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formação economica do capitalismo

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LARISSA DOS SANTOS GONDERI
 TRABALHO AVALIATIVO DE FORMAÇÃO ECONÔMICA DO CAPITALISMO
 Trabalho para obtenção de nota na disciplina de formação econômica do capitalismo-ECO003.
 
 
 TEÓFILO OTONI
 2019
Resenha crítica do filme: Daens – Um Grito de justiça
 O filme se passa na década de 90 do século XIX, ainda no calor da Revolução Industrial um período repleto de instabilidade, incerteza e desequilíbrio de ordem econômica, social e politica, em Aalst , na Bélgica, uma pequena cidade flamenga. O filme mostra as calamidades enfrentadas pela classe operária como: péssimas condições de moradia e péssimas condições de trabalho que eram submetidas aos operários: exaustivas jornadas de trabalho, que alcançavam até 16 horas diárias, e um salário com odor de miséria. Mulheres e crianças sofriam bem mais que os homens, uma vez que o salário era muito menor, chegando a corresponde r à metade do salário dos homens, logo necessitariam trabalhar o dobro do tempo para conseguir o mesmo salário. É em Aalst, onde se iniciam as prime iras rebeliões dos trabalhador es das indústrias têxtil locais por melhores condições de trabalho. Nessa época ainda não existiam leis que assegurassem alguns direitos trabalhistas básicos, como a salubridade do ambiente de labor. Nesse cenário caótico chega o Padre Adolphe Daens, designado para a paróquia d a c idade. Ao chegar tem um choque com o desgosto da Revolução Industrial europeia, com o trabalho infantil , sem quaisquer medidas de higiene e segurança e com uma jornada de trabalho extenuante, a morte de uma criança resultante de sua exaustão provinda do labor, e outras situações relacionadas às referida s condições de trabalho levam o padre a buscar soluções, inclusive ingressando na política. O padre em todos os instantes busca atuar como principal defensor dos operários, e se posiciona contra o trabalho infantil buscando contribuir na luta acirrada por condições humanas de vida aos operários, na cidade de Aalst. O cenário visto na época era marcado pela exploração alcançando até mesmo as crianças e mulheres. 
 Era comum que crianças com idade entre 05 e 07 anos iniciassem em carreiras fabris de ambiente insalubre, muitas vezes esse ingresso era incentivado por seus próprios pais, tendo que trabalhar em troca de comida, ou qualquer outra recompensa, eram comum que grávidas parissem seus filhos no chão de fábrica, outro ponto muito comum eram os filhos bastardos dos “chefes”, ondes estes impunham o sexo com as operárias como uma certeza de garantia de emprego. As fábricas não davam nenhuma condição humana d e trabalho, não havia vasos sanitários e nem janelas. Os trabalhadores eram obrigados a comer no chão. 
 Esse era o cenário da tal revolução, do tal capitalismo que na prática nada mais era do que uma hiperexploração de mão-de-obra legalizada, fomentada e de fendida pelo Estado. Sob essa nova ordem socioeconômica; homens, mulheres e crianças, para sobreviver, viram-se obrigados a vender o único bem que lhes restavam: sua força de trabalho. A época também era o despertar do socialismo e a luta contra as ações ofensivas da classe elitista. Padre Daens para defender sua luta a favor dos operários se candidatou a deputado. Na luta a favor do povo, dos seus interesses instruiu a população, inclusive os analfabetos, a usar o poder do voto direto e secreto. Daens foi eleito e através do voto a população começou a escolher seus representantes com maior lucidez desde então. 
