo fato do produto..................................................................09
 V - PESQUISA JURISPRUDENCIAL DE CASOS SEMELHANTES...........................11
VI - PETIÇÃO INICIAL......................................................................................................13
VII - CONCLUSÃO ..............................................................................................................17
VIII- REFERÊNCIA E BIBLIOGRAFIA..........................................................................18
INTRODUÇÃO
O direito do consumidor faz parte da terceira dimensão dos direitos fundamentais, são direitos transindividuais, isso significa dizer, que é pertencente a um rol de direitos direcionados à coletividade. A Constituição Federal contempla o CDC como uma norma principiológica, vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
 V - Defesa do consumidor;
O Código de Defesa do Consumidor foi instituído pela Lei 8.078/1990, com o objetivo de proteger os indivíduos vulneráveis, uma vez que, encontram-se em condição desfavorável em relação ao fornecedor por serem os destinatários finais, sendo hipossuficiente devido à falta de conhecimento técnico ou pela falta de acesso às informações necessárias para produzir provas. 
Dessa forma o CDC prevê em reconhecimento a essa hipossuficiência, a possibilidade de inversão do ônus da prova, favorecendo o consumidor em seu art. 6º, VIII, para facilitar da defesa de seus direitos.
A Lei 8.078/1990 enumera dentre outros princípios, princípio da reparação integral dos danos previsto no art. 6º, VI, isso significa dizer que, a responsabilidade civil de acordo com o CDC garante a “efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Sendo assim, consumidor terá direito à reparação do dano material causado seja pelo que perdeu ou pelo que deixou de ganhar e compensação por danos morais quando seus direitos de personalidade forem violados.
APRESENTAÇÃO DO TEMA
Sandra Sofia adquiriu um veículo de marca XTronc, modelo ST 36, com tecnologia de última geração, inclusive freios que evitam a derrapagem do veículo em freadas mais bruscas. Apenas quatro meses após começar a utilizar o veículo, Sandra Sofia realizou uma viagem de São Paulo para Ribeirão Preto e na altura de Jundiaí, precisou fazer uma freada mais brusca em razão da manobra irresponsável de um veículo que trafegava à sua frente. Nesse momento seu veículo teve súbito travamento das quatro rodas, capotou e disso resultaram ferimentos graves na condutora e a perda total do veículo. Sandra demorou seis meses para se recuperar do acidente, perdeu clientes em sua atividade profissional, viu sua empresa passar por sérias dificuldades econômicas decorrentes de seu afastamento. Na oficina para a qual o veículo foi levado, ficou constatado que o sistema de freio apresentou falha geral e que isso foi a causa do acidente. A fabricante do veículo X Tronc alegou desconhecer falhas no sistema e se recusou a indenizar as perdas sofridas por Sandra Sofia. 
As atividades a serem realizadas são:
Pesquisar à luz da Lei 8.078 de 1990, o Código de Defesa do Consumidor, os fundamentos legais que sustentam a responsabilidade da fabricante do veículo pelos danos sofridos pela consumidora.
Pesquisar em obras jurídicas de Direito do Consumidor fundamentos doutrinários que forneçam sustentação ao pedido da consumidora.
Pesquisar julgados de casos semelhantes ao ocorrido com Sandra Sofia.
Redigir em 4 folhas de A4, com fonte 12, espaço 1,5 entre linhas e margens normais, a petição inicial da ação judicial que SANDRA SOFIA vai promover contra a fabricante do veículo.
FUNDMENTAÇÃO LEGAL ÀLUZ DA LEI 8.078/90 - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, A RESPEITO DA RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE PELOS DANOS SOFRIDOS PELA CONSUMIDORA.
