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5_Hemoterapia_Diag I_Prof Fábio Novelli

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Hemoterapia
Prof. MSc Fábio Novelli Martorelli
Complexo Educacional - FMU
2018
Clínica Complementar ao Diagnóstico 
Prof. MSc Fábio Novelli Martorelli
Complexo Educacional - FMU
2018
Clínica Complementar ao Diagnóstico 
Medicina Veterinária
Transfusional
É o procedimento de transferência do sangue total ou dos 
produtos sanguíneos de um indivíduo doador para um 
indivíduo receptor.
Medicina Veterinária Transfusional
Histórico:
Medicina Veterinária Transfusional
- Acreditava-se que o sangue de animais pudesse ser
usado em transfusões para humanos, o que acarretou
diversas ocorrências iatrogênicas de repercussão fatal
- A primeira transfusão entre cães foi realizada entre
1665 e 1666, por Richard Lower, na Inglaterra
- O primeiro banco de sangue comercial para cães foi
implantado no início da década de 1980, na cidade de
Kansas (EUA)
Histórico (Brasil):
Medicina Veterinária Transfusional
- Em 1968, a (FMVZ-USP) iniciou estudos para instalação
de banco de sangue veterinário na instituição.
- Entre 2002 e 2005, FMVZ-USP, implantaram o
funcionamento e expansão dos serviços de banco de
sangue na instituição.
Objetivos do Banco de Sg:
Medicina Veterinária Transfusional
- Seleção de cães e gatos doadores
- Coleta de bolsas sanguíneas
- Realizar a Transfusão Sanguínea
- Monitoramento do Paciente 
Objetivos da Transfusão:
Medicina Veterinária Transfusional
Aumentar a capacidade do sg em transportar oxigênio
Restaurar o volume sg do organismo
Melhorar a imunidade
Corrigir distúrbios da coagulação
É a forma mais simples de transplante!
Medicina Veterinária Transfusional
Sangue Total = termo utilizado para os produtos sg que 
não foram separados.
Hemocomponentes = os produtos sg separados e 
processados mecanicamente por métodos 
biotecnológicos.
Hemoderivados = produtos protéicos do sangue 
preparados bioquimicamente.
Os produtos sg podem ser divididos em:
Medicina Veterinária Transfusional
SG TOTALPRP Concentrado 
Eritrocitário
Concentrado 
Plaquetas
Plasma 
Congelado
Plasma Fresco 
Congelado
Crioprecipitado Albumina Globulinas Fts Coagulação
Anticoagulante Estabilidade observações
Solução glicose e citrato
(ACD)
Conc. de hemácias: 21 dias
Sangue total: 21 dias --------------------
Solução de glicose, 
fosfato e citrato
(CPD)
Conc. de hemácias: 21 dias
Sangue total: 21 dias --------------------
Solução de adenina,
glicose, fosfato e
citrato (CPDA)
Conc. de hemácias: 21 dias
Sangue total: 28 dias
Solução preservadora
mais utilizada na rotina 
em humanos e animais
Solução CPD/SAG –
manitol; 
solução 1 e solução 2
Conc. de hemácias: 41 dias
Sangue total: 41 dias
Soluções 1 e 2 diferem 
qto à conc. dos 
componentes
Heparina Sangue Total: 24 horas Causa agr. plaquetária. 
Por ser coletado em 
sistema aberto e não ter
solução preservadora.
Anticoagulantes (Bolsa Sg)
Armazenamento (Bolsa Sg)
Tipo de Material Armaz//o Estabilidade
Sangue total fresco 2 – 8°C Até 24h
Concentrado de He 2 – 8°C Até 21 dias
Plasma Fresco 2 – 8°C Até 48 horas
Plasma fresco Congelado - 20°C 1 ano
Plasma Comum - 20°C 4 – 5 anos
Crioprecipitado - 20°C 1 ano
Plasma rico em plaq. 20 – 26°C* 5 dias
Concentrado de plaq. 20 – 26°C* 5 dias
* Movimentação constante
Indicações (Bolsa Sg)
Tipo de Material Indicações
Sangue total fresco Anemia aguda (perda de mais de 50% do 
volume circulante)
Concentrado de He Hemocomponente de escolha
para tratamento de anemias
Plasma Fresco
Tratamento de coagulopatias adquiridas e 
hereditárias
Reposição de albumina
Expansor de volume em pacientes com 
pressão coloidosmótica
Plasma fresco Congelado Idem PF
Plasma Comum Expansor de volume em pacientes com 
pressão coloidosmótica
Reposição de fatores de coag.
