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ANÁLISE DA GESTÃO DA QUALIDADE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO APL DE CONFECÇÃO DO AGRESTE PERNAMBUCANO Bruna Vanessa de Souza (UFPE/CAA) bruna_souzacv@hotmail.com Lucio Camara e Silva (UFPE/CAA) luciocsilva@gmail.com A gestão da qualidade e a gestão da cadeia de suprimentos estão diretamente ligadas ao mesmo objetivo, que nada mais é que o alcance da melhoria contínua de uma determinada organização frente ao mercado competitivo. Deste modo, implementar práticas de qualidade em cadeias de suprimentos proporciona inúmeros benefícios para esta cadeia. Nesse sentindo, o presente trabalho tem como finalidade avaliar como se desenvolve a gestão da qualidade em cadeias de suprimento do setor têxtil, em uma empresa que faz parte do Arranjo Produtivo Local do Agreste de Pernambuco, sendo este o estudo de caso. Os resultados da pesquisa demonstram que a empresa, objeto de estudo, tem implementado práticas de gestão da qualidade em seus processos e tem buscado a mais alta qualidade em produtos e serviços em seus fornecedores, ou seja, em seus parceiros da cadeia de suprimentos. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 2 Palavras-chave: Gestão da cadeia de suprimentos, Gestão da Qualidade, Arranjos Produtivos Locais do Agreste de Pernambuco. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 3 1. Introdução Com a acirrada competitividade e a globalização no mundo dos negócios, as empresas contam com clientes cada vez mais exigentes que buscam os melhores produtos e serviços. Para que as empresas possam permanecer nesse mercado é necessário estar em constante adaptação e aplicando melhorias em seus processos, independentemente da área que opera (OLIVEIRA & SANTOS, 2013). Diante do exposto, Simchi et al (2003), relata que para as empresas conseguirem sobreviver neste ambiente turbulento, é necessário que realize um gerenciamento eficiente da sua cadeia de suprimento, pois, atualmente está sendo utilizada como uma das metodologias de extrema importância na busca por maiores lucros e participação no mercado. Nesse sentindo, a gestão da cadeia de suprimentos (GCS) é a integração dos processos de negócios que procura agregar valor em diferentes produtos e serviços, com o intuito principal de atender a um cliente ou mercado final (PIRES, 2013). De acordo Consalter (1996) um dos mecanismos para agregar valor está relacionado com a maior qualidade em produtos e serviços. Seguindo esta concepção, Trani (2004) salienta que a maior qualidade nos produtos e serviços está se tornando cada vez mais um importante artefato de competição entre as organizações. Uma vez que, é determinado que as empresas modernas apresentem mecanismo e técnicas para identificar e perseguir novas oportunidades, mapear e contornar ameaças e conseguir comparar seus produtos a todo o momento com seus concorrentes. Diante desses fatores, implementar práticas eficazes de gestão da qualidade em cadeias de suprimentos tanto a montante e a jusante, proporciona inúmeras vantagens competitivas para esta cadeia, uma vez que, auxilia na produtividade, reduz custos, aumenta a satisfação dos clientes e a participação no mercado (Tan et al, 1999). Nesse sentindo o presente trabalho tem por objetivo avaliar a gestão da qualidade em cadeias de suprimentos do segmento têxtil, verificando se a empresa em estudo utiliza de programas, ferramentas e metodologias da qualidade e qual a influência desta prática em sua cadeia de suprimento. O estudo de caso foi realizado em uma empresa que faz parte do XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 4 Arranjo Produtivo Locais (APL) de confecções do agreste Pernambucano, visto que, é um dos polos que tem grande influência na economia do Estado de Pernambuco. O artigo está estruturado em cinco seções, além desta introdução e das considerações finais. Na primeira seção, há um breve relato sobre gestão da cadeia de suprimentos, qualidade, gestão da qualidade em cadeia de suprimentos e APL do Agreste Pernambucano. Na segunda seção é discriminada a metodologia de pesquisa deste estudo. Na terceira seção, é feita uma breve apresentação da empresa bem como as análises dos resultados obtidos e possíveis propostas de trabalhos futuros. 2. Referencial teórico Esta seção expõe alguns temas que são os assuntos que formam a base teórica para o trabalho de pesquisa, tais como: gestão da cadeia de suprimentos (GCS), qualidade, gestão da qualidade em cadeias de suprimentos, APL do Agreste de Pernambuco. 