O filme nos mostra a influência da igreja, as possibilidade que a igreja sempre teve de interferir positivamente perante as mis eráveis condições vividas pelos operários, especificamente europeus. Percebemos que muitas vezes a igreja não se teve imóvel, que em momento algum se manteve preocupada com o povo. Ao contrário disso, mantém um a relação de conflito contra o padre Daens, afinal este é o único da Instituição que é capaz de sentir o desejo de intervenção assídua em prol da classe operária. Nesse ponto é necessário compreender as relações entre a doutrina católica de justiça, a relação a Igreja e a burguesia e o crescimento dos ideais socialistas/comunistas. A igreja, sob o viés das relações tinha a missão de apascentar a massa operária para o bom funcionamento do sistema, porém, contraditoriamente,via-se obrigada a seguir suas doutrinas zelando pelo bem-estar social de todos. A igreja enxergava as atrocidades acometidas nas fábricas, no entanto, compactuava com a burguesia pela soberania das almas em suas paróquias e, consequentemente, frear qualquer propagação dos ideais socialistas, que negavam a fé e doutrina católica. 
A igreja Católica condenava a doutrina socialista. Sendo assim, membros da Igreja aliados com lideranças fabris denunciaram o padre Daens ao Papa, acusando-o de se converter aos ideais socialistas e ir contra os dogmas da igreja, o acusando de indisciplina canônica. O Padre à Roma de encontro ao Papa Leão XIII, no entanto o pontífice recusa-se a recebe-lo e o envia apenas uma carta como resposta, determinando que Daens ocupasse basicamente as atividades católicas ligadas à igreja, sem qualquer forma de interferência de cunho social, e com a missão apenas de manter a paz e a ordem social.
Daens volta a Aalst e incentiva o povo a continuar as lutas. Mas acaba sendo suspenso de suas atividades sacerdotais, em 1898, por Antoine Stillmans, bispo de Ghente, mas seu grito por justiça nunca se calou. Elegeu-se para mais um mandato no parlamento, onde se ampliou sua voz em defesa dos oprimidos.
Resenha Crítica do filme: Germinal
O filme Germinal foi produzido em 1993, é baseado em no romance francês Germinal de Émile Édouard Charles Atoine Zola, de 1881. O cenário é uma pequena vila de trabalhadores de minas dominada por extrema miséria econômica e muita degradação humana. Na década de 1980 o fechamento de muitas minas de carvão da Inglaterra, principal pólo de sustentação econômica em várias cidades, gerou uma forte crise entre os trabalhadores. Comparando-o com as obras literárias observamos de imediato que o mesmo trata de centraliza-se no movimento realista - naturalista. A objetividade com relação às tomadas de decisões, os ideais propostos que eram votados para a massa popular, deixa bem claro essa verdade. Podemos falar também que o filme, assim como nas obras naturalistas a razão prevalecia muito as emoções, a arte de modificar a realidade era vista injustamente pelo poder dominante. Os próprios funcionários da mina sempre questionavam seus direitos perdidos, porque para a classe burguesa isso não valeria de nada. Seus objetivos financeiros estavam acima dos propósitos dos trabalhadores. 
 As personagens sofrem influências dos intelectuais da Europa, o simples modo de vida da classe operária muda a partir dessas novas ideais: teoria cientificistas, positivismo, evolucionismo e o determinismo. Os escritores desse período procuram descrever com maior realidade os costumes e as relações entre os seres humanos. A luta dos trabalhadores mineiro s foi o marco inicial para aquisição de uma política de igualdade. O que prevalecia na época era a dominância de uma classe sobre a outra. 
A cidadania ameaçada pelas relações de produção fizera com que um grupo social não mais aceitasse passar necessidades e privações pela falta de igualdade. Aqui percebemos uma característica típica das obras realistas-naturalista: a burguesia dominando sobreo assalariado. Os primeiros vives das regalias do trabalho escravo dos mais fracos. Não muito diferente do que é apresentado em nosso atuais dias. Os senhores eram proprietários da força de trabalho ( dos escravos), dos meios de produção ( terras, pão, minas, instrumentos de produção) e do produto do trabalho. A burguesia possui as minas ou as fábricas, os meios de transportes, as terras, os bancos etc. O trabalhador não é obrigado a ficar sempre na mesma terra ou na mesma situação: “ele é livre” para não trabalhar, mas na pratica precisam de trabalhar para não morrer de fome. Concluímos, que os realistas eram anti-românticos, objetivos e racionalistas. Postulavam a primazia da razão sobre o sentimento, fato esse percebido nas relações amorosas. A mulher era símbolo de prazer e não de amor. Situações de venda, trocas colocava-a igual ou menor a mercadoria.
