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RESUMO HEMOGRAMA E LEUCOGRAMA

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HEMOGRAMA 
 
O hemograma completo é dividido em 3 grandes partes: eritrograma, leucograma e 
plaquetrograma. 
Existe uma grande discussão na medicina veterinária para tirar a proteína total do 
eritrograma e coloca-la no exame bioquímico, pois quando se faz a interpretação da PT 
Plasma além dela não fazer parte do eritrograma para ela ser interpretada de maneira 
adequada precisa de suas frações (Albumina + Globulina) 
 
Sangue Total – o sangue total é composto por todos os elementos abaixo: 
§ Elementos celulares; 
§ Hemácias; 
§ Leucócitos; 
§ Plaquetas; 
§ Plasma; 
§ Gases; 
 
Hematopoiese 
Formação e maturação das células do sangue. 
Quando o indivíduo está na idade fetal as células do sangue são produzidas no baço e 
no fígado, nos órgãos linfoides de maneira geral. 
Na idade pós natal a hematopoiese ocorre na medula óssea (vermelha). 
 
Locais: 
Medula Óssea 
Vermelha – ativa 
Amarela – gordura (adipócitos) 
 
Nos jovens ocorre em todos os ossos e nos adultos e idosos ocorre nos ossos chatos e 
epífise de ossos longos. 
 
Em casos de anemias muito graves os órgãos linfoides voltam a produzir células 
hematopoiéticas para tentar corrigir o quadro, isso é possível graças a memória fetal. 
 
Célula Tronco – Stem Cell 
É uma célula pluripotencial pois tem capacidade de dar origem a qualquer célula do 
sangue. 
A célula tronco dá origem as hemácias, aos leucócitos (granulócitos e não 
granulócitos)* e megacariócito (é uma célula muito grande que fragmenta seu 
citoplasma dando origem as plaquetas – trombócitos) 
 
*Granulócitos – neutrófilo, basófilo e eosinófilo 
Não granulócitos – linfócitos e monócitos 
 
 
O que estimula a produção de hemácia? 
Uma anemia estimula a produção de hemácias, a hipóxia causada pela anemia vai nos 
barorreceptores do rim e ativa a eritropoietina (tanto no fígado quanto no rim) que vai 
até a célula tronco fazendo com que aumente a sua produção. 
 
O exame começa a partir da coleta, e muitas alterações podem acontecer devido a 
erros nessa fase do exame. O resultado do exame é proporcional a qualidade da 
amostra enviada. Uma amostra mal coletada, mal armazenada pode comprometer 
muito o resultado final do hemograma. 
Uma coleta bem feita deve ser feita de maneira rápida, sem deixar o garrote muito 
estasiando o vaso. A partir do momento que faz uma estase ocorre diminuição do 
fluxo, acumula líquido que dilui a amostra. 
 
O hemograma deve ser coletado no tubo com a tampinha 
roxa, ou seja, o tubo que contém o anticoagulante EDTA. 
É importante respeitar o volume indicado no tubo para que 
ocorra a menor alteração possível. 
 
Não pode fazer hemograma com tubo que contem heparina 
porque a morfologia da célula sofre muita alteração. 
 
O EDTA não deixa o sangue coagular porque tira (quela) o 
cálcio, impedindo que ocorra a cascata de coagulação e 
consequentemente o sangue não coagula. 
 
O correto é tirar a agulha as seringa, abrir a tampinha do frasco e escorrer o sangue na 
parede do frasco. Não depositar no frasco pela agulha para que a hemácia sofra o 
menor stress possível e não ocorra hemólise. O tubo deve ser homogeneizado em 
movimento de rolamento (15-20 vezes) para que pegue todo o EDTA que está no 
frasco. 
 
O esfregaço ideal é o que tem borda e cauda. 
 
 
Armazenamento Amostra 
§ Se vai demorar mais do que 8 
horas para processar deixar a 
amostra em temperatura de 
geladeira (2 – 8°C); 
§ Se coletado de manhã e 
processado a noite o ideal é 
manter o tubo com o esfregaço já 
pronto; 
§ Até 6 horas não precisa fazer 
nada; 
§ Mais de 36 horas a amostra deve 
ser descartada. 
 