2.1 Gestão da cadeia de suprimentos (GCS) De acordo com Lummus & Voturka (1999), a GCS teve um aumento de interesse a partir dos anos 90, e ressalta três questões principais como: As empresas estão cada vez mais especializadas, ou seja, procuram fornecedores que oferecem os melhores produtos em termos de qualidade e menores preços; O crescimento da competitividade tanto em termos doméstico como internacional, que é ponto extremamente importante; O entendimento de que a maximização da atuação de somente um elo da cadeia de suprimento está longe de garantir o seu melhor desempenho no mercado. Nesse sentindo, a GCS pode ser definida como a integração de diversas atividades como, por exemplo, aquelas relacionadas com transformação e o fluxo de mercadorias que inclui desde a obtenção da matéria prima até a entrega para o cliente ou mercado final, com a finalidade de conquistar uma vantagem competitiva sustentável (BALLOU, 2006). 2.2 Qualidade Segundo Reis (2001), no início do século XX houve um considerável aumento pela busca da qualidade, assim como também pelas ferramentas da área de estatística. Pois, naquele período verificava que os produtos produzidos não seguiam um padrão adequado, e XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 5 deste modo necessitava de um sistema de controle para melhoria das características do produto, por meio disso, anos mais tarde surgiu o controle estatístico de processo proposto pelo físico e engenheiro Walter Andrew Shewhart. No período após a Segunda Guerra Mundial, percebeu-se no Japão, uma crescente preocupação com a qualidade dos produtos, sendo este, um dos pontos cruciais desta nova fase (REIS, 2001). Porém, atualmente verifica-se que a qualidade está se tornando cada vez mais um importante mecanismo de competição entre as organizações. Existem diversas definições na literatura para o termo qualidade, uma vez que ela engloba vários aspectos dentro de uma organização, como por exemplo, funcionários, processos, fornecedores, clientes, pois, à qualidade devem integrar estes elementos de modo que estreite a relação entre cliente e fornecedor e satisfazendo as reais necessidades e desejos dos mesmos (MAIA, 2013). Segundo Juran (1991), qualidade é conceituada como aquela que consiste nas características que um produto possui e ainda vão de encontro de acordo com as necessidades e desejos dos clientes,é explanada ainda como a “ausência de falhas”. Diante do contexto uma das metodologias da qualidade que proporciona inúmeros benefícios para as organizações é a Gestão da Qualidade Total (TQM). Oakland (1994) define a TQM como um enfoque que visa melhorar a competitividade, eficácia e a flexibilidade de toda empresa. É uma forma de planejar, organizar e compreender cada atividade e vai depender dos indivíduos da organização. É uma metodologia que busca a melhoria nos processos através do envolvimento de todos os funcionários, de modo que, os resultados sejam obtidos em menos tempo. 2.2.1 Gestão da qualidade na cadeia de suprimentos De acordo com Ramos et al (2007), a gestão da qualidade e a gestão da cadeia de suprimentos apresentam o mesmo objetivo que nada mais é que o alcance da melhoria contínua de uma determinada organização, em conjunto com a satisfação do cliente. Diante disso conclui que, a junção dessas duas filosofias traria melhores resultados do que cada uma atuar isoladamente (RAMOS et al 2007). A figura 01 representa as esferas de ambas as gestões: XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 6 Figura 01 – Sobreposição dos domínios da gestão da qualidade e da gestão da cadeia de suprimentos Fonte: Adaptado de Ramos; Asan & Majetic (2007) A gestão da qualidade na cadeia de suprimentos é vista com um conceito mais generalizado, cujo objetivo primordial é de melhorar o desempenho de uma determinada organização que engloba uma cadeia de suprimentos (BENAISSA et al, 2010). De acordo com Trent & Moncka (1999), para que as organizações empresariais possam apresentar êxito em seus segmentos, elas dependem cada vez mais da eficácia de uma cadeia de suprimentos, pois é através delas que é possível obter produtos de alto nível de qualidade a um custo baixo, capacidade de introduzir novos produtos no mercado ao menor tempo possível e melhores serviços de suporte no pós venda. Desse modo, Lin et al (2005), denota que as empresas têm como preocupações centrais, o preço, a qualidade do produto e o tempo de entrega, enquanto que na gestão da qualidade em cadeias de suprimentos tem como preocupações as relações cliente/fornecedor e a qualidade do produto final. Diante disso, constatou que, existem diversos