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EMPRESA: _____________________________________________________________________________ ALUNO:______________________________________________________DATA__/___/_____ INSTRUTOR:___________________________________________________________________ CIPA MANUAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 2 APRESENTAÇÃO Nas minhas conversas com empregados, com colegas e apresentações de consultoria aos empresários digo sempre que, se fosse eu sócio, diretor ou administrador de uma sociedade empresarial não teria uma CIPA em meu estabelecimento. Teria duas. Diante do espanto causado por tamanha audácia, frente aqueles que abominam a comissão de prevenção de acidentes, esclareço minha idéia, um tanto absurda, que teria mais de uma comissão de prevenção de acidentes em minha empresa, considerando que nessa comissão disponho de vários empregados, todos com os olhos voltados para a organização dos locais de trabalho, dos processos de produção; um grupo, literalmente de “colaboradores”, dispostos a proceder uma série de fiscalizações e inspeções nos atos inseguros cometidos pelos colegas e das condições de insegurança que possam causar um acidente ou uma doença no trabalho. Indo além nesse raciocínio, digo que esses processos de fiscalização e inspeção dos atos e condições inseguras são prevencionistas de passivos trabalhistas, aqueles gerados por infortúnios laborais e dos atos de fiscalização dos agentes de inspeção do trabalho. Uma Comissão de Prevenção de Acidentes que cuida dos meus negócios sem exigir nenhum adicional salarial, tão somente pelo desejo de participar, em conjunto com outros colegas de trabalho, na atenção e cuidado com seus semelhantes. E com isso ganham os empregados, suas famílias, a empresa e a sociedade de uma forma geral quando, com as ações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, o local de trabalho seja também um lugar de vida. Que esse trabalho na elaboração desse material para enriquecer os cursos de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho seja de utilidade para todos. A todos os empregados que, voluntariamente participam das ações prevencionistas da CIPA, meus respeito e admiração. Um forte abraço fraternal e amigo. Do autor Odemiro J B Farias CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 3 ÍNDICE O Acidente de Trabalho Histórico No Brasil – Estatísticas Conseqüências dos Acidentes do Trabalho A PREVENÇÃO DE ACIDENTES A LEGISLAÇÃO - O MINISTÉRIO DO TRABALHO A CIPA Conceito –– Estruturação - Exercícios – Atribuições Funcionamento O SEESMT O ACIDENTE DO TRABALHO Exercício. Conceito de Acidentes do Trabalho Conceito Legal de Acidente e Doença do Trabalho - quadro Causas dos Acidentes – Fatores das causas Formulário de Exercício prático RISCOS OCUPACIONAIS INSALUBRIDADE PERICULOSIDADE E.P.I. MAPA DE RISCOS ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES INSPEÇÃO DE SEGURANÇA AIDS - DST PRIMEIROS SOCORROS PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 4 HISTÓRIA SOBRE A ORIGEM DA CIPA A idéia da criação de um grupo de funcionários que, além de terem suas atribuições normais, se preocupassem também com a Prevenção de Acidentes foi desenvolvida pela OIT - Organização Internacional do Trabalho. A OIT, fundada em 1919, com sede em Genebra, na Suíça, tem por objetivo fazer recomendações buscando a solução de problemas relacionados com o trabalho. Como não poderia deixar de ser, o ACIDENTE DE TRABALHO, tendo-se em vista os altos índices já registrados na época, levou a OIT a preocupar-se com o fato a ponto de, em 1921, surgir a idéia de criar os Comitês de Segurança nas empresas com pelo menos 25 empregados. A idéia ficou em estudo durante 2 (dois) anos, sendo recomendada ao mundo em 1923. No Brasil, essa recomendação foi atendida parcialmente por meio do Art.82 do Decreto-Lei nº 7036, de 10/11/44, que determinava que todas as empresas com 100 (cem) ou mais empregados deveriam providenciar em seus estabelecimentos a organização de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. Posteriormente, esse Decreto-Lei foi sendo aperfeiçoado por meio de Portarias Ministeriais que o regulamentam até os dias atuais, conforme se seguem: 1ª) Portaria nº 229, de 19/06/45: evidenciou melhor o caráter obrigatório da implantação das Comissões nas empresas com 100 ou mais empregados. 2ª) Portaria nº 155, de 27/11/53: oficializou a sigla CIPA e obrigou a criação de uma CIPA CENTRAL nos estabelecimentos com Departamentos com mais de 100 empregados. Recomendava CIPAs espontâneas nas empresas com menos de 100 empregados. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 5 3ª) Portaria nº 32, de 29/11/68: além de manter o limite de 100 empregados, passou a distribuir as empresas por categorias econômicas. Limitou a obrigatoriedade das CIPAs às empresas vinculadas à CNI, a CNC (1º grupo-atacadista; 2º grupo- armazenador), à CNT marítimos, fluviais e aéreos e à CNT terrestres. Deixou de mencionar a CIPA CENTRAL e aboliu a recomendação das CIPAs constituídas espontaneamente. 4ª) Portaria nº 3456, de 03/08/77: reduziu de 100 para 50 o número- limite de empregados que obrigava as empresas a constituírem CIPAs. 5ª) Portaria nº 3214-NR.5, de 08/06/78: manteve o limite de 50 empregados e criou a obrigatoriedade de treinamento dos membros da CIPA com carga horária mínima de 12 horas. Criou a estabilidade para o membro titular dos empregados na CIPA. 6ª) Portaria nº 33, de 27/10/83: criou um quadro que, com base no grau de risco e no número mínimo de empregados. Cita também a obrigatoriedade de o empregador indicar um responsável pela segurança na empresa, caso não precise ter a CIPA. Ampliou de 12 horas para 18 horas a carga horária do Treinamento em Prevenção de Acidentes de Trabalho para componentes da CIPA. 7ª) Portaria de nº 8, de 23/02/99, que introduziu mudanças como: conteúdo programático do Curso para Componentes, excluindo Primeiros Socorros e Prevenção e Combate a Incêndios, e acrescentando disciplinas como: Estudo do Ambiente e Condições de Trabalho, Prevenção a AIDS, Noções de Legislação Previdenciária. Ampliação de carga horário que passou de 18 para 20 horas, alteração dos critérios de redimensionamento da CIPA e extinção de formulários como: Anexo I, Anexo II, entre outros. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 6 LEGISLAÇÃO Para que os profissionais TSTs, Tecnólogos ou Engenheiros de Segurança no Trabalho possam desenvolver com eficiência o treinamento dos novos membros da CIPA, conforme o disposto no item 5.33 da NR-05, é preciso conhecimentos nas áreas de Legislação Trabalhistas e Previdenciária. A Constituição Federal, A CLT, a Lei 6.514,77 que alterou o Capítulo V da CLT – da Saúde e Segurança no Trabalho – regulamentada pela Portaria 3.214/78 e a Lei Previdenciária – Lei 8213/91 – que regulamenta os Benefícios da Previdência, são as leis que os profissionais de Segurança do Trabalho devem conhecercom relativa profundidade pára estarem capacitados em ministrar o Treinamento em Saúde e Segurança do Trabalho para os novos membros da CIPA. A NR-05 no item 5.33 menciona que deverá ser abordado no treinamento noções sobre legislação trabalhista e previdenciária relativas à saúde e segurança do trabalho. Dessa forma procuramos trazer aos profissionais da área de segurança de saúde um resumo da legislação trabalhista e previdenciária necessária para o desenvolvimento do curso e orientação aos membros da CIPA naquilo que é importante. Iniciamos citando alguns incisos da Constituição Federal que fazem a previsão de trabalho seguro como sendo direito dos trabalhadores urbanos e rurais e outros direitos que são abordados nos tópicos seguintes, continuamos com abordagem da CLT no capítulo V nos artigos 154 a 201 que tratam da saúde e segurança do trabalhador Por último analisamos a Lei Previdenciária 8.213/91 que regulamenta os benefícios previdenciários, em específico, as garantias ao doente ou acidentado no trabalho. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 7 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL A Constituição Federal, a lei magna do país, a mãe de todas as leis faz uma previsão ao direito de condições de trabalho seguras para os trabalhadores urbanos e rurais. Esses preceitos constitucionais são utilizados com freqüências pelos advogados nas ações trabalhistas com pedidos de adicionais de insalubridade e nas ações de indenização por acidentes e ou doenças do trabalho. Vejamos. O Artigo 7° da CF garante aos trabalhadores rurais e urbanos um desfile de direito nos seus incisos. O primeiro mandamento da Constituição na matéria de segurança do trabalho está exposto no Inciso XXII: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; De uma forma simples e objetiva a Constituição Federal faz a previsão expressa, afirmando que o trabalhador urbano e rural tem o direito a redução dos riscos do trabalho através da aplicação das normas de saúde, higiene e segurança no trabalho. Logo a seguir no Inciso XXIII a norma constitucional estabelece o direito ao adicional de insalubridade e periculosidade, aqueles mesmos dispostos nas NRs 15 e 16 da Portaria 3.214/78. XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; De todas as previsões constitucionais dos direitos e garantias de trabalho seguro, o Inciso XXVIII é o mais importante de todos os demais. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 8 O Inciso XXVII do artigo 7° da CF garante ao trabalhador dois direitos ao mesmo tempo: a) O Direito ao Seguro contra Acidentes do Trabalho. Aquele seguro acidentário que todas as empresas recolhem mensalmente, calculado sobre a soma dos salários de todos os empregados constante na folha de pagamento com alíquotas que variam de 1% até 12% conforme o caso, dependendo do grau de risco da atividade do empregado e as condições de trabalho insalubre que garantem ao trabalhador o direito a aposentadoria especial; b) Mais importante nessa norma constitucional é a obrigação a indenização que o empregador está obrigado a pagar ao empregado, nos casos de acidentes ou doenças do trabalho, quando incorrer em dolo ou culpa. Esse inciso é muito utilizado pelos advogados nas ações trabalhistas com pedidos de indenização por acidentes ou doenças do trabalho nos casos em que esta caracterizada a culpa do empregador no acidente ou doença. Continuando, a Constituição no seu inciso trinta e três protege o trabalhador fazendo a previsão de proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre para menores de dezoito anos. XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze ano CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 9 A CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)1 é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho e ao Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, entre 1937 e 1945, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. É um mito que ela tenha sido fortemente inspirada na Carta del Lavoro do governo de Benito Mussolini na Itália. Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Foi assinada em pleno Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para a comemoração da assinatura da CLT. Veja abaixo a transcrição do art. 1º da CLT. Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. O termo "celetista", derivado da sigla "CLT", costuma ser utilizado para denominar o indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho e previdência social. Em oposição a CLT, existem funcionários que são regidos por outras normas legislativas do trabalho, como aqueles que trabalham como pessoa jurídica (PJ), profissional autônomo, ou ainda como servidor público pelo regime jurídico estatutário federal.3 A CLT surgiu como uma necessidade constitucional após a criação da Justiça do Trabalho em 1939. O país passava por um momento de desenvolvimento, mudando a economia de agrária para industrial, as mudanças eram extremamente necessárias. Em janeiro de 1942 o presidente Getúlio Vargas e o ministro do trabalho Alexandre Marcondes Filho trocaram as primeiras idéias sobre a 1 Texto retirado da enciclopédia eletrônica Wikpedia CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 10 necessidade de fazer uma consolidação das leis do trabalho. A idéia primária foi de criar a "Consolidação das Leis do Trabalho e da Previdência Social". Foram convidados para fazer