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Depósitos de Fluorite

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Universidade Lúrio 
Faculdade de Engenharia 
Curso de Licenciatura em Engenharia Geológica 
 
 
3o Nível, I Semestre 
 
Métodos de Prospecção e Pesquisa 
 
Tema: 
Depósito de Fluorite 
 
 
 
Discentes: Docente: 
Julião Chaque Julião Claudino Chaquisse, Lic. 
Lequelda da Vilma Gouveia 
 
 
 
 
 
 
Pemba, Abril 2019 
 
 
 
Índice de conteúdos 
Introdução ......................................................................................................................... 1 
Depósitos de Fluorite ........................................................................................................ 2 
Importância económica dos minerais associados ............................................................. 4 
Deposito de Vergenoeg da África do Sul ......................................................................... 5 
Litologias e estratigrafia ............................................................................................... 5 
Processamento .............................................................................................................. 6 
Elaboração de um programa de prospecção e pesquisa de depósitos de fluorite ............. 8 
Fase de Planificação ..................................................................................................... 8 
Fase de reconhecimento ou prospecção ........................................................................ 9 
Fase de pesquisa geral ................................................................................................ 10 
Fase de pesquisa detalhada ......................................................................................... 10 
Depósitos de fluorite em Moçambique ........................................................................... 11 
Formas genéticas primárias ........................................................................................ 11 
Formas genéticas secundárias ..................................................................................... 11 
Ocorrências de fluorite em Moçambique ....................................................................... 12 
Ocorrência de fluorite no Monte Muambe ................................................................. 13 
Conclusão ....................................................................................................................... 17 
Referências ..................................................................................................................... 18 
 
 
 
 
Resumo 
A fluorite é um mineral da classe dos halogenetos que ocorre em diversificados ambientes 
geológicos, cuja na perspectiva econômica ela ocorre em filões das rochas magmáticas, 
metamórficas assim como sedimentares, em concentrações residuais que resultam do 
intemperismo dos depósitos primários, entre outras ocorrências que serão mencionadas no 
trabalho. Por outro, a fluorite é a principal fonte de obtenção do flúor, ela pode ser usada a indústria 
química, metalúrgica dependendo do teor em que está irá apresentar. 
A finalidade do trabalho é de estudar as características das litologias em que a fluorite acorre, os 
métodos que podem ser usados para a sua extracção, as suas ocorrências em Moçambique, na 
escolha do tipo de método geofísico usado na prospecção de depósitos minerais. 
 
Palavras–chave: Fluorite, Ambientes Geológicos, Litologias, Método Geofísico. 
 
Abstract 
Fluorite is a mineral of the class of halides that occurs in diverse geological environments, whose 
economic perspective it occurs in magmatic, metamorphic as well as sedimentary rocks, in residual 
concentrations that result from the weathering of the primary deposits, among other occurrences 
that will be mentioned at work. On the other hand, fluorite is the main source of fluoride, it can be 
used in the chemical industry, metallurgical depending on the content it will present. 
The purpose of this work is to study the characteristics of the lithologies in which the fluorite 
flows, the methods that can be used for their extraction, their occurrences in Mozambique, and the 
type of geophysical method used to prospect for mineral deposits. 
 
Keywords: Fluorite, Geological Environments, Lithology, Geophysical Method. 
 
 
1 
 
Introdução 
Os minerais são sólidos homogéneos de ocorrências naturais com propriedades físicas e químicas 
bem definidas, um arranjo atómico e geralmente formado por processos inorgânicos. Esses estão 
divididos em classe e uma delas é a classe dos halogénios sendo que nesta se encontra a fluorite 
que é um mineral considerado como a principal fonte de flúor que desempenha um vasto papel nos 
sectores da indústria química, metalúrgica e na cerâmica dependendo da sua percentagem em 
cálcio e flúor. 
 
Objectivos: 
Geral 
 Estudar os métodos de prospecção dos depósitos de fluorite. 
 
Específicos: 
 Fazer a descrição da importância econômica da fluorite e os seus minerais associados; 
 Descrever as características de um depósito de fluorite conhecido, em termos da sua 
litologia e a estratigrafia; 
 Seleccionar uma área provável da ocorrência da fluorite em Moçambique; 
 Elaborar um programa de prospecção e pesquisa do depósito de fluorite. 
 