Resenha Crítica do filme: Danton
 Este filme retrata uma passagem da Revolução Francesa, a fase do “terror”, comandada por Robespierre. “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” era o lema da revolução, mas não era desta forma que a população francesa vivia.
Em 1794, a França estava sob o jugo do Tribunal Revolucionário. Ninguém podia se opor ao soberano porque era considerado contra-revolucionário. O Tribunal Revolucionário enviou milhares de pessoas para a guilhotina. É neste ano que Danton (Gérard Depardieu) chega em Paris e presencia o “terror” instaurado por Robespierre (Wojciech Pszoniak), seu companheiro durante a revolução. Ao tentar realizar mudanças, com o apoio de alguns revolucionários e do povo, foi considerado uma ameaça aos jacobinos (baixa burguesia aliada ao povo) e teve que enfrentar o Tribunal Revolucionário.
Segundo Jean Jacques Rousseau, a República é um contrato feito pelos súditos com o soberano, ou seja, o soberano deve exercer o seu poder em favor dos interesses dos seus súditos. Mas o filme mostra uma República que foi estabelecida sem sua principal essência. Não havia liberdade de expressão para o povo, pois eles não podiam contestar o soberano. Também não havia igualdade e fraternidade, pois o país passava por dificuldades econômicas, o povo vivia na miséria e eram tratados como animais.
Um aspecto importante retratado pelo filme é o fato de que Robespierre agia acima das leis, ditando regras sem se preocupar com as convenções. Esta atitude desrespeitava o processo de institucionalização e não passava confiança para o povo, que passou a não acreditar nas leis e nas instituições.
Duas cenas do filme chamam a atenção para o processo natural do qual Rousseau falava (“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros”): um menino nú está em uma banheira e a mulher, que lhe dava banho, o obrigava a decorar as leis da República e no final do filme ele aparece ao lado de Robespierre falando tudo que havia decorado e vestido com uma roupa não mais de criança, mas de um homem.
Danton, O Processo da Revolução é um filme histórico que pode ser avaliado por diversas vertentes ideológicas e políticas e, sem dúvida, gera um bom debate.Sem falar que a atuação de Gérard Depardieu foi brilhante. O que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator, juntamente com Wojciech Pszoniak, no Festival de Montreal.
Resenha Crítica do filme: Morte ao Rei
Nota-se através desta projeção cinematográfica em modelo de aula que a monarquia absolutista
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 regime pelo qual o Rei detém o Poder absoluto sobre seus súditos - era um modelo opressor, baseado em conceitos mitológicos (pois o título de um monarca seria legitimado por Deus) que, por conseguinte, explorava os indivíduos com a cobrança de altíssimos impostos e, ainda, era detentora de toda propriedade existente em seu reinado. Alguns radicais, contudo, indo de encontro ao regime, organizam uma revolução, cujo tema principal era o fim do absolutismo e a institucionalização de um parlamento, que a partir de então, descentralizaria o Poder do Rei. Sentindo-se ameaçado, o Rei busca alianças, oferecendo vantagens a um dos líderes deste parlamento. Combinação bem sucedida, se não fosse por Oliver Cromwel que, através de um discurso inflamado não abriu mão de seu propósito, o qual resultou na queda da monarquia, com a decapitação do Rei. Cromwel não se dá por satisfeito e, com o fim do sistema monárquico, intitula-se
como o novo “Chefe de Estado”.
 Portanto, pode-se visualizar, através desta obra, características ainda muito presentes na atualidade, tais como: os acordos informais (diga-se de passagem, muito comuns entre nossos políticos)
–
que se abstraem dos interesses da coletividade em benefício de uma minoria; à exploração aos menos favorecidos, os quais devido à fragilidade econômica, submetem-se ao abuso e à opressão e, finalmente, a ganância pelo poder, na qual valores éticos e morais ficam sempre para segundo plano.
