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Planilha Orçamentária

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04/08/2019 Planilha Orçamentária
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=90125 1/18
Planilha Orçamentária
MÓDULO 3 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC
Curso: Fiscalização de Projetos e Obras de Engenharia
Livro: Planilha Orçamentária
Impresso por: FLÁVIO BORGES DE MELO
Data: domingo, 4 ago 2019, 16:32
04/08/2019 Planilha Orçamentária
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=90125 2/18
Sumário
3.1 A Planilha Orçamentária: principais conceitos e como ela deve ser exigida
3.1.1 Os diferentes tipos de orçamento (expedito, preliminar e detalhado) – Parte 1
3.1.1 Os diferentes tipos de orçamento (expedito, preliminar e detalhado) – Parte 2
3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao projeto? – Parte 1
3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao projeto? – Parte 2
3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao projeto? – Parte 3
3.1.3 Preço: conceito e forma de composição – Parte 1
3.1.3 Preço: conceito e forma de composição – Parte 2
3.1.4 O lançamento do percentual do ISS na planilha de composição do BDI – Parte 1
3.1.4 O lançamento do percentual do ISS na planilha de composição do BDI – Parte 2
Encerramento
04/08/2019 Planilha Orçamentária
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/book/tool/print/index.php?id=90125 3/18
3.1 A Planilha Orçamentária: principais conceitos e
como ela deve ser exigida
3.1.1 Os diferentes tipos de orçamento (expedito, preliminar e detalhado)
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Analisar os diferentes tipos de orçamento e identificar a sua correta
aplicação.
Um dos itens que integram o pacote de projeto, o orçamento para a
execução da obra, após a quantificação dos seus materiais e serviços,
é o elemento que possibilitará a formação do preço de venda do
objeto. A quantificação, ou seja, a mensuração dos insumos e serviços
do projeto, é uma das responsabilidades do projetista. A ABNT NBR
13531:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Atividades
técnicas, cancelada em 2017, determinava, no seu item 3.4
(Contratação de prestação de serviços técnicos especializados de
projetos), alínea "c" , que o cronograma físico-financeiro da obra era
uma das etapas que deviam estar previstas na contratação de um
projeto. A ABNT NBR 13532:1995 – Elaboração de projeto de
edificações – Arquitetura determinava que o Projeto Executivo de
arquitetura deveria trazer entre os seus elementos o “memorial
quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais de
construção” (ABNT, 1995, item 4.4.9.2, alínea “b”).
Ambas as normas foram substituídas pelo conjunto de normas ABNT
NBR 16636. A norma técnica ABNT NBR 16636-1:2017 –
Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de
projetos arquitetônicos e urbanísticos – Parte 1: Diretrizes e
terminologia, traz, no seu item 3 (Termos e definições), o subitem 3.40, conceituando orçamento:
3.40 - Elaboração de orçamento
Atividade que envolve o levantamento de custos, de forma sistematizada, de todos os elementos
inerentes ao projeto e à execução de determinado objeto de construção (ABNT, 2017).
A norma técnica ABNT NBR 16636-2:2017 – Elaboração e desenvolvimento de serviços técnicos especializados de
projetos arquitetônicos e urbanísticos – Parte 2: Projeto arquitetônico, traz como uma das responsabilidades do
projetista, na etapa de Projeto Executivo, a elaboração de memoriais quantificativos e de planilhas orçamentárias
como documentos de texto a serem apresentados no projeto (item 6.4.7.2, alínea “b”). Pode ser que essa seja uma
novidade para você, mas saiba que poucos profissionais de projeto, principalmente aqueles que atuam na iniciativa
46
 ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13532:1995 –
Elaboração de projeto de edificações – Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
04/08/2019 Planilha Orçamentária
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privada, têm o domínio dessa informação. Esse fato ocorre pela tendência que temos de que, finalizado o projeto, a
responsabilidade pelo seu orçamento seja do orçamentista, elaborado de forma distante e dissociado do seu
projetista, muitas vezes contratado pela construtora somente no momento prévio à execução da obra.
