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Profº. Ms. Flawbert Farias Guedes Pinheiro flawbert.farias@gmail.com CONCEITO DE TRIBUTO • Art. 3º do CTN Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O tributo tem hoje um grande significado social, por ser o maior responsável pelo financiamento dos programas e ações do governo nas áreas da saúde, previdência, educação, moradia, saneamento, meio ambiente, energia e transporte, dentre outras. No entanto, é preciso zelar sempre para que os princípios constitucionais sejam observados e que os recursos arrecadados possam ser aplicados em obras e serviços que atendam às necessidades da população, principalmente a parcela mais pobre. FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA FATO GERADOR - Definição, contida na lei, das hipóteses em que o tributo incide ou em que o tributo deva ser cobrado. É o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária, que de acordo com a doutrina tradicional, tem dois significados: ELEMENTOS BÁSICOS DO FATO GERADOR •O fato gerador tem 3 elementos básicos, a saber: 1) Legalidade, que se refere à exigibilidade do cumprimento do princípio constitucional da legalidade; 2) Economicidade, que se refere ao aspecto econômico do fato tributável (como regra geral, envolvendo a base de cálculo e alíquota do tributo) e à capacidade contributiva do sujeito passivo; 3) Causalidade, que corresponde à consequência ao efeito, do fato gerador; enfim, ao nascimento da obrigação tributária. MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR •É o artigo 116 do CTN que define que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: a) tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; b) tratando-se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. OBS.: o artigo 117 do CTN dispor que os atos ou negócios jurídicos condicionais serão reputados como perfeitos e acabados, desde o momento: — de seu implemento, sendo a condição suspensiva; — da prática do ato ou da celebração do negócio, sendo a condição resolutória. QUANTO À MODALIDADE QUANTO ÀS FIGURAS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA ASPECTOS DO FATO GERADOR OBS.: É importante lembrar que um determinado imposto pode, em momentos diversos, possuir fatos geradores de características diferentes. Como exemplo, o IR foi citado como complexo ou complexivo, mas pode ser instantâneo como naquele incidente sobre o ganho de capital obtido em uma aplicação financeira. Ainda a título de exemplo, o ICMS, que normalmente é simples ou instantâneo, pode ser contínuo, como no caso das microempresas que recolhem por estimativa uma importância fixa pelo período de um mês. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA • Relação Jurídica estabelecida entre o Sujeito Ativo e um Sujeito Passivo por Ocasião da Consolidação de um Fato Gerador. • A obrigação tributária se traduz no vínculo abstrato existente entre o sujeito ativo e o sujeito passivo da relação jurídica tributária, na qual o sujeito ativo tem o direito subjetivo de exigir do sujeito passivo o cumprimento de prestação de cunho patrimonial decorrente da aplicação de norma jurídica tributária. Rege o a art. 113 do CTN que a obrigação tributária é principal ou acessória. §1º - A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. §2º - A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. §3º - A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. OBS.: Portanto: a) obrigação principal constitui-se como o pagamento do tributo e b) obrigação acessória, constitui-se de prestações positivas ou negativas exigidas pela legislação. Os deveres instrumentais (ou obrigações acessórias), por seu turno, são providências exigidas aos sujeitos passivos pelas leis tributárias. Fazer (prestação positiva) ou deixar de fazer alguma coisa (prestação negativa). Exs.: Escriturar livro contábil etc. A contrario sensu (o não cumprimento da obrigação tributária), consistente em ilícito tributário, cuja tipicidade reside em: (a) não pagar o tributo devido e/ou (b) não cumprir com os deveres instrumentais ou as obrigações acessórias expressas. Assim, a multa pelo não pagamento do tributo se caracteriza como obrigação tributária, posto que dizem respeito a relações de cunho patrimonial (no caso, falta de pagamento do tributo) e não a deveres meramente instrumentais ou obrigações acessórias. SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA • É a pessoa que tem capacidade tributária passiva - dever jurídico de pagar tributo ou penalidade pecuniária (obrigação tributária principal, o devedor do tributo.); ou, ainda, a pessoa obrigada às prestações que constituam o objeto da obrigação tributária acessória. Ou seja, a pessoa de quem o sujeito ativo exige o cumprimento de uma obrigação de cunho patrimonial ou instrumental. • O sujeito passivo pode figurar na relação tributária como contribuinte ou responsável. • Art. 123. Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. CONTRIBUINTE - É o realizador do fato imponível (art. 121, parágrafo único, I do CTN). Possui relação direta e pessoal com a situação que constitua o respectivo fato gerador. RESPONSÁVEL - - Não é o realizador do fato imponível (art. 121, parágrafo único, II do CTN). Paga o tributo alheio em nome do contribuinte, em decorrência de disposição expressa em lei. OBS.: De acordo com comando positivado no art. 128 do CTN, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA (Art. 126 do CTN) Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. QUESTÃO Dona Geni Serafina, que explora uma casa de prostituição conhecida por “Casa das Primas”, teve rendimentos auferidos na respectiva atividade, submetidos à incidência do imposto de renda de pessoa física, pela fiscalização da Delegacia da Receita Federal. Indique o tratamento adequado ao caso. a)Por configurar ilícito penal e atentado aos bons costumes, a matéria está fora da área de incidência tributária. b)Por caracterizar uma atividade ilícita juridicamente, o titular é incapaz sob o ponto de vista tributário. c)Tratando-se de ilícito penal, não há que se falar em incidência tributária. d)Tratando-se de ato contra os bons costumes, repugna ao DireitoTributário considerá-lo como suscetível de submeter à incidência da norma tributária. e)A matéria está dentro do campo de incidência tributária, eis que para o Direito Tributário é irrelevante a licitude ou ilicitude da atividade tributada. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO Art. 127 - Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. § 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. § 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. Substituto tributário é a pessoa a quem a lei atribui a sujeição passiva de prestar o cumprimento de uma obrigação de cunho patrimonial (pagamento) ou instrumental (acessória, obrigacional) ao sujeito ativo da relação jurídica tributária. Na substitução tributária convencional (pura e simples), o contribuinte em determinada operação ou prestação é substituído por outro que participa do mesmo negócio jurídico. Este é o caso, por exemplo, do industrial que paga o tributo devido pelo prestador que lhe provém o serviço de transporte. Na Substituição tributária para frente o tributo relativo a fatos geradores que deverão ocorrer posteriormente é arrecadado de maneira antecipada, sobre uma base de cálculo presumida. Consiste, pois, na arrecadação de tributos relativos a fatos geradores futuros, ocorrendo nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas no dever de pagar tributo por aquelas que ocupam posições anteriores nas mesmas cadeias. Exemplo.: o estabelecimento industrial que vende certo produto, recolhe o tributo devido por ele mesmo, e também o tributo que seria devido pelo distribuidor e pelo varejista. Na substituição para trás ocorre justamente o contrário. Apenas a última pessoa que participa da cadeia de circulação da mercadoria é que paga o tributo, de maneira integral, inclusive relativamente às operações anteriormente praticadas e/ou seus resultados. Ou seja, o substituto, além de arcar com o imposto por ele devido, paga por tributos nascidos por ocasião de fatos geradores pretéritos. Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação (Certidão negativa de Débitos). Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública (leilão), a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço (Os tributos já se encontram incluídos no preço mínimo de arrematação, o que significa que o arrematante não terá de desembolsar qualquer valor além daquele ofertado na arrematação). Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Segundo a doutrina, a responsabilidade poderá ser excluída se o contribuinte ou responsável provar que não houve descuido ou negligência, nem intenção de lesar o Fisco (culpa ou dolo de sua parte). A prisão administrativa só cabe nos casos de depositário infiel, ou seja, de responsável que deteve o tributo e não o repassou para o Fisco, como pode ocorrer, por exemplo, no IR retido na fonte. Ela só pode ser decretada pelo juiz competente (CF, art. 5º, LVI). A penalidade pela infração administrativa só pode ser excluída por DENÚNCIA ESPONTÂNEA, acompanhada do pagamento devido e dos juros de mora (CTN, art. 138). Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquerprocedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Súmula 208 do TRF: “ A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea”. Tal posicionamento também vem sendo adotado pelo STJ, a partir de posição firmada pela Primeira Seção, em junho de 2002, quando do julgamento do REsp. nº 378.795/GO e do REsp. nº 284.189/SP, e, desde então, mantida por unanimidade tanto na 1ª quanto na 2ª Turmas. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar (Ex.: Crimes cometidos por funcionários públicos, arts. 312 (peculato) a 327 do CP); III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. A responsabilidade pela infração tributária administrativa deixa de ser objetiva e passa a ser pessoal e subjetiva, respondendo pelas sanções o executor material do ato, e não o devedor originário do tributo. A BASE DE CÁLCULO serve para quantificar, para dar a dimensão do tributo. • Hugo de Brito Machado (Curso de Direito Tributário, p. 135): “Base de cálculo é a expressão econômica do fato gerador do tributo. Há de estar contida na norma que descreve a hipótese de incidência tributária”. • A base de cálculo nos permite identificar a espécie de tributo, sobre o qual se aplica a alíquota para ter-se como resultado o valor do tributo correspondente. EXEMPLOS A lei que institui o IR indica o montante da renda ou dos proventos como base de cálculo desse imposto. Se a lei indica como base de cálculo o patrimônio, está, na verdade, criando imposto sobre o patrimônio e não sobre a renda. Se a lei cria o ISS, mas estabelece como base de cálculo do imposto algo diverso do preço do serviço, ela está criando outro imposto. ALÍQUOTA é o percentual aplicado sobre a base de cálculo para determinar-se o valor do tributo. Tipos: • Percentual ou ad valorem, percentual aplicado sobre o valor do objeto tributado, é a mais comum. • Específica é aquela que leva em consideração a quantidade do objeto tributado e não o seu valor. Ex.: IPI sobre cervejas ou refrigerantes. A alíquota é indicada por uma referência ao valor Real, devido em razão de cada unidade do produto. • Fixas e variáveis (ou proporcionais), variam ou não de acordo com a base de cálculo. As variáveis podem ser progressivas ou regressivas, utilizadas por razões de política tributária. As progressivas aumentam quando a base de cálculo aumenta. As regressivas diminuem na medida em que a base de cálculo aumenta. • Alíquota Zero – Forma encontrada pelas autoridades da Administração Tributária para fugir ao princípio da legalidade, segundo o qual a isenção somente por lei pode ser concedida. TABELA DO IRF - VIGENTE A PARTIR DE 01.04.2011 (Reajuste de 4,5% até 2014). Medida Provisória 528/2011 /Lei 12.469/2011. BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$) Até 1.566,61 - - De 1566,62 a 2.347,85 7,5 117,49 De 2.347,86 a 3.130,51 15,0 293,58 De 3.130,52 a 3.911,63 22,5 528,37 Acima de 3.911,63 27,5 723,95 TABELA DO IRF – 2012 VIGÊNCIA DE 01.01.2012 a 31.12.2012 BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$) Até 1.637,11 - - De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78 De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80 De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15 Acima de 4.087,65 27,5 756,53 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS NO BRASIL DIRETOS Incidem sobre o “contribuinte de direito”, o qual não tem, pelo menos teoricamente, a possibilidade de repassar para outrem o ônus tributário. No Imposto de Renda da pessoa física assalariada, por exemplo, é o empregado quem suporta a obrigação, não havendo condições de ocorrer a repercussão (transferência do ônus tributário para outrem). INDIRETOS A carga tributária cai sobre o “contribuinte de direito” que o transfere para outrem: o “contribuinte de fato”. Nem sempre o contribuinte que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a carga tributária. O IPI e o ICMS são impostos indiretos. uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses impostos. Assim temos: ADICIONAL Quando o seu fato gerador é representado pelo pagamento de outro imposto. Como exemplo, temos o adicional de 10% do Imposto de Renda, Pessoa Jurídica, que é de 15%, pago sobre parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração. FIXO