Indicações (Bolsa Sg)
Tipo de Material Indicações
Crioprecipitado Hipofibrinogenemia
Deficiência de von Willebrand
Plasma rico em plaq. Reposição de albumina e plaquetas
Concentrado de plaq. Trombocitopenias e trombocitopatias
Indicações (Bolsa Sg)
Frequência de Doação?
Cães 13 a 20 ml/kg – a cada 21 dias
Gatos 10 a 15 ml/kg – a cada 21 dias 
(não ultrapassar 60 ml)
Indicações (Bolsa Sg)
Quando Transfundir?
Indicações (Bolsa Sg)
Quando Transfundir?
Ht < 21% Hb
< 7 g/dL (indicada transfusão)
7 - 10 g/dL (avaliação clínica)
> 10 g/dL (raramente)
Quando Transfundir?
Associar com sinais clínicos
Taquicardia
Taquipneia
Mucosas pálidas
Pulso periférico fraco
Intolerância ao exercício
Estado mental
Medicina Veterinária Transfusional
Cães
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
- Volume a ser coletado: 300 ml (bolsa humana)
(sg:anticoagulante)
Peso = no mínimo 25 kg
- Volume total sg de um cão: 80ml/kg
- 15 a 20% do volume estimado de 
sangue do animal podem ser doados
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
- P.ex = cão 20kg ---------- vol. estimado 1,6L
Peso = no mínimo 25 kg
- 15 – 20% do vol. est. ---------- 240 a 320 ml
Volume máximo muito próximo ao limite 
de capaz de causar reações indesejáveis 
ao doador
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Idade = 1 – 10 anos
Idades inferiores a 1 ano
Prejudica o crescimento animal
Amadurecimento do sist. imune
Amadurecimento da med. óssea
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Idade = 1 – 8 (10) anos
> de 10 anos = Predisposição
Queda da imunidade
Neoplasias 
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Temperamento
Preferencialmente
Dócil 
Tranquilo Podem doar
Agressivos 
Agitados 
- Obedecer tutores
- Tranquilização 
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Estado Geral
Bem nutrido
Livre de ectoparasitas 
Vermifugação atualizada 
Vacinação atualizada
Fêmeas 
Cio 
Gestante 
Acasalada 
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Estado Geral
Babesiose
Ehrlichiose
Leishmaniose 
Brucelose 
Anaplasmose
Dirofilariose
Rangeliose
O doador deve ser negativo para doenças infecciosas!
Retestar os animais 
periodicamente! 
- Elisa
- IFI
- PCR
Medicina Veterinária Transfusional
Gonçalves S, Batistela MM, Tavares A P. 
Triagem sorológica de cães doadores de sangue.
6o Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais;
Hotel Transamérica; São Paulo, 2006.
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Estado Geral
Fazer Hemograma antes de cada doação!
Hematócrito > 40%
Medicina Veterinária Transfusional
Escolha do doador:
Histórico
Anamnese minuciosa!!!
NÃO DEVEM DOAR SANGUE
Animal com qq enfermidade
Doenças imunomediadas
Neoplasias
Animais com transfusão anterior (receptor)
Fêmeas – cio; gestante; acasaladas
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
DEA = Dog Erythrocyte Antigen
Doador 
Universal
Sistema de Grupos Sg Atg eritrocitários
DEA 1 1.1 / 1.2 / 1.3 / nulo
DEA 3 3
DEA 4 4
DEA 5 5
DEA 6 6
DEA 7 7
DEA 8 8
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
Sistema de Grupos Sg Atg eritrocitários
DEA 1 1.1 / 1.2 / 1.3 / nulo
DEA 3 3
DEA 4 4
DEA 5 5
DEA 6 6
DEA 7 Tr / O / nulo
DEA 8 8
DEA = Dog Erythrocyte Antigen
Reações 
transf. agudas 
Reações 
transf. Tardia
(3 -5 dias Pós-T)
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
DEA = Dog Erythrocyte Antigen
Medicina Veterinária Transfusional
1ª Transfusão
DEA 1.1 POSITIVO
DEA 1.2 POSITIVO
RECEPTOR 
NEGATIVO
Sensibilização e 
Produção de atc
anti-1.1 ou anti-1.2
Medicina Veterinária Transfusional
Demais transfusões
DEA 1.1 POSITIVO
DEA 1.2POSITIVO
RECEPTOR 
SENSIBILIZADO
REAÇÃO IMEDIATA
(já tem atc produzidos)
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos - Equinos
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos - Bovinos
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos - Suínos
Medicina Veterinária Transfusional
Gatos
Medicina Veterinária Transfusional
- Espécie de pequeno tamanho
Limitações
- Pouca tolerância à contenção física
- Possibilidade de hipotensão durante o procedimento 
de doação: 
Anestesia
Perda Sg
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
A B
AB
Anti-B
Anti-A
Anti-B Anti-A
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
Frequência dos tipos sanguíneos do Sistema AB de gatos sem raça 
definida em diferentes regiões do Brasil.