Os tipos de orçamento podem variar em precisão e complexidade de acordo com o objetivo pretendido. O orçamento
que servirá como uma referência inicial para a avaliação da viabilidade de um empreendimento terá menos
complexidade e trará maior margem de erro do que um orçamento final, para obra, advindo de um Projeto
Executivo. Esse último, embora de grande complexidade, terá ainda margem de erro aceitável, menor, porém, do que
a margem de erro admitida para o primeiro.
Conforme o TCU, por meio da Portaria Segecex nº 33, de 7 de dezembro de 2012, os orçamentos de obra podem
ser classificados em expedito, preliminar e detalhado.
47
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Portaria Segecex nº 33, de 7 de dezembro de 2012. Aprova
revisão do Roteiro de Auditoria de Obras Públicas, declarando-o documento público, revoga suas versões
anteriores, e dá outras providências. Brasília: TCU, 2012. 
04/08/2019 Planilha Orçamentária
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3.1.1 Os diferentes tipos de orçamento (expedito,
preliminar e detalhado) – Parte 1
As avaliações expeditas podem ser feitas com base em custos históricos, índices, gráficos, estudos de ordens de
grandeza, correlações ou comparação com projetos similares. Podem, por exemplo, ser utilizados índices específicos
conhecidos no mercado, a exemplo do CUB, para avaliação expedida do custo de construção de edificações. O CUB
é o custo por unidade de área construída para alguns tipos de projetos padronizados estabelecidos pela ABNT NBR
12721:2006 – Versão Corrigida 2:2007 – Avaliação de custos unitários de construção para incorporação imobiliária e
outras disposições para condomínios edifícios – Procedimento. Outros exemplos de estimativas de custo são o custo
por MW (megawatt) de potência instalada, no caso de usinas termoelétricas, ou a estimativa de custo de rodovias
mediante o uso de um custo médio por quilômetro de rodovia construída.
Dessa forma, as avaliações expeditas têm como vantagem:
a)
b)
c)
Possibilitar a análise da viabilidade dos empreendimentos e a escolha da alternativa a ser desenvolvida na etapa de
detalhamento dos projetos, sem impor o elevado ônus da elaboração de um orçamento detalhado.
Não requerer muitas informações detalhadas sobre o projeto, e, por isso, o seu custo é muito menor do que o custo
de elaborar um orçamento completo, muito embora a elaboração de uma estimativa requeira muita experiência do
estimador, além de conhecimento, sensibilidade e informações atualizadas.
Avaliar preliminarmente os orçamentos de obras públicas para indicar se o valor global do empreendimento está
adequado ou não, apesar de ser um método simples e de pouca precisão (BRASIL, 2012, p. 29).
O orçamento preliminar é mais detalhado do que a avaliação expedita de custos, pois pressupõe o levantamento de
quantidades e requer pesquisa de preços dos principais insumos e serviços. Enquanto a avaliação expedita é utilizada
no estudo de viabilidade, o orçamento preliminar costuma ser utilizado na fase de anteprojeto. Os orçamentos
preliminares normalmente são elaborados quando a execução do projeto de engenharia de detalhamento já foi
contratada, o que propiciará a geração de muitos dados, embora não definitivos, para servirem de base para o
orçamento. Dessa forma, estarão disponíveis para o orçamentista dados como os custos dos serviços de engenharia
que já foram contratados, especificações preliminares de equipamentos de processo e de utilidades e listas
preliminares de materiais. Também poderá dispor de dados sobre o tipo de fundaçõese plantas arquitetônicas das
edificações. Apesar do menor grau de incerteza do orçamento preliminar, o orçamentista ainda pode fazer uso de
levantamentos expeditos de algumas quantidades e atribuição de custos para alguns serviços.