Primeiramente o fato encontra-se dentro do prazo prescricional para ingresso de ação de reparação pelos danos sofridos, qual seja, cinco anos:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
No que diz respeito a produção de provas, o ônus será da fabricante, já que a Sandra Sofia hipossuficiente devido à desvantagem técnica e econômica:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
O defeito em produto ou serviço provoca acidente de consumo resultando em dano ao consumidor, diante disso o CDC prevê em seu art.12 que a responsabilidade do fornecedor será objetiva, isso significa que responderá pelo dano causado ao consumidor independentemente de culpa.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
Produto com defeito é aquele que não proporciona a segurança que se espera dele. O CDC traz a definição de defeito art. 12 § 1º, além disso cita algumas circunstâncias nos incisos:
§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
 I - sua apresentação;
 II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
 III - a época em que foi colocado em circulação.
O CDC prevê causas excludentes de responsabilidade objetiva pelo fato do produto, onde o fornecedor não será responsabilizado, e de acordo com relato no estudo de caso, ficou constatado que o sistema de freio apresentou falha geral e que isso foi a causa do acidente, logo fica evidente que o fabricante não se enquadra em nenhuma das situações previstas no 12, § 3º, da Lei n. 8.078/90:
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
 I - que não colocou o produto no mercado;
 II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
 III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Diante da constatação do vício, o CDC prevê algumas opções:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
A fabricante alegou desconhecer falhas no sistema e se recusou a indenizar as perdas, porém, sua argumentação é falha diante da teoria do risco do negócio e da responsabilidade objetiva.
FUNDAMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA DO PEDIDO
O direito do consumidor faz parte da terceira dimensão dos direitos fundamentais, são direitos transindividuais, isso significa dizer, que é pertencente a um rol de direitos direcionados à coletividade. A Constituição Federal contempla o CDC como uma norma principiológica, vejamos:
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
 
V - Defesa do consumidor;
 
O Código de Defesa do Consumidor foi instituído pela Lei 8.078/1990, com o objetivo de proteger os indivíduos vulneráveis, uma vez que, encontram-se em condição desfavorável em relação ao fornecedor por serem os destinatários finais, sendo hipossuficiente devido à falta de conhecimento técnico ou pela falta de acesso às informações necessárias para produzir provas. 
Dessa forma o CDC prevê em reconhecimento a essa hipossuficiência, a possibilidade de inversão do ônus da prova, favorecendo o consumidor em seu art. 6º, VIII, para facilitar da defesa de seus direitos.
Hipossuficiência e vulnerabilidade são conceitos distintos. A vulnerabilidade do consumidor é presumida em toda e qualquer circunstância, sendo em certa medida o próprio fundamento da legislação consumerista. A hipossuficiência, por sua vez, diz respeito a determinada situação ou relação jurídica, frente à qual o consumidor apresenta traços de inferioridade técnica, cultural, econômica ou probatória em relação ao fornecedor. (OLIVEIRA; James Eduardo, 2015, p.119)
Responsabilidade pelo fato do produto
A Lei 8.078/90 enumera dentre outros princípios, princípio da reparação integral dos danos previsto no art. 6º, VI, isso significa dizer que, a responsabilidade civil de acordo com o CDC garante a “efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Sendo assim, consumidor terá direito à reparação do dano material causado seja pelo que perdeu ou pelo que deixou de ganhar e compensação por danos morais quando seus direitos de personalidade forem violados.
É dever do fornecedor fornecer informações importantes acerca dos produtos e serviços que disponibilizam no mercado.
O consumidor tem direito a escolher livremente de acordo com sua preferência, e esse ato de consumo tem que ser feito de forma consciente e seguro, para tanto é necessário que o fornecedor disponibilize todas as informações necessárias, pois os consumidores se guiarão por elas.
Se as informações fornecidas forem prestadas inadequadamente acerca dos produtos ou serviços, ou forem insuficientes causando danos ao consumidor, então haverá o dever de reparação.
O dano ao consumidor é gerado por um acidente de consumo devido um defeito no produto ou serviço, dessa formar causado pelo defeito em um produto ou serviço que causa acidente de consumo, diante dessa ocorrência o fornecedor responderá pelo dano causado ao consumidor independentemente de culpa.
