Buscar

Reflexão sobre dominio da ciencia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Reflexão sobre o domínio da ciência
	O conhecimento faz parte da natureza humana. Nos dias de hoje é necessário ter consciência de que tudo é complexo e envolve o conhecimento. 
	“A coisa mais complexa é a que funciona aleatoriamente; que não tem lei” e “complexo é tudo aquilo que é errático”. Podemos então afirmar que a ciência é aleatória e “não tem lei” pois está em constante evolução e é uma cultura de dúvidas e não de certezas. 
Para haver ciência é necessário conhecer o que é, ou seja devemos ter uma cultura científica. Esta permite saber que há formas de conhecer aquilo que não sabemos e que o Saber e a Ciência estão interligados. Saber é o conhecimento sobre determinada questão, problema, disciplina ou ciência. Ciência é o conhecimento que pode ser submetido a condições de observação explícita e representa todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática baseando-se em princípios certos, comporta assim vários conjuntos de saberes nos quais são elaborados as suas teorias baseados nos seus próprios métodos científicos.
A metodologia é essencial na ciência, assim como a ausência dos conceitos e juízos de valor. A ciência tem evoluído ao longo dos séculos. Da ciência faz parte a experiência que implica testar as teorias, porém é comum conduzir a uma nova teoria, quer seja para mostrar que a teoria aceite é incorreta, quer para exibir “um novo fenômeno que exige explicação”.
	 
	Divergente do senso comum, a ciência implica um “código de leitura” e “construção de objetos”. As pseudociências são todo o tipo de informação que diz ser baseada em factos científicos e que satisfazem as nossas necessidades psicológicas pessoais. A ciência distingue-se desta através da repetibilidade, ou seja uma nova interpretação de um fenômeno já estudado. Os cientistas procuram as informações de forma simples procurando o máximo de informação (economia). Utilizam ainda a heurística, a mensuração e a consiliência, bem como a temporalidade (criada por Alexandre Quintanilha, físico português que refere que , para os cientistas, “ o que hoje consideram verdadeiro amanhã pode não ser”).
	Foi William Whewel, em 1840, o primeiro a utilizar o termo consiliência pretendendo congregar muitos domínios de conhecimento sob o mesmo sistema ou ideia unificadora.
Quando falamos em ciência sabemos que esta está ligada a outros dois conceitos, a epistemologia e a metaciência. 
A epistemologia é interdisciplinar pois é um processo que levanta questões de facto e de validade, mas que consiste em determinar como o conhecimento atinge o real. 
Segundo M.Ruse existem cinco valores epistemológicos fundamentais para existir uma verdadeira teoria científica:
Capacidade de fazer previsões acerca daquilo que encontraremos no desconhecido;
Os vários elementos da teoria não se podem contradizer;
Não deve violar princípios científicos já estabelecidos;
Esclarecer dados experimentais que pareciam incompatíveis;
Aptidão para abrir novos domínios de pensamento.
Distinção epistemológica 
	A ciência utiliza a palavra como instrumento para a elaboração do pensamento e comunicação, por isso define os termos próprios da sua linguagem. Ao serem definidos os termos tornam-se mais claros e compreensíveis. 
Palavra-chave
		Definir o que faz de um conjunto de conhecimentos uma ciência, sendo que definir é dar a conhecer o conceito que temos a respeito de algo e este conceito deve estar de acordo com um já existente. 
	O conceito é algo que se concebe no pensamento sobre algo ou alguém. “Um conceito é científico se puder ser corretamente definido e articulado com os conceitos já conhecidos”.
	Assim, o conceito é diferente de juízo pois juízo é um conjunto de conceitos, é o ato de julgar, avaliar e tirar conclusões. Um juízo é muitas vezes denunciado na medida em que se dá de maneira abusiva chamando-se assim de opinião.
	A opinião não pode ser verificável pois depende do sistema de valores de cada um de nós. Muitas vezes a opinião parece um raciocínio válido, no entanto esta aproximasse da ilusão estando assim incorreto.
	Ilusão é a troca da aparência real por uma ideia falsa, é o engano da mente o que faz com que se interprete de forma errada um facto levando assim ao erro. O erro pode ser retificado e por sua vez desaparece, por outro lado a ilusão persiste. 
	A metafísica é então uma ilusão que consiste em querer conhecer o que na realidade o conhecimento humano não consegue atingir, procura também determinar por que razão os seres são o que são relacionando-se assim com a “ciência do ser enquanto ser”.
 	A metaciência vem depois da ciência e é o estudo que usa as exigências de rigor da própria ciência. 
Consepção metodológica
	Jean Ladrière diz que a distinção nas ciências não se encontra entre ciências “naturais” e ciências “sociais, mas ao nível da conceção metodológica: o método “empírico-formal” e o método “hermenêutico”.
	As ciências “empírico-formais” têm como objetivo descobrir, explicar e predizer os factos do mundo. Estes factos devem ser verificados experimentalmente e só depois aceites. São ciências onde o conceito como unidade abstrata passa ao conceito como cálculo. Então, apenas a matemática pode transformar as significações em algoritmos, sendo esta a sua principal função. Este tipo de ciências partem do núcleo teórico em direção as suas aplicações.
	Por outro lado temos as ciências “hermenêuticas” que correspondem às ciências humanas e relevam um estado das significações. Estas ciências dirigem-se a compreender a forma e a comunicação humana, interpretam o sentido das intenções ou das ações e estabelecem factos. São ciências que partem da base empírica para a base teórica. 
Especificidade das ciências sociais
	