Resenha crítica do livro: As Revoluções Burguesas
Em seu livro, Modesto Florenzano traz claros os instrumentos institucionais e intelectuais que fomentaram a explosão das revoluções burguesas ocorridas entre os séculos XVII e XVIII. O autor analisa as sucessivas transformações sociais e econômicas que foram o estopim do desenvolvimento da Inglaterra entre os XV e XVI. Com efeito, a Inglaterra passou a ter, neste período, a maior indústria têxtil da Europa e a produzir mais da metade de todo o carvão do continente. As revoluções Burguesas será um momento significativo na história do capitalismo, pois à medida que vai crescendo serão elas que contribuirão para abrir caminho para a superação dos resquícios feudais e, portanto, para tornar possível a consolidação do modo de produção capitalista. Tais revoluções ocorreram em vários países europeus, no entanto, a duas delas de fundamental importância: a Revolução Inglesa, ocorrida no século XVII, e a Revolução Francesa, no final do século XVIII. A Revolução Inglesa tem início no governo de Carlos I (1625-1640), devido às tentativas desse rei em aumentar os impostos. Em 1637 ele lançou o "ship money", e a população se revoltou. Com isso, a monarquia procurava restringir os cercamentos, afastar a população da Corte e reforçar os privilégios dos monarcas. Os protestos do Parlamento levaram Carlos I a dissolvê-lo, convocando outro, que ficou conhecido como Short Parliement (Parlamento Curto), logo dissolvido por se recusar a permitir novos impostos. O parlamento convocado logo a seguir, conhecido como Long Parliament (Parlamento Longo), e tomam atitudes: depõe o primeiro-ministro, revoga os impostos que o rei havia decretado e estabelece que apenas o Parlamento pudesse se autodissolver, o rei não poderia mais tomar tal atitude. “Naturalmente, todo este processo de desenvolvimento econômico repercutiu profundamente na estrutura social do país, alterando- a de cima para baixo”. As rápidas mudanças econômicas, de um lado, e a inflação, de outro ( no século XVI não apenas a Inglaterra, mas toda a Europa sofreu a famosa “revolução dos preços”, provocada em grande parte pelo afluxo maciço de prata e ouro americanos), provocaram uma grande redistribuição de renda de uma classe à outra e um intenso processo de mobilidade social”. ( Florenzano, 1981, p 70 ). A Revolução Francesa, iniciada em 1789, foi um exemplo clássico de revolução burguesa. Embora tivesse tido a participação de outras camadas socais, como os camponeses e as massas urbanas miseráveis, ela foi essencialmente conduzida pela burguesia. Extinguindo o absolutismo, a política mercantilista, os resquícios do feudalismo ainda existentes na França e o poder do clero e da nobreza. As ideias dos revolucionários franceses de "liberdade, igualdade e fraternidade" expandiram e influenciaram profundamente outras revoluções europeias e os movimentos de libertação da América Latina. “De sorte que, enquanto a ideologia da revolução francesa dirigia-se para o futuro, a ideologia inglesa voltava-se para o passado, idealizado como uma verdadeira idade de ouro”. (Florenzano, 1981, p 89). Florenzanoaponta as ideias que começam a ganhar uma boa estrutura, especialmente, na Inglaterra. Dentre elas, o puritanismo que tem como clareza a moralização das ações, o Direito Comum que tinha uma postura liberal que se adequava as demandas burguesas e capitalistas e a ideologia que atribuía ao “país” um caráter único e a “Corte” uma postura autoritária e pervertida. Para o autor tanto a ideologia da revolução francesa quanto a ideologia da revolução inglesa tiveram diferença bem acentuadas.
Resenha crítica do livro: A revolução Industrial e o capitalismo
Em um texto bastante teórico e sucinto, define-se a Revolução Industrial como sendo, uma das mais importantes entre todas as revoluções no decurso do processo histórico. Em sua opinião esta revolução transformou radicalmente a história mundial.