benefícios que podem ser obtidos com a aplicação da gestão da qualidade em uma cadeia de suprimentos, como por exemplo, a melhoria do nível dos colaboradores, melhoria no produto final e melhor desempenho entre os membros de uma cadeia de suprimentos (RAMOS et al, 2007). Seguindo esta visão os autores Rashid & Aslan (2012), explanam que os conceitos de gestão da qualidade e gestão da cadeia de suprimentos devem estar integrados para que assim as organizações possam alcançar excelência em seus negócios. Segundo Forker et al. (1997), enfatiza que, a produção de componentes com zero defeitos e que atenda as exigências e as necessidades dos clientes ao longo de toda a cadeia de suprimentos é decisivo para a qualidade dos produtos finais. Dessa forma, manter os XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 7 esforços para atingir qualidade ao longo da cadeia de suprimento, implica em expressivas diminuições de custos, além de verificar que a qualidade em cadeias de suprimentos é um elemento essencial quando uma determinada empresa busca por realização de um amplo leque de objetivos organizacionais. 3. Metodologia de pesquisa Segundo Jung (2004), a metodologia de pesquisa é composta por um aglomerado de atividades sistemáticas que podem ser apontadas em um trabalho científico. Portanto, para a realização de qualquer trabalho de pesquisa é necessário utilizar uma metodologia de pesquisa que seja capaz de sequenciar distintas etapas, como por exemplo, o levantamento de informações para nortear o desenvolvimento da pesquisa bem como a análise destas informações obtidas. Desta forma, seguem na figura 02 as etapas da proposta sistemática desta pesquisa. Figura 02 – Etapas da proposta sistemática Revisão da literatura 1º etapa Elaboração de instrumento de pesquisa 2º etapa Aplicação dos instrumentos de pesquisa 3º etapa Análise das informações coletadas 4º etapa Considerações finais e proposta de trabalhos futuros 5º etapa Fonte: Os autores 3.1 Definição do processo de pesquisa A pesquisa bibliográfica/revisão da literatura foi abordada com caráter descritivo destacando a GCS, qualidade e gestão da qualidade em cadeia de suprimentos. Para tanto foram consultadas fontes secundárias, tais como livros, artigos, periódicos, dissertações e teses que auxiliaram sobre o tema e contribuíram, proporcionando um maior suporte a pesquisa. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 8 Deste modo, o presente estudo tem como tipo de pesquisa definida a exploratória, descritiva e explicativa. Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória é aquela que tem maior afinidade, contextualizando-se com problema. A pesquisa descritiva é definida como aquela que identifica, realiza e registra as características de uma determinada população ou elemento. A pesquisa explicativa é dada como aquela que tem preocupação fundamental em identificar as causas que ocasiona o problema. 3.2 Elaboração do instrumento de pesquisa O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário contendo perguntas abertas e fechadas. O questionário foi aplicado no mês de abril de 2015, o mesmo foi construído com a finalidade de verificar como é realizada a gestão da qualidade nesta organização empresarial, avaliando se a mesma utiliza de programas e ferramentas da qualidade e como esta prática influência em seus processos e na cadeia de suprimento na qual faz parte. 3.3 Aplicação do instrumento de pesquisa A aplicação do instrumento de pesquisa foi realizada em uma empresa que engloba o APL do Agreste Pernambucano. A empresa atua na confecção de peças de vestuário designadas ao mercado em vários estados do Brasil. 3.4 Análise das informações coletadas Os dados coletados foram analisados qualitativamente. Segundo Bogdan & Biklen (1994), o método de análise qualitativa é aquele que apresenta a descrição e análise dos dados em uma sinopse narrativa, e o pesquisador com base nos dados obtidos pode realizar observações consideráveis no ambiente de pesquisa. 3.5 Considerações finais e proposta de trabalhos futuros Como etapa final, têm-se as considerações dos resultados, com sugestões de melhoria na gestão da qualidade, bem propostas para trabalhos futuros. 