Metodologia 
Para a elaboração do relatório serão necessárias as consultas bibliográficas viradas aos métodos de 
prospecção e pesquisa mineral usados na exploração de um determinado depósito mineral, no caso 
especifico depósitos de fluorite. 
 
 
 
 
2 
 
Depósitos de Fluorite 
Fluorite do latim fluere, quer dizer fluir ou fluxo, é assim denominado porque funde-se com maior 
facilidade que outros minerais com os quais é confundida. Ela é a principal fonte comercial de 
flúor. (Sampaio, Baltar, & Andrade, 1987) 
 
Propriedades físicas 
A sua densidade oscila entre 3,175g/cm3 a 3,56g/cm3 com dureza 4 na escala de Mohs, clivagem 
perfeita a média (011), risca branca, fractura concoidal, tenacidade: frágil, hábito 
predominantemente cúbico, traço incolor, brilho vítreo e cores variando entre incolor, branco, 
amarelo, verde, azul, violeta, e roxo destacada pela sua fluorescência (Bourne, 1994). 
 
Propriedades químicas 
Fórmula química: CaF2, é composta por 51,2% de Ca (cálcio) e 48,8% de F (flúor) quando pura. 
Impurezas: Césio, alumínio, magnésio, oxigénio, silício e ferro. 
 
Ocorrência da fluorite 
A fluorite é normalmente encontrada em veios hidrotermais como mineral primário ou ganga 
mineral com metais como chumbo e prata. As maiores reservas estão na China (51,4%), México 
(17,8%), Mongólia (6,9%), África do Sul (4,5%) e Rússia (3,9%). As maiores reservas lavráveis 
de fluorita estão na África do Sul (17,1%), México (13,3%) e China (8,8%) (Pecanha, 2007). 
 
Na perspectiva econômica, as mais importantes formas de ocorrência do mineral são: 
 Filões em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares; 
 Depósitos estratiformes em rochas carbonatadas; 
 Substituindo rochas carbonatadas ao longo dos contatos com rochas ígneas intrusivas; 
 Depósitos marginais em rochas carbonatíticas e alcalinas; 
 Concentrações residuais resultantes do intemperismo de depósitos primários. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Litologias associadas 
 
A fluorite encontra-se em dunitos, calcários e como mineral secundário em pegmatitos e nas rochas 
ígneas; também ocorre em carbonatitos, migmatitos e algumas rochas metamórficas, em granitos 
recortados por diques de riolitos. Sobre essa estrutura, estão depositados os sedimentoscaracterizados por arenitos, siltitos e folhelhos. Toda a sequência está recoberta por basaltos e 
recortada por diques de diabásio. As mineralizações de fluorite ocorrem em forma de filões 
inclinados, formados pelo preenchimento de falhas preexistentes encaixando-se preferencialmente 
nos granitos e estreitando-se ao penetrarem as rochas sedimentares e os basaltos. Os filões de 
fluorite são caracterizados por uma variação de tonalidade, que vai desde o verde escuro, nas 
laterais, passando para o verde claro, roxo, amarelo e incolor até o centro. Essa variação de cores 
é determinada pela composição química e temperatura do fluido mineralizante de origem 
hidrotermal (Bourne, 1994). 
 
A fluorite ocorre associada a minerais como: calcite, dolomite, gipsite, celestite, barite, quartzo, 
galena, esfalerite, cassiterita, topázio, turmalina, volframite e apatite (Klein & Dutrow, Manual de 
Ciencias dos minerais, 2012). 
 
Importância económica da fluorite 
 
A fluorite possui um amplo espectro na utilização industrial. Os principais usos são na indústria 
química na maior parte (50%) é usada para preparação de ácido fluorídrico, como fluxo para 
fabricação de vidro, fibra de vidro, cerâmica e esmalte, na siderurgia/metalurgia para a fabricação 
do aço como fluidificante de escórias, na fundição de ligas especiais e na fundição de zinco, 
magnésio e outros metais. (Pecanha, 2007) 
 
Na produção do aço é consumido de 1 a 10 Kg de concentrado de fluorite grau metalúrgico por 
tonelada de aço produzido, dependendo do tipo de forno utilizado. Antigamente usava-se para 
ornamentação e para fazer vasos e pratos. 
 
