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Farmacologia - vias e métodos de administração de formas farmacêuticas

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Maria Clara Tabosa – 3O 2018.1
	
Maria Clara Tabosa – 3O 2018.1
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Vias e métodos de administração de formas farmacêuticas
Embora remédio, medicamento, droga e fármaco sejam muitas vezes usados como sinônimo, isso não é adequado
Remédio é o recurso para curar ou aliviar o desconforto e a enfermidade, sendo todos os recursos terapêuticos para combater doenças ou sintomas
Repouso, fisioterapia, psicoterapia, acupuntura, medicamentos
Medicamento é o produto farmacêutico, que contém um ou mais fármacos e outras substâncias, com uma finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico
Paracetamol (líquido), paracetamol + codeína (comprimido)
Droga é toda substância e origem animal, vegetal ou mineral, de onde é extraído um princípio ativo que possui ação farmacológica
Fármaco é uma substância cuja ação farmacológica é responsável pelos efeitos terapêuticos dos medicamentos. É empregado para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício do usuário 
Amoxicilina, lidocaína
Emprega-se o termo pró-farmaco à substância que, ao ser administrada, são inativas, mas adquirem propriedades farmacológicas ao penetrarem e serem metabolizadas pelo organismo
Fármacos podem ser designados pelas denominações a seguir:
Denominação química: indica o nome do composto responsável pela ação farmacológica, de acordo com as regras de nomenclatura química 
Denominação genérica: é a designação curta, utilizada para identificar os componentes ativos dos medicamentos
Denominação comercial: também conhecida como nome de marca ou fantasia, é de propriedade de um laboratório específico
Exemplo: monocloridrato de 2-dietilamino-2’, 6’-acetoxilidida (nome químico), cloridrato de lidocaína (nome genético), Xylocaína e Lidogel (nomes comerciais)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
São as estruturas orgânicas com as quais os fármacos entram em contato para penetrarem no organismo
Constituem os caminhos pelos quais um medicamento pode alcançar o organismo para exercer seu efeito
As propriedades relacionadas à absorção, distribuição e eliminação do medicamento são bastante influenciadas pela via de administração
A escolha da via de administração do medicamento deve considerar o tipo de ação desejada, a rapidez de ação da mesma e a natureza do medicamento
As vias podem ser usadas tanto para propósitos tópicos, quanto sistêmicos, dependendo da finalidade
Uma mesma via pode ter diferentes efeitos, dependendo dos fármacos administrados
Paralelamente, iguais fármacos podem determinar efeitos sistêmicos ou locais, administrados por diferentes vias
Alguns medicamentos não são distribuídos significativamente para a corrente sanguínea a partir do trato gastrointestinal, por isso, sua ação é enteral
Comumente, um medicamento administrado por via oral é absorvido e produz efeitos a distância do sítio de administração, no entanto, alguns não são absorvidos pelo trato gastrointestinal, tendo efeito apenas local
Da mesma forma, as vias cutânea e mucosa são preferencialmente usadas para a obtenção de efeitos locais, porém não impede a absorção e o posterior efeito sistêmico 
A via de administração selecionada também influencia a latência de efeito
Fármacos aplicados por via intravenosa usualmente apresentam início de ação mais rápido dos que os administrados pela via oral
As vias de administração podem ser divididas em:
Enterais: em que a substância penetra no organismo por meio de qualquer segmento do trato digestivo
Parenterais: em que a substância não penetra no organismo pelo trato digestivo
A agência americana Food and Drug Admnistration reconhece 111 tipos diferentes de vias de administração
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAIS
São geralmente mais convenientes para o paciente, já que não há a necessidade de punção nem esterilização
Apresentam menores riscos que as vias parenterais, além do seu menor custo
1.VIA ORAL
Consiste na administração pela boca de um medicamento, que depois de deglutido, chega ao trato gastrointestinal
A absorção pode ocorrer na boca, estômago, intestino grosso e intestino delgado
Para chegar à circulação geral, o medicamento precisa atravessar a parede intestinal e depois atingir o fígado, os quais metabolizam o medicamento, diminuindo a quantidade absorvida