Afirma-se também que a industrialização da Inglaterra no final do século XVIII foi um fenômeno singular, uma vez que nenhum outro processo de industrialização anterior poderia verificar-se com as mesmas condições.
Tendo em vista a singularidade da Industrialização na Inglaterra, vê-se a mesma, complemento direto da Revolução Inglesa no século XVII, que cria as condições para a eclosão básica do maquinismo no final do século XVIII.
Define-se ainda a Revolução Industrial com sendo a culminância de um processo secular, com raízes na crise do sistema feudal consolidando o modo de produção capitalista. No momento da Revolução Industrial cristaliza-se o capitalismo. O autor estabelece uma relação dialética entre a revolução Industrial e o Capitalismo.
Houve um verdadeiro leque de explicações para a culminância da Revolução Industrial. A tendência manifesta na historiografia era a eleição de razões preponderantes. Para o autor havia algo mais, por detrás dos fenômenos materiais e econômicos verificados, a revolução industrial foi também uma revolução de ideias.
Na tentativa de enumerar fatores e causas para a Revolução, os historiadores foram incapazes de determinar a importância relativa de tais fatores ou mesmo como operaram conjuntamente num processo de mudanças econômicas.
Houve também a tendência de dividir em fatores endógenos e exógenos as condições determinantes da Revolução Industrial, o que na visão do autor é insuficiente para dar conta da problemática.
Ao se retomar no texto a historiografia da Revolução Industrial, com vistas à demarcação do recorte histórico em questão, para muitos historiadores e economistas, não houve propriamente uma Revolução Industrial e sim uma lenta evolução, que tem seus primeiros sinais nos fins da Idade Média, e se completa ao final do século XIX.
Assim sendo, não haveria mudanças abruptas rupturas violentas e nem profundos conflitos e tensões sociais.
Segundo T.S.Asthon, pode ser considerado impróprio o termo Revolução Industrial, já que as mudanças não teriam sido apenas econômicas, mas também sociais e culturais.
Segundo Arthur Birnie, a Revolução Industrial não foi súbita nem catastrófica. Foi um movimento que se difundiu por um período de 150 anos e suas origens podem ser claramente discernidas em forças ativamente em ação desde o fim da Idade Média.
Para W.W. Rostow, a Revolução está identificada com o salto dos indicadores quantitativos que revelam pontos decisivos no processo de crescimento econômico , a partir do qual se poderia, entender as mudanças qualitativas. 
Para Marx, a revolução marcou a separação entre a propriedade e o trabalho e a concentração da riqueza imobiliária. Havia encerrado em definitivo a sociedade dominada ainda por formas de propriedade dos meios de produção, novas relações sociais decorrentes do processo de produção capitalista.
A historiografia sobre a Revolução Industrial divide-se em duas grandes ramificações que se desdobram no final em três vertentes. A perspectiva da continuidade, da ruptura quantitativa e da ruptura qualitativa.
Para os adeptos da continuidade, o fluir histórico se daria sem cortes, sem rupturas evidentes, tornando assim obscuro, o papel das lutas de classes.
A ruptura qualitativa pelo contrário, enfatiza exatamente os momentos de ruptura, de mudanças profundas nas relações sociais que, por sua vez determinaram os saltos quantitativos. 
Observadas em conjunto, as perspectivas de continuidade e ruptura quantitativa revelam pressupostos, nem sempre visíveis à primeira vista. Para os adeptos da continuidade, é evidente a recusa em ver os grandes momentos de transformação, na medida em que são acompanhados de convulsões sociais de intensidade variada. No fundo, sua visão de História é o resultado de um processo cumulativo, gradual, lento, num fluxo entendido como natural. Na perspectiva da ruptura quantitativa é entendida em termos puramente econométricos, ocorrendo as revoluções nos momentos que adensam os volumes e as proporções.