Hematócrito 
VG – Volume Globular = Hematócrito 
 
Para fazer o hematócrito usa um tubo 
capilar que será preenchido com 
sangue e um dos lados vedados por sangue. 
Após colocar na centrífuga por 5 minutos e 
teremos o plasma e a parte vermelha do 
sangue. 
 
Para dosar o PT Plasma usa o refratômetro. Para 
contagem manual de hemácias, plaquetas e 
hemoglobina pode utilizar a câmara de 
Neubauer. 
 
Diferença entre plasma e soro – um coagulou e 
o outro não. 
O soro é extraído do tubo seco e o plasma é extraído do tubo com anticoagulante. 
 
A proteína total do plasma é maior do que a proteína total do soro e isso ocorre 
porque o soro consome fibrinogênio para formar coágulo. 
O plasma é a parte líquida do sangue que não coagulou, então lá terá bastante 
fibrinogênio e fatores de coagulação; consequentemente a proteína total do soro é 
menor porque consumiu fatores de coagulação (principalmente fibrinogênio) para 
formar coágulo. 
 
As hemácias devem ser contadas e a hemoglobina também deve ser dosada no 
eritrograma. 
 
ANEMIA 
 
A anemia é a diminuição dos eritrócitos e não é um diagnostico, trata-se de uma 
manifestação clínica. 
Toda vez que tiver um diagnóstico de anemia precisa descobrir qual a causa. 
 
Na veterinária as anemias ferroprivas são muito raras e suplementar o animal com 
ferro é um erro muito comum no nosso meio. 
 
A anemia é classificada através da morfologia e para isso usamos os índices 
hematimétricos. 
 
Numa doença infecciosa/inflamatória aumenta o número de neutrófilos, eles produzem 
lactoferrina, ela segura (quela) o ferro; como a bactéria usa o ferro para se multiplicar isso 
ajuda. Cuidado ao suplementar com ferro! 
Isso diminui a ligação da eritropoietina na célula protenitora para estimular produção de 
hemácia, por isso inflamação/infecção pode causar anemia. 
Plasma
Leucocócitos e 
Plaquetas
Hemácias
Sangue Centrifugado
Plasma
Células Brancas 
e Plaquetas
Glóbulos 
Vermelhos
 
DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS 
 
VCM – tamanho das hemácias 
Volume Corpuscular Médio 
VCM = Ht x 10 
 He 
 
HCM – cor das hemácias 
Concentração de hemoglobina média 
HCM = Hb x 10 
 He 
 
CHCM – mesma coisa do HCM 
Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média 
CHCM = Hb x 100 
 He 
 
Alguns laboratórios não usam mais HCM porque quando se calcula a fórmula é 
hemoglobina x 10 / pelo número de hemácias, entre a dosagem de hemoglobina, do 
hematócrito e do número de hemácias o que da maior erro é a contagem de hemácias. 
 
Se tiver uma alteração onde o valor de HCM estiver diferente de CHCM deverá sempre 
considerar o valor de CHCM. 
A anemia é classificada da seguinte maneira: 
 
Índice Valor Classificação 
VCM Alto 
Normal 
Baixo 
Macrocítica 
Normocítica 
Microcítica 
HCM Alto 
Normal 
Baixo 
Hipercrômica 
Normocrômica 
Hipocrômica 
CHCM Alto 
Normal 
Baixo 
Hipercrômica 
Normocrômica 
Hipocrômica 
 
VCM HCM – CHCM Etiologia 
Macrocítica Normocrômica Deficiência de cobalto, Vitamina B12, ácido fólico. 
Hipocrômica Hemólise, hemorragia. 
Normocítica Normocrômica Processos inflamatórios crônicos, hemólise, hemorragia 
recente. 
Hipocrômica Neoplasias medulares ou metastáticas, deficiência de ferro 
(fase inicial) 
Microcítica Normocrômica Deficiência de ferro (fase intermediária) 
Hipocrômica Deficiência de ferro (fase tardia) – hemorragia crônica 
A hipercromicidade não existe fisiologicamente porque uma hemácia consegue colocar 
dentro dela no máximo 300.000.000 de moléculas de hemoglobina. Quando aparece 
hipercrômica no exame é porque a hemoglobina que está livre (fora da hemácia) é 
calculada como se estivesse dentro dela. 
 