Assim, os medicamentos orais são prescritos em doses maiores que seus equivalentes parenterais
Por ser de mais fácil uso, ter menor custo e permitir que se atinjam níveis plasmáticos gradualmente, minimizando a intensidade de reações adversas e oferecendo maior segurança, a maioria dos medicamentos é administrada por essa via
Para isso, os medicamentos estão disponíveis de diversas formas: comprimidos, cápsulas, xaropes, elixires, óleos, líquidos, suspensões, pós e grânulos
Os efeitos obtidos pela via oral são normalmente sistêmicos, mas também podem ser locais, através de fármacos inabsorvíveis
A via oral possui suas limitações. O sabor e odor do fármaco dificultam a digestão, a presença de outros medicamentos ou alimentos pode afetar a forma de absorção do fármaco, assim, alguns medicamentos devem ser ingeridos de estomago vazio, enquanto outros devem ser empregados com alimentos ou simplesmente não podem ser usados por via oral
Alguns medicamentos orais podem irritar o trato gastrointestinal, tal irritação pode ser direta ou decorrer do bloqueio de mecanismos protetores da mucosa gástrica
Outros medicamentos são absorvidos de forma deficiente pelo trato gastrointestinal ou destruídos pelo ambiente ácido e pelas enzimas digestivas do estômago
O uso da via oral é contra-indicado em pacientes inconstantes ou com sensação de náuseas de vômitos, bem como naqueles incapazes de engolir
Quando pacientes que fazem uso de sondas de alimentação enteral não apresentam deglutição eficaz e correm risco de aspiração pulmonar, as sondas de nutrição também podem ser usadas para a administração de medicamentos
Não existem formulações específicas para essa via de administração, assim, a prescrição deve contemplar medicamentos líquidos e que não tenham viscosidade alta, caso contrário, a sonda pode ficar obstruída
2.VIA SUBLINGUAL
Medicamentos são colocados debaixo da língua para serem absorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos aí situados
Favorece a rápida absorção de pequenas doses de alguns fármacos, devido ao alto suprimento sanguíneo e à fina espessura da mucosa absortiva, permitindo a passagem diretamente dos mesmos para a corrente circulatória, sem passar pelo intestino e fígado
A maioria dos medicamentos não podem ser administrados por essa via porque a absorção é, em geral, incompleta e errática, e pode ocasionar problemas devido à obtenção de valores de concentração plasmática máxima altos 
As formas farmacêuticas disponíveis para essa via são, geralmente, comprimidos, sendo dissolvidos inteiramente pela saliva, não devendo ser deglutidos
Essa via apresenta dificuldade em pacientes pediátricos e não deve ser usada quando o paciente estiver inconsciente, além de poder causar irritação na mucosa
3.VIA BUCAL
Utilizada para a administração de fármacos de efeitos locais, limitando suas aplicações
A mucosa oral é menos permeável e não provê uma absorção rápida, podem, por ser mais ampla, plana e não móvel, pode ser adequada para formulações de liberação controlada, para fármacos de difícil absorção e que tenham peptídeos na composição
O uso dessa via para formulação de liberação prolongada só se justifica quando o tempo de meia vida de eliminação do fármaco é curto
A ação diluidora da saliva pode afetar a absorção de fármacos por essa via 
Essa via apresenta, como importante vantagem, a inexistência de uma primeira passagem hepática e intestinal
4.VIA DENTAL
Aplicação de medicamentos nos dentes. Os quais devem estar com a superfície o mais seca possível antes da administração
Além de soluções de enxágue ou bochechos, pode ser utilizado por essa via flúor com o uso do laser na prevenção de cárie
5.VIA RETAL
Absorção de fármacos através da mucosa do reto, assim, fármacossuscetíveis ficam protegidos nas inativações gastrointestinal e hepática, pois somente 50% do fluxo venoso retal tem acesso à circulação porta
É uma opção interessante quando a via oral está inviabilizada, em situações clínicas em que há náuseas, vômitos, intolerância gastrointestinal, problemas de má absorção, dificuldade de deglutição e em pacientes pediátricos e geriátricos não colaborativos 
São empregados como suspensões e supositórios e os métodos de administração são aplicação e enemas
É mais lenta que a via oral, com exceção de alguns fármacos