Quando determinado o seu quantum em quantia certa, independentemente de cálculos. Como exemplo, o ISS dos profissionais liberais. PROPORCIONAL Quando estabelecido em porcentagem única incidente sobre o valor da matéria tributável, crescendo o valor do imposto apenas quando o valor básico para o cálculo sofra crescimento (ICMS, IPI e o ISS, quando incidente sobre a receita). PROGRESSIVO Quando suas alíquotas são fixadas em porcentagens variáveis e crescentes, conforme a elevação de valor da matéria tributável - como exemplo, o Imposto de Renda das Pessoas Físicas. REGRESSIVOS São cobrados em porcentagens iguais sobre contribuintes, não levando em conta a capacidade econômica daquele que suportará o ônus fiscal. Isto o torna "regressivo", ou seja, os contribuintes com menores condições econômicas acabam pagando (proporcionalmente) maior parcela de tributos sobre suas rendas. O ICMS, IPI, PIS e COFINS são exemplos de regressivos (simultaneamente, são também classificados como indiretos). Atualmente, no Brasil, a grande maioria dos tributos é de natureza regressiva, o que implica em enorme injustiça social (ricos pagam, proporcionalmente à renda, bem menos tributos que a população mais pobre). REAL É o imposto baseado em bens reais (físicos), são os denominados "Impostos sobre o Patrimônio", como IPTU, IPVA, ITR. PESSOAL Pessoal é o imposto que estabelece diferenças tributárias em função de condições inerentes ao contribuinte. Tributa-se de acordo com sua capacidade econômica (Imposto de Renda das pessoas físicas e jurídicas), em decorrência do disposto no §1º do artigo 145 da CF: “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. EXTRAFISCAL Tributo que não visa só a arrecadação, mas também, corrigir anomalias econômicas. Exemplo: Imposto de Exportação. Visa o equilíbrio da balança comercial. PARAFISCAL Contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo. Exemplo: taxa anual do CRC, CREA, OAB, etc. CTN Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantespara qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. É verdade que a própria lei que institui o tributo já lhe dá um nome: imposto sobre serviços de qualquer natureza, taxa de coleta de lixo, etc. Entretanto, embora a lei dê um nome ao tributo, não podemos garantir que o que a lei chamou de taxa, por exemplo, é realmente uma taxa. O CTN define que é pelo fato gerador que se determina a natureza jurídica do tributo, não importando o nome que a lei lhe conferiu, nem a destinação do produto da arrecadação deste tributo. Assim, o que a lei chamou de taxa pode ser, na verdade, um imposto disfarçado, caso seu fato gerador seja típico de imposto. EX.: A antiga Taxa de Iluminação Pública (TIP), que na verdade se trata de imposto (Atualmente COSIP – Contribuição para o custeio do Serviço de Iluminação Pública). Não obstante, parcela da doutrina defende que as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios podem apresentar fatos geradores que, muitas vezes, se assemelham aos de impostos. Por conseguinte, ficaria difícil determiná-los apenas pela análise do fato gerador. Por isso, a própria CF/88 elegeu a destinação legal do produto da arrecadação destas espécies como elemento diferenciador. É o que ocorre nos casos do empréstimo compulsório e das contribuições especiais. Resumindo: Para os impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale todo o art. 4º do CTN. Já para as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios, deve haver uma análise, também, da destinação da arrecadação. SÃO AS TEORIAS QUE EXPLICAM AS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS • •Teoria Bipartite: Entende haver apenas duas espécies tributárias, os tributos vinculados e os tributos não vinculados a uma ação estatal (Geraldo Ataliba). Teoria Tripartite: Entende como tributo os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias (Rubens Gomes de Sousa, Paulo de Barros Carvalho). Teoria Quadripartite: Considera como tributo os impostos, as taxas, as contribuições de melhorias e o empréstimo compulsório (Bernardo Ribeiro de Moraes, Luciano Amaro). Teoria Quimpartite ou Pentapartite: Considera como tributo os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais. (Hugo de Brito Machado, Ives Gandra da Silva Martins, Kiyoshi Harada, Sérgio Pinto Martins entre outros). OBS.: Como é possível observar, a doutrina majoritária adota a Teoria Quimpartite. O art. 5º do CTN adota a Teoria Tripartite: Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. A