O objetivo das Ciências Empíricas é descobrir, explicar e predizer os factos do mundo em que vivemos. As Ciências Hermenêuticas (humanas) dizem respeito ao domínio daquilo que releva de um estudo das significações. É a ligação entre a teoria da linguagem e a teoria da interpretação. A hermenêutica é a metodologia da interpretação, dirige-se a compreender formas e conteúdos da comunicação humana em toda a sua complexidade e simplicidade.
As Ciências Humanas não permitem uma compreensão do comportamento humano. Quanto aos fenômenos sociais não se fundamentam do mesmo modo que os fenômenos naturais. As Ciências sociais tratam em geral de vários aspetos de intencionalidade que difere dos fenômenos científicos. Ao contrário da causalidade, que é sempre uma relação natural entre objetos e eventos da natureza, a intencionalidade representa a perceção de condições que se pretende atingir. Está relacionada com a lógica do pensamento. A causalidade está relacionada com regularidades universais.
As Ciências Humanas não devem pretender outra coisa que não a “objetividade fraca”. O seu referente não é o real mas sim o que dele se manifesta nos contextos experimentais. As explicações científicas devem satisfazer os requisitos da relevância e da verificabilidade. Uma explicação que não satisfaz o princípio da verificabilidade não pode ser uma explicação relevante. A realidade não está dividida em disciplinas, é indivisível. Cada disciplina procura analisá-la, cada uma na sua perspetiva.
As ciências humanas tem um lugar na Etologia da natureza humana. 
	Há uma tríade básica nos sistemas que estudam a ciência da natureza: A física, a química e a biologia. Há uma segunda tríade na biologia que estuda o ambiente , o desenvolvimento e o comportamento humano: a ecologia, genética e a etologia. Isto leva-nos a uma terceira tríade na Etologia com objetivos mais relevantes para as ciências humanas e sociais sobre comportamento humano, está dividida em disciplinas normativas, disciplinas descritivas e disciplinas especulativas. Das disciplinas normativas fazem parte a Política, o Direito e a Economia. Temos também a Sociologia, a Antropologia e a História que representa as disciplinas descritivas, por fim as disciplinas especulativas constituídas por Filosofia, Teologia e Psicologia.Problemática da investigação em economia 
Economia como ciência, este sempre foi o grande sonho dos economistas, tratar os seus temas de forma experimental como os físicos e os químicos. Durante muitos anos a economia era considerada uma “ciência sombria”. Marshall introduzi-o de forma não intencional vários argumentos teóricos na economia com base na matemática.
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a economia tentou conciliar a sua “cientificidade”, construindo leis formais idênticas às leis formais, afastando-se assim da compreensão do comportamento humano.
Mas os economista depararam-se com um grande problema “a impossibilidade de isolar variáveis e realizar testes em laboratório”.
A economia passa assim a ter como objetivo formalizar e matematizar o seu estudo. Inicialmente usaram métodos simples em que observaram que apenas as variáveis em análise não se mantinham constante. Tiveram a dificuldade em testar as conclusões dos modelos económicos. Para ultrapassar esta dificuldade surge a estatística como apoio a economia, a estatística vem assim substituir o método experimental. Cria-se a econometria. Os investigadores passam a usar uma base de dados mais alargada que se vai interligar mutuamente de forma a ter variáveis em todos os sentidos destas. Por sua vez as variáveis compensam-se mutuamente.
Haavelmo afirma haver dados inválidos na estatística e fundamentasse na probabilidade para mostrar o comportamento das variáveis económicas. Assim ele consegue matematizar a economia. Fica assim a ideia que um bom economista deve ser um bom matemático pois as duas ciências estão interligadas.
Desde a origem da economia que esta é considerada individualista, hedonista e utilitarista, assim a utilidade tornou-se o seu conceito central. Ela resulta da agregação dos comportamentos individuais. O conhecimento económico é uma representação feita pelos intervenientes através do qual fazem uma representação do mundo social.
 A economia não gera leis naturais e limita-se a elaborar as consequências de tal intencionalidade, está-lhe limitado o uso de um processo científico de falsificação e validação.
Friedrich Hayek achava a economia um ciência social uma vez que envolve uma aplicação mecânica e não-critica dos hábitos de pensamento a áreas distintas. 
As ciências começaram por ser classificadas em função do objeto. Cada disciplina estuda a realidade da sua perspetiva. Para a economia não há uma realidade que seja económica, mas sim uma forma económica de olhar a realidade.
É feita pelos economistas uma distinção entre afirmações positivas e afirmações normativas. As afirmações positivas são simples ou complexas, fundamentam-se em factos, podem ser testadas empiricamente e dizem respeito ao que é, era ou será. Por outro lado temos as afirmações normativas que dizem respeito ao que as pessoas dizem julgam que deve ser, sustentam-se em juízos de valor (valores filosóficos, culturais e religiosos) e não são empiricamente testáveis. 
Nos dias de hoje a economia é considerada uma ciência e está em constante contacto com todas as outras.

Mais conteúdos dessa disciplina