A absorção depende da liberação do princípio ativo da forma farmacêutica utilizada, sendo maior nos enemas
Os supositórios apresentam tempo de liberação maior e velocidade de absorção mais lenta
Suas maiores limitações de uso são o desconforto e incômodo, possibilidade de efeitos irritativos para a mucosa e absorção alterada, além da possibilidade de expulsão da forma farmacêutica 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO PARENTERAIS
Significa a administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo”, sem utilizar o trato gastrointestinal
Dedicada à administração de medicamentos em pacientes inconscientes, com distúrbios gastrointestinais e impossibilitados de engolir. É indicada também quando se espera uma ação mais rápida do que o fármaco ou para a administração de medicamentos que se tornam ineficientes em contato com o suco digestivo
As vias parenterais são classificadas em:
Diretas: em que o acesso se faz por injeção
Indiretas: em que o acesso prescinde de injeção
Os preparos injetáveis recebem o nome de injeção de o volume aplicado é pequeno, quando se empregam grandes volumes, passa a se chamar infusão ou preparação injetável para infusão 
Medicamentos injetáveis devem ser estéreis, apirogênicos, isotônicos e isentos de materiais particulados
As preparações injetáveis de pequeno volume são as mais empregadas, normalmente em ampolas ou frascos ampola, já as de grade volume são apresentadas em frascos ou bolsas plásticas
 VIAS PARENTERAIS DIRETAS
1.VIA INTRAVENOSA
Administração de um medicamento diretamente na veia, a fim de obter ação imediata do medicamento
Qualquer via superficial é adequada para esse tipo de administração, mas em geral, as veias do antebraço são mais utilizadas para a aplicação de injeções. Já para infusões, são mais utilizadas as veias da zona distal do antebraço, permitindo certa mobilidade do paciente. Poderão, ainda, ser aplicadas em veias profundas, por meio de cateteres intravenosos
É indicada em emergências médicas e em doenças graves em que há a necessidade de rápido efeito
Também é utilizada na presença de baixo fluxo sanguíneo periférico (choque)
É importante salientar que é falsa a ideia de que os processos patológicos se curam mais depressa graças ao emprego da via intravenosa
Proporciona a máxima rapidez de efeitos, ainda que sejam mais fugazes, em consequência da rápida queda dos níveis plasmáticos
Se existe boa perfusão sanguínea, certos fármacos alcançam todos os tecidos acessíveis em um só ciclo de circulação em cerca de 15 segundos
Quando a injeção é realizada em um curto espaço de tempo, de 1 a 2 minutos (“bolo intravenoso”), pode ser considerada uma via de emergência
Essa forma de administração é utilizada quando se deseja resposta rápida e intensa, mas, é importante que seja aplicada lentamente, pois há risco de precipitação na veia e possível tromboflerite
Essa via apresenta, como vantagens adicionais, controle mais adequado de dose, possibilidade de administração do fármaco diluído em maiores volume e de uso de substâncias com pH diferentes da neutralidade
Mas, por meio dela só podem ser administradas soluções aquosas, nunca oleosas ou suspensões
Dentre os principais riscos, está o extravasamento e infiltração, que pode acarretar em infecções, flebites, trombose e necrose dos tecidos infiltrados 
Como desvantagens, podemos destacar as dificuldades nas técnicas de administração, necessidade de esterilização, emprego da técnica por pessoal qualificado, menor segurança, maior custo de preparação e o risco de irritação local
2.VIA INTRAMUSCULAR
É feita no interior dos músculos esqueléticos, entre as fibras musculares, pois os tecidos musculares possuem poucos nervos sensoriais, permitindo a injeção menos dolorosa de medicamentos irritantes
É considerada mais segura que a intravenosa
São utilizadas agulhas mais longas, a administração deve ser através de injeção profunda
O local da administração deve ser escolhido cuidadosamente, levando em consideração o estado físico geral do paciente e objetivo de utilização da via
A absorção depende do fluxo sanguíneo local e grupo muscular utilizado
Podem ser administradas soluções aquosas e oleosas, emulsões e suspensões, mas a absorção é mais rápida se o diluente escolhido for miscível com água ou com líquidos teciduais, assim, as soluções aquosas se distribuem mais rapidamente
Podem ser empregadas, também, formulações de absorção sustentada