CF/88 adota a Teoria Pentapartite (arts. 145, 148 e 149): •Impostos •Taxas •Contribuições de Melhoria •Empréstimos Compulsórios •Contribuições Sociais: contribuições de Intervenção no Domínio Econômico e de interesse das Categorias Profissionais e Econômicas. CTN Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas. Art. 18. Compete: I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes; II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS (OBJETO DE INCIDÊNCIA. ALÍQUOTA. FORMA DE PERCEPÇÃO. BASE ECONÔMICA. FORMA DE COBRANÇA) Poder de polícia é o poder que o Estado possui de restringir ou tolher algumas atividades próprias dos particulares, por assim julgar ser conveniente e importante ao convívio social. Assim, podemos definir poder de polícia como sendo a atividade da administração pública que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade do cidadão, em razão do interesse público. CTN Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivolançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. CONTRIBUIÇÕES Rege o art. 149 da CF/88, que compete exclusivamente à União instituir três espécies de contribuições: a)Contribuições sociais; b)Contribuições de Intervenção no domínio econômico (CIDE’s); e c)Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas). A exceção a essa regra é dada pelo §1º, do próprio art. 149, que diz que os Estados, os Municípios e o DF instituirão contribuição cobrada de seus servidores, para custeio, em benefício destes. Para Ricardo Alexandre, as contribuições especiais, que recebem esse nome com a finalidade de serem diferenciadas das contribuições de melhoria, serão classificadas da seguinte forma: CIDE COMBUSTÍVEIS • É incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina, diesel e respectivas correntes, querosene de aviação e derivativos, óleos combustíveis (fuel-oil), gás liquefeito de petróleo (GLP), inclusive o derivado de gás natural e de nafta, e álcool etílico combustível. • Essa contribuição incide sobre os produtos importados e sua comercialização. Têm como fato gerador os combustíveis em geral. Os contribuintes são o produtor (refinaria), o formulador (laboratórios de pesquisas) e o importador (pessoa física ou jurídica) dos combustíveis. • Do total arrecadado, 71% vão para o orçamento da União, e os outros 29% são distribuídos entre os Estados e o DF, em cotas proporcionais à extensão da malha viária, ao consumo de combustíveis e à população. Os recursos devem ser aplicados em: -programas ambientais para reduzir os efeitos da poluição causada pelo uso de combustíveis; -subsídios à compra de combustíveis; ou -infraestrutura de transportes. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL GENÉRICA Entenda-se por contribuição social genérica, aquela voltada aos diversos setores compreendidos no conjunto da ordem social, como educação, habitação etc. É um tributo vinculado, devendo ter destinação específica e, portanto, não pode ser de natureza diversa do tributo a que for adicionado. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP) O STF entendeu que este é um tributo sui generis, pois não se confunde com um imposto, tendo em vista que sua receita se destina à finalidade específica, tão pouco se confunde com uma taxa, por não exigir contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. DEBATE 2 A qual espécie tributária pertence o FUST – Fundo de Universalização das Telecomunicações? (Vide RE n. 146.733-9/SP e RE n. 138.284/CE no site www.stf.gov.br - Lei 9.998/2000) Que é taxa? Quais as possíveis espécies de taxa? Que caracteriza o serviço público e o poder de polícia? Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso da concessão desses serviços? (Vide anexos III e IV). O art. 79 do ADCT (introduzido pela EC 31/00) outorgou à União competência para criação de “adicional para financiamento do FCEP (Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza)” à alíquota do IPI de 5 pontos percentuais, incidente sobre produtos supérfluos. Em qual espécie tributária se enquadra esse adicional? Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? Qual a natureza jurídica do quantum cobrado para fins de permitir a participação em concurso público? E da taxa de “Preservação Ambiental”, cobrada pelo Estado do Pernambuco, nos termos da Lei nº 10.403/89, sobre a permanência na Ilha de Fernando de Noronha? Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61
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