Falar em responsabilidade objetiva do fornecedor significa dizer que ao exercer determinada atividade ele assume os riscos advindos dela, seja qual for a atividade desempenhada, essa é a chamada teoria do risco do negócio.
A fabricante XTronc ao colocar o veículo modelo ST 36 no mercado, assumiu os riscos da atividade.
Ao apresentar falha geral no sistema de freio causando capotamento do veículo que resultaram na perda total dele e em ferimentos graves na condutora o defeito afetou segurança, saúde e sua integridade física, além disso devido à internação pelo período de seis meses Sandra Sofia teve perda de clientes resultandoem sérias dificuldades econômicas para sua empresa, e tal fato gera o dever de indenizar conforme o art. 12 do CDC.
Acerca do fato do produto, BOLZAN menciona que:
 No tocante à responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, as atenções estão centradas basicamente na incolumidade física e psicológica do consumidor. Tal assertiva busca amparo no fato de que a expressão “fato do produto ou do serviço” refere‐se a acidente de consumo decorrente de um produto ou de um serviço defeituosos.
Assim, na mesma linha do exemplo acima pontuado, aquele que compra um Tablet que explode em seu rosto ao ser ligado sofre um acidente de consumo em razão de um produto defeituoso. Nessa modalidade de responsabilidade, a preocupação está́ mais voltada para a segurança do consumidor. (BOLZAN; Fabrício, 2017, p.332)
O fabricante tinha o prazo de trinta dias para solucionar o vício, ou alternativamente o prazo mínimo de sete dias e máximo de 180 dias se convencionado entre as partes. 
Após esse período deveria à escolha da consumidora substituir o produto por um de mesma espécie ou restituir a quantia paga ou abater de forma proporcional o preço.
Cabe ressaltar que isso não exime o dever de indenizar por eventuais perdas e danos, que foi o caso de Sandra Sofia, pois além do dano ao veículo que sofreu perda total, ainda devido ao capotamento por ocorrência de falha no sistema de freios, Sandra Sofia veio a passar por um grande trauma e teve sua incolumidade física violada, porque ela sofreu ferimentos graves e ficou internada durante seis meses, no mais perdeu clientes por conta do afastamento e teve perda financeira
PESQUISA JURISPRUDENCIAL DE CASOS SEMELHANTES
Responsabilidade Objetiva
APELAÇÃO INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS- CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRÊNCIA - ACIDENTE DE VEÍCULO ALEGAÇÃODEFALHANOSISTEMADEFREIOSRESPONSABILIDADE OBJETIVA DA RÉ.
1- Acidente de veículo falha no sistema de freios “recall” apontando defeitos e consequências que coincidem com a descrição do acidente Responsabilidade objetiva Obrigação de reparar os danos materiais. 2 - Pacífica a natureza consumerista da relação entre as partes, nos termos dos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor. A relação jurídica qualificada por ser 'de consumo' se caracteriza pela presença de uma parte vulnerável de um lado (consumidor) e de outro, um fornecedor. Inversão. 3- Dano moral configurado. Valor da indenização arbitrado em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) 
(TJ-SP – APL 10032312220178.260099 SP 1003231-22.2017.8.26.0099, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 24/10/2018, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/10/2018)
Dever de indenizar
EMENTA CIVIL. PROCESSO CIVIL. CONSUMIDOR. PRELIMINARES DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO, ILEGITIMIDADE PASSIVA E FALTA DE INTERESSE DE AGIR REPELIDAS. PEDIDO, ILEGITIMIDADE PASSIVA E FALTA DE INTERESSE DE AGIR REPELIDAS. VEÍCULO COM DEFEITO NO SISTEMA DE FREIOS. VÍCIO DO PRODUTO. RECUSA À SUBSTITUIÇÃO. INADMISSIBILIDADE. PRAZO DE GARANTIA VIGENTE. FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. DEVER DE REPARAR. OBRIGAÇÃO DE FAZER MANTIDA. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO. QUANTUM INDENIZATÓRIO EM PATAMAR ADEQUADO. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1) Afasta-se as preliminares de impossibilidade jurídica do pedido, ilegitimidade passiva e falta de interesse de agir suscitadas em primeiro grau e reiteradas no presente recurso, nos termos da fundamentação do d. Juízo sentenciante. 