parte da empreitada os juristas José de Segadas Viana, Oscar Saraiva, Luís Augusto Rego Monteiro, Dorval Marcenal de Lacerda e Arnaldo Lopes Süssekind. Na primeira reunião ficou definido que a comissão seria dividida em Trabalho e Previdência e que seriam criadas duas consolidações diferentes. As fontes materiais da CLT foram, em primeiro lugar, as conclusões do 1° Congresso Brasileiro de Direito Social, realizado em maio de 1941, em São Paulo, para festejar o cinqüentenário da Encíclica Rerum Novarum, organizado pelo professor Antonio Ferreira Cesarino Júnior e pelo advogado e professor Rui de Azevedo Sodré. A segunda fonte foram as convenções internacionais do trabalho. A terceira foi a própria Encíclica Rerum Novarum e, finalmente, os pareceres dos consultores jurídicos Oliveira Viana e Oscar Saraiva, aprovados pelo ministro do Trabalho. Em novembro de 1942, foiapresentado o anteprojeto da CLT, publicado posteriormente no Diário Oficial para receber sugestões. Após estudar o projeto, Getúlio Vargas deu aos co-autores e nomeando os mesmos para examinar as sugestões e redigir o projeto final, finalmente assinado em 1º de maio de 1943, mas que não substituiu o publicado no DOU de 9.8.1943. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 11 O CONCEITO LEGAL DE ACIDENTE DO TRABALHO A PORTARIA 3.214/78 e a C.L.T. No ano seguinte após a promulgação da Lei 6.514/77, em 08 de Junho de 1978 seguiu-se a Portaria 3.214/78 regulamentando aquelas modificações que foram efetuadas no Capítulo V da CLT. Quadro I: A CLT foi modificada pela Lei 6.514/77 que foi regulamentada pela Portaria 3.214/78 Na prática da militância na Justiça do Trabalho, atuando ora como procurador nas Ações Trabalhistas e ora como assistente técnico nas pericias judiciais do trabalho, surpreendentemente denotamos o desconhecimento da legislação trabalhista e prevencionista por parte de profissionais do direito e dos profissionais das áreas de segurança do trabalho. Os profissionais do direito teimam em não considerar a Portaria 3.214/78 na condição de Direito do Trabalho, talvez pela complexidade técnica contida na sua árdua tarefa de regulamentar a Lei 6.514/77 que modificou o Capítulo V da CLT nos assuntos de Segurança e Saúde do Trabalho. LEI 6.514/77 Alterando o Capítulo V da CLT Segurança e Saúde no Trabalho artigos 154 a 201 CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 12 Essa teimosia dos advogados em reconhecer as normas técnicas contidas na Portaria 3.214/78 vem dos bancos escolares que absolutamente nada do seu conteúdo é ensinado nas faculdades de direito, com certeza exatamente pela sua complexidade, o que necessitaria de docentes conhecedores do assunto e considerando que somente advogados, por forca de lei, podem ministrar aulas no curso de direito, torna-se praticamente impraticável o ensino daquelas matérias nos cursos de direito. Em relação aos profissionais das áreas de segurança do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho técnicos e tecnólogos em segurança do trabalho, a carência dos conhecimentos técnicos e legais contidos na Portaria 3.214/78 advém de falha nos conteúdos ensinados no cursos formadores daqueles profissionais. As NORMAS REGULAMENTADORAS No site do Ministério do Trabalho e emprego – www.mte.gov.br – no Link de LEGISLAÇÃO – Normas Regulamentadoras, podemos denotar CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 13 Atualmente são 36 normas Regulamentadoras: Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO Norma Regulamentadora Nº 08 - Edificações Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais Norma Regulamentadora Nº 11 Anexo I, - Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, Granito e outras Rochas Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão Norma Regulamentadora Nº 14 - Fornos Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas Norma Regulamentadora Nº 17 - Ergonomia Norma Regulamentadora Nº 17 Anexo I - Trabalho dos Operadores de Checkouts - Norma Regulamentadora Nº 17 Anexo II - Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Ind Construção Norma Regulamentadora Nº 19 - Explosivos Norma Regulamentadora Nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho Norma Regulamentadora Nº 25 - Resíduos Industriais Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança Norma Regulamentadora Nº 27 - Revogada pela Portaria GM- Fiscalização e Penalidades Norma Regulamentadora Nº 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário Norma Regulamentadora Nº 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário Norma Regulamentadora Nº 30 - Anexo I - Pesca Comercial e Industrial- Norma Regulamentadora Nº 30 - Anexo II - Plataformas e Instalações de Apoio - Norma Regulamentadora Nº 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura Norma Regulamentadora Nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Est de Saúde Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Norma Regulamentadora Nº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura. Norma Regulamentadora n.º 36 -Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 14 A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA A principal composição das leis Previdenciária é formada pelas Leis 8.212/91 e 8.213/91; as Instruções Normativas do INSS e os Decretos, completadas com outros dispositivos legais que regulamentam todas as atividades, financiamentos e benefícios da Previdência Social Brasileira. A Lei 8.212/91 normatiza as fontes de arrecadação da previdência A Lei 8.213/91 normatiza os benefícios da Previdência em favor dos trabalhadores assegurados. LEI 8.213/91 – CONCEITO DE ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. § 3º É dever da empresa prestarinformações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 15 § 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 16 b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 17 § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo § 2o A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo. § 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006) Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 18 O ACIDENTE DO TRABALHO No Brasil – Estatísticas FONTE: Anuário Estatístico da Revista Proteção CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 19 PARTES DO CORPO MAIS ATINGIDAS FONTE: Anuário Estatístico da Revista Proteção CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 20 As Conseqüências dos Acidentes do Trabalho Para o Trabalhador É a principal vítima, sofre com as dores e as demais conseqüências do acidente, afeta a auto estima, reduz a capacidade laboral Para a família do acidentadoA família sofre as conseqüências diretamente com o acidente do trabalhador, na falta do pai, na diminuição da capacidade financeira, dos gastos e das preocupações com o acidentado Para a Empresa O Acidente afeta o sistema de produção, causa gastos com treinamento de substitutos, gastos nos acidentes com máquinas; indenizações pelo passivo trabalhista causado pelo acidente Para a Sociedade A sociedade sofre as conseqüências com os acidentes do trabalho sustentando as vítimas no sistema SUS, gerando gastos volumosos com seguros de acidentes do trabalho e pagamentos de salários e aposentadorias para os acidentados CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 21 A CIPA - Conceito C I P A CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 22 CIPA RELATA DIRETORIA SEESMT ENCARREGADO MEIOS DE COMUNICAÇÃO VERBAL ESCRITO COMUNICAÇÃO INTERNA ATA DA CIPA CIPA OBSERVA ATOS INSEGUROS CONDIÇÕES INSEGURAS FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DA CIPA CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 23 COMPOSIÇÃO DA CIPA DA EMPRESA Preencher os Quadros MEMBROS REPRESENTANTES EMPRESA REPRESENTANTES EMPREGADOS TITULARES SUPLENTES PRESIDENTE DA CIPA VICE PRESIDENTE DA CIPA SECRETÁRIO(A) CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 24 ELEIÇÕES DA CIPA ATO ELEITORAL ITEM NR QUANDO FAZER Convocação das Eleições pelo empregador 5.38 60 dias antes do término do mandato em curso Constituição da Comissão Eleitoral 5.39 55 dias antes do término do mandato em curso Publicação e Divulgação do Edital 5.40 “a” 45 dias antes do final do mandato em curso Realização da Eleição 5.40 “e” 30 dias antes do final do mandato em curso Treinamento dos novos membros Antes da posse Posse No último dia do mandato anterior CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 25 DO PROCESSO ELEITORAL 5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso. 5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional. 5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, no prazo mínimo de 55 (cinqüenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral. 5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída pela empresa. 5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições: a) publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato em curso; b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze dias; c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante; d) garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; e) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato da CIPA, quando houver; f) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados. g) voto secreto; h) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral; i) faculdade de eleição por meios eletrônicos; j) guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 26 DAS ATRIBUIÇÕES DA CIPA 5.16 A CIPA terá por atribuição: a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos Trabalhadores; h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; 3 CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 27 l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS. REUNIÃO DA CIPA – ATA DE REUNIÕES A NR-05 no seu item 5.23 estabelece que a Comissão deve reunir-se mensalmente de acordo com um calendário anual pré estabelecido. Essas Reuniões ordinárias – resultantes de uma ordem cronológica e pré estabelecida – deverão ser realizadas durante o horário de expediente normal da empresa em local apropriado. Nas Reuniões da CIPA devem participar, obrigatoriamente os membros titulares, representantes dos empregados e dos empregadores. O horário de início da reunião e o localdevem estar estabelecidos no calendário anual e o seu tempo de duração será de acordo com as necessidades das discussões dos temas relacionados na ordem do dia. Os assuntos abordados devem unicamente se relacionar com os assuntos de prevenção de acidentes e doenças do trabalho; observações dos comportamentos inadequados e condições de insegurança nos locais de trabalho devem ser relatados e debatidos entre os membros da comissão. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 28 Das observações realizadas pelos membros da Comissão, trazidas para discussão em reunião, deverá haver uma proposta de prevenção. Na reunião a Comissão deve também analisar e investigar os acidentes ocorridos com a emissão de recomendações prevencionistas à empresa, aos encarregados dos setores, ao SEESMT e a todos os empregados. Todos os assuntos debatidos em reunião, das recomendações e observações feitas pela comissão, deve ser lavrada uma ata, um registro por escrito, assinada por todos os membros, devendo ser arquivado, em papel ou meio eletrônico, ficando a disposição do empregador, dos empregados e das autoridades. A comissão deverá reunir-se em caráter extraordinário em caso de denúncia de grave riscos; na ocorrência de acidente grave ou quando houver solicitação da empresa ou uma das partes representantes. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 29 SIPAT A realização da SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes é uma das atribuições da CIPA e deve ser realizada anualmente, em conjunto com o SEESMT, quando houver e atingir o maior número possível de funcionários através dos eventos programados naquela semana. NR-05 – Item 5.16 o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; A NR-05 não estabelece nenhuma forma de realização da SIPAT, ficando a critério da Comissão os eventos e formas de abordagem dos assuntos programados. Na realização da SIPAT devem ser abordados todos os assuntos de prevenção de Saúde e Segurança do Trabalho através: - Palestras - Filmes - Debates - Campanhas Internas - Concursos Para a realização dos eventos, a Comissão pode convidar profissionais de todas as áreas prevencionistas: Médicos, Engenheiros, Técnicos de Segurança, Tecnólogos, Fisioterapeutas, Bombeiros e tantos outros para a explanação das diversas formas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. Previamente a direção da empresa deve ser comunicada da realização da SIPAT e os eventos relacionados, ficando a empresa obrigada a permitir a participação dos eventos programados naquela semana de prevenção. Todos os eventos da SIPAT devem ser relacionados na ATA de Reunião da CIPA no mês subseqüente. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 30 O SEESMT Dependendo do Grau de Risco da atividade da empresa e o n° de empregados, fica obrigada a constituir um SEESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA E SEGURANÇA DO TRABALHO conforme determina a NR 04. 4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983) 4.2 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. Os profissionais que compõe o SEESMT são: - TÉCNICOS EM SEGURANÇA DO TRABALHO - MÉDICO DO TRABALHO - ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO - ENFERMEIRO DO TRABALHO - AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO Cada um desses profissionais tem a sua atribuição definida de acordo com a sua profissão nos termos na NR-04 Dependendo o grau de risco da empresa e do número de empregados, deverá ser contratado um ou mais de um dos profissionais acima relacionados CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 31 O ACIDENTE DO TRABALHO Exercício. Conceito de Acidentes do Trabalho 1. MANOCRÉU, no horário do almoço jogando futebol no campo da empresa quebrou a perna e deve ficar afastado por trinta dias [ ] SIM [ ] NÃO 2. ANTONIO BELO, que reside no Sitio Cercado, trabalha na CIC, ao final do expediente, indo para casa, acidentou-se na Santa Cândida. [ ] SIM [ ] NÃO 3. PEDRINO PACO acidentou-se no banheiro depois de meia hora em que estava “matando o tempo” lendo uma revistinha. [ ] SIM [ ] NÃO 4. GEREMUNDA, durante o expediente, brigou com sua colega IRMANACILDA disputando as graças do colega MANOCRÉU. IRMACILDA teve o braço quebrado e deve ficar afastada trinta dias. [ ] SIM [ ] NÃO 5. ESTUDANILDO DA SILVA, mora no Bairro Alto e estuda no centro da cidade. Voltando da aula as 23h00min acidentou-se e deve ser afastado. [ ] SIM [ ] NÃO 6. PREGONILDO dos Santos, durante o expediente fincou um prego no pé. Não tomou a injeção recomendada, teve tétano e perdeu o pé. [ ] SIM [ ] NÃO 7. VIAJANDINO DA SILVA viajou a serviço da empresa. Durante a noite foi visitar algumas casas noturnas e sofreu um acidente. [ ] SIM [ ] NÃO 8. GASTRÔNCIO das Neves, passeando em frente da empresa no domingo percebeu um incêndio. Entrou para ajudar a apagar o fogo e se acidentou. [ ] SIM [ ] NÃO 9. GASTORINA de Souza comeu a maionese estragada que serviram no almoço e teve um grave problema intestinal, foi internada e deve ficar afastada por vinte dias [ ] SIM [ ] NÃO CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 32 CONCEITO LEGAL DE ACIDENTE DO TRABALHO Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho ACIDENTES DO TRABALHO EXERCÍCIO DO TRABALHO SERVIÇO DA EMPRESA PROVOCANDO PERTURBAÇÃO FUNCIONAL LESÃO CORPORAL CAUSANDO MORTE PERDA DA CAPACIDADE PARA TRABALHO TEMPORÁRIA DEFINITIVA CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 33 CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 34 DOENÇA DO TRABALHOArt. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 35 CAUSA DOS ACIDENTES DO TRABALHO ATO INSEGURO: Comportamento inadequado do trabalhador que causa um acidente. Também denominado de “falha humana” ou “comportamento inadequado” pode ser causado por três principais razões: IMPERÍCIA: Falta de conhecimento técnico ou prático na função ou tarefa desenvolvida. Exemplo: Empregado designado para executar um trabalho em altura sem treinamento. IMPRUDENCIA: Desrespeito a uma determinada norma de segurança que causa o acidente. Exemplo: Empregado que não utilizada o EPI recomendado NEGLIGÊNCIA: Deixar de observar situações de potencial perigo que pode causar um acidente. Exemplo: Abandonar uma empilhadeira sem os freios acionados em local de declive. FATORES CAUSADORES DOS ATOS/COMPORTAMENTOS INSEGUROS a) Problemas Sociológicos: Os problemas de ordens sociais, financeiros e de relacionamento com família, parentes, vizinhanças, colegas de trabalho, etc., é próprio do ser humano. Esses problemas afetam o trabalhador na concentração de suas atividades, na profissão ou no exercício da sua atividade laboral. A falta de atenção é grande causador de Acidentes no Trabalho b) Falta de Treinamento – Reconhecimento dos Riscos: A Legislação prevencionista, a NR-01, obriga o empregador a treinar e orientar o empregado dos riscos inerentes a sua atividade. A falta de treinamento ou de esclarecimento dos riscos ocupacionais também são grandes causadoras de acidentes no trabalho. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 36 c) Problemas de Saúde: Exercer as atividades laborais com algum sintoma de doença, tais como febre, dor de cabeça, resfriados ou outros sintomas, pode ocasionar acidentes no trabalho. d) Gerenciamento Inadequado: O gerenciamento inadequado, cobrança excessiva de produção, supervisão rígida ou tratamento áspero podem causar acidentes do trabalho CONDIÇÃO INSEGURA: Todas as condições perigosas presentes no ambiente de trabalho que podem causar um acidente do trabalho. MÁQUINAS PERIGOSAS EQUIPAMENTOS PERIGOSOS FERRAMENTAS COM DEFEITOS PROCESSO DE PRODUÇÃO PERIGOSO PISO ESBURACADO ESCADAS COM DEFEITOS ELETRICIDADE INCÊNDIO MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS MOVIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 37 EXERCÍCIO PRÁTICO MEMBROS DA CIPA Analise com calma e olhar crítico o desenho na página seguinte, veja todos os atos praticados pelos empregados e as condições existentes no local de trabalho: Agora você vai marcar, fazendo uma anotação simples dos: ATOS INSEGUROS – marque com as letras AT CONDIÇÕES DE INSEGURANÇA marque com as letras CI CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 38 CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 39 BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA Dentre os vários benefícios da Previdência Social destinado ao trabalhador contribuinte, destacam-se dois: 1. SEGURO CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO Todos os trabalhadores têm o direito ao SEGURO CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO – SAT – em caso de sofre um Acidente do Trabalho ou ficar doente em decorrência de uma doença do trabalho. As empresas recolhem ao INSS, para pagamento do SAT – Seguro contra Acidentes do Trabalho, valores correspondente a 1%, 2%, 3% e 4% sobre os salários dos trabalhadores, dependendo do grau de riscos da atividade da empresa que trabalham, para garantir ao trabalhador o recebimento do seu salário, quase que integral, em caso de acidente ou doença do trabalho. 