Na visão do autor, não se pode negar que numa certa perspectiva existe uma continuidade nos acontecimentos, pois não existe evento que não se possa ligar de uma maneira racional aos eventos anteriores e posteriores. Sendo assim, o devir histórico é gradual e contínuo. Todavia, se nos colocarmos no nível mais profundo das estruturas, conseguiremos perceber as rupturas, as grandes transformações que marcam os momentos decisivos da história da humanidade, os momentos de transição.
A ruptura não ocorre como o resultado puro e simples da explosão de agregados quantificáveis, num estágio de massa crítica, mas sim porque este crescimento revela transformações substanciais na estrutura da sociedade como um todo. Exclui-se portanto, uma visão parcelar da História. Busca-se pelo contrário, a captação do todo, ou de uma forma pela qual, as transformações são fruto da dinâmica global da sociedade, alterando-a no seu conjunto. Assumindo-se assim, a impossibilidade de segmentação da História, que pressupõe a análise do processo histórico com base no conceito de modo de produção.
A Revolução Industrial é determinada e determinante de uma sociedade com feições e estrutura completamente novas. Ela é uma síntese que culmina um período de transição e de nascimento ao capitalismo pleno, superando a fase de acumulação primitiva do capital. Nesta medida, é uma ruptura e uma consolidação, pois consolida definitivamente o modo de produção capitalista, modo de produção capitalista, que passa por estar identificado ao mundo da industrialização.
Para Marx, a essência da transformação, foi a substituição de ferramentas acionadas por energia humana por máquinas movidas por energia motriz.
Essa mudança técnica faz-se acompanhar por uma mudança vital nas relações sociais de produção, pois cria-se o trabalhador coletivo no sistema de fábricas em substituição ao trabalhador parcelar da velha manufatura. Eis aí o ponto de viragem decisivo, condição mesma da Revolução Industrial. Resenha: Revolução Industrial e Capitalismo - José Jobson Arruda
Capital Mercantil e manufatura
A fase entre a crise do sistema feudal e a Revolução Industrial é dominada pelo capital mercantil, pelo processo de acumulação originária de capitais e a coexistência de formas diversas e antagônicas de produção. dentre as quais a mais avançada é a manufatura. O conjunto destes elementos constitui a transição e a sua superação seria condição para a passagem do modo de produção feudal para o capitalista.
Marx entende que o capital mercantil é um pressuposto histórico à constituição do modo capitalista de produção, pois é condição necessária para a emergência do capital industrial, ao mesmo tempo que guarda uma relação de dominação em relação à esfera produtiva do sistema. Sendo assim, a expansão do capital mercantil é insuficiente para revolucionar a esfera produtiva sobre a qual se sustém, conservando um sistema produtivo e um regime de trabalho com insuficiente base técnica à autodeterminação do modo de produção capitalista. De qualquer forma, a ação do capital mercantil estimula a produção de mercadorias, acelera o processo de divisão do trabalho, ampliando a organização do sistema produtivo sem contudo,revolucioná-la. Em síntese, constituem faces de um mesmo processo, o desenvolvimento do capital mercantil, o incremento da produção de valores de troca, a divisão social do trabalho.
Identifica-se a fase da preponderância do capital mercantil com a acumulação primitiva de capitais. 
O capital mercantil gangliona um amplo front de modos de produção na maior parte dos casos antagônicos em sua própria natureza. Assim é a coexistência do pequeno produtor agrícola independente, dos pequenos rendeiros, dos grandes rendeiros capitalistas que arrigimentam o trabalho assalariado, o artesanato, o mestre-manufatureiro, a indústria doméstica ou mesmo a manufábrica ou, propriamente manufatura, com seu relacionamento assalariado de produção. A articulação deste conjunto extremamente heterogênio, que envolve ainda formas de produção dominantes a periferia do sistema, especialmente nas áreas coloniais, onde preponderam formas compulsórias de trabalho, é realizado pelo capital mercantil. 