Quando vemos hipercromicidade pode ser por hemólise na coleta ou por um quadro de 
anemia hemolítica 
 
Também existe a classificação quanto a regeneração: Anemia Regenerativa ou 
Arregenerativa. 
 
ANEMIA REGENERATIVA OU ARREGENERATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAGEM DE RETICULÓCITOS 
 
Número Total de Reticulócitos 
 
 
Para fazer contagem de reticulócitos precisa corar o agregado de de RNA com azul de 
metileno ou azulde cresil brilhante 
Em gatos há 2 tipos de reticulócitos: Agregados e Pontilhados a diferença é que o 
agregado saiu há 3 dias e o pontilhado há 15 dias atrás. 
Contagem Corrigida de Reticulócitos (CCR): 
 
CCR = 
 
Resultado: 
> 1,0% Anemia regenerativa 
> 2,5% Boa regeneração 
> 0,4% de reticulócitos agregados em gatos consideramos anemia regenerativa 
Mais confiável % de reticulócitos observados x número de hemácias 
Exemplificando: 
Um cão macho de 8 anos chegou no hospital com hematócrito de 10% e contagem 
relativa de reticulócitos 10% e valor de 3.000.000 de hemácias/ul. 
Contagem Relativa: 10% de reticulócitos = 0,1 
10% = 0,1 
à Contagem Absoluta: 0,1 X 3.000.000 = 300.000 ul 
Neste caso consideramos uma anemia regenerativa moderada. 
Agora vamos calcular o CCR deste mesmo animal: 
àCCR: 10 x 10 (neste caso usa o valor de reticulócitos relativos em percentual) % 45 
Grau de Regeneração Cão Gato (Agregados) Gato (Pontilhados) 
Nenhum 60.000 ul <15.000 ul <200.000 ul 
Leve 150.000 ul 50.000 ul 500.000 ul 
Moderado 300.000 ul 100.000 ul 1.000.000 ul 
Marcante >500.000 ul >200.000 ul 1.500.000 ul 
Contagem Absoluta = % de Reticulócitos Observados X Número de Hemácias 
 
 
CCR= 2,2 % que significa uma anemia regenerativa. 
 
O mais recomendável e confiável é utilizar a conta de Contagem Absoluta de 
reticulócitos (% relativos x número de hemácias) 
CAUSAS E DIAGNÓSTICO DA ANEMIA REGENERATIVA 
 
CAUSAS E DIAGNÓSTICO DA ANEMIA ARREGENERATIVA 
 
 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E TINTORIAIS 
 
As alterações morfológicas são bastante comuns, são visíveis nos esfregaços 
sanguíneos e estão frequentemente presentes nas anemias. A morfologia das células 
vermelhas auxiia no diagnóstico de doenças. 
 
Policromasia 
Células com esta característica apresentam-se levemente azuladas ou acinzentadas 
nas colorações de Wright ou Giemsa e são chamadas de policromatófilos. Os 
policromatófilos são eritrócitos jovens, maiores do que os maduros, que já eliminaram 
o núcleo, mas ainda apresentam basofilia pela presença de RNA (tem mais RNA do que 
as outras), por isso esta alteração indica resposta ativa da medula óssea, ou seja, 
ocorre nas anemias regenerativas. 
 
Estas células também são chamadas de reticulócitos, quando se utiliza corantes 
supravitais (azul de cresil brilhante ou novo azul de metileno). Algumas espécies 
apresentam a policromatofília como alteração normal e frequente, principalmente 
cães e gatos, sendo necessária a contagem destas células para caracterizar ou não uma 
anemia como regenerativa; enquanto no caso de equinos, a observação desta 
alteração é ausente e em bovinos só ocorre em situações críticas como uma 
hemorragia grave. 
Nas anemias regenerativas, além da observação de policromatofilia também ocorre a 
observação de eritrócito jovens, nucleados, que devem ser citados no eritrograma 
entre as alterações notáveis. Atualmente, os autores têm preferido o termo 
eritroblastose para a presença destes precursores eritróides ao invés de citá-los um a 
um. 
 