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3.1.1 Os diferentes tipos
de orçamento (expedito,
preliminar e detalhado) –
Parte 2
Exemplos de levantamentos expeditos que podem ser
utilizados em um orçamento preliminar de obra de
edificação:
Clique na imagem abaixo para ampliar
O orçamento detalhado é elaborado com base nas composições de
custos unitários e extensa pesquisa de preço dos insumos. Esse tipo de
orçamento procura chegar a um valor bem próximo do custo real da
obra, com uma reduzida margem de incerteza e a sua elaboração ocorre
nas fases de Projeto Básico ou Executivo, ou seja, o orçamento
detalhado só é justificável se o projeto apresentar elevado grau de
desenvolvimento, o que possibilitará a obtenção de listas completas de
materiais. A sua função é servir de base para a licitação da obra,
podendo também ser uma ferramenta para o controle de custos de
implantação do empreendimento. Eventuais aditivos de contrato,
quando da execução da obra, deverão sempre se pautar nesse tipo de
orçamento (BRASIL, 2012, p. 30).
Clique na imagem abaixo para ampliar
Você sabia que, atualmente, a tecnologia BIM é poderoso
instrumento para a extração de listas completas de
materiais e insumos de um projeto, trazendo grande ajuda na sua quantificação para a
elaboração do orçamento detalhado?
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IBRAOP – INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS. Orientação Técnica
IBR nº 004/2012. Florianópolis: Ibraop, 2012. p. 4.
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3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao
projeto? – Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Observar a necessidade de adequação do orçamento gerado na fase de projeto (orçamento de referência da
Administração) ao Decreto nº 7.983/2013.
As regras para os orçamentos das obras públicas eram dadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias anualmente, até o
ano de 2013. Na ocasião da edição de cada uma daquelas leis, eram definidos os critérios que deveriam ser
obedecidos pela Administração Pública na sua elaboração. Ponto comum entre tais leis era a adoção das tabelas do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), mantidas pela Caixa Econômica
Federal, por meio de pesquisa de preços no mercado, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e a observação de extração de medianas para os custos apontados naquelas tabelas.
Para que possamos entender a aplicação do Decreto nº 7.983/2013 aos orçamentos das obras públicas, é necessário
retomar alguns conceitos previstos no seu texto:
Custo unitário de referência
Valor unitário para execução de uma unidade de medida do serviço previsto no orçamento de referência e obtido
com base nos sistemas de referência de custos ou pesquisa de mercado.
Composição de custo unitário
Detalhamento do custo unitário do serviço que expresse descrição, quantidades, produtividades e custos unitários
dos materiais, mão de obra e equipamentos necessários à execução de uma unidade de medida.
Custo total de referência do serviço
Valor resultante da multiplicação do quantitativo do serviço previsto no orçamento de referência por seu custo
unitário de referência.
Custo global de referência
Valor resultante do somatório dos custos totais de referência de todos os serviços necessários à plena execução da
obra ou do serviço de engenharia.
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3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao
projeto? – Parte 2
Uma das questões definidas no Decreto nº 7.983/2013 é a ênfase na utilização das medianas dos custos unitários
previstos nas tabelas do Sinapi para a obtenção do custo global de referência:
A demonstração do custo global de referência é feita por meio do orçamento sintético da obra. Conforme Baeta
(2012) , o orçamento sintético, ou planilha orçamentária, é a relação de todos os serviços de uma obra com as
respectivas unidades de medida, quantidades e preços unitários. Ou seja, o orçamento sintético é a planilha que
demonstra a soma dos custos totais de referência dos serviços, estes conforme o conceito apresentado no Decreto nº
7.983/2013.
O orçamento analítico é a apresentação de cada um dos custos unitários dos serviços que integram o orçamento
(BAETA, 2012, p. 77).