Ao se considerar apenas as formas de produção mais diretamente ligadas à produção industrial, lembraremos que o artesanato corresponde à antiga indústria medieval integrada ao sistema corporativo; na qual a unidade de produção é familiar, possuindo o produtor os meios de produção, as ferramentas, a matéria prima e a oficina e uma rígida hierarquia que vai dos jornaleiros - diaristas excepcionais - aos mestres, passando pelos aprendizes e oficiais. Nesta forma de produção, o produtor não vende a sua força de trabalho, vende o produto do seu trabalho.
A forma mais avançada do mestre-manufatureiro aparece onde quer que, pela dinamização do circuito mercantil a produção é dinamizada a ponto de o mestre integrar um número crescente de jornaleiros, assalariados, transformando-se num pequeno empresário que assalaria trabalho fornecendo os meios de produção que dá ao conjunto produtivo uma certa solidariedade.
O comerciante-manufatureiro surge quando comerciantes detentores de capital mercantil, investem na produção, permanecendo seu capital essencialmente comercial, não se definindo como empresários produtores. Geralmente, começam pelas etapas finais do produto, isto é, pelo tingimento de tecidos, penetrando progressivamente nas demais etapas de produção, tecelagem, fiação, preparação da matéria-prima, até assenhorar-se completamente da produção industrial. Esta forma de produção, a manufatura, poderia estar concentrada com todos os trabalhadores reunidos sob o mesmo teto, a manufábrica, ou geograficamente dispersa, com o fornecimento de matéria-prima e instrumentos indispensáveis à produção pelo comerciante-manufatureiro, que previamente fixava o valor a ser pago pelo trabalho. Este era o novo sistema doméstico de produção, diferente do antigo modo doméstico de produção assentado na forma artesanal de produção ou no trabalho de mestres manufatureiros.
A manufatura é uma forma mais evoluída porque intensifica a divisão do trabalho, desqualificando-o relativamente ao trabalhador do artesanato. Contudo, é ainda a da habilidade dos trabalhadores parciais que determinará o nível técnico da produção, em função da proporcionalidade das tarefas distribuídas entre os trabalhadores e o tempo socialmente necessário à execução das tarefa. Implicando numa limitação técnica insuperável nos quadros da manufatura. Nestes termos, já se produziu uma separação entre o trabalhador e os meios de produção, já transformados em capital. Porém, esta transformação é formal. O trabalhador não está efetivamente submetido ao controle do capital. Ele domina ainda os elementos objetivos do processo de produção, tem o controle dos instrumentos manipulados num tempo social por ele determinado. Cria-se pois, um trabalhador resistente, que impõe limites à redução da força de trabalho. Ainda mais, existe uma limitação orgânica, natural para a expansão da capacidade produtiva, o que impede o aumento da produtividade. A exploração da força de trabalho exigia a extração de mais-valia absoluta restringindo-se a mais valia relativa, que demandaria a implantação de um sistema efetivamente capitalista.
No conjunto resultava que o controle do empregador sobre o trabalhador era maior num mercado recessivo. Nos momentos de expansão da demanda, a indisciplina tendia a agravar os conflitos endêmicos do sistema. Em primeiro lugar, tendia ampliar quantitativamente a produção pela incorporação de novas áreas ao sistema produtivo, o que esbarrava em obstáculos de natureza geográfica, pois os custos de produção tendiam a crescer aceleradamente quando a ampliação da produção impunha a ultrapassagem de obstáculos naturais mais penosos, e isto levava à tentativa de aumentar a produtividade dentro da zona de operação. A simples expansão geográfica envolvia, ademais, o aumento do custo dos transportes. A compulsão do trabalho é praticamente impossível, pois o artesão é dono do seu tempo e possui uma concepção rígida do que se significa uma vida decente para a sua condição social e, tão logo atingia este limite, interrompe o trabalho, usando o tempo livre em lazer. Assim, quanto mais altos os salários, menos tinha que se fazer para atingir este ponto. 