Hipocromia e Microcitose 
Quando os eritrócitos possuem menos hemoglobina do que o esperado, eles se 
apresentam mais pálidos nos esfregaços sanguíneos, assim são chamados de 
hipocrômicos e a alteração, hipocromia. Em consequência à falta de hemoglobina, o 
eritrócito fica menor do que o normal da espécie, sendo chamado de micrócito e a 
alteração de microcitose. As anemias de características microcíticas hipocrômicas 
quase sempre são do tipo ferropriva. 
 
Anisocitose 
Este termo se refere à presença de eritrócitos de tamanhos diferentes, o que acontece 
nas anemias regenerativas quando há células de tamanho normal, policromatófilos, e 
também micrócitos nas anemias ferroprivas. 
 
Rouleaux e Hemoaglutinação 
Rouleaux em francês significa “pilha de moeda”, é quando uma hemácia fica sobre a 
outra. 
O rouleaux e a hemoaglutinação não são alterações individuais e sim de grupos de 
eritrócitos, pois se referem à disposição destes nos esfregaço sanguíneo quando 
aparecem formando cadeias ou pilhas de células no rouleaux ou agrupamentos 
desorganizados na hemoaglutinação. 
Eles ocorrem quando a proteína plasmática total (PPT) está aumentada, tanto em 
processos inflamatórios, neoplásicos, infecções e até na gestação. 
O rouleaux acelera a velocidade de hemossedimentação, que mede a capacidade dos 
eritrócitos se sedimentarem em um tubo de vidro durante determinado tempo; em 
humanos este parâmetro é bastante utilizado como indicador inespecífico de doenças, 
porém em animais sua utilização ainda é limitada. Em equinos, o rouleaux não é uma 
alteração e sim um achado normal, já a hemoaglutinação não é normal em nenhuma 
espécie; nos outros animais além de serem apontadas como alterações também 
podem ser classificadas de acordo com sua intensidade, em discreta, moderada e 
intensa, porém alguns autores consideram esta classificação um tanto subjetiva. 
A hemoaglutinação (ou autoaglutinaçao) ocorre quando tem ligação das hemácias pela 
presença de anticorpos que se ligam na parede dessas hemácias fazendo uma cadeia 
(uma hemácia ligada a outra) 
Pra diferenciar uma da outra Pegando uma gota de sangue e misturando com uma 
gota de solução fisiológica. Uma vez que rouleaux acontece pela hiperproteinemia, se 
após o procedimento acima, homogeneizar, colocar na lâmina e lamínula e as 
hemácias se separarem estamos diante de um rouleaux se não é autoaglutinação. 
 
Esse animal tem uma hiperproteinemia sendo que a proteína que estará em maior 
quantidade na circulação é a albumina que tem uma carga elétrica negativa. Quando 
tem aumento de proteína e por consequência aumento da proteína total (PT) a 
albumina e a hemácia tem carga elétrica negativa. Se concentro uma grande 
quantidade de proteínas, elas vão grudar nas hemácias pela diferença de carga. Por 
isso que quando tem uma hiperproteinemia tem formação de Rouleaux. 
 
Poiquilocitose 
Quando no esfregaco sanguíneo estão presentes hemácias de formatos diferentes ou 
irregulares chamamos de poiquilocitose ou pecilocitose. Na verdade, o termo 
poiquilocitose é abrangente para diversas alterações de forma dos eritrócitos, como 
será visto a seguir. 
 
Hemácias em Alvo 
Estes são eritrócitos nos quais houve concentração da hemoglobina na região central 
da célula, fazendo com que esta reproduza a forma de um alvo. Estas células são 
também chamadas de leptócitos, codócitos ou target cells, do termo target que quer 
dizer alvo em inglês. As hemácias em alvo são associadas à talassemia, estados 
homozigotos de disfunção da hemoglobina, situação não hemolíticas como icterícia 
obstrutiva, após esplenectomia, e em doenças hepáticas ou esplênicas crônicas. Alguns 
autores acreditam que estas células possuem excesso de membrana celular em 
relação à quantidade de hemoglobina em seu interior. 
 
Excentrócitos 
Excentrócitos são eritrócitos que apresentam a hemoglobina concentrada em um de 
seus polos, apresentando o outro polo pálido após a coloração. Esta alteração de deve 
a oxidação da membrana celular do eritrócito. 
 