4. Estudo de caso 4.1 Caracterização da empresa investigada A empresa objeto de estudo de caso da pesquisa é da área têxtil, fazendo parte do APL Agreste de Pernambuco. Este é considerado um dos polos de desenvolvimento de grande influência na economia do estado de Pernambuco. Engloba dez municípios, sendo: Caruaru, XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 9 Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Agrestina, Brejo da Madre de Deus, Cupira, Riacho das Almas, Surubim, Taquaritinga do Norte e Vertentes. Atuam na confecção de peças de vestuário designadas ao mercado em vários estados doBrasil (SEBRAE, 2012). Figura 03 – Polo de confecções do Agreste Pernambucano Fonte: SEBRAE, 2012 A empresa é classificada como de médio porte, atuando no mercado há 19 anos, no ramo de confecções de vestuário, nos segmentos de surf e street wear. Os mercados atendidos são a nível nacional, sendo 65% da produção destinada ao Nordeste. A empresa conta com um quadro de funcionários de aproximadamente 550 diretos entre fábrica e loja. 4.2 Resultados e discussões Primeiramente foram abordadas questões relacionadas à característica da empresa e temas relacionados à cadeia de suprimento e a gestão da qualidade. De acordo com o diretor industrial a empresa faz parte da cadeia de suprimentos do polo de confecção do agreste de Pernambuco, e se relaciona com cerca de 10 a 20 fornecedores, mas destacou que sempre procura expandir esse número dependendo das tendências do mercado. Em relação à seleção de fornecedores a empresa destaca critérios como a confiabilidade no cumprimento da programação, relacionamento e parcerias, característica do produto e existência de padronização como os mais importantes levados em consideração. Ressalta ainda que, sempre existe uma auditoria inicial para inserir fornecedores no quadro da empresa. Seguindo essa concepção, Martin (2000), destaca que devido ao novo cenário na qual as empresas estão inseridas, a seleção dos fornecedores é considerada de extrema relevância para garantir a qualidade dos produtos e serviços. Nesse sentindo, constata-se que XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 10 atualmente as organizações têm disseminado mão de diferentes critérios para fortalecer o processo de seleção de fornecedores (VONDEREMBSE & TRACEY, 1999). Com relação à gestão da qualidade a empresa possui um sistema de gestão da qualidade, que é claro, objetivo e conhecido por todos os colaboradores, e cada setor fiscaliza o outro, buscando sempre a padronização dos produtos. A organização iniciou a implantação de programas de melhoria da qualidade em 1998, onde constituiu parcerias e trabalhos com o SEBRAE e todo mês realiza cursos com a equipe interna, para a busca contínua da excelência de qualidade em seus produtos. Deste modo, Oliveira (2004), cita que um sistema de qualidade bem implantado e eficiente nas organizações proporciona inúmeros benefícios para as mesmas, pois, a qualidade passa a ser vista como um a arma competitiva agressiva, visto que, as empresas devem se qualificar e manter um padrão de qualidade o mais alto possível. A empresa possui certificação ISO 9001 e adota alguns programas, ferramentas e metodologias da qualidade como 5”S”, gestão da qualidade total (TQM), qualidade na fonte (busca a qualidade extrema de seus fornecedores e parceiros da cadeia de suprimento) e benchmarking (a cada dois meses realiza benchmarking para melhorar o desempenho da empresa e conquistar superioridade em relação a concorrência). Nesse sentindo, os autores Bamford et al. (2007), salienta que as ferramentas, metodologias e programas da qualidade representam significativos e imprescindíveis instrumentos para que os sistemas de gestão da qualidade obtenham a máxima eficiência e eficácia. Assim, avaliar os desejos e necessidades dos clientes, visando sempre à melhoria da qualidade em produtos e serviços, é uma das importantes funções competitivas dos programas e ferramentas da qualidade, contudo, verifica que essas práticas promove a confiabilidade e produz inúmeras vantagens à empresa em relação aos seus concorrentes (CARNEVALLI; MIGUEL; CALARGE, 2008). Utiliza-se como ferramenta da qualidade, fluxograma, diagrama de causa e efeito, gráfico de controle, histogramas e diagrama de Pareto. No que diz respeito às metodologias de qualidade, a empresa emprega somente o desdobramento da função qualidade (QFD) e pretende adotar outras como, por exemplo, análise dos modos e efeitos das falhas (FMEA) e gerenciamento pelas diretrizes (GPD). Quanto à frequência de utilização, em uma escala de 1 a 5, onde 1 quer dizer raramente utilizada e 5 quer dizer sempre utilizada, os resultados para a empresa pesquisada está abaixo: XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 11 Quadro 01 – Frequência de utilização das ferramentas e metodologias da qualidade Fonte: Os autores Posteriormente, quando questionado sobre como é a gestão da qualidade da empresa, o gestor explanou que existe