Saiba que é bastante comum, até mesmo entre fiscais de projetos e obras da Administração
Pública, o erro na interpretação desses dois conceitos. Muitas vezes entende-se o orçamento
sintético como sendo apenas um resumo dos itens globais de uma obra (mobilização,
infraestrutura, supraestrutura, instalações, etc.) que, por conta da palavra “sintético” do seu
nome, transmite a ideia de síntese e, por consequência, confere ao orçamento analítico a ideia de
uma relação completa de itens que permitiria a “análise” dos custos da obra. Efetivamente, o
orçamento sintético é a peça que contém a relação completa dos custos unitários de referência (ou
de serviço), e que pela sua soma é definido o valor da obra (ou projeto). O orçamento analítico é
peça que contém a relação completa das composições de custos unitários, ou seja, o detalhamento
de cada um dos custos unitários de serviço apresentados no orçamento sintético.
50
 
 
BRASIL. Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013. Estabelece regras e critérios para elaboração do
orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos
orçamentos da União, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2013.
BAETA, André A. Pachioni P. – Orçamento e controle de preços de obras públicas –. São Paulo: Pini,
2012. p. 62.
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3.1.2 Como deve ser o orçamento vinculado ao
projeto? – Parte 3
O Projeto Básico finalizado deve disponibilizar o orçamento de referência da Administração, que é uma das peças
que integrarão o futuro edital de licitação da obra, devendo trazer obrigatoriamente o orçamento sintético, o
orçamento analítico, a composição do BDI, o cronograma físico-financeiro da obra, o critério de aceitabilidade dos
preços e as cotações de mercado. Esse último item não deve constar do edital nem ser disponibilizado às
licitantes, servindo apenas de instrumento de consulta da Administração para o momento da fase externa da licitação,
quando da análise dos orçamentos apresentados pelas proponentes. As cotações de mercado deverão ser feitas para
aqueles itens que não constam das tabelas de referência oficiais (Sinapi, Sistema de Custos Referenciais de Obras –
Sicro, Sistema de Orçamento de Obras de Sergipe – Orse/SE, Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil –
Novacap/DF, Secretaria de Infraestrutura do Ceará – Seinfra/CE etc.), legalmente aceitas para as composições de
custos dos orçamentos da Administração, e têm de ser apresentadas com, no mínimo, três cotações para cada item
(BRASIL, 2011) .
A responsabilidade técnica pelo orçamento será configurada por meio da Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) – sistema Confea/Crea – de um engenheiro ou de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) – CAU/BR –
de um arquiteto e urbanista.
51
52
Na apresentação do orçamento pela licitante deve constar o orçamento sintético, o
orçamento analítico, a composição do BDI da proponente, o cronograma físico-
financeiro da obrae a indicação do responsável técnico pelo orçamento, com sua
formalização.
Na contratação de serviços de engenharia o instrumento convocatório deve estabelecer critérios de
aceitabilidade dos preços unitários e global (Decreto nº 7.963/2013, art. 11 e Orientação Normativa AGU
nº 5, de 1º de abril de 2009).
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 1.266/2011 – TCU – Plenário. Brasília: TCU, 2011.
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3.1.3 Preço: conceito e forma de composição –
Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Analisar os itens formadores do preço de uma obra e entender o conceito de preço de venda.
Aprofundando o tópico anterior, veremos, a seguir, o critério de formação do preço de venda para uma obra.
O orçamento referencial para a licitação de uma obra da
Administração Pública é elaborado na fase do Projeto Básico
pelo projetista e seu orçamentista, que iniciará o seu trabalho
pela análise dos projetos. Tanto melhor e mais preciso será o
orçamento quanto mais completo for o projeto. Essa é a
principal razão pela qual há intensa campanha dos conselhos
profissionais, para que as licitações sejam feitas adotando-se o
Projeto Executivo de uma obra, e não o Projeto Básico,
conforme permitido pela Lei nº 8.666/1993.
Pela análise do projeto é possível a listagem dos serviços
previstos e a sua quantificação. A etapa seguinte é o cálculo do
custo unitário de cada serviço, o orçamento analítico, com a
apresentação das composições de custos unitários. O
orçamento analítico permitirá a consolidação do orçamento
sintético e a aplicação do BDI. Conforme o Decreto nº 7.983/2013, sobre o custo global de referência (advindo do
orçamento sintético), deve ser aplicada a taxa de BDI contendo, minimamente, os seguintes itens:
I
II
III
IV
Taxa de rateio da Administração central.
Percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza direta e personalística que
oneram o contratado.
Taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento.
Taxa de lucro.
Há ainda outros itens que poderão integrar o BDI, representando as despesas aplicadas à realidade de cada tipo de
empresa, como as despesas administrativas e as despesas financeiras. A primeira refere-se ao desembolso quando da
contratação de serviços com alocação de postos de trabalho. A segunda, “aos gastos relacionados à perda decorrente
da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita correspondente” (BRASIL, 2001) .
O Acórdão n° 325/2007 – TCU, no entanto, fundamenta que tais despesas não devem incidir sobre equipamentos, e
que a despesa financeira não deve incidir sobre serviços .
53
54
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Há, no entanto, itens não recomendados para inclusão no BDI (MENDES, 2013, p. 42), quando da elaboração do
orçamento de referência pela Administração, embora possam constar do BDI ofertado pela licitante no momento
da licitação. São eles: o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL). Ao incluí-los, a licitante deve apresentá-los de forma destacada na composição do BDI.
A fórmula de cálculo do BDI para as obras da Administração Pública consta do Acórdão nº 2.369/2011 – TCU –
Plenário, consolidada no Acórdão nº 2.622/2013 – TCU – Plenário. Esse último traz ainda valores médios
orientativos para o BDI e seus componentes, conforme o tipo de obra, e que servem de referência para a montagem
do orçamento da Administração.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Revista do TCU, Brasília, v. 32, n. 88, abr./jun. 2001.BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Nota Técnica n° 3/2009 – SCI. Brasília: STF, 2009. p. 4.
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3.1.3 Preço: conceito e forma de composição –
Parte 2
Com o cálculo do BDI, finalmente é possível obter o preço de venda (PV), que é o resultado da
aplicação do percentual do BDI ao custo direto da obra (BRASIL, 2013, art. 2º, inciso VI), dado
pela fórmula abaixo:
PV = CD (1 + %BDI)
onde:
CD é o custo direto da obra.
No caso de obras e serviços de engenharia, na oferta do BDI deve ser considerado também o BDI reduzido para
materiais e equipamentos de natureza específica e que representem valor significativo da obra. Vejamos o que
destaca o Decreto n° 7.983/2013, no seu art. 9º, parágrafo 1º:
Esses equipamentos e materiais podem ser, por exemplo, máquinas de ar-condicionado, elevadores, grupos
geradores, divisórias, mobiliário, estabilizadores e nobreaks, ou seja, todos aqueles cuja fabricação ou montagem
tenham processo que não seja de domínio da licitante (ou contratada), e que, dada a sua especificidade, tenham
fornecedores que detenham tal domínio.
O Acórdão nº 2.452/2017 – TCU – Plenário informa que uma taxa de BDI acima do limite referencial da
Administração Pública não representa, por si só, superfaturamento, desde que o preço contratado (preço de venda)
esteja compatível com o preço de mercado.
 
 
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3.1.4 O lançamento do percentual do ISS na planilha
de composição do BDI – Parte 1
Ao final deste tópico, o aluno será capaz de:
Identificar a forma correta de lançamento do tributo Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) na composição do
BDI em relação às diferentes legislações municipais.
Um dos tributos incidentes no cálculo do BDI é o ISS. A
incidência desse imposto segue legislação municipal, ou seja,
varia conforme o município onde será executada a obra.
Por essa razão deve-se ter muito cuidado quando do seu
lançamento na composição do BDI. Além de ter variação de
alíquota conforme o município, ainda pode haver variação da
incidência da alíquota. Alguns municípios têm na sua
legislação a previsão de incidência da alíquota sobre todo o
orçamento (material e mão de obra previstos na planilha
orçamentária). Outros, no entanto, fazem incidir tal alíquota
somente sobre a mão de obra, isentando sua incidência sobre
materiais.