2) O autor adquiriu o veículo Fiat Pálio 2012/2013 junto à concessionária requerida em 08/06/2012, tendo o bem apresentado defeito no sistema de freios ABS, ainda no prazo de 12 (doze) meses da garantia, conforme manual constante às fls. 74/75 dos autos, o qual não estipula prazo diferenciado de garantia para os freios. De outro giro, a requerida não produziu provas de que o veículo teria sido usado em condições severas, fato que, conforme informações contidas no manual, também não exclui a garantia prevista. Assim, não se mostra legítima a reiterada recusa da empresa ré em efetuar a troca imediata do item defeituoso, restando configurada a falha na prestação dos seus serviços. 3) Danos morais: A injustificável recalcitrância da requerida em atender à solicitação do autor causou-lhe, inequivocamente, transtornos e constrangimentos que superam os meros aborrecimentos do dia a dia, vez que foi obrigado a permanecer com seu veículo avariado por longo período, expondo-se aos mais variados riscos, além de ter que se deslocar do município de Laranjal do Jari, onde reside, até esta Capital, na busca de solução para o problema apresentado e, aqui chegando, lhe ter negado o atendimento solicitado. 4) O quantum indenizatório fixado pelo d. Juízo sentenciante em R$ 2.000,00 (dois mil reais) não reclama redução. 5) recurso não conhecido e não provido. 6) Sentença mantida. 
(TJ-AP-RI:00015430520138030008 AP, Relator: CESAR AUGUSTO SCAPIN, Data de Julgamento: 10/10/2013, TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS)
Inversão do ônus da prova:
recurso inominado. ação de reparação de danos. defeito em veículo com poucos meses de uso. desnecessidade da realização de prova pericial. onus da fabricante, do qual não se desincumbiu, de demonstrar que o defeito apresentado decorreu exclusivamente do uso inadequado do veículo pelo consumidor. dever de ressarcimento do montante despendido para o conserto. 
Não há, no caso, necessidade da realização da prova pericial, quer porque a origem do problema discutido no presente feito comportaria demonstração por outros meios, como laudos e testemunhas, quer porque a própria perícia já estaria inviabilizada porquanto já realizado o conserto.
Quanto ao mérito, o laudo técnico de fl. 09 dá conta que “houve atropelamento de válvulas e que o parafuso de ficção da engrenagem do comando de descarga estava frouxo”. Dito laudo, firmado pelo chefe de oficina de revendedora autorizadaível pela própria demandada, não atribuiu responsabilidade ao consumidor pelo dano descrito. 
Ademais, a única testemunha ouvida em juízo, fl. 43, disse que não acompanhou o presente caso, não tendo como afirmar a causa do problema. Referiu que o defeito apresentado poderia decorrer do engate de marcha inadequada, mas não da redução em simples ultrapassagem como afirmou o autor ter feito.
Neste contexto, a alegação da fabricante de que o defeito apresentado decorreu do uso inadequado pelo consumidor não restou devidamente comprovada, razão pela qual deve arcar com o devido ressarcimento, mormente por se tratar de bem de consumo durável que apresentou defeito com poucos meses de uso. ENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO DESPROVIDO 
(TJ – RS – Recurso Cível: 71003433984 RS, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes Da Silva, Data de Julgamento: 19/09/2012, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: 27/09/2012)
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE (COMARCA DO DOMICÍLIO DA AUTORA)
SANDRA SOFIA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade RG. nº (número), inscrita no CPF sob o nº (número), tendo como endereço eletrônico (endereço de e-mail), residente e domiciliada (endereço completo), por meio de sua advogada e procuradora que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com endereço profissional (endereço completo), onde recebe intimações, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS 
Em face de XTronc, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º XX.XXX.XXX/XXXX - XX, com sede (endereço completo), pelas razões de fato e de direito a seguir articuladas:
DA COMPETÊNCIA
A atual demanda deve ser processada e julgada no foro do domicílio da consumidora, ora autora, tal como prevê o Código de Defesa do Consumidor, em seu art.101, inciso I.
“Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II destetítulo, serão observadas as seguintes normas:
 I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;”
DA GRATUIDADE PROCESSUAL
A autora encontra-se em sérias dificuldades econômicas devido ao balado financeiro proporcionado pelo acidente sofrido, diante disso não possui condições financeiras de arcar com as despesas dos honorários advocatícios e custas processuais sem que haja prejuízo de seu sustento. Diante disso, segue anexa a declaração de hipossuficiência (DOC. X), cópia da carteira de trabalho da requerente (DOC. X).
DOS FATOS
A autora relata que em (dia/mês/ano) adquiriu o veículo de marca XTronc, modelo ST 36 de placa (número da placa), ano (ano da fabricação), cor (cor do veículo), da ré.
Trata-se de veículo tecnologia de última geração, o automóvel em questão possui freios que evitam a derrapagem na ocorrência de freadas mais bruscas.
Ocorre que, após quatro meses de uso, a demandante precisou fazer uma viagem de São Paulo para Ribeirão Preto. 
Na altura de Jundiaí houve uma intercorrência, pois o condutor que trafegava à sua frente agiu de forma manifestamente imprudente fazendo uma manobra arriscada, por conseguinte, levou a interessada fazer uma freada mais brusca. 
Nesse momento seu veículo teve súbito travamento das quatro rodas e veio a capotar, ocasionando a perda total do automóvel, além disso, a requerente, então condutora do veículo, sofreu ferimentos graves.
Devido ao ocorrido, a autora ficou muito debilitada, uma vez que os ferimentos ocasionados pelo acidente foram graves, e precisou ficar em recuperação durante seis meses.
Cabe ressaltar que, a requerente é empresária, portanto, sua atuação é extremamente necessária para o bom andamento dos negócios, e devido a sua ausência acabou perdendo clientes, e viu sua empresa passar por sérias dificuldades econômicas decorrentes de seu afastamento.
Ora, vale dizer que, na oficina para a qual o veículo foi levado, ficou constatado que o sistema de freio apresentou falha geral e que isso foi a causa do acidente.
A ré, fabricante do veículo, alegou que desconhece as falhas no sistema, além disso, se recusou a indenizar as perdas sofridas pela demandante.
Diante do exposto, a autora não viu outra alternativa a não ser se socorrer do judiciário, assim sendo, deseja a responsabilização da empresa fabricante do veículo, tanto pelo dano físico e psicológico que sofreu, como pelos prejuízos financeiros que teve em decorrência do tempo em que ficou afastada do trabalho para restabelecer seu estado de saúde.
DO DIREITO
A autora requer um provimento jurisdicional que condene a ré a lhe pagar uma compensação correspondente ao valor do dano causado a sua saúde física, emocional, e que ressarça os prejuízos financeiros causados tanto pela perda do veículo quando pelas despesas decorrentes do acidente e pelo prejuízo sofrido por sua empresa.
 Pois bem, o CDC enumera como princípios básicos, a reparação integral dos danos causados ao consumidor, nesse caso, há o dever de reparação por dano material tanto pelo que a demandante perdeu como pelo que deixou de ganhar, além da compensação moral pelo abalo psicológico que um acidente traumático como esse lhe causou. Conforme reza o art. 6º, VI do referido diploma “São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O CDC, em seu artigo 6º, VIII, traz a possibilidade da inversão ao ônus da prova, quando verossímil a alegação, ou quando se tratar de parte hipossuficiente.