uma estrutura organizacional definida, com responsabilidades em todos os níveis, são realizado treinamento para seus funcionários, a empresa realiza pesquisa para conhecer as necessidades e desejos dos clientes, e ainda pesquisa sobre seu produto após a comercialização juntos aos clientes, todos esses procedimentos realizados de forma eficiente por uma equipe do setor da gestão da qualidade. Quanto à influência da gestão da qualidade na cadeia de suprimentos, o gestor ressaltou a garantia da qualidade no processo produtivo (zero defeito), atendimento das necessidades e expectativas dos clientes, qualidade da matéria prima, qualidade dos produtos finais, relações fornecedores/clientes, seleção e desenvolvimento de fornecedores, integração dos membros da cadeia e credibilidade entre os parceiros membros da cadeia. Diante do contexto, os autores Bandyoupadhyay & Sprague (2003), ressalta que a influência da gestão da qualidade em qualquer tipo de cadeia de suprimento além de melhorar os processos organizacionais, auxilia as empresas na melhoria da qualidade e com isso pode torná-la mais competitiva perante seus concorrentes. No que diz respeito aos benefícios obtidos com a aplicação da gestão da qualidade em toda a cadeia de suprimentos o gestor destacou alguns pontos como a melhoria do produto final e da comunicação e satisfação dos colaboradores, melhoria dos processos com o auxílio dos parceiros da cadeia, como também da imagem e cultura da organização, maior satisfação XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 12 e lealdade dos clientes, maior competitividade e oportunidade, melhor desempenho dos parceiros da cadeia de suprimentos, aumento da produtividade e lucratividade das organizações, compartilhamento das informações estratégicas e redução dos custos operacionais. Corroborando com o exposto os autores Choi e Rungtusanatham (1999), explanam que cada vez mais muitas empresas estão reconhecendo os benefícios potenciais de parceria com seus fornecedores de gestão da qualidade em suas cadeias de suprimentos. O gestor salienta que a organização está cada vez buscando mais aqueles fornecedores da cadeia de suprimento que ofereça maior qualidade de produtos, até porque a empresa tem como política da qualidade: “Atender as exigências de todos nossos os clientes através da manutenção de um sistema da qualidade que dirija o aperfeiçoamento contínuo”. Dessa forma é vital essa busca de qualidade em todos os membros da cadeia. 5 Considerações finais Este estudo procurou avaliar como se desenvolve a gestão da qualidade em cadeias de suprimentos do segmento têxtil. A empresa objeto desta pesquisa possui certificação ISO 9001 e apresenta um sistema de gestão da qualidade implantado e conhecido por todos seus colaboradores. A análise dos resultados demonstrou que a empresa utiliza de diversos programas,ferramentas e metodologias de qualidade, para produzir os melhores produtos e satisfazer os desejos e necessidades de seus clientes. Dessa forma, como preza pela maior e melhor qualidade, a organização busca qualidade em seus fornecedores, ou seja, em seus parceiros da cadeia de suprimentos. Nesse sentindo, um ponto fraco detectado que o gestor citou, foi que alguns fornecedores apesar de apresentarem produtos de qualidade acabam se acomodando e não buscando uma melhoria contínua e diferenciação de seus produtos, o que acaba afetando a própria empresa. Nessa perspectiva, identificou-se na pesquisa que a utilização de uma boa gestão da qualidade com seus procedimentos aplicados faz-se necessário expandir para toda a cadeia de suprimentos, e não somente aplicadas de uma maneira individual a uma determinada organização. Uma vez que, fica claro que para qualquer organização alcançar a excelência do negócio, as atividades gerenciais da gestão da qualidade e gestão da cadeia de suprimentos devem caminhar juntas de modo integrado. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 13 Como proposta de trabalho futuro pretende-se ampliar o número de empresas analisadas. Por fim, verificar a influência da adoção de práticas, programas e ferramentas da qualidade em cadeias de suprimentos de forma a proporcionar benefícios para ambas às áreas. Referências BANDYOPADHYAY, J.K; SPRAGUE, D.A. Total quality management in an automotive supply chain in the United States, International Journal of Management, Vol. 20 No. 1, pp. 17-22, 2003. BAMFORD, D. R.; GREATBANKS, R. W. The use of quality management tools and techniques: a study of application in everyday situations. 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