Outros fármacos, parcamente solúveis no músculo, fazem aí um depósito temporário, condicionando concentrações plasmáticas terapêuticas bastante prolongadas
Essa via tem como vantagens a aplicação mais fácil que a intravenosa, obtenção de efeito relativamente rápido, alcance de efeitos sustentados quando usada como via de depósito
Tem as mesmas recomendações da via intravenosa
Como desvantagens, podemos destacar o desconforto da dor associada à administração e a impossibilidade de uso de grandes volumes das soluções prescritas, além de poder causar trauma ou compressão acidental de nervos, a injeção acidental em alguma veia ou artéria, hematoma, lesão do músculo ou abscessos
Seu uso é contra-indicado em pacientes com alterações de mecanismos de coagulação, doença vascular periférica oclusiva, edema e choque, pois essas condições prejudicam a absorção periférica do medicamento
Não pode ser utilizada em locais inflamados, edemaciados ou irritados, nem em cicatrizes e lesões 
3.VIA SUBCUTÂNEA
Medicamento é injetado nos tecidos adiposos, abaixo da pele, depois chega aos pequenos vasos e é transportado pela corrente sanguínea 
Por essa via, o fármaco move-se mais rapidamente para a corrente sanguínea, por outro lado, a absorção é mais lenta e gradual, além de provocar mínimo traumatismo tecidual e associar-se a pequeno risco de atingir nervos e vasos
São absorvidos principalmente através de capilares
Os locais mais comuns de injeção são a face externa da porção superior do braço, face anterior da coxa, tecido frouxo do abdômen inferior, região glútea e dorso superior
A injeção é realizada por meio de agulha relativamente curta
Essa via é utilizada para medicamentos protéicos
Os medicamentos podem ser preparados em suspensões ou complexos relativamente insolúveis, de modo que sua absorção se prolongue por horas, dias ou mesmo mais tempo, não precisando ser administrados com tanta frequência
O uso dessa via está contra-indicado em locais inflamados, edemaciados, com cicatrizes ou cobertos por manchas, marcas de nascença ou outra lesão, além de em pacientes com alterações dos mecanismos de coagulação
Seus inconvenientes incluem dor local, abscessos estéreis, infecções e fibroses
4.VIA SUBMUCOSA
Abrange a administração de medicamentos em áreas sob as mucosas
As formas farmacêuticas mais indicadas são as de uso tópico, principalmente as fórmulas de enxágue e comprimidos de ação tópica, pois possibilitam altas concentrações dos fármacos durantes certos períodos de tempo
Outras formas farmacêuticas também são utilizadas, como comprimidos bioaderentes, géis, pomadas e alguns sistemas fixos nas dentaduras
Seus inconvenientes incluem dor local, risco de infecção e fibrose
5.VIA INTRADÉRMICA
O fármaco é administrado na pele, entre a derme e a epiderme, entrando em contato com a derme através de injeção ou por raspado da epiderme, sendo absorvido mais lentamente, pois a derme é pouco irrigada
Esse tipo de administração é mais utilizado para fins diagnósticos que terapêuticos, pois, por ser uma zona defácil contato com o exterior, facilita a observação de possíveis reações à injeção
Empregam-se pequenos volumes das soluções dentro das camadas mais externas da pele, com a intenção de obter um efeito local, sendo a face ventral do antebraço a local mais comumente utilizada por ser mais acessível e sem pelos
É empregada na imunoterapia, na administração de algumas vacinas e para a obtenção de anestesia local
6.VIA INTRA-ARTICULAR
É a injeção do fármaco na cápsula articular, sendo muito utilizada para a administração de corticóides em artrite inflamatória não-específica, artrite cristalina, osteoartrite e tendinite
7.VIA INTRATECAL E PERIDURAL
A via intratecal caracteriza-se pela administração do medicamento em espaço subaracnóide ou em ventrículos cerebrais
Utilizada para administrar fármacos que não atravessam a barreira cérebro-sangue, ou com vistas de atuar apenas na medula espinhal e nas raízes nervosas, como no caso dos anestésicos locais
Na via peridural, o fármaco é administrado no espaço entre a dura-máter e o tecido ósseo que constitui a coluna vertebral, onde se encontram as raízes nervosas que atravessam os forames intervertebrais
Por meio dessa via podem-se administrar anestésicos locais – anestesia peridural 
8. VIAS INTRA-ARTERIAL E INTRACARDÍACA
São raramente empregadas, por conta das dificuldades que oferecem