Nesses casos, para efeitos de facilitação do cálculo do BDI e
para que não se incorra em erro ou descuido no percentual do
ISS a ser considerado, o que poderia configurar o
enriquecimento da contratada, exigindo eventualmente a
revisão de contrato, é feito cálculo de uma alíquota
proporcional do ISS, que, considerada somente sobre a mão
de obra, pode ser lançada diretamente na planilha do BDI que será aplicado a todos os itens da planilha
orçamentária.
A fórmula de cálculo do ISS proporcional é assim descrita:
ISS = [VMO (sem BDI) / VT (sem BDI)] x % ISS
onde:
ISS = ISS diferenciado;
VMO (sem BDI) = soma dos valores da mão de obra sem a incidência do BDI;
VT (sem BDI) = valor total da obra (material e mão de obra) sem a incidência do BDI;
% ISS = alíquota do ISS conforme legislação municipal.
 
 
dif mun
dif
mun
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Assim, calculado esse ISS diferenciado, pode-se lançá-lo diretamente na planilha de cálculo do BDI.
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3.1.4 O lançamento do percentual do ISS na planilha
de composição do BDI – Parte 2
Vejamos, a seguir, as duas formas de cálculo do BDI, considerando ISS incidente somente sobre a mão de obra para
um dado município. A primeira é a forma incorreta, ao fazer incidir a alíquota do ISS em todos os itens da planilha
orçamentária, indistintamente. A segunda é fazendo incidi-la somente sobre a mão de obra, pelo cálculo do ISS
proporcional,conforme a fórmula acima demonstrada.
Tabela 1 – Exemplo de ISS lançado de forma incorreta na planilha de cálculo do BDI
Clique na imagem abaixo para ampliar
Tabela 2 – Exemplo de ISS lançado de forma correta na planilha de cálculo do BDI
Clique na imagem abaixo para ampliar
Na tabela 1, a alíquota de 4% do ISS foi incluída integralmente no cálculo do BDI. Essa iniciativa está incorreta,
pois para o município em questão a legislação municipal considera tal tributo incidindo apenas sobre a mão de obra.
Como o BDI é um valor percentual corretamente aplicado sobre todo o custo do contrato (R$ 4.000.00,00), essa
alíquota é transportada indiretamente também para os valores do material.
Na tabela 2, ao calcular-se a alíquota proporcional do ISS, ainda que o BDI resultante seja aplicado sobre o custo
global do contrato, a incidência do ISS proporcionalmente será apenas sobre a mão de obra.
 
 
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Observe que, no exemplo em questão, para o valor aproximado da obra de R$ 5.000.000,00,
equivalente a um prédio de 3.300 m², de padrão médio, o erro na estimativa do seu preço seria
aproximadamente de R$ 150.000,00. Caso a obra a ser construída tivesse área total de 33.000 m²,
ou seja, dez vezes maior que a do nosso exemplo, o erro no valor do orçamento pelo simples
equívoco na forma de lançamento do ISS seria da ordem de R$ 1.580.000,00.
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Encerramento
Neste Módulo 3 destacou-se exclusivamente a elaboração de
planilhas orçamentárias, devido à sua importância dentro do
processo licitatório. Tratou-se inicialmente do orçamento de
referência da Administração para a contratação das suas obras,
cuja forma de elaboração é definida em decreto da Presidência
da República.
Para os estudos preliminares de uma obra, foi feita a distinção
entre os possíveis tipos de orçamento (expedito, preliminar e
detalhado), a forma de composição do preço (preço de venda)
de uma obra e a formação do BDI, com a particularidade de
correta definição do percentual do ISS nele incidente. Esses
conceitos também serviram de base para a discussão da forma
e das possibilidades de eventual concessão de aditivos de obra,
um dos temas a serem discutidos no próximo módulo.

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