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Aula 00 – LINDB Curso: Direito Civil para ANALISTA MINISTERIAL – ÁREA JURÍDICA – MP-PE Professor: Wangney Ilco Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 2 de 88 www.exponencialconcursos.com.br PÓS-EDITAL!!! FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – FCC !!! PROVAS: 02/12/2018 Remuneração Inicial: R$ 4.809,54 (Analista) Olá pessoal! Tudo beleza? Sejam bem-vindos ao nosso Curso de Direito Civil para o cargo de ANALISTA Ministerial – Área Jurídica (MP-PE) Finalmente saiu este concurso tão aguardado! NÃO PODEMOS PERDER TEMPO!!! A fila é grande, mas pode e deve ser furada. Para que isso ocorra, eis o presente curso de Direito Civil. O curso está 100% atualizado, inclusive com as alterações ocorridas na LINDB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Curso 100% focado na FCC!!! Basta Conferir. Vambora????? APRESENTAÇÃO Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. (Martin Luther King Jr.) Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 3 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Sumário Apresentação do professor .................................................................. 4 Informações sobre o curso .................................................................. 4 1-Conteúdo e cronograma das aulas ...................................................... 4 2-Metodologia utilizada ......................................................................... 5 3-Legislação aplicável ........................................................................... 5 4-Análise do Edital e histórico da prova .................................................. 5 5-Suporte ........................................................................................... 6 1- Considerações Iniciais .................................................................. 7 1.1- Leis naturais x leis jurídicas ........................................................... 7 1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo ................................................ 8 1.3- Fontes do Direito ......................................................................... 9 1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito .............. 10 1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro .......................... 10 2- Vigência e Eficácia da Norma ...................................................... 13 3- Revogação da Norma .................................................................. 20 4- Conflito de Normas no Tempo ..................................................... 25 5- Preenchimento da Lacuna Jurídica ............................................. 28 6- Princípio da Obrigatoriedade ...................................................... 32 7- Critérios de Hermenêutica Jurídica ............................................. 32 8- Conflitos de Norma no Espaço .................................................... 35 9- Estatuto de Direito Internacional Privado ................................... 36 10- Lei nº 13.655/18: segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público ............................................................... 43 11- Questões Propostas .................................................................... 46 12- Gabarito ..................................................................................... 60 13- Questões propostas comentadas .................................................. 2 Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 4 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Apresentação do professor Me chamo Wangney Ilco. Sou ex-aluno do Colégio Naval (ingresso em 1997) e Escola Naval (ingresso em 2000). Bacharel em Ciências Navais pela Escola Naval com especialidade em Sistemas (2004). Após alguns anos como Oficial da Marinha, decidi deixar a vida militar e ingressei nesta doce vida de “concurseiro”. O foco era a área fiscal, mais especificamente o fisco do Estado do Rio de Janeiro. Nos dois primeiros certames (2008) não fui feliz, por absoluta perda de foco e por problemas pessoais. Porém, já no ano seguinte, após alguns meses sem estudar, retornei com muita força já com edital na praça. Fiz alguns ajustes. Foram 45 dias de dedicação total e foco máximo. Resumos, gráficos, esquemas, mapas-mentais foram utilizados para aproveitar o tempo com a máxima eficiência. E deu certo! Obtive a tão sonhada aprovação: Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Cargo que exerço atualmente! Desde então, final de 2009, me tornei Professor de Direito Empresarial e Direito Civil tendo lecionado em alguns dos principais cursos preparatórios do país, dentre eles o Exponencial Concursos (meus cursos de empresarial). No momento, estou cursando Direito na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Informações sobre o curso 1-Conteúdo e cronograma das aulas AULA ASSUNTO 00 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 01 Pessoas (Naturais e Jurídicas). Fundações e Associações. 02 Dos bens. 03 Negócios Jurídicos. Atos Jurídicos. Fatos e Negócios Jurídicos. 04 Da Prescrição e Da Decadência. 05 Obrigações de Dar, de Fazer e de não Fazer. Pagamento. 06 Contratos: disposições gerais. Compra e Venda. Depósito. Mandato. Fiança. 07 Da Responsabilidade Civil. Pressupostos e Requisitos Atos Ilícitos. 08 Posse e Propriedade. Posse, Aquisição da Propriedade. Função Social da Propriedade. 09 Do casamento. Das relações de parentesco. Dos alimentos. Da união estável. Da tutela e da curatela. Do poder familiar. 10 Da sucessão legítima e testamentária. *Confira o cronograma com as datas de disponibilização das aulas no site do Exponencial. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 5 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Além de abordar a parte teórica, faremos cerca de 450 questões com grande predominância de questões FCC, ok? Todas as questões inseridas nas aulas serão devidamente comentadas, de modo a não deixar dúvidas. Desse modo, este curso será completo. Ele foi elaborado visando ser sua única fonte de estudos de Direito Civil. 