Foram substituídas pela punção de grandes vasos venosos, visando a administração de fármacos especialmente em casos de reanimação cardiorrespiratória 
 VIAS PARENTERAIS INDIRETAS
1.VIA CUTÂNEA
Medicamentos podem ser administrados por essa via quando se deseja obter efeitos tópicos, mas, sob certas circunstâncias, produzem efeitos sistêmicos, terapêuticos ou tóxicos
 A absorção depende da área de exposição, difusão do fármaco na derme, temperatura e estado de hidratação da pele
As formas comumente empregadas são soluções, cremes, pomadas, óleos, loções, unguentos, geléias e adesivos sólidos
Os métodos de administração incluem aplicação e fricção 
2.VIA MUCOSA
As mucosas são ricamente vascularizadas, permitindo fácil absorção de princípios ativos
Os fármacos administrados diretamente na mucosa têm ação local, ou podem ter efeitos sistêmicos caso sejam captados pela corrente sanguínea
Como os tecidos são sensíveis, eles estão sujeitos a efeitos irritativos dos medicamentos
As formas farmacêuticas utilizadas são: cremes, pomadas, géis, soluções, suspensões, tinturas, entre outras
Os métodos de administração se são por aplicação, irrigação, instilação e inalação 
3.VIA TRANSDÉRMICA
Envolve a administração de medicamentos por meio de aplicação de um emplastro na pele, substâncias que, misturadas com um agente químico, facilitam a penetração cutânea, atravessando a pele e chegando à corrente sanguínea
Essa via permite que o medicamento seja fornecido de forma lenta e contínua, entretanto, algumas pessoas podem sofrer irritação local, além de a via ficar limitada pela velocidade com que a substância pode atravessar o tecido
Apenas medicamentos administrados em doses diárias relativamente pequenas podem ser empregados por essa via
4.VIA RESPIRATÓRIA
Prevê a administração do medicamento no sistema respiratório, por meio de inalação, para efeitos locais ou sistêmicos 
Os medicamentos são inalados em forma de gás ou contidos em pequenas partículas líquidas ou sólidas, geradas por nebulização e aerossóis (raramente utilizado, pela difícil absorção na corrente sanguínea)
É útil para medicamentos que atuam diretamente nos canais condutores do ar até os pulmões
As maiores vantagens dessa via são a rápida ação com uso de pequenas doses e minimização de efeitos adversos sistêmicos 
Como desvantagens, pode haver irritação da mucosa e perda de efeito de uma dada dose por deposição de partículas inaladas na via aérea superior ou impedimento de sua progressão ao trato respiratório inferior devido à presença de secreções brônquicas
5. VIA INTRACANAL
É uma via de uso exclusivamente odontológico, empregada para a obtenção de efeito local de fármacos, junto ao canal radicular e zona pulpar 
O fármaco está sendo administrado em área pulpar, que recebe a irrigação de vasos sanguíneos e linfáticos, possuindo também terminações nervosas
Dependendo do estado da doença e tamanho molecular do fármaco, essa via pode alcançar a corrente sanguínea
Esses medicamentos são utilizados com os objetivos de eliminar ou reduzir microorganismos, tornar o conteúdo do canal inerte, prevenir dor pós-tratamento endodôntico e aumentar o efeito anestésico
Podem ter efeitos deletérios no tecido vital
6.VIA VAGINAL
As medicações dessa via visam principalmente o tratamento local, no tratamento de infecções do trato geniturinário, para restauração da mucosa vaginal e contracepção
Podem ser empregados por essa via: soluções, comprimidos ou óvulos vaginais, geléias, cremes e pomadas
Os métodos utilizados são instilação e aplicação
7.VIA OCULAR
Os medicamentos atuam sobre a esclerótica, conjuntiva, córnea e corpo ciliar, podendo ser absorvidos, principalmente, pelos vasos da conjuntiva
As formas farmacêuticas empregadas são soluções aquosas e oleosas, suspensões e pomadas
O método utilizado é a instilação
Qualquer medicamento administrado por essa via deve ser estéril e ter pH próximo da neutralidade
Os fármacos empregados nessas preparações apresentam efeitos variados, atuando principalmente como antiinflamatórios, mióticos, midríacos, anestésicos locais, vasoconstritores, vasodilatadores e antiinfecciosos 
8.VIA AURICULAR
Essa via prevê a administração de medicamentos em ouvido, visando a obtenção de efeitos tópicos, sem interesse em sua absorção sistêmica
É uma via de ação local, muitas vezes acompanhada de uma administração cutânea 
Por essa via, utilizam-se soluções, suspensões, pós, aerossóis e pomadas
O método empregado é a instilação