 
Esferócitos 
Esferócitos são eritrócitos de forma esférica, que tem essa forma porque sofreram 
uma deformação de sua membrana citoplasmática devido a ação de anticorpos anti-
eritrócitos. Os anticorpos anti-eritrócitos são produzidos na anemia hemolítica 
imunomediada (AHIM) em seres humanos e cães, anemias hemolíticas causadas por 
drogas, anemia hemolítica do neonato e nos seres humanos, há também a 
esferocitose hereditária. No esfregaço além da forma esférica, os esferócitos são 
menores do que as células normais, coram-se intensamente e não apresentam a área 
de palidez central. 
 
Hemácias-Fantasma 
As hemácias-fantasma ocorrem por processos de hemólise intravascular e também 
estão presentes nas anemias imunomediadas,como a AHIM, processos de intoxicação 
ou injúria aos eritrócitos. Nas lâminas aparecem como eritrócitos muito pálidos, como 
se fosse apenas uma sombra da célula. 
 
Acantócitos ou Burr Cells 
Os acantócitos são eritrócitos de forma irregular, que podem ser vistos na forma de 
estrela. O termo burr vem do inglês que quer dizer serra circular e também denota a 
forma da membrana citoplasmática destas hemácias, que não deve ser confundida 
com artefatos de técnica. Os acantócitos estão presentes em doenças renais e 
esplênicas, hemangiossarcomas e, às vezes, na cirrose. 
 
Crenação 
A crenação é considerada a alteração morfológica mais comum dos eritrócitos, no 
entanto, na maioria das vezes não se trata de uma alteração patológica e sim um 
artefato de técnica, geralmente causado pelo anticoagulante, o EDTA. A crenação 
artificial não deve ser confundida com poiquilocitose, e uma das formas de diferenciá-
la da crenação real é sua presença maciça nos eritrócitos, enquanto a crenação real ou 
qualquer outra manifestação de poiquilocitose atinge parcialmente as hemácias. 
Eritrócitos realmente crenados também são chamados de equinócitos e devem-se a 
distúrbios metabólicos. 
 
Eliptócitos 
Eliptócitos ou ovalócitos são eritrócitos de formato oval com ou sem área central de 
palidez, que quando está presente também é oval. Seu significado parece estar 
relacionado a herança genética que compromete o citoesqueleto das hemácias. 
 
Estomatócitos 
Estomatócitos são eritrócitos que apresentam a área central de palidez com o formato 
de fenda e não arredondada, algumas vezes comparados ao formato de uma boca 
humana. Estas células ocorrem por defeito na membrana e geralmente estão 
presentes nas anemias hemolíticas. 
 
Esquistócitos 
Os esquistócitos são hemácias deformadas ou apenas fragmentos destas, que 
aparecem sob formas diversas. Os esquistócitos são resultado de defeito na produção 
das hemácias ou destruição acelerada destas, podendo estar presente em processos 
de vasculite, CID, doenças renais ou esplênicas crônicas e também nas anemias 
ferroprivas. São hemácias realmente esquisitas, na tentativa de correção o organismo 
faz taquicardia e taquipneia, as hemácias andam mais rápido que os vasos, 
consequentemente bate na parede do vaso estourando e se fragmentando, ficando 
num formato esquisito. 
 
Queratócitos 
Os queratócitos são hemácias que apresentam duas protrusões citoplasmáticas que se 
assemelham a cornos. Em alguns casos, além das projeções, o citoplasma forma uma 
espécie de arco entre elas; nestes casos, as hemácias são chamadas de vesiculadas. 
 
Dacriócitos 
Dacriócitos são eritrócitos em forma de lágrima ou pera e estão geralmente ligados a 
problemas na medula óssea ou talassemia. 
 