2-Metodologia utilizada Abrangeremos de modo aprofundado os aspectos mais relevantes de cada tópico do conteúdo exigido, evitando-se, porém, discussões doutrinárias desnecessárias. Para otimizar seu aprendizado, nosso curso será ESQUEMATIZADO assim: Acreditamos que essa composição seja importante para o aprofundamento, tendo como propósito uma preparação completa e integral, visando um excelente desempenho em prova. 3-Legislação aplicável A base do nosso curso será o Código Civil (Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002), a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei 4.657 de 4 de setembro de 1942), a Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito Civil e a melhor doutrina nacional. 4-Análise do Edital e histórico da prova Há algum tempo, as questões de Direito Civil limitavam-se a cobrar a letra da lei. Com isso, bastava que os alunos decorassem os artigos mais cobrados para conseguir uma boa pontuação. Entretanto, a característica da decoreba sofreudiversas mudanças e, atualmente, as questões costumam cobrar a aplicação dos conceitos em pequenos casos práticos apresentados. Analisando o conteúdo do seu edital, Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 6 de 88 www.exponencialconcursos.com.br tenha certeza que conseguiremos lhe passar o conteúdo necessário para uma excelente prova. É importante destacar que Direito Civil é uma matéria extremamente extensa, que abrange variadas possibilidades de construções de questões diferentes, trazendo certa dificuldade para tentar prever o que será cobrado. Porém, o nosso curso foi construído para atender à totalidade (100%) do conteúdo programático do último edital. 5-Suporte Nosso estudo não se limita apenas à apresentação das aulas ao longo do curso. É natural surgirem dúvidas. Por isso, estaremos sempre à disposição para responder aos seus questionamentos através do fórum de cada aula. Todos têm dúvidas! Errar é comum quando se está tentando aprender. O que não pode acontecer é você guardar sua dúvida ao invés de expor a sua dificuldade. No mais, esperamos contar com a presença de vocês neste curso de maneira otimista e compromissada, para que possamos caminhar juntos, de mãos dadas, rumo à aprovação. Tenho certeza que com ESFORÇO, DISCIPLINA e ORGANIZAÇÃO chegaremos lá. Força na remada! Pois bem, vamos ao que interessa! Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 7 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 1- Considerações Iniciais Inicialmente, devemos fazer uma introdução que abrange não somente o Direito Civil, mas todo o Direito. São assuntos que costumamos ver no início da faculdade de Direito. É verdade que são assuntos pouco cobrados em prova, de forma isolada. E, em relação a nossa área, isso não é diferente. Porém, é uma introdução necessária sim para o bom andamento do curso e também porque alguns termos que veremos a seguir podem ser usados em questões de outros assuntos, ok? Então, vamos seguir! 1.1- Leis naturais x leis jurídicas Vamos começar nosso trabalho com o estudo da lei. Inicialmente, é interessante perceber que quando falamos em lei, estamos nos referindo ao conjunto de normas e regras jurídicas, e não às leis naturais. Mas, qual é a diferença entre as leis naturais e as leis jurídicas? As leis naturais são decorrentes da própria ação da natureza, na qual reina o chamado princípio da causalidade. Isso significa que cada causa produz determinado efeito, e isso independe de ação humana. Podemos citar, como exemplo, a lei da gravidade. As leis jurídicas, por sua vez, são convenções que disciplinam regras de conduta, que funcionam como diretivas para ação. Nesse caso, podemos citar o princípio da imputabilidade, pois quando um indivíduo pratica uma conduta prevista em lei como crime ou contravenção, a ele deve ser imputada determinada consequência prevista em lei. No nosso estudo, quando nos referirmos à lei, estaremos tratando das leis jurídicas. Leis naturais Princípio da causalidade Leis jurídicas Princípio da imputabilidade Aula 00 –Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. ≠ Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 8 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo Outra diferenciação que precisamos fazer é com relação ao Direito objetivo e o Direito Subjetivo. Vejamos: Portanto, o Direito objetivo e o Direito subjetivo estão intimamente ligados, representando conceitos distintos. Ressalta-se que há uma corrente doutrinária que considera que o Direito subjetivo é a faculdade de agir do indivíduo conforme os seus interesses. Mas há outra corrente que entende que essa faculdade de agir não é o Direito subjetivo em si, mas está contido nele, pois a faculdade de agir seria algo inerente ao ser humano e, portanto, estaria inserido no campo natural. A faculdade humana, por esta corrente, seria anterior ao Direito. Beleza? 1. (ESPP/Juiz do Trabalho-TRT-9ªR/2012) Considerando a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito objetivo" e "direito subjetivo", assinale a alternativa incorreta: a) O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi". b) Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula, temos o "direito subjetivo". c) Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo titular, na defesa do seu interesse. d) Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado (Ihering). Direito Objetivo • É o conjunto de normas jurídicas de caráter geral e de observância obrigatória pelos indivíduos; •É imposto pelo Estado; •Refere-se ao conceito de Norma Agendi - são normas jurídicas comportamentais; •Estabele limites à conduta humana em sociedade; •Expressa a vontade geral; •Organiza a sociedade conforme o conjunto de regras jurídicas; •Ex.: O respeito à propriedade é uma imposição do Direito; Direito Subjetivo • É o poder atribuído ao indivíduo para agir conforme a sua faculdade para a satisfação dos seus interesses tutelados pela lei (Direito objetivo); •Refere-se à Facultas Agendis - faculdade individual de agir conforme o direito objetivo; •Expressa a vontade individual •É posterior à norma jurídica; •Deriva e nasce do Direito objetivo; •Ex.: O indivíduo poderá usar o seu direito à propriedade para protegê-la. Poder de coerção. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 9 de 88 www.exponencialconcursos.com.br e) 0 direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e comina sanções pelo comportamento diverso dessa descrição Comentários Letra “b” incorreta. Na verdade, o conceito expresso na letra “b” qualifica o Direito objetivo e não o subjetivo. As demais alternativas estão perfeitamente corretas, representando os conceitos e características do Direito objetivo e do Direito subjetivo. Gabarito1: B 1.3- Fontes do Direito As Fontes do Direito representam a origem, bem como o meio de expressão das normas jurídicas. Podemos observar duas formas de classificar as Fontes do Direito: Nas fontes formais, a lei é a principal delas, enquanto as demais são consideradas fontes acessórias. A outra classificação prevista é a seguinte: FONTES do Direito FORMAIS Lei Analogia Costume Princípios Gerais de Direito NÃO FORMAIS Doutrina Jurisprudência Fontes do Direito Diretas ou Imediatas Lei + Costumes: criam a regra jurídica. Indiretas ou Mediatas Doutrina + Jurisprudência: não criam, mas contribuem para a criação da regra jurídica. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 10 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito As normas jurídicas estão na base de um ordenamento jurídico. Elas estabelecem as regras de conduta e comportamento da sociedade, sendo uma imposição do Estado, o qual possui a responsabilidade de aplicar as penalidades previstaquando infringidas. Reflete também os preceitos, os mandamentos e os valores do ordenamento jurídico. Em algumas ocasiões, a norma jurídica é utilizada como sinônimo de lei. Assim sendo, é importante atentar que a palavra lei (ou norma jurídica) pode ser utilizada em dois sentidos: amplo (“lato sensu”) e estrito (“stricto sensu”). Em sentido amplo (norma jurídica), a palavra lei abrange não apenas as leis emanadas pelo Poder Legislativo, mas também outros normativos, como por exemplo, os decretos e os regulamentos. Outro exemplo, seria o caso da Medida Provisória, que em situações de urgência e relevância, é fruto do Poder Executivo e tem força de lei. Embora não seja lei em sentido estrito, a medida provisória é lei em sentido amplo. A lei em sentido amplo também é conhecida como lei em sentido material, pois apesar de não ser uma norma jurídica que seguiu a formalidade legislativa, é uma norma em sua essência, em seu conteúdo. Em sentido estrito, a lei precisaria ser introduzida no ordenamento jurídico somente pelo Poder Legislativo, por meio de atos legislativos formais. Por isso, a lei sem sentido estrito também é conhecida como lei em sentido formal. 1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Bem, pessoal, esta aula vai girar em torno da chamada Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42), cuja sigla que adotaremos é a LINDB, ok? Anteriormente, conhecíamos a LINDB como Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), porém a Lei nº 12.376/10 alterou o Decreto-Lei em sua ementa; mudou-se de LICC para LINDB. Pura formalidade! É o que menos importa para a nossa prova. Na verdade, apesar da LINDB ser tratada didaticamente como uma norma de introdução ao Direito Civil, na prática é uma lei autônoma aplicada também aos demais ramos do Direito – daí a razão para a mudança de nomenclatura. A LINDB, portanto, deve ser tratada como uma lei que regulamenta outras leis e normas, sendo por isso conhecida pela expressão lex legum – sobredireito, Lei Sentido amplo (lato sensu) Não precisa ser proveniente do Poder Legislativo Sentido estrito (stricto sensu) Necessariamente proveniente do Poder Legislativo Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 11 de 88 www.exponencialconcursos.com.br superdireito, lei das leis, norma sobre as normas. Logo, a LINDB possui de início duas características principais: CONJUNTO DE NORMAS SOBRE NORMAS e APLICABILIDADE A TODOS OS RAMOS DO DIREITO. Abaixo, podemos observar onde o D. Civil insere-se no Direito: No mais, dessa forma, a LINDB vai tratar dos seguintes pontos: Direito Público D. Constitucional D. Administrativo D. Tributário, etc. Privado Direito Comercial Direito Civil Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro LINDB Vigência e Eficácia das normas jurídicas Conflito das LEIS no Tempo e no Espaço Critérios de Hermenêutica Jurídica (interpretação) Formas de Integração da norma jurídica Normas de Direito Internacional público e privado Lex Legum Interesses do Estado Relações entre particulares As principais características da LINDB são: - Ser um conjunto de normas sobre normas, pois é uma lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando- lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (lex legum); - Ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; e por ultrapassar em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste diploma legal contém normas de sobredireito. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 12 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 2. (CESPE/Delegado de Polícia-AL/2012) Com base no que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. A LINDB é considerada uma lex legum, ou seja, uma norma de sobredireito. Comentários O item está Certo. A LINDB é considerada uma norma de sobredireito, pois é um conjunto de normas sobre normas, que atinge não apenas o direito privado, mas também o direito público, possuindo aplicação nos diversos ramos do direito. Gabarito2: Certo Sabendo que a lei é o objeto de estudo da LINDB, vale a pena enumerarmos as suas características: Características das LEIS Generalidade ou Impessoalidade A LEI objetiva atingir todas as pessoas que se encontrem na mesma situação jurídica. Ela não é personalíssima. Não é dirigida especificamente a um indivíduo; mas, à coletividade. A exceção é a lei formal ou singular, que se aplica apenas a uma pessoa. Exemplo: uma lei criada para dar pensão a uma pessoa pública que esteja passando dificuldades. A doutrina afirma que é um ato administrativo com forma de lei. Obrigatoriedade e imperatividade O descumprimento