 
 
 
4 
 
Importância económica dos minerais associados 
 
Barite 
Mais de 80% de barite que se produz utiliza-se em furos de sondagem para petróleo e gás na lama 
de sondagem que apoia as hastes de composição e para evitar a fuga de gás. A barite é a fonte 
primaria de Ba para os productos químicos. O principal uso do bário é o litopônio, que é uma 
combinação de sulfureto de bário e sulfato de zinco, que se transforma em uma mistura de sulfureto 
de zinco e de sulfato de bário e que por sua vez o litopônio é usado na indústria de tintas. (Klein e 
Dutrow, 2012) 
 
Calcite 
O uso mais importante da calcite é na produção de cimento e de cal para argamassa. O calcário é 
a matéria-prima principal que, aquecido até aproximadamente 900oC, forma a chamada cal viva, 
CaO, pela reacção: CaCO3 → CaO + CO2↑. A cal viva, CaO quando misturado com agua, forma 
um ou mais tipos de hidratos de CaO (cal hidratada), emite calor e endurece. A cal viva quando 
misturada com areia forma a argamassa comum. (Klein e Dutrow, 2012) 
 
Cassiterite 
É o principal minério de estanho. A aplicação primaria do estanho foi na fabricação de chapas de 
estanho para embalagens de alimentos. 
Dolomite 
A dolomite é utilizada como material de construção e de ornamentação. É usada também na 
fabricação de certos cimentos e para a obtenção de magnésio, usado na preparação de revestimento 
refratário dos conversores utilizados no processo básico de fabricação de aço. (Klein e Dutrow, 
2012) 
 
Galena 
É praticamente a única fonte de obtenção de chumbo e um minério importante de prata, cujo maior 
uso de chumbo está em bacterias eléctricas, mas muito é consumido para fabricar productos 
metálicos, como tubos, folhas e projécteis. (Klein e Dutrow, 2012) 
 
 
 
5 
 
Quartzo 
O quartzo tem muitas e variadas importâncias devido as suas variedades, ametista, quartzo róseo, 
quartzo fumado, olho-de-tigre, aventurina e, cornalina são amplamente utilizadas como gema ou 
como material ornamental. Como partículas finas, o quartzo é utilizado em argamassa, no concreto, 
como abrasivo e na manufactura de vidro. (Klein e Dutrow, 2012) 
 
Deposito de Vergenoeg da África do Sul 
A mina de fluorite Vergenoeg está localizada no Gauteng, a aproximadamente 140 quilômetros 
nordeste de Johanesburgo na África do Sul, aproximadamente 80 quilômetros nordeste de Pretória. 
A mina contém anomalia em relação à produção de espécimes de fluorita mineral, sendo uma das 
maiores minas de fluorita operando no mundo. A mina produz 3,4% do total mundial anual 
Espessura de um enorme corpo que contém em excesso de 174 milhões de toneladas a 28,1% de 
CaF2 (Fourie, 2002). 
 
O nome Vergenoeg surgiu em 1959, que significa “longe o suficiente”. O depósito massivo de 
fluorite agora sendo explorado na Mina Vergenoeg foi descoberto em 1928, embora a mineração 
tenha começado em 1956 quando a companhia Watercress Mining começou as operações (Ryan, 
2005). 
Os recursos e reservas são enormes, com uma expectativa de vida de trezentos anos para mineração 
de fluorite. A mina produz dois principais produtos: fluorite ácida (a maior parte da Vergenoeg 
produto) e fluorite metalúrgica. O primeiro é vendido para o mercado hidrofluorquimico; o último 
é usado como um fluxo na indústria siderúrgica. Em 2006, a mina começou a produzir um terceiro 
produto, nomeadamente metalúrgico Cascalho de fluorite. Além de fluorite, existem factores 
econômicos nas concentrações de ferro (195 milhões de toneladas 42% são de ferro e substâncias 
de terras-raras). 
 
Litologias e estratigrafia 
Geologicamente, o depósito ocorre em rochas do Paleoproterozóico, no Complexo de Bushveld. 
As rochas da camada de exibição de veios vulcânicos que consistem em um gossan de superfície 
de fluorite em quantidades variáveis de hematite acima de magnetite, faialite de granulação grossa. 
 