Conforme dispõe a doutrina:
A hipossuficiência geralmente está́ relacionada com a fraqueza econômica do consumidor, mas nada impede que no caso concreto seja constatada pelo juiz sua fragilidade em qualquer outro aspecto fático ou mesmo técnico. De fato, não possuindo o consumidor condições econômicas, fáticas, técnicas ou de informação para comprovar o seu direito, poderá́ o juiz inverter o ônus probante e exigir do fornecedor a demonstração de que não foi o responsável pelos danos alegados pelo autor. (BOLZAN; Fabrício, 2014, p.257)
Assim, conforme o caso em tela, uma vez demonstrado que não há possibilidade técnica para a produção das provas cabíveis, diante da hipossuficiência da autora, verifica-se que há necessidade de inverter o ônus da prova, caso assim seja necessário, a fim de que, a parte ré traga aos autos qualquer documentação necessária e indispensável à instrução processual.
DO DANO MORAL
O lamentável ocorrido trouxe grande angústia para a autora, e a experiência traumática por ela sofrida não pode equiparar-se a um mero aborrecimento.
 Além do acidente sofrido, que lhe resultou em ferimentos graves e uma internação de 6 meses, a parte autora ainda foi obrigada a suportar a angústia de ver a fonte de seu sustento sofrer sério abalo econômico por causa da sua ausência
Ora, a indenização nunca poderá desfazer o trauma vivido pela demandante, mas deve ser tal que ao menos lhe traga algum conforto, uma compensação pelo desgosto sofrido. 
A CF/88 assegura o direito a indenização por dano material, moral e a imagem, o artigo 5º, V prevê em seu texto que “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.” 
O inciso X do mesmo artigo prescreve que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Nessa mesma abordagem, o Código Civil prevê no Art.186 que “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Não há como negar a responsabilidade da parte ré, diante dos danos sofridos pela autora, a responsabilidade do fornecedor é inegável, desse modo deve ser responsabilizado pelo dano causado.
DO PEDIDO
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII do CDC;
procedência da ação, condenando a ré ao pagamento do montante devido a título de indenização pelos danos materiais, no valor de R$ XXXXXXX
Procedência da ação, condenando a ré ao pagamento do montante devido a título de indenização por dano moral sofrido, no valor R$ XXXXXXXX
Seja o réu citado para, querendo, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, por ser a autora pessoa pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração anexa;
Condenação da parte ré ao pagamento das custas e honorários e
A fixação dos honorários advocatícios.
Protesta, por fim, provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente perícia, oitiva de testemunhas e juntada de novos documentos.
Dá à causa o valor de R$ XXXXXXX
Termos em que pede deferimento.
Cidade, data de mês de ano.
Advogado...
OAB n...
 Endereço profissional para intimações...
CONCLUSÃO
O CDC prevê que o fabricante não pode se eximir da responsabilidade alegando desconhecimento das falhas apresentadas.
 A fabricante deve ser responsabilizada pelo dano, pois a partir do momento que passou a exercer a atividade da fabricação de veículos assumiu o risco dela inerente de acordo com a teoria do risco do negócio.
O defeito no sistema de freios é um acidente de consumo que resultou em danos à consumidora.
 A falha no sistema de freios que gerou o capotamento causou danos à segurança, saúde, integridade física e psicológica além de resultar em perda de clientes e dificuldades financeiras pelo afastamento do trabalho devido à internação durante seis meses.
Dessa forma deverá responder de forma objetiva, independentemente da existência culpa pelo dano causado, além disso, deverá fornecer todas as provas necessárias à apuração do ocorrido, uma vez que, a consumidora é hipossuficiente por falta de conhecimento técnico.
REFERÊNCIA E BIBLIOGRAFA
OLIVEIRA; James Eduardo, Código de Defesa do Consumidor: anotadoe comentado – doutrina e jurisprudência 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2015.
 
BOLZAN; Fabrício, Direito do consumidor esquematizado® / coordenação de Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017.)

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