Medicina Veterinária Transfusional
Grupos Sanguíneos
Frequência de tipos sanguíneos do sistema AB da população geral 
de gatos em diferentes países.
Medicina Veterinária Transfusional
Peso = > 5kg
Idade = 1 – 8 anos
Ht = > 30%
Negativo para doenças 
infecciosas
Teste de Compatibilidade
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Tipagem Sanguínea
Reações Transfusionais
REAÇÃO AGUDA TARDIA
IMUNOLÓGICA
Reação hemolítica aguda
Hipersensibilidade aguda
Sensibilidade plaquetária
Sensibilidade leucocitária
Lesão pulmonar 
Hemólise tardia
Púrpura pós-transf.
Isoeritrólise neonatal
Imunossupressão
REAÇÃO AGUDA TARDIA
NÃO 
IMUNOLÓGICA
Sobrecarga circulatória
Contaminação bacteriana
Toxicidade-citrato
Coagulopatia; Hiperamonemia
Hipotermia; Embolismo aéreo
Microembolismo pulmonar
Acidose
Hemossiderose
Transmissão de 
doenças infecciosas
Reações Transfusionais
REAÇÕES LEVES SEVERAS
Febre 41 ------------
Emese 13 ------------
Edema Facial 6 ------------
Hemólise 3 ------------
Taquipneia / Dispneia 2 1
Hemólise Aguda 1 1
Tremores 1 ------------
Choque ------------ 1
Frequência de Reações Transfusionais em Cães 
(N= 2078) 3 – 5%
Fonte: The Compendium Continuing Education, V.19, n.2, 1997
Reações Transfusionais
Frequência de Reações Transfusionais Agudas
N = 186 – (28,49%)
Vieira J, Bognato RK, Gonçalves S. Acute transfusion reactions after the
administration of whole blood and blood components in dogs. São Paulo:
WSAVA; 2009.
Reações Transfusionais
Reações Transfusionais
Procedimentos para redução de contaminação bacteriana em 
hemocomponentes 
Exame clínico cuidadoso do doador
Desinfecção cuidadosa do local da punção
Respeitar o tempo de estocagem
Controle da T°C de armazenamento
Avaliação da indicação da transf.
Reações Transfusionais
Procedimentos para redução de contaminação bacteriana 
em hemocomponentes 
Inspeção visual dos hemocomponentes
Pesquisa direta de bactérias
Metodologias para diminuição de 
contaminação
Reações Transfusionais
Cuidados na hora da transfusão!!!!
- Ter em mãos os resultados de TC e Tipagem sg
- Velocidade lenta de infusão
- Monitoração intensiva do paciente – 30 min
- Monitorar: Débito Urinário
T°C
Freq. Resp.
Freq. Cardíaca
Reações Transfusionais
Cuidados na hora da transfusão!!!!
- Cuidado com a velocidade de infusão em animais de
pequeno porte, cardiopatas e nefropatas
- Não armazenar as bolsas de sangue em contato com
alimento e material biológico
- Não reaproveitar bolsas de sangue
- Evitar doadores sem exames prévios
Reações Transfusionais
Cuidados na hora da transfusão!!!!
VELOCIDADE DE ADMINISTRAÇÃO
0,25 mL/kg na 1ª meia hora
10 a 20 mL/Kg/h (normovolêmico)
Reações Transfusionais
Cuidados na hora da transfusão!!!!
Tempo máximo de administração
SG = 4h
Concentrado de He = 2h
Plasma e Conc. de Plaq = 1h
Reações Transfusionais
Cálculo do vol sg - Transfusão
Vol = Peso (kg) x*90 (cão) x Ht desejado - Ht paciente
Ht doador
*70 - Gatos
20 ml/kg – para elevar 10% de Ht
Reações Transfusionais
Reações Transfusionais
Vida Média das Hemácias Transfundidas
ESPÉCIE VIDA MÉDIA
CANINA 21 DIAS
FELINA 35 DIAS
Avaliar o Ht 15 min e 24 h após a transf. sg para 
detecção de hemólise tardia ou perda 
sanguínea
Reações Transfusionais
Em caso de qq sinal de reação...Em caso de qq sinal de reação...Em caso de qq sinal de reação...Em caso de qq sinal de reação...
Interromper a Transfusão!!!!!!
OBRIGADO!
fabio.martorelli.prof@gmail.com

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