 
6 
 
Segundo estudos em isotópicos de Rb / Sr os fluidos magmáticos foram responsáveis pela 
deposição de fluorite em Vergenoeg. A mineralização de fluorite ocorre como veios hidrotermais 
especialmente aqueles que contém chumbo e zinco, em diques, granitos, pegmatitos, como 
componente de alguns mármores e outras rochas metamórficas, e em forma de lentes em todo o 
tubo (Fourie, 2002). 
 
A origem dos veios de fluorite Vergenoeg é intrigante, isto é, é a espécie mais comum neste 
depósito essencialmente um veio vulcânico está associado a rochas piroclásticas e rochas 
sedimentares que são informalmente referidas como a Suíte de Vergenoeg ou o Complexo Ígneo 
de Vergenoeg. Este depósito tem sido interpretado como uma erupção piroclástica geneticamente 
relacionada com os granitos do Complexo de Bushveld ou alternativamente formado por erupção 
e alteração do fluído hidrotermal de carbonatito. 
 
Os cristais de fluorite são geralmente incolores a esbranquiçados, verde pálido e transparentes, 
muitas das vezes com listras roxas escuras em planos de clivagem interna bem como nos cantos 
externos. A maior parte de fluorite é maciça ou granular. Alguns cristais raros são roxos ou 
manchados de vermelho pela contaminação da superfície da hematite / goethite (Ryan, 2005). 
 
Processamento 
A mina é uma operação a céu aberto. O minério é extraído, triturado e tratado no local. O processo 
geralmente utilizado em usinas de beneficiamento de fluorite consiste de duas etapas: 
 
 Uma tem visado na produção de concentrado de grau metalúrgico e usa as operações de 
britagem, separação granulométrica (com o propósito de obter um produto com 
granulometria que atenda às especificações para o uso metalúrgico) e separação gravítica 
em meio denso. 
 
Essa última operação é realizada com auxílio de equipamentos do tipo tambores de meio denso e 
hidrociclones de meio denso que são equipamentos usados no processamento das frações mais 
finas do minério. O meio denso utilizado é uma suspensão de ferro e silício, preparado afim de 
 
 
7 
 
possuir uma densidade intermediária entre a fluorite (3,0 a 3,6) e os minerais de ganga(em torno 
de 2,7) de maneira a oter o teor adequado para a metalurgia (Klippel, 1999). 
 A etapa seguinte, para obtenção do concentrado grau ácido segue-se a de moagem, 
separação granulométrica e flotação. A alimentação da flotação (separações de liquido e 
sólidos) tem, em geral, granulometria inferior a 150 μm. Situação mais delicada acontece 
quando surgem minerais como calcite e barite como ganga. Estes minerais também flotam 
com colectores carboxílicos, dificultando a seletividade. Para reduzir o conteúdo da calcite, 
usa-se amido para a barite, é comum o aquecimento da polpa a temperaturas de até 90ºC. 
Quando há sulfuretos no minério, a sua remoção é levada a efeito também por flotação, 
utilizando xantato como coletor, em uma etapa que antecede a concentração da fluorite. 
Em primeiro lugar, remove-se os sulfuretos de chumbo, depois os do zinco, que podem ser 
reduzidos com cianeto (Fulton & Montgomery, 1994). 
Se a procura de fluorite for escassa, são postos em prática os processos de aglomeração, 
pelotização e briquetagem dos concentrados de flotação. Actualmente empregam-se tanto a 
fluorite compactada quanto a fina após o processo de peneiramento pois esse procedimento 
viabiliza o aproveitamento de finos desse mineral, para fins metalúrgicos. 
 
 
Fig. 1: Mineração a céu aberto na mina de Vergenoeg. [Foto: Willem Pentz] 
 
 
8 
 
 
Elaboração de um programa de prospecção e pesquisa de depósitos de fluorite 
 
Geralmente, as fases levadas em conta a quando o programa de prospecção e pesquisa de um 
determinado depósito mineral, são: 
 Fase de planificação; 
 Fase de reconhecimento ou prospecção; 
 Fase de pesquisa (geral e detalhada) 
 
Fase de Planificação 
Geralmente, considerada como a fase em que se dá os primeiros passos de como é que os trabalhos 
serão executados. Nesta fase, compreende-se: 
 