Inclusões Intra-Eritrocitárias 
Os eritrócitos podem apresentar inclusões ou corpúsculos em seu citoplasma que 
apresentam diferentes formas e significados. As principais inclusões 
intracitoplasmáticas em eritrócitos são: 
 
- Corpúsculos de Howell-Jolly: são pontos que se coram fortemente, apresentando a 
cor roxa ou quase preta e geralmente estão na periferia das células. Esses corpúsculos 
são formados por resquícios de núcleo no citoplasma, por isso denotam a liberação de 
células jovens na circulação e estão presentes nas anemias regenerativas. Geralmente 
o baço acaba recolhendo estas células da corrente sanguínea. 
Resto de núcleo, defeito de maturação que indica regeneração, uma tentativa de 
produção da medula óssea 
 
- Corpúsculos de Heinz: estes corpúsculos são formados a partir da oxidação da 
hemoglobina que é vista na forma de projeções pálidas ou refratárias à coloração na 
periferia dos eritrócitos. Eles surgem após o animal ter recebido algum tipo de 
sustância oxidante (anemias hemolíticas tóxicas); também podem aparecer em gatos 
com enteropatias graves causadas por agentes tóxicos e na hemoglobinúria pós-parto 
das vacas. 
 
- Ponteado basófilo: trata-se da precipitação do RNA citoplasmático formando pontos 
azuis ao longo da hemácia. Seu significado é o mesmo da policromatofilia, pois indica a 
presença de um eritrócito jovem. No entanto, um ponteado grosseiro, sem que o 
animal apresente anemia ou esta seja muito discreta, indica intoxicação por chumbo, 
chamada saturnismo, mais frequente em cães e seres humanos. 
 
- Inclusões virais: as inclusões virais geralmente aparecem róseas ou azuladas e são de 
tamanho variável. Além dos eritrócitos, os leucócitos também podem apresentar estas 
inclusões. No caso da cinomose, as inclusões são chamadas corpúsculos de Sinegaglia-
Lentz. 
 
Artefatos 
Além da crenação produzida por artefatos conforme citado anteriormente, outras 
alterações podem ser vistas nos eritrócitos e confundidas com alterações morfológicas 
verdadeiras. Entre estas alterações ocorrem pontos refratários na superfície das 
hemácias, provavelmente devido à presença de ar saindo das células ou por colorações 
fixadas enquanto o esfregaço sanguíneo ainda está úmido (resíduos de água). 
Outros artefatos que ocorrem são a presença de precipitados de corante tanto sobre 
as hemácias como em torno destas, que não devem ser confundidos com 
hemoparasitos ou inclusões citoplasmáticas. Praticamente todos os artefatos são 
evitados com a realização adequada das técnicas de coloração. 
 
Em resumo: 
 
Acantócito Quando a hemácia tem projeções digitiformes. Acontece em 
alterações hepáticas e esplênicas 
Equinócito Ocorre normalmente pela demora em secar o esfregaço. 
Esquisócito Normalmente numa anemia muito grave aumenta o fluxo 
sanguíneo, a hemácia bate com força na parede do vaso e se 
fragmenta, ficando esquisita. 
Corpúsculo de Heinz Quando a hemácia sofre oxidação na hemoglobina, parte dela 
vira uma pedra. Pode acontecer em animal que come cebola. 
Excentrócito Parte da membrana da hemácia é colabada. Ocorre por efeito 
tóxico. Ex.: DRC 
Esferócito A hemácia vira uma bola muito pequena. 95% das vezes em que 
vejo um esferócito estamos diante de um caso de AHIM. Akitas 
têm esferocitose genética. 
Hemácia em Alvo Está faltando hemoglomina, ocorre por deficiência de ferro. 
 
POLICITEMIA 
 
É uma condição caracterizada por um aumento exagerado na quantidade de glóbulos 
vermelhos no sangue. Também conhecida por Eritrocitose. 
 
Policitemia Absoluta 
 
1ª – Primária 
aumento da produção 
eritropoietina normal com aumente crescente 
• Policitemia Vera – síndrome mielodisplásica, semelhante a uma neoplasia que 
produz uma grande quantidade de hemácias. 
Ocorre aumento gradativo do hematócrito 
Tratamento: Quimioterapia Hidroxiureia 
- Ataque 1x / semana 30mg/Kg 
- Manuteção 10mg/Kg 
 
2ª – Secundária 
ou tem alguma hipóxia ou alguma neoplasia que leva ao aumenta da produção de 
eritropoietina. 
 