da lei autoriza a aplicação de uma sanção Permanência ou persistência A lei não se esgota em uma única aplicação. Autorizante Se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma indenização por perdas e danos caso tenha sofrido um prejuízo em virtude da lei. É aqui que a lei se distingue das normas sociais, que, se violadas, não ensejam perdas e danos. Pois bem, segundo sua força obrigatória, as leis podem ser: Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 13 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 1- Lei Cogente ou Injuntiva: é a lei de ordem pública. É a que não pode ser modificada pela vontade das partes e, nem mesmo, pelo juiz. São imperativas ou proibitivas. a) lei cogente imperativa: é a que ordena um certo comportamento. Por exemplo, o comerciante não pode escolher para qual cliente vender a mercadoria; b) lei cogente proibitiva: é a que veda certo comportamento. Por exemplo, o Código Civil proíbe a doação universal, isto é, a doação de todos os bens sem que haja reserva do mínimo para sobreviver. 2- Leis Supletivas ou Permissivas: são as leis dispositivas, isto é, leis que protegem interesses particulares. Podem ser modificadas pela vontade das partes. É o caso da maioria das leis que disciplinam os contratos, em regra. Por fim, a Lei de efeito concreto é a que produz efeitos imediatos. Como exemplo temos uma lei que proíbe certa atividade. É a lei que por si só já produz o efeito desejado. Tal classificação é importante principalmente no que tange ao mandado de segurança. Em regra, não se pode impetrar mandado de segurança contra lei em tese, porém, se for lei de efeito concreto, cabe mandado de segurança. Também cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal admite o controle de constitucionalidade quando a lei for de efeitos concretos. Esta lei de efeito concreto se assemelha aos atos administrativos, cujos efeitos são imediatos. 2- Vigência e Eficácia da Norma O art. 1o, caput, da LINDB consagra o princípio da vigência sincrônica: Quanto à Imperatividade ou Obrigatoriedade: COGENTES -É absoluta, lei de ordem pública; -Representa uma ação ou abstenção; -Mandamentais ou Proibitivas; -Proibida a direção alcoolizada; -Usar o cinto de segurança. Não COGENTES -É relativa; -Representa faculdade de agir ou de se abster - vontade das partes; -Permissivas ou Supletivas; -Casamento (escolha doregime de bens). Salvo disposição contrária a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 14 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, em regra geral, a vigência da lei ocorre após 45 dias contados a partir de sua publicação. Esse é o chamado sistema simultâneo ou sincrônico, pois determinou um prazo único para a obrigatoriedade da lei em todo o país. • Princípio da Vigência Sincrônica: a obrigatoriedade da lei no país é simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. 3. (CESPE/Auxiliar Judiciário/TJ-AC/2012) Com base na Lei de Introdução às Normas Brasileiras, julgue os itens a seguir. A vigência da norma começa com sua promulgação. Comentários O item está Errado. Conforme artigo 1° da LINDB, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Portanto, o prazo é de 45 dias e deve ser contado a partir da publicação e não da promulgação da lei. Gabarito3: Errado A vigência é um critério puramente temporal da norma, que vai desde o início da sua obrigatoriedade até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. Quando classificada (segundo José Afonso da Silva) de acordo com a dependência de outras normas, podem ser: a) Normas de eficácia plena – quando a eficácia é imediatamente concretizada; b) Normas de eficácia limitada – quando a eficácia depende de uma outra norma; e Publicação Vigência 45 dias Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 15 de 88 www.exponencialconcursos.com.br c) Normas de eficácia contida – quando a eficácia pode ser restringida por outra norma. É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência), mas tenha eficácia (produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o Direito Penal e analisar o art. 3o do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta for excepcional ou temporária: Lei excepcional ou temporária Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica- se ao fato praticado durante sua vigência. - Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. - Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica. Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia). Continuando o estudo do art. 1o da LIDB, temos que: Art. 1o da LIDB - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. [...]. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 16 de 88 www.exponencialconcursos.com.br O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte forma: 1) Edição; 2) Processo Legislativo; 3) Sanção do Presidente da República; 4) Publicação, e; 5) Vigência. As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito Constitucional. Aqui começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem conhecimento do seu conteúdo; e, consequentemente, o diploma legal irá adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o nascimento da lei se dá com a promulgação. PROMULGAÇÃO ≠ PUBLICAÇÃO Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de ambas constituírem fases essenciais da eficácia da lei. A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos: a) reconhece os fatos e atos geradores da lei; b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais. A promulgação das leis compete ao Presidente da República, conforme prevê o art. 66, § 7o da Constituição Federal. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas decorrido da sanção ou da superação do veto. Neste último caso, se o Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Presidente do Iniciativa Discussão e aprovação Sanção ou Veto PromulgaçãoPublicação Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 17 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Senado. Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice- Presidente do Senado fazê-lo. A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei aos seus destinatários. É condição de vigência e eficácia da lei. Em resumo: Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema. Existem três espécies de leis de acordo com o prazo de vacatio legis: 1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar nº 95/98, tem expressa disposição do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei determinando que a lei "entra em vigor um ano depois de publicada". Art. 8º da LC 95/98 A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. Promulgação declara a existência da lei "nascimento" da lei Publicação divulga a existência da lei exigência para entrada em vigor Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 18 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, no silêncio da lei, entra em vigor no país 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida,três meses após a publicação oficial. 3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal. Segue esquema gráfico: Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja, ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova não entrar em vigor ela não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente válidos. A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8o, § 1o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o último dia na contagem do prazo. Art. 8o, § 1o da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor em qual dia? Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 19 de 88 www.exponencialconcursos.com.br No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis) inclui o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no dia subsequente (17 de janeiro). Seque quadro: Contagem do dia do mês 2 3 4 5 . . . 16 ➔ DIA 17 3- Contagem do vacatio 1 2 3 4 . . . 15 ➔ vigência no dia seguinte O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio legis. Finalizando o estudo do art. 1o da LINDB temos: Art. 1o da LIDB – [...]. § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de interpretação, então poderemos observar situações distintas por ocasião da correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de criação da norma: 1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores problemas; 2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis para o texto corrigido; 3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida mediante uma nova norma de igual conteúdo. Segue esquema gráfico: Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 20 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo de vacatio legis, apenas para a parte da lei que foi corrigida. 3- Revogação da Norma É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra norma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a perda de sua efetividade. Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser: 1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou 2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada. Através do art. 2o, caput, da LIDB, o legislador expressou o Princípio da Continuidade. Revogação total (ab-rogação) toda a lei é tornada sem efeito Revogação parcial (derrogação) parte da lei é tornada sem efeito Não se destinando à vigência temporária a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 21 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária, que possuem data certa para “morrer” (perder a vigência). A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta que transcorra o lapso temporal de um ano. Tendo como base legal o art. 2o, § 1o da LINDB, existem duas formas de revogação de uma lei antiga por uma lei nova. Art. 2o § 1o da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. São elas: 1) Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que estão sendo por ela revogados. 2) Revogação tácita ou indireta: se subdivide em dois tipos. - Revogação tácita por incompatibilidade; e - Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma matéria tratada por uma lei anterior). Então, temos: 4. (CESPE/Analista/Área Advocacia/SERPRO/2013) A respeito das normas relativas à aplicação e vigência da lei contidas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare Revogação expressa seja com ela incompatível Revogação tácita regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 22 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova, aprovada segundo as regras do processo legislativo, passar a regulamentar inteiramente a mesma matéria de que tratava a lei anterior, ainda que a lei nova não o declare expressamente. Comentários O item está certo. Quando a lei nova regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, sem declarar expressamente a revogação, ocorre a chamada revogação tácita. Conforme § 1° do artigo 2°, a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Gabarito4: Certo Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova redação à LC 95/98 que ficou da seguinte forma: Art. 9o da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas. Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais se valer daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”. Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. A antinomia pode ser de dois tipos: real ou aparente. Quando se tratar de uma antinomia real a solução é a revogação da norma conflitante. Entretanto, quando se tratar de uma antinomia aparente, para a verificação de revogação das normas e solução de tais conflitos, três critérios, listados no quadro a seguir, devem ser utilizados: CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA APARENTE 1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das normas é superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta); 2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legigenerali): as normas gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial, e; 3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em vigor. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 23 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Dos três critérios acima, o cronológico é o mais fraco de todos, sucumbindo diante dos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o hierárquico é o mais forte de todos. O art. 2o, § 2o da LINDB consagra o princípio da conciliação. De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. Princípio da conciliação: se uma lei não contraria outra já existente, então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. 