 Elaboração de um cronograma de como as actividades subsequentes irão decorrer, 
estimando por quanto tempo cada actividade irá durar (opcional). 
Fig. 2: Vista aérea da mineração a céu aberto da mina de Vergenoeg. [Fonte: Google Earth] 
 
 
9 
 
 Recolha de toda informação da geologia regional, se baseando nos relatórios dos 
trabalhos de prospecção e pesquisa já feitos naquela região. 
 Elaboração de mapas geológicos (temáticos) e mapas topográficos (mapas base), numa 
escala de 1: 1000 000 por se tratar de uma informação regional. 
 Consulta de referências bibliográficas e dos relatórios, que servirão como guia para a 
aquisição de informações relacionadas com o deposito de fluorite e as litologias das áreas 
possíveis da sua ocorrência. 
 Observação de mapas aerogeofísicos (elétrico e magnético) da maneira que possam 
ajudar na identificação de áreas de interesse para a prospecção. 
 Localização de vias de acesso e a topografia regional. 
 Selecção da área de estudo. 
 
Fase de reconhecimento ou prospecção 
Nesta fase o principal objectivo é de fazer a confirmação da área favorável da ocorrência da 
fluorite, que será feito um levantamento geofísico (resistivimetria, gravimetria) da área. 
A escolha destes dois métodos (resistivimétrico, gravimétrico) basear-se-á na alta resistividade e 
na diferença de densidade entre os elementos constituintes daquela área de ocorrência. 
 Como a fluorite e alguns dos seus minerais associados não conduzem a corrente eléctrica, 
no caso em que a anomalia apresentar uma elevada resistência eléctrica então esse será 
um bom sinal no levantamento. 
 Nos processos sedimentares ou digenéticos, as mineralizações de fluorite são mais densas, 
o que resultara numa anomalia positiva. 
 Como a fase de reconhecimento é a primeira do contacto com a área do estudo, far-se-á um 
levantamento geoquímico da região numa malha de 600 X 600 metros e a recolha dos 
sedimentos de corrente, e a colecta de amostras. 
 Elaboração de mapa geológico numa escala correspondente à 1:50 000 e, a selecção da 
subárea para os estudos. 
 
 
 
 
10 
 
Fase de pesquisa geral 
Pesquisa geológica 
 Nesta fase, irão ocorrer estudos mais detalhados sobre o jazigo feitos por pessoas 
qualificadas. Para tal, a escala a ser usada será de 1:10 000 em que irá ajudar na 
identificação dos controles de mineralizações facilitando a selecção de alvos a serem 
estudados. 
Prospecção geoquímica local 
 Elaboração de um mapa geológico com escala de 1:100 000 tratando-se de mapeamento 
local e serão selecionadas subáreas de ocorrência de fluorite e, selecção da subárea. 
 No caso das concentrações residuais resultantes de intemperismo, serão colectados os 
sedimentos de corrente e as amostras do solo para avaliar se o apresenta as características 
familiares as da fluorite. 
 
Fase de pesquisa detalhada 
 Geralmente nesta fase ocorrem estudo muito detalhados, visto que a subárea já foi 
selecionada o que segue é são os estudos pormenorizados acerca do jazigo e o avanço das 
investigações viradas aos parâmetros geológicos–industriais. 
 
Amostragem geoquímica sistemática 
 Para os depósitos marginais, deve-se colher amostras para fazer análises geoquímicas 
através dos sedimentos de corrente e amostras de solo numa profundidade de 1m e estas 
darão o teor de fluorite, em seguida será feita uma plotagem dos resultados em uma escala 
de 1:1000 com o respectivo cálculo de reserva através das espessuras dos furos e o volume. 
 
 Pode-se também recorrer a perseguição de indicadores tratando-se de ambientes primários: 
zonas de cisalhamento, falhas e fracturas pois estas fazem com que haja a percolação das 
aguas em intrusões magmáticas dando origem aos processos hidrotermais. 
 
 
11 
 
Obtendo os resultados do cálculo de reserva, vem desenho da lavra de exploração e a determinação 
do método que será utilizado para a lavra (a céu aberto ou subterrâneo), que irá depender depois 
de um estudo aprofundado acerca dos parâmetros–geológicos do depósito. 
 