2. AUXILIO DOENÇA O Auxilio Doença é um dos mais importantes benefícios concedidos pela Previdência Social em caso de afastamento do trabalho motivado por acidentes ou doenças que não sejam consideradas do trabalho, conforme exposto acima. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 40 Dos Salários pagos no afastamento A diferença de maior importância no recebimento desses benefícios são os valores pagos pela previdência social. Quando um trabalhador é afastado por acidente ou doença, independente do fato haver ocorrido dentro ou fora da empresa, o Salário dos primeiros quinze dias de afastamento é pago pela empresa. Do décimo sexto dia em diante o salário é pago pela Previdência Social. No benefício do Seguro Acidente Trabalho os valores pagos pela previdência aproximam-se do salário real recebido pelo empregado. No benefício do Auxilio Doença os valores são calculados em um percentual calculado sobre a média dos salários dos últimos anos, o que representa, ao final, benefícios com valores muito abaixo dos salários recebidos na empresa. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 41 RISCOS AMBIENTAIS FÍSICOS QUIMICOS BIOLÓGICOS ACIDENTES ERGONÔMICOS RUÍDO – acima de 85 Db FRIO CALOR UMIDADE VIBRAÇÕES RADIAÇÕES NÃO IÔNICAS RADIAÇÕES IONIZANTES PRODUTOS QUÍMICOS - SÓLIDOS - LIQUIDOS - GASOSOS POEIRA NÉVOAS NEBLINAS VIRUS FUNGOS BACTÉRIAS MAQUINAS PERIGOSAS EQUIPAMENTOS FERRAMENTAS ARRANJO FÍSICO ELETRICIDADE INCENDIO POSTURAS INADEQUDAS MOVIMENTOS REPETITIVOS ESFORÇOS FISICOS STRESS TRABALHO EM TURNO TRABALHO NOTURNO DOENÇAS CAUSADAS SURDEZ PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS CEGUEIRADOENÇAS CIRCULATÓRIAS INTOXICAÇÕES CÂNCER PROBLEMAS DE PELE CONTAMINAÇÃO POR AGENTES INFECTO CONTAGIOSOS ACIDENTE COM PÉS – MÃOS - CABEÇA - OLHOS D.O.R.T. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PROTETOR AURICULAR PROTETOR FACIAL ROUPAS ESPECIAIS PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA LUVAS ROUPAS ESPECIAIS PROTETOR RESPIRATÓRIO PROTETOR FACIAL LUVAS ROUPAS ESPECIAIS CAPACETE - CALÇADO LUVAS - ÓCULOS AVENTAL CINTO SEGURANÇA CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 42 1. OS RISCOS FÍSICOS RUÍDOS Entende-se por ruído um barulho ou som indesejável freqüentemente produzido por máquinas, equipamentos ou processos, cujos efeitos no organismo são: - Distúrbios gastrointestinais - Irritabilidade - Vertigens - Nervosismo - Aceleração de pulso - Elevação de pressão arterial VIBRAÇÕES São oscilações, balanços, tremores, movimentos vibratórios e trepidações produzidas por máquinas e equipamentos motorizados quando em funcionamento. Caso a exposição seja por tempo prolongado as vibrações podem produzir danos físicos ao organismo, tais como: - Alterações musculares e ósseas - Problemas Nervosos - Patologias ortopédicas - Problemas em articulações - Distúrbios na articulação motora - Enjôo e náuseas - Diminuição do tato CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 43 CALOR Os trabalhadores expostos a trabalhos com calor podem apresentar problemas como insolação, câimbras e problemas com o cristalino do glóbulo ocular devido à exposição excessiva ao calor FRIO Efeitos do frio: Os casos que se destacam pela ação do frio, mais comuns são: Queimaduras, gripes, inflamações das amígdalas, resfriados, algumas alergias, congelamento dos pés e mãos e problemas circulatórios. PRESSÕES ANORMAIS Entre as atividades que expõe o Homem à condição de pressão superior a uma atm (1 Kg/cm2). Os riscos à saúde são: - Barotrauma - Incapacidade de equilíbrio de pressões interna e externa. - Embolia Gasosa - Consequência de rápida subida à tona - Intoxicação por dióxido de carbono RADIAÇÕES 1 NÃO IONIZANTE Apresenta importância visto que seus efeitos sobre a saúde podem implicar em lesões e doenças. Esta radiação é do tipo eletromagnética e apresenta-se na forma de raios infravermelhos, ultravioletas , microondas e laser São observadas nos trabalhos em siderurgia, fusão de metais, processos de solda, caldeiras, fornalhas, fornos, etc. Produzem alterações na pele e olhos, conjuntivite, cataratas, lesões na retina. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 44 2 IONIZANTES São do tipo alfa, beta, gama, raios x e não podem ser detectadas pelo ser humano, mesmo quando atravessam seu corpo. A exposição a essas radiações pode resultar em: queda de cabelos, lesões na córnea e cristalina, perda de imunidade biológica, câncer e até mutações genéticas em longo prazo, com efeitos em gerações futuras. Podem ser encontrados em clínicas de radiologias, hospitais, consultórios odontológicos, na indústria e em laboratórios de pesquisas. UMIDADE Os trabalhadores expostos à umidade são aqueles que exercem suas atividades em locais alagados, encharcados ou com umidade excessiva. Nessa situação, pode ocorrer estagnação do sangue produzindo diminuição da oxigenação dos tecidos e paralisação dos pés e pernas, acompanhados de fortes dores. Podem também ocorrer gripes, resfriados, bronquites, reumatismo e pneumonias. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 45 2 OS RISCOS QUÍMICOS São agentes ambientais em potencial de doenças profissionais devido à sua ação sobre o organismo humano. Grande parte dessas substâncias possui características tóxicas e constituem uma ameaça à saúde do trabalhador e podem ser encontradas sob estados físicos da matéria : sólido, líquido e gasoso POEIRA São partículas sólidas em suspensão no ar, originadas de operações tais como: - esmerilhamento - trituração - lixamento - impacto - em outros processos ou manejo de variedade de materiais tais como: - metais, madeira, grãos, minerais e outros NEBLINA São partículas finas suspensas no ar, produzidas pela condensação de vapores. Ex.: Todas as neblinas de ácidos (clorídricos, nítricos, crômicos, fluorídrico, sulfurico, etc.) afetam seriamente a saúde , principalmente o sistema respiratório. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 46 FUMOS São partículas sólidas suspensas no ar, geradas pelo processo de condensação de vapores metálicos, produzidos pela sublimação (passagem direta do sólido para o gasoso) de um metal. Geralmente é produto da reação de vapores metálicos com o oxigênio do ar. Os fumos são produzidos em operações como : Fundição, corte de metais com oxigênio, desbaste de esmeril e solda. Os principais metais que apresentam risco para a saúde são: Antimônio, arsênio, manganês, mercúrio ,selênio, telúrio, tálio, urânio, cobre, berílio, cádmio, cromo, cobalto, ferro, chumbo e outros. O chumbo é contaminante de grande toxidade. Os sintomas aparecem no corpo somente após a acumulação de uma quantidade expressiva. Pode-se passar meses para que níveis tóxicos de chumbo desenvolvam-se no organismo, porém os sintomas de envenenamento podem surgir da noite para o dia. Os fumos metálicos do zinco e seus óxidos se inalados podem provocar uma enfermidade chamada febre de fumo metálico; os sintomas geralmente desaparecem dentro de um dia. Os fumos metálicos de magnésio, cobre e de outros elementos também, podem provocar a mesma síndrome. As fontes de zinco são, principalmente, a solda e o corte de latão, zinco ou outros metais galvanizados e a limpeza abrasiva de superfícies galvanizadas. FUMAÇA São partículas combinadas com gases que se originam das combustões incompletas de materiais orgânicos podendo ser sólidas ou líquidas. Ex.: queima de madeiras - carvão - produtos derivados de petróleo líquidos inflamáveis, vegetais, etc. As fumaças contêm gases, gotículas e partículas secas. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 47 GASES São substâncias que em condições normais de temperatura e pressão estão no estado gasoso. Ex: hidrogênio, nitrogênio, ar, argônio, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, GLP, amônia, etc. É importante conhecer as características particulares dos gases a serem manipulados, a fim de evitar danos à saúde. Podem ser corrosivos, tóxicos, asfixiantes VAPORES É a fase gasosa de uma substância que normalmente é sólida ou líquida em condições normais de temperatura e pressão. Pode-se encontrar concentrações de vapores quando se empregam solventes orgânicos, diluentes de tintas, agentes de limpeza, alcool, xileno, tetracloreto de carbono,benzeno, tolueno, cloreto de etila, gasolina, etc. PRODUTOS QUÍMICOS DIVERSOS Podem englobar qualquer uma das formas de agentes químicos apresentadas anteriormente, bem como, os produtos usados diariamente nas empresas. Ex.: Soda cáustica, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, carbonatos de sódio e cálcio e uma infinidade de produtos sob as mais diversas marcas comerciais. OS PRODUTOS QUÍMICOS PODEM SER: IRRITANTES: Aqueles que devido a uma ação química ou corrosiva tenham a propriedade de produzir inflamação nos tecidos ASFIXIANTES: Estas substâncias tem a capacidade de deslocar o oxigênio do ambiente. Provocam asfixia. ANESTÉSICOS: Apresentam efeitos anestésico no sistema nervoso central CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 48 Classificam-se em: PROTOZOÁRIOS: Causam doenças como a desinteria amebiana e giardíase FUNGOS: Causam mofos e bolores, deterioram alimentos, podem produzir toxinas no homem, além de causar micoses. BACTÉRIAS: Causam pneumonia, infecções alimentares, cólera, leptosporiose e toxiplasmose BACILOS: São bactérias em formas de bastonetes que causam, por exemplo, a tuberculose. VIRUS :Causam no homem doenças como a gipe, hepatite, herpes (genital e labial), hidrofobias, AIDS, etc. Estão sujeitos aos agentes biológicos os trabalhadores de hospitais, laboratórios. cortumes, tratamento de água e esgoto, açougue, Frigoríficos, coleta de lixo, etc. 3. RISCOS BIOLÓGICOS São caracterizados pela presença de microorganismos invisíveis a olho nu, presentes no ambiente de trabalho capazes de causar doenças, deteriorização de produtos alimentícios, de madeiras, de couros, mau cheiro, interrupção de processos industriais, etc. Por apresentarem muita facilidade de reproduzir-se, além de contar com diversos mecanismos para transmissão ou contaminação das pessoas, ambientes ou animais CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 49 4. RISCOS DE ACIDENTES Caracterizam-se pela presença e ou contato do homem com máquinas, objetos cortantes, escoriantes, abrasivos e perfurantes, explosivos, inflamáveis, choques elétricos e outros capazes de causar danos físicos à saúde do trabalhador. ARRANJO FÍSICO INADEQUADO: Disposição irracional de máquinas e equipamentos e processos do ambiente de trabalho. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS: Sem proteção, defeituosas e sem sinalização FERRAMENTAS: Inadequadas, perigosas, defeituosas, impróprias. ELETRICIDADE: Contato com linha viva, falta de aterramento e improvisações SINALIZAÇÃO: Ausência de indicação de riscos. PROBABILIDADE DE INCÊNDIO E EXPLOSÃO: Risco com produtos inflamáveis, armazenagem, sobrecarga elétrica, etc. TRANSPORTE E MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS: Batida contra, Batida por, choque contra, queda de objetos, esmagamento, etc. EDIFICAÇÕES: Pisos inadequados, canaletas, rampas, escadas impróprias ausência de espaço físico. ILUMINAÇÃO: A determinação de iluminação necessária a um ambiente de trabalho tem por finalidade adequar os níveis de iluminamento às atividades desenvolvidas. Como o homem necessita de boa iluminação para perceber pequenos objetos e detalhes, o ambiente de trabalho deve proporcionar uma iluminação adequada às características individuais e da atividade. O importante é que cada atividade tenha um nível de iluminamento adequado às características do posto de trabalho. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 50 5 RISCOS ERGONÔMICOS O estudo dos agentes ergonômicos visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho. As condições de trabalho relacionados com ergonomia, incluem aspectos ligados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições de postos de trabalho e a própria organização do trabalho. Na avaliação dos agentes ergonômicos, a preocupação deve ser com as pessoas do ambiente de trabalho para atender às relações complexas entre trabalhadores, máquinas, demandas e métodos de trabalho. Todo o trabalho, independente de sua natureza, produz uma tensão tanto física como mental no indivíduo que a executa. Enquanto essas tensões forem mantidas dentro de limites razoáveis, o desempenho do trabalhador será satisfatório e a sua saúde e bem-estar serão mantidos. Caso as tensões sejam excessivas, haverá resultados não desejados manifestados em forma de erros e acidentes, causando lesões, danos à saúde, danos materiais e afetando a qualidade dos serviços. O objetivo final de um estudo ergonômico, deve ser o de projetar instalações de fábricas, escritórios, móveis , ferramentas, equipamentos e procedimentos de trabalho de forma que sejam compatíveis com as dimensões, capacidades, limitações e expectativas do ser humano. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 51 RISCOS ERGONÔMICOS Esforço físico intenso. Levantamento e transporte manual de pesos Exigência de posturas inadequadas Controle rígido de produtividade Imposição de ritmos excessivos Trabalho em turno e noturno Jornada de trabalho prolongada Monotonia e repetitividade Outras situações causadoras de stress físico e psicológico EFEITOS DOS RISCOS ERGONÔMICOS - Dores nas articulações - Dores nas costas - Dores de Cabeça - Problemas circulatórios - Ardência dos olhos - Nervosismo - Problemas nos tendões - Queda nos níveis de qualidade, produtividade e segurança. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 52 INSALUBRIDADE – NR-15 São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas desenvolvidas em algumas situações onde os riscos ocupacionais estão acima do LIMITE DE TOLERÃNCIA definida na lei. Exemplos: RISCOS FÍSICOS Ruído Acima de 85 dB Calor – Acima do limite e Definido por Laudo Técnico Frio – Em condições estabelecidas por Laudo Técnico RISCOS BIOLÓGICOS Nas atividades exposição a doenças e doentes infecto contagiosas; na manipulação de lixo e esgoto urbano e outras situações de exposição demonstrada em Laudo Técnico RISCOS QUÍMICOS Na exposição ou manipulação de algum produto químico relacionado na nos anexos 11 e 12 da NR15 comprovados através de Laudo Técnico PERICULOSIDADE – NR 16 TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEIS EXPLOSIVOS ELETRICIDADE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 53 E.P.I. NR-06 Direitos e Deveres 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. 6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 1.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 54 e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009) 1.7 Responsabilidades do trabalhador. 6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 6.9 Certificado de Aprovação - CA 6.9.1 Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade: (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO; b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 55 FICHA DE ENTREGA DE EPIs CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 56 OS E.P.Is E A PARTE DO CORPO PROTEGIDA CABEÇA FACE CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 57 OLHOS OUVIDOS RESPIRAÇÃO CINTOS DE SEGURANÇA CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 58 LUVAS PÉS CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 59 TRONCO CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 60 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES A Análise e Investigação de acidentes ou doenças do trabalho é uma atividade obrigatória da CIPA em conjunto com o SESMT da empresa, quando houver. O item 5.16da NR-05 esclarece assim: 5.16 A CIPA terá por atribuição: ....................................................................... l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; Por sua vez, a NR-04 estabelece o seguinte: 1.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela Portaria SSMT n.º 33, de 27 de outubro de 1983) .................................................................................. h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 61 ATIVIDADE PRÁTICA – ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTE “Manocréu trabalha no setor de Manutenção. Admitido na empresa há trinta dias, sem experiência. Certo dia foi mandado instalar um Extintor de Incêndio na sala da contabilidade. Manocréu foi até o local com os seguintes equipamentos: - Uma furadeira elétrica - Uma escada Iniciou os trabalhos com a furação da parede. A escada tinha um degrau quebrado. O cabo elétrico da furadeira tinha uma emenda na tomada. O furo era numa viga de concreto. A broca não era a indicada. Forçou a furadeira, a broca quebrou, a tomada elétrica deu um curto circuito e produziu um estouro, Manocréu se assustou; o degrau da escada quebrou; a broca se partiu e atingiu o olho direito de Manocréu que estava sem óculos de proteção; no susto caiu e quebrou o braço direito” CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 62 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE de AT EMPRESA: 1. DADOS DO ACIDENTADO NOME: FUNÇÃO: SETOR: ADMISSÃO: ___/___/___ NO SETOR DESDE: ___/___/___ 2. DESCRIÇÃO DO ACIDENTE 3. PARTE DO CORPO ATINGIDA ( ) Cabeça ( ) Tronco ( ) Mão ( ) Braço ( ) Pé ( ) Perna ( ) olhos ( ) outra parte do corpo AFASTAMENTO:____ dias ( ) ACIDENTE TÍPICO ( ) ACIDENTE DE TRAJETO 4. DECLARAÇÃO DO ACIDENTADO 5. TESTEMUNHAS – Declarações 6. CONCLUSÃO DA COMISSÃO DE INVESTIGAÇÃO 7. RECOMENDAÇÕES DA COMISSÃO ASSINATURAS Local de Data ___/___/___ COMISSÃO INVESTIGAÇÃO NOME: NOME: NOME: CIPA - PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO 63 Podemos Classificar as Inspeções da seguinte forma:
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