• Hipóxia aumentando a produção de eritropoietina 
• Reduzida atmosfera de oxigênio 
• Hipóxia pulmonar 
• Doença cardiovascular 
• Reduzido transporte de oxigênio pela hemoglobina 
ou 
• Aumento autônomo da produção de eritropoietina 
• Doenças renais não neoplásicas (cistos, hidronefroses) 
• Doenças neoplásicas (tumores renais, hepatoma) 
 
Policitemia Relativa 
É a causa mais comum. Nesses casos há aumento dos valores, mas não aumento da 
produção. Exemplos: 
 
1- Desidratação 
Ingestão inadequada, perda excessiva, diarreia, vômito, PUPD, exercícios 
 
2- Contração Esplênica 
principalmente em grandes animais 
 
Em Resumo: 
Causa mais comum da Policitemia Relativa: desidratação e contração esplênica 
 
Descartei Relativa, estamos diante de uma Policitemia Absoluta (que é subdivida em 
primária e secundária). A primária tem aumento crescente do hematócrito e 
eritropoietina no valor normal, trata-se de uma síndrome mieloproliferativa ou a 
secundária que está relacionada a hipóxia. Se não tiver hipóxia fazer US de rins e 
fígado para procurar neoplasiaque possa estar aumentando a eritropoietina 
 
 
Caso Clínico: 
 
Caso 1 - Cão, macho, Cocker, 4 anos, proprietário informa que o cão está quieto há 
três dias, urina de coloração “forte”. O veterinário tratou para infecção do trato 
urinário mas não houve melhora. 
Exame Físico: Mucosas pálidas e ligeiramente ictéricas, hepato e esplenomegalias e 
desidratação discreta. 
Hemograma 
 Valor Referência 
Hemácias 2,38 5,0 – 8,0 x 106 /µl 
Hemoglobina 6,4 12,0 – 18,0 g/dL 
Hematócrito 20 35 – 54 (%) 
VCM 84,03 60,0 – 77,0 
HCM 26,89 22,0 – 27,0 
CHCM 32,00 31,0 – 36,0 
PT (Plasma) 8,5 5,5 – 7,7 g/dL 
Plaquetas 230.000 200 – 500 x 103/mm3 
Eritroblasto 20 /100 leuc 
 
Observações: No frasco com EDTA presença de 
aglomerados eritrocitários na parede do tubo. Plasma 
ictérico + e hemolisado +. Intensa anisocitose por 
macrocitose e microcitose e policromasia*. Intensa 
presença de corpúsculos de Howell-Jolly. 
Poiquilocitose moderada apresentando estruturas 
compatíveis com esferócitos e esquisócitos. Plaquetas 
normais em quantidade e morfologia. 
 
Resposta: 
Animal apresenta uma anemia macrocítica (VCM aumentado) normocrômica (VHCM 
normal). 
Próximo passo é classificar se a anemia é regenerativa ou arregenerativa através da 
contagem de reticulócitos. 
As observações do exame pode dar indícios de regeneração (macrocitose, corpúsculos 
de Howell-Jolly, eristroblasto) porém não serve para classificar se é regenerativa ou 
não. 
O diagnóstico muitas vezes está implícito nas observações. 
 
Diagnóstico: anemia hemolítica imunomediada e babesiose 
 
 
 
LEUCOGRAMA 
 
Sempre que pedimos um leucograma podemos ter a contagem total ou diferencial 
 
- Contagem total de leucócitos; 
- Contagem diferencial de leucócitos; 
 
Para fazer a contagem diferencial precisa identificar a morfologia destes leucócitos. 
 
São eles: 
ü Neutrófilo; 
ü Eosinófilo; 
ü Linfócito; 
ü Basófilo; 
ü Monócito; 
 
Granulócitos: leucócitos com granulo citoplasmático 
 
Neutrófilo – Citoplasma transparente ligeiramente róseo 
Eosinófilo – Granulos alaranjados/eosinofílicos 
Basófilos - grânulos basofílicos/azulados 
 
O mielócito é uma célula jovem de neutrófilo, eosinófilo e basófilo. 
Todos eles saem do mieloblasto (célula tronco) e depois vem o promielócito, depois 
vem o mielócito, depois o metamielócito, depois o bastonente e depois eu tenho a 
célula adulta. 
 
O escanolamento acima serve para qualquer um dos granulocitos, todos terão o 
mesmo ciclo evolutivo. 
 