Depósitos de fluorite em Moçambique 
A fluorite em Moçambique ocorre associada ao mesozoico, pelo magmatismo cretáceo e o tardio 
hidrotermal. Ocorre de duas formas principais segundo (Cumbe, 2007): 
 
Formas genéticas primárias 
São responsáveis pelo surgimento deste mineral em Moçambique na forma primária. Estes 
ocorrem em veios hidrotermais, relacionados a tectónica de placas e em regiões de 
metassomatismo resultante da intrusão de rochas magmáticas em carbonatitos. 
 
Formas genéticas secundárias 
São responsáveis pelo surgimento deste mineral em Moçambique na forma secundaria. Estes 
ocorrem em forma de enriquecimento em quartzos e nas brechas de calcedónia e deposições 
paralelas (estratigráficas) de cristalinos verdes e fluorite. 
 
Fluorite secundária é frequentemente concentrado em rochas adjacentes à carbonatitos. A fluorite 
é geneticamente associada à fractura fase em todas estas instâncias, o que significa que a fluorite 
se cristalizou durante as mesmas actividades tectônicas que iniciou o magmatismo, com algumas 
excepções. 
Esta, pode ser dividida em dois tipos diferentes de mineralizações: 
 Agregados de uma cor clara a amarela; 
 Impregnações por rochas feldspáticas resultando na cristalização da fluorite azul. 
 
Territorialmente, a fluorite ocorre associada a falhas do Rift em Niassa e Médio-Zambeze que se 
desenvolvem nas margens do oeste e sul do vale do Rift nas zonas de Djanguire-Monte Domba e 
Macossa-Maríngoe-Canxixe. A leste do vale do rift, ocorre em rochas carbonáticas intrusivas e em 
áreas de lavas alcalinas do Karoo. (Lachelt, 2004) 
 
 
12 
 
Na zona marginal ocidental da fenda principal, as rochas hospedeiras dos depósitos de fluorite são 
gnaisses e gnaisses–migmatíticosdo Neoproterozóico do Complexo de Báruè, e na Província de 
Tete (Luia) gnaisses da Grupo Rushinga. Na zona marginal oriental da fenda principal, as rochas 
hospedeiras são compostas de gnaisses do Neoproterozóico Grupo Unango e o Supergrupo Lúrio. 
Quase sem excepção, todos os veios de carbonatito contêm uma certa quantidade de fluorite, por 
exemplo, os canos do Monte Muambe, Monte Xiluvo e Cone Negose. 
 
Todas as mineralizações mostram uma correlação paragenética com vulcânicas. No Leste esta 
correlação espacial é caracterizada pelas fracturas com fluorite, bem como os montes contendo 
fluorite seguindo o mesmo padrão de fracturamento, ou seja, as fracturas que foram reactivadas 
durante o Karoo pós-impressionista (Lachelt, 2004). 
 
Ocorrências de fluorite em Moçambique 
Do ponto de vista metalogénico, a fluorite apresenta três zonas economicamente prioritárias da sua 
ocorrência: A zona Maringoè – Djalira – Canxixe que praticamente corresponde a toda a área 
limítrofe entre as rochas pré-cambrianas do Complexo de Báruè e as bacias do Karoo ou 
Mesozóico-Cenozóico; A Zona Djanguire – Monte Domba (fluorite e calcedônia); e Lavas 
(alcalina da série Lupata, carbonatito canos de Monte Muambe e Cone Negose). 
Fig. 3: Mapa geológico do deposito de fluorite de Djanguire (adaptado de Lachelt) 
 
 
13 
 
1: Fluorite; 2: Sedimentos do Mesozoico; 3: Complexo Gnaisse – migmatito. 
Ocorrência de fluorite no Monte Muambe 
O monte Muambe localiza-se em Moatize, na província de Tete apresentando 780 metros de altura, 
200 metros de profundidade e 6 km de diâmetro externo com as coordenadas 16º 19’39’’S e 34º 
6’2.16’’E. A cadeia é composta por carbonatitos ricos em fluorite azul e amarelo apresentando 
cerca de 1,1 triliões de toneladas do mineral na forma pura, segundo o desenvolvimento espacial 
do vale do Zambeze. (Cumbe, 2007) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4: Enquadramento geográfico do distrito de Moatize (Fonte: Própria) 
 
 
14 
 
 
Fig. 5: Enquadramento geológico do distrito de Moatize. (Fonte própria) 
 
No Monte Muambe a fluorite está concentrada em uma brecha na zona de contato entre o 
carbonatito e as rochas hospedeiras, bem como em fracturas dentro do corpo carbonatítico. As 
rochas hospedeiras são gnaisses e migmatitos do Grupo Changara Mesoproterozóico 
Neoproterozóico. 
 