Os fármacos empregados são removedores de cerúmen, antiinfecciosos e antiinflamatórios
9.VIA INTRANASAL
A mucosa nasal constitui uma boa superfície de administração tanto para medicamentos de ação tópica, como com efeitos sistêmicos, por conta da sua grande superfície, boa vascularização e o fato de ser facilmente acessível
Apresenta-se como uma alternativa à via parenteral para emprego de fármacos cuja administração oral não é possível, recomendado também para pacientes não cooperativos 
FORMAS FARMACÊUTICAS
São os produtos resultantes do processo tecnológico, que confere aos medicamentos características adequadas para sua administração correta, dosificação e eficácia terapêutica 
 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS
Soluções orais: são formas que contêm um ou mais fármacos dissolvidos em líquido. São administradas por via oral e dosificadas por volume. Apresentam-se como soluções límpidas e transparentes, de sabor e odor agradáveis
Soluções para gargarejo: são soluções aquosas não viscosas, contendo substâncias destinadas a banhar a cavidade bucal e zona orofaríngea. Os veículos devem ser neutros ou alcalinos, para não causar dano às peças dentais
Soluções para enxágue: são soluções aquosas não viscosas, que contêm substâncias destinadas a refrescar, desodorizar ou realizar anti-sepsia da cavidade bucal. Não devem ser engolidos, devendo permanecer por tempo limitado na boca
Soluções tópicas: são formas líquidas usualmente aquosas, embora possam conter outros solventes. Destinam-se à aplicação tópica em pele ou superfície da mucosa oral
Soluções injetáveis: são preparações líquidas contendo um ou mais substâncias dissolvidas em solventes miscíveis. São próprias para injeção intravenosa
Soluções oftálmicas: são estéreis, essencialmente livres de partículas, manipuladas adequadamente e embaladas para instilação no olho. São utilizadas para fins de diagnóstico ou terapêutico 
Soluções nasais: são geralmente aquosas, na forma de gotas ou aerossóis podem ter tanto efeitos locais, como sistêmicos. Recomenda-se que não haja contato do conta-gotas com a mucosa
Soluções óticas: destinadas à aplicação tópica no ouvido. Utilizadas paratratar afeções do contudo auditivo externo, no entanto, se o ouvido apresenta alguma lesão, existe risco de uma absorção sistêmica do medicamento
Suspensões orais: são preparações que contêm partículas de fármaco divididas e distribuídas, de maneira uniforme, em veículo no qual o fármaco é insolúvel ou pouco solúvel, permitem a administração de fármacos instáveis em solução 
Suspensões injetáveis: são preparações líquidas constituídas por partículas sólidas dispersas em fase líquida aquosa ou oleosa, na qual não são solúveis. Não podem ser administradas por via intravenosa
Suspensões oftálmicas: são preparações líquidas estéreis contendo partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, destinadas à aplicação nos olhos, o tempo de contato e ação excedem os de uma solução 
Xaropes: são preparações aquosas, límpidas e de elevada viscosidade, contando um açúcar em grande quantidade, que confere ação conservante, edulcorante e viscosidade. Facilitam a administração de fármacos que têm características desagradáveis, tendo um sabor agradável, sendo muito usado na pediatria. Em alguns casos, as substâncias glicogênicas podem ser substituídas por outras não glicogênicas, além disso, o uso prolongado de xaropes à base de açúcar pode propiciar cárie e afetar o controle metabólito de pacientes diabéticos 
Elixires: são soluções hidroalcoólicas, límpidas e edulcoradas. São utilizados para a administração de fármacos insolúveis apenas em água. Não devem ser prescritos para pacientes em uso de dissulfiram pelo risco de reações 
Colutórios: são soluções aquosas viscosas que contêm substâncias destinadas a tratar alguma infecção em cavidade bucal, destinados à aplicação tópica por meio de bochechos e gargarejos. Os edulcorantes não são cariogênicos e o pH final deve estar próximo da neutralidade
Vernizes: fármaco misturado a um veículo que endurece quando entra em contato com a saliva ou água. Sua aplicação é feita sob os dentes limpos e secos. Utilizados na aplicação de flúor na prevenção de cárie. Deve ser aplicado em fina camada com o auxílio de uma escova, não devendo ser aplicados na gengiva. Pacientes devem ser orientados a não consumir líquidos e alimentos macios pelas próximas 4 horas, evitar alimentos duros e não escovar os dentes pelo resto do dia