 
Neutrófilo 
Responsável pela imunidade nata 
Função: fagocitose e morte de microrganismos 
Características: aderência, quimiotaxia, fagocitose, 
degranulação, atividade antimicrobiana. 
 
Neutrofilia: fisiológica, corticoide, inflamação, infecção, enfermidades, 
imunomediadas, leucemias. 
 
Neutropenia: infecção aguda (bacteriana ou viral), erliquiose, fármacos, radiação, etc 
 
 
 
Eosinófilo 
Função: processos alérgicos (degranulação de mastócitos, 
basófilos) 
 
Eosinofilia: parasitismo, alergia, doenças eosinofílicas 
específicas, lesão tecidual (pulmão, pele, útero) 
 
Eosinopenia: corticoide, inflamação aguda 
 
 
Basófilo 
Função: reação alérgica imediata 
 
Basofilia: dirofilariose, hipersensibilidade, parasitismo 
intestinal (associado a eosinofilia) 
 
Basopenia: sem significado, considerado normal. 
 
 
 
Monócitos 
Função: migrar para o tecido e transformar em macrófago. 
Fazer fagocitose, apresentar antígeno para linfócitos 
 
Monocitose: corticoide (cães), inflamação, necrose tecidual, 
infecções crônicas 
 
Monocitopenia: sem importância 
 
 
Linfócitos 
Função: humoral (linfócitos B), anticorpos 
 Celular (TH1), ele mesmo mata 
 
Linfocitose: fisiológica, vacinal (recente), leucemia, 
infecções crônicas 
 
Linfopenia: corticoide, infecção viral aguda, processos 
inflamatórios agudos, fármacos e quimioterapia 
 
 
 
 
 
 
 
Leucocitose Fisiológica 
- Leucocitose; (não ultrapassa 2x valor normal – 32.000) 
- Neutrofilia; (aumento neutrófilos maduros) 
- Linfocitose; (devido a adrenalina) 
 
Ocorre liberação de adrenalina, marginalização e os leucócitos vão para a corrente 
sanguínea. 40 minutos – 1 hora após o pico da adrenalina o leucograma volta ao 
normal. 
 
Leucograma de Estresse 
- Leucocitose; (não ultrapassa 2x valor normal) 
- Neutrofilia; 
- Linfopenia; (na presença do cortisol os linfócitos ficam em órgãos linfoides) 
- Monocitose (cão); 
- Eosinopenia 
 
Ocorre de 6 a 8 horas após pico de cortisol 
 
 
Processo Inflamatório 
- Leucocitose 
- Neutrofilia 
• Agudo – bastonetes (desvio à esquerda) 
• Crônico – neutrófilo hipersegmentado (desvio à direita) 
 
Classificação Processo Inflamatório Agudo – desvio à esquerda 
Presença de bastonete (célula jovem de neutrófilo) – desvio à esquerda 
 
Regenerativo: quando o número de bastonete for menor do que o número de 
neutrófilos segmentados. 
 
Degenerativo: quando o número de bastonetes for maior do que o número de 
neutrófilos segmentados. 
 
Classificação Processo Inflamatório Crônico – desvio à direita 
 
Regenerativo número de neutrófilos bastonetes menor do que segmentados + 
leucocitose - processo inflamatório agudo. 
 
Degenerativo número de bastonetes maior do que segmentados + leucócitos normais 
ou leucopenia – processo inflamatório hiperagudo (vemos alterações morfológicas 
tóxicas) 
 
No processo inflamatório hiperagudo podemos observar leucopenia ou leucócitos 
normal + número de bastonetes > do que o número de segmentados. 
 
No processo inflamatório crônico observamos presença de neutrófilo 
hipersegmentado (+- 10 lobulações) 
 
Características do Processo Inflamatório Crônico 
Leucocitose (normalmente > 50.000) 
Neutrofilia (presença de neutrófilo hipersegmentados) 
Normalmente associado com linfocitose + monocitose + ausência OU rara presença de 
bastonete 
 
 
Exemplo: 
PI Agudo 
T 60.000 
Bastonete 25.000 
Segmentados 30.000 
 
PI Crônico 
T 60.000 
Bastonete 1000 
Segmentados 50.000

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