O corpo carbonatítico está localizado em fracturas de fenda dentro da sequência sedimentar do 
Alto Karoo. Os complexos alcalinos vizinhos de Monte Salambidue (Necungas), bem como do 
Monte Muango fronteira do Malawi (Província Alcalina de Chirua) também pertence o 
magmatismo controlado. (Lachelt, 2004) 
 
A brecha mineralizada na zona do Monte Muambe produz fluorite com teores de 54,92%. As 
reservas foram calculadas com uma profundidade de 50 m. As reservas antecipadas das fraturas e 
da zona de brechas distribuídas numa área de 2 060 km2 foram calculados em aproximadamente 1 
 
 
15 
 
422 905 toneladas consideradas que o teor de fluorite varia entre 75 e 81% e 1 510 375 toneladas 
de martite, pirocloro, monazite bem como minerais de terras raras poderiam ser extraídos como 
subprodutos dentro de uma área de 200 ha até uma profundidade de 0,8 m (Afonso & Marques, 
1993). 
 
A fase pneumatolítica dos carbonatitos é caracterizada pela presença de minerais de terras raras 
(Y e Ce), berilo e fosfato (apatite) dentro de fluorite impregnada. Monazite também pode estar 
presente. O Monte Muambe de Carbonatitos pode ser considerado como um exemplo típico de 
veio de carbonatito. A mineralização de fluorite é, portanto, concentrada em fracturas e brechas 
mais jovens. Este modelo pode ser aplicado a todos os veios de carbonatito. Além da combinação 
quartzo + fluorite, quartzo + fluorite + barite também pode existir, mas limitada a locais raros 
ocorrências (por exemplo Nhandongue e Cone Negose) (Lachelt, 2004). 
 
Fig. 6: Enquadramento geológico do Monte Muambe. (Fonte própria) 
 
 
16 
 
Fig. 7: Representação do Monte Muambe a partir do Google Earth 
 
Quanto a probabilidade de ocorrência de fluorite o grupo optou em escolher a área do Monte 
Muambe com o Complexo do mesmo nome. A escolha dessa área baseou-se no distrito em que 
essa se localiza e como também para potencializar o distrito em termos das ocorrências de 
diversificados recursos. e é sabido que em Moatize ocorre o maior deposito de carvão mineral a 
nível regional neste caso dependendo dos estudos dos parâmetros geológicos–industriais que serão 
feitos na área escolhido irão definir se o deposito será ou não viável economicamente. 
 
 
17 
 
Conclusão 
 
Após realização do trabalho, conclui-se que a fluorite é um mineral que do grego fluire quer dizer 
fluxo, é tida como a fonte principal de flúor, tendo uma vasta aplicação na metalurgia, cerâmica, 
na indústria para produção de ácido fluorídrico e as demais áreas. Ela é encontrada em rochas 
ígneas, metamórficas (migmatitos), granitos, dunitos, carbonatitos e em ambientes secundários 
depositada em forma de estratos e como ganga em gossans. As mineralizações associadas são: 
calcite, dolomite, gipsite, celestite, barite, quartzo, galena, esfalerite, cassiterite, topázio, 
turmalina, volframite e apatite. 
 
 
 
18 
 
Referências 
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de Investigação Científica Trópical – Centro de Geologia, (6a edicao ed.). Direção 
Nacional de Geologia, Lisboa. 
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experiência de gestão da produtividade e da qualidade nas minas da fluorita do estado de 
Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
Porto Alegre . 
Lachelt, S. (2004). Geology and Milneral Resources of Mozambique. 
Pecanha, R. M. (2007). Sumário Mineral, DNPM. 
Ryan, B. (2005). How green was my mining? Financial Mail Online, 1. 
Sampaio, J. A., Baltar, C. A., & Andrade, M. C. (1987). Fluorita.

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