Em que condições se poderia superar estas graves contradições do sistema produtivo manufatureiro? Quais os impulsos necessários para transformar a estreita base técnica da manufatura? Eric Hobsbawm propõe três condições essenciais: uma limitação externa para a expansão dos velhos métodos (manufatura) que tornava difícil aumentar a produção além de um certo ponto com os métodos existentes, uma perspectiva de expansão de mercado, tão ampla que justificasse a diversificação e o aperfeiçoamento dos métodos antigos; uma expansão tão rápida do mercado que a simples modificação dos antigos métodos de produção não lhes pudesse fazer frente.
A readequação entre as relações sociais de produção e o nível de desenvolvimento das forças produtivas, se dará com a introdução das máquinas acionadas por energia não humana e não-animal, definindo-se a subordinação real do produtor ao domínio do capital . Neste processo de rearticulação das forças sociais, encontra-se a transformação prévia da estrutura do Estado, da ideologia de dominação, das revoluções de propriedade no campo e da dinâmica do mercado mundial, consubstanciada na Revolução Inglesa do século XVII.
SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................4
2. Resenha crítica do filme: Daens um grito de justiça..5
3. Resenha crítica do filme: Germinal............................7
4. Resenha crítica do filme: Danton................................9
5. Resenha crítica do filme: Morte ao Rei.......................11
6. Resenha crítica do livro: As revoluções burguesas.....12
7. Resenha crítica do livro: A revolução Industrial e o Capitalismo...14
8. Referencias......................................................................................18
 Introdução
É inegável a grande importância histórica da Revolução Francesa de 1789. Muitos historiadores costumam mesmo usá-la como marco divisório da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Dada essa importância, é conveniente que nos preocupemos em saber quais as razões que a levaram a tal magnitude histórica.
Antes de tudo, é preciso dizer que a Revolução Francesa é, acima de qualquer coisa, uma "revolução burguesa" no sentido mais estrito do termo, ou seja, ela significa a tomada do poder pela burguesia. A mesma burguesia que funcionou como um dos pilares do Absolutismo realizou a sua revolução no sentido de assumir ela mesma o controle do aparelho do Estado.
Em termos estritamente franceses, podemos dizer que a Revolução de 1789 foi o fato histórico através do qual a burguesia, na França, assumiu o poder político em termo nominais e efetivos.
A questão é que não devemos entender a Revolução de 1789 como um fenômeno apenas francês; seu significado transcende qualquer caráter nacional. Na verdade, a Revolução Francesa de 1789, juntamente com as RevoluçõesInglesas do século XVII e com a independência dos Estados Unidos representam os pontos culminantes de crise do Antigo Regime.
Por sua feita, a crise do Antigo Regime representava o momento final da transição do Feudalismo para o Capitalismo, e, em termos de Europa, no que diz respeito aos aspectos jurídico-políticos.
Em suma, estamos afirmando que a Revolução Francesa está inserida no contexto geral de transição para o Capitalismo e, como tal, deve ser vista de forma muito mais ampla do que nos seus limites nacionais franceses. Ela representa o coroamento da ascensão burguesa no que diz respeito ao poder político. Sua influência, quer seja através das companhias napoleônicas, quer seja através da simples difusão de suas ideias, transcendeu em muito o território francês; representou a afirmação política da burguesia em termos do mundo ocidental.
Podemos afirmar que a Revolução Francesa e a Revolução Industrial na Inglaterra representam os momentos decisivos de nascimento do Capitalismo Liberal, ou seja, do mundo eminentemente burguês.
REFERÊNCIAS 
Filme Daens: Um grito de justiça, 1993 do diretor Stijn Coninx, nacionalidade: Bélgica, França, Holanda.
Filme: Germinal,1993 do diretor Claude Berri, nacionalidade: França, Itália, Bélgica.
Filme: Danton, 1982 do diretor Andrzej Wajda, nacionalidade: Polônia, França, Alemanha Ocidental.
Filme: Morte ao Rei, 2002 do diretor: Mike Barker, nacionalidade: Reino Unido.
Livro: As Revoluções burguesas do autor: Modesto Florenzano, 1998 da editora: Brasiliense.
Livro: A Revolução Industrial e o capitalismo do autor: José Jobson Arruda, 1984 da editora: Brasiliense.

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