Emulsões: preparações farmacêuticas obtidas pela dispersão de duas fases líquidas imiscíveis, estabilizadas por agente emulsionante adequado. Por se tratarem de sistemas dispersos, devem ser agitadas antes de serem administradas
 FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
Cápsulas: são constituídas por um receptáculo ou cobertas por gelatina hidratada. Contém em seu interior determinada quantidade de fármaco e excipientes. Podem ser rígidas (apresentando dois elementos independentes) ou moles (formadas por uma só peça)
Comprimidos: são formas farmacêuticas obtidas principalmente da compressão mecânica de granulados ou misturas de pós de uma ou várias substâncias ativas, com adição de excipientes aditivos
Comprimidos orais para ingestão
Convencionais: devem ser deglutidos, sendo liberados no trato gastrointestinal, para ação local
Mastigáveis: devem ser fragmentados com os dentes e posteriormente deglutidos
Revestidos: apresentam sua superfície coberta com uma ou mais camadas de substâncias
De liberação controlada: são formulados para liberar o medicamento lentamente durante certo período de tempo
Comprimidos mantidos na cavidade oral
Bucais: devem ser mantidos na cavidade oral, onde se dissolvem lentamente, liberando substância ativa para efeito local
Sublinguais: devem ser colocados embaixo da língua para serem dissolvidos e absorvidos pela mucosa oral, para exercer efeito sistêmico
Comprimidos dispersos antes da administração
Efervescentes: foram desenvolvidos para serem dispersos em água antes da administração. Contêm bicarbonato de sódio e um ácido orgânico, que reagem na presença de água, liberando dióxido de carbono
Pastilhas: são preparações sólidas, destinadas a serem dissolvidas lentamente na boca, geralmente apresentando proporção elevada de sacarose
Pós ou granulados para uso oral: devem ser preparados de forma extemporânea no momento de sua administração, adicionando água e agitando
Pós para uso parenteral: são substâncias sólidas e estéreis, acondicionadas em seus recipientes definitivos. Após a adição de volume adequado de líquido apropriado e estéril e agitação, dando origem a uma solução límpida com pouca ou nenhuma suspensão 
Pós dentifrícios: constituídos por formulação em pó, destinada a limpar e/ou polir os dentes
Supositórios: formas destinadas à administração por via retal, vaginal ou uretral, devendo dissolver-se ou fundir-se na cavidade corporal, exercendo efeitos locais ou sistêmicos 
 FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS
Pomadas: possuem excipientes nos quais são dissolvidas ou dispersas as substâncias ativas em forma sólida ou líquida. Destina-se à aplicação na pele ou mucosas, com ação local ou penetração cutânea 
Pomadas oftálmicas: destinadas à aplicação em saco conjuntival ou margem das pálpebras, sendo utilizadas quando se deseja prolongar o tempo de contato da substância ativa com o olho
Pastas: contêm elevadas proporções de sólidos finamente dispersos no excipiente, geralmente apresentam consistência elevada, permanecendo no local após a aplicação, com pouca tendência a amolecer ou escorrer
Pastas dentifrícias: pastas destinadas a limpar e/ou polir os dentes
Cremes: contêm uma ou mais substâncias dissolvidas dispersas em base adequada
Géis: líquidos gelificados com ajuda de agentes apropriados
Óvulos: podem conter uma ou mais substâncias medicamentosas, destinadas à administração por via vaginal
 FORMAS FARMACÊUTICAS ESPECIAIS
Sistemas transdérmicos: constituídos por sistema adesivo contendo um depósito de substâncias ativas que vão sendo liberadas lentamente para a pele. O efeito sistêmico é obtido após uma ou várias substâncias ativas que vão sendo liberadas e passarem através da pele. Devem ser colocados em superfície limpa, em locais onde a pele é menos espessa
Implantes: pequenas massas sólidas estéreis contendo fármaco altamente purificado, feitas por compressão ou moldagem. São implantados no corpo, liberando continuamente o fármaco por longos períodos de tempo
Dispositivos intra-orais de liberação lenta: podem ser aderidos facilmente à cavidade bucal, retidos por longos períodos de tempo e removidos em qualquer momento, possibilitando a liberação constante de baixas concentrações do fármaco na cavidade bucal, utilizados para efeitos locais e sistêmicos

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