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Resumo: Origens da pedagogia da alternância no Brasil, de Paolo Nozella

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Didática II
Licenciatura em Matemática – 6º período
Alunos: Angélica Letícia Félix
Gabriel Henrique Batista
Data: 30/10/2018
Resumo: “Origens da pedagogia da alternância no Brasil”, de Paolo Nozella
Nos “velhos tempos”, o meio rural era sinônimo de retrocesso na vida, estudantes que saíam do meio rural para irem estudar nos centros urbanos eram tratados como superadores das dificuldades e assim conseguiriam ter sucesso na vida.
	Ideais defensores da permanência no meio rural vinham tendo duas primeiras ideias em 1889, com a igreja, que se interessava em teoria com a educação de todos, contudo sem uma fórmula educacional capaz de abordar realisticamente os problemas do meio rural. O empecilho era a maneira com que a escolarização era abordada nos meios urbanos, não sendo totalmente adaptável à sociedade rural. O ideal então seria fundar uma nova escola, com mecanismos próprios para o povoado rural. Em meio a várias manobras sociais, tal como a criação de sindicatos, se viu necessário a criação dessa nova escola, em 1935 com o padre Granereau se deu o surgimento da primeira escola de família agrícola. O sacerdote não estava disposto a gastar sua vida andando de localidade em localidade de sua paróquia, celebrando apenas os sacramentos e dando aulas de religião. Ele queria formar os jovens. Mas, como fazer isso sem reunir a juventude que estava espalhada pela paróquia e como reuni-la se eles precisavam trabalhar na lavoura, dura e escassa? De uma franca conversa, o sacerdote e alguns agricultores chegaram a uma fórmula intermediária: os jovens permaneceriam unidos alguns dias por mês, em tempo integral, para logo em seguida voltarem à sua propriedade agrícola.
	Com a formalização desse modelo educacional, que hoje é chamado de regime de alternância, muitos países sentiram interesse pelo tal, já que promovia uma possibilidade de diminuição da desigualdade educacional entre os centros urbanos e os meios rurais, desigualdade essa que era ainda do que vemos em nossa sociedade atual. Um desses países interessados foi o Brasil, o foco de destaque de nosso trabalho. A história da vinda da educação por alternância pra nosso país tem origens italianas, com o Pe. Humberto Pietrogrande, interessado na mudança do cenário social da população rural do estado do Espírito Santo. Nesse cenário a educação por alternância nos moldes italianos foi adaptado para a sociedade local, com o nome de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs).
	A formação dos alunos nas EFAs tem duração de 3 anos completos, sendo o ano letivo estruturado de maneira diversa do ano letivo comum por causa da alternância. O ano escolar era dividido em 13 sessões, de 6 dias cada, vividas na escola e 12 alternâncias, de 15 dias cada, vividas em casa. Na escola as aulas eram em número de 6 a 7 por dia, reservando-se algum tempo para os trabalhos práticos e serões. Estes, destinados à ampliação de conhecimentos e discussões de problemas, ministrados pelos líderes locais, monitores, técnicos, médicos etc, conforme o assunto em pauta. No período de permanência em casa, o aluno devia dedicar, pelo menos duas horas por dia, ao Plano de Estudo, preparado na Escola. A elaboração do currículo e programas de trabalho está a cargo e sob a orientação do Centro de Formação com a colaboração das Equipes das Escolas. As escolas construídas concebiam de uma planta muito simples, consoante as construções do meio rural. Constando de 3 ambientes: Sala de aula, biblioteca, secretaria; Cozinha, despensa e refeitório; Dormitório e dependências para os monitores. A ideia é que cada escola possuísse uma pequena propriedade para produzir alguns produtos para a alimentação do internato (alunos, monitores, visitas). As propriedades melhor administradas permitem também alguma comercialização de seus produtos cujo lucro retornasse em beneficio da própria escola.
	Um termo utilizado no parágrafo anterior merecedor de destaque é o Plano de ensino. Formulado principalmente pelo próprio aluno, ele servia como um guia para a semana escolar que ele ia estar sujeito futuramente e continha suas principais dúvidas referentes ao seu dia a dia, ou seja, um estudo especificamente direcionado à sua realidade.
	Por últimos, vamos destacar a formação dos professores das EFAs. Convenhamos que um professor formado na educação tradicional e não capacitado para atuar na educação por alternância traria traços de sua educação para o meio da alternância, causando cada uma quebra progressiva das ideias da educação rural. Por esse motivo, os responsáveis pelas aulas na educação por alternância são os monitores, antigos alunos do mesmo modelo educacional capacitados profissionalmente e didaticamente. Um exemplo dessa formação é o curso de Licenciatura em educação no campo ofertado pelo IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes também no regime de alternância.

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