5. (CESPE/Auditor Federal de Controle Externo/TCU/2013) Julgue os itens a seguir, com fundamento na Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após cinco anos de vigência de lei especial sobre determinada matéria, foi editada nova lei contemplando disposições gerais acerca do mesmo tema. Nessa situação, a edição da lei mais recente, a qual estabelece disposições gerais, revoga a lei anterior especial. Comentários Hierárquico Especialidade Cronológico A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior Prevalecem as leis especiais em relação às gerais Prevalecem as leis de hierarquia superior Prevalecem as leis novas em relação às anteriores Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 24 de 88 www.exponencialconcursos.com.br O item está Errado. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior, conforme § 2° do artigo 2° da LINDB. Gabarito5: Errado Já o art. 2o, § 3o da LINDB dispõe sobre a repristinação. Art. 2o, § 3o da LINDB - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Por meio da sua leitura, concluímos que a regra é a não-restauração da norma, ou seja, a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. O motivo dessa não-restauração de normas é o controle do sistema legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor. Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá restituir- lhe a vigência, desde que em sua totalidade. A seguir temos um esquema gráfico sobre a repristinação: Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada pela Lei C, a Lei A irá “ressuscitar”? Ou seja, irá ocorrer a repristinação? Resposta: Caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei A, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua “morta”. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 25 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 6. (VUNESP/Auditor Fiscal Tributário Municipal/Prefeitura de São José do Rio Preto-SP/2014) A repristinação consiste: a) no lapso temporal entre a promulgação da lei e sua vigência, não podendo ser inferior a 45 (quarenta e cinco) dias. b) na supressão de lei ou dispositivo legal, em razão da declaração de inconstitucionalidade, por controle concentrado. c) na revogação tácita de lei, em virtude de lei posterior com ela incompatível. d) no suprimento de omissão da lei pela aplicação da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito. e) na restauração da lei revogada por ter a lei revogadora perdido sua vigência, sendo admitida apenas quando há expressa disposição legal. Comentários Letra “e”. A repristinação consiste na restauração da lei revogada por ter a lei revogadora perdido sua vigência. Conforme § 3o do artigo 2º da LINDB, salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Portanto, somente haverá repristinação, quando houver expressa disposição legal. Gabarito6: E 4- Conflito de Normas no Tempo O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos existem dois critérios: • disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior; • princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga. Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: a) Pretéritos: são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus efeitos produzidos na vigência daquela lei. b) Futuros: são os que ainda não foram gerados. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 26 de 88 www.exponencialconcursos.com.br c) Pendentes: são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e não produziram todos os seus efeitos nela. Ex.: Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado, no início deste ano entrou em vigência uma nova lei e até hoje a coisa emprestada está na minha posse. Esse contrato embora constituído na vigência de uma lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revogadora. Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. Analisando o art. 6o da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa, devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Art. 6º da LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. A lei em vigor terá efeito imediato geral respeitados ato jurídico perfeito direito adquirido coisa julgada Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 27 de 88 www.exponencialconcursos.com.br § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico:• Ato Jurídico Perfeito: é o ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo • Direito Adquirido: é direito incorporado ao patrimônio do particular Como exemplo de ato jurídico perfeito, temos o contrato de locação celebrado durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou; ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine. Como exemplo de direito adquirido, temos a pessoa que se aposenta e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que já está aposentado. Quanto à coisa julgada, trata-se da qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. Apesar de não ser cabível recurso, a coisa julgada pode ser questionada por meio de ação rescisória (não é um recurso), conforme prevê o art. 966 do Novo Código de Processo Civil: Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 28 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Também é possível vislumbrar o princípio da irretroatividade no art. 5º, XXXVI da Constituição Federal. Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Em resumo: 5- Preenchimento da Lacuna Jurídica Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição ou da jurisdição obrigatória, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante da ausência de lei regulando uma determinada situação jurídica, faz-se necessário ao magistrado valer-se dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4o da LINDB: Quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com analogia costumes principios gerais de direito O R D E M Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 29 de 88 www.exponencialconcursos.com.br MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO Deve ser observada a sequência apresentada, ou seja, primeiro o magistrado deve fazer uso da analogia, posteriormente dos costumes e, por último, dos princípios gerais de direito. Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a seguir: OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!! - Apesar do art. 4o da LINDB não mencionar expressamente a equidade, alguns doutrinadores entendem que ela pode funcionar como último mecanismo para integração do ordenamento jurídico. Ou seja, diante da ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o magistrado, para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode utilizá-la. É o que se depreende do art. 140 do Novo Código de Processo Civil (NCPC). Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. - Entretanto, tome cuidado com questões de prova que mencionam ser a equidade uma fonte de integração do ordenamento jurídico expressa na LINDB, pois a afirmativa estará errada. 7. (CESPE/TJAA/TJ-SE/2014) No que se refere aos dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, aplicação, interpretação e integração das leis, julgue o seguinte item. Conforme previsão expressa da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, nas hipóteses de omissão legislativa, serão aplicados a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito. Comentários O item está Errado. A aplicação da equidade não está expressamente prevista na LINDB nas hipóteses de omissão legislativa. Conforme artigo 4o da LINDB, Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 30 de 88 www.exponencialconcursos.com.br quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Gabarito7: Errado ANALOGIA é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma). A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). Vejamos: a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso semelhante; b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto. ANALOGIA LEGAL ➔ UMA NORMA ANALOGIA JURÍDICA ➔ CONJUNTO DE NORMAS O COSTUME é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária. Os costumes distinguem-se em: 1) Costume secundum legem - é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume a solução do caso concreto. É amplamente aceito pela doutrina. Ex.: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar” 2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Provoca divergência na doutrina e pode ser de dois tipos: Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 31 de 88 www.exponencialconcursos.com.br o Consuetudo abrogatória – espécie de costume contra legem que se caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais. o Desuetudo – espécie de costume contra legem que consiste na falta de efetividade da norma legal não revogada formalmente. Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos (Estado de São Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente. Nos termos do art. 227, § único do CC, qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal (verbal) é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. Dessa forma, os negócios vultosos (superiores a 10 salários mínimos) de gado no mercado de Barretos representam um costume contra legem, pois deveriam ser celebrados na forma escrita, em decorrência do grandevalor, mas são celebrados verbalmente, contrariando a lei. 3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou lacuna da lei nos casos omissos. É amplamente aceito pela doutrina e está citado no art. 4o da LIDB. Ex.: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não possui regulamentação legal. São condições para a vigência do costume sua continuidade, diuturnidade e obrigatoriedade. O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade. CARACTERÍSTICAS DOS COSTUMES - CONTINUIDADE - DIUTURNIDADE - OBRIGATORIEDADE PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO são postulados que estão implícita ou explicitamente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os princípios gerais de Direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema. De acordo com as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de interpretação, que, por sua generalidade e amplitude, informam as demais regras, constituindo a base de todo o ramo do Direito ao qual se aplica. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 32 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 6- Princípio da Obrigatoriedade Ninguém pode deixar de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. Esse conceito representa o princípio da obrigatoriedade expresso no art. 3º da LINDB. Há quem diga que não se trata de um princípio absoluto, pois entende ser uma exceção o art. 8º da Lei de Contravenções Penais. Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 7- Critérios de Hermenêutica Jurídica Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da linguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é chamada exegese. Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primeira, a lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula, mas não é cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão da ordem, faz-se necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o seu real sentido. Veja o esquema gráfico a seguir: INTEGRAÇÃO INTERPRETAÇÃO ≠ NÃO HÁ LEI HÁ UMA LEI DÚBIA Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 33 de 88 www.exponencialconcursos.com.br A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo seu alcance e seu sentido é a hermenêutica. Com base no art. 5o da LINDB, ao utilizar os mecanismos de integração para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a estabilidade social desejada. Art. 5o da LINDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Dentre as diversas formas de interpretar as leis, destacam-se as seguintes listadas nos quadros da página seguinte. INTERPRETAÇÃO QUANTO À FONTE OU ORIGEM Autêntica Emana do próprio legislador que reconhece a ambigüidade da norma e elabora uma nova lei destinada a esclarecer a intenção da primeira. Jurisprudencial Tem como origem as reiteradas decisões judiciais proferidas pelos diversos Tribunais. Doutrinal Emana dos estudiosos da matéria do direito e das obras científicas. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 34 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Interpretação quanto ao meio ou elemento utilizado Gramatical ou literal: Busca auxílio nas regras de gramática para a solução da dúvida, tal como a análise da pontuação, da colocação da palavra na frase, a sua origem etimológica, etc. Histórica: Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, ou seja, consiste na pesquisa das circunstâncias que nortearam a sua elaboração, de ordem econômica, política e social, bem como do pensamento dominante ao tempo da formação da norma. Lógica ou racional: Atende ao espírito da lei procurando-se apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador, através de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos puramente verbais. Teleológica ou sociológica: Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas exigências sociais. Sistemática: Entende-se que a lei não existe isoladamente e o Direito deve ser visto como um todo, como um sistema, comparando a norma com outras espécies legais. INTERPRETAÇÃO QUANTO AOS RESULTADOS Declarativa Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que o legislador pensa. Extensiva Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendia dizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei. Restritiva Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendia dizer, sendo necessário restringir a aplicação da lei. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 35 de 88 www.exponencialconcursos.com.br 8- Conflitos de Norma no Espaço Pela LINDB (arts. 7o a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Estados, por isso, é que a Lei de Introdução é considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado. Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro do território estrangeiro (extraterritorialidade). Desta forma, pelo fato do princípio da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde que observadas as seguintes regras: 1) Não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 2) Não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra- se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF. Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da territorialidade e da própria extraterritorialidade de acordo com os dispositivos da LINDB: TERRITORIALIDADE Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. Art. 11 As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estadoem que se constituírem. Art. 13 A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 36 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, percebemos que nos arts. 8º, 9º, 11 e 13 deve-se utilizar a lei do país em que se originar a relação jurídica. EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Art. 12 É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Art. 17 As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Já nos arts. 7º, 10, 12 e 17, é possível a utilização de uma lei diferente da original. Tendo o art. 7º como exemplo, no que tange à capacidade, mesmo que na Argentina uma pessoa adquira capacidade plena aos 16 anos, no Brasil essa pessoa será considerada incapaz, pois aqui a capacidade plena só é adquirida aos 18 anos, em regra. A seguir detalharemos os citados artigos!!! 9- Estatuto de Direito Internacional Privado Portanto, pessoal, a partir do art. 7.º, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, por alguns denominada de Estatuto de Direito Internacional Privado, versa sobre temas como conflitos de jurisdição, critérios para solucionar problemas de qualificação, efeitos de atos realizados em outros países, condições de estrangeiros e eficácia internacional de posições jurídicas legitimamente adquiridas em certo país com possíveis reconhecimento e exercício em outro. Tal assunto costuma ser cobrado em provas de concurso pela sua literalidade. Sendo assim, iremos reproduzir os artigos em questão e apresentaremos alguns esquemas gráficos com breves comentários para facilitar a assimilação. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 37 de 88 www.exponencialconcursos.com.br O começo e o fim da personalidade (as presunções de morte, o nome, a capacidade e os direitos de família, que constituem o estado civil, ou seja, o conjunto de qualidades que constituem a individualidade jurídica de uma pessoa, terão suas questões resolvidas através do direito domiciliar, de acordo com o que determina o art. 7º da LICC. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. Independentemente de quem esteja casando, se a realização do matrimônio ocorrer no Brasil, será aplicada a lei brasileira para duas situações: 1. Impedimentos dirimentes: as causas impeditivas do matrimônio estão previstas no art. 1.521 do CC. Como exemplo, no Brasil o pai não pode casar com a filha, seja qual for a sua nacionalidade. 2. Formalidades da celebração: o Código Civil estipula diversas regras para a celebração, como a fase de “habilitação para o casamento”. Tais regras devem ser respeitadas, independentemente da nacionalidade de quem esteja casando. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. O disposto no art. 7º, § 2º, da LICC, permite que os estrangeiros, ao contraírem casamento fora de seu país, possam fazê-lo perante o agente consular ou diplomático de seu país, no consulado ou fora dele. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade o nome a capacidade os direitos de família CASAMENTO REALIZADO NO BRASIL APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS FORMALIDADES DA CELEBRAÇÃO Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 38 de 88 www.exponencialconcursos.com.br No caso de os nubentes terem domicílio internacional, a lei do primeiro domicílio conjugal estabelecido após o casamento é que prevalecerá para os requisitos intrínsecos do ato nupcial e para as causas de sua nulidade, absoluta ou relativas, inclusive no que diz respeito aos vícios de consentimento. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. Observar-se-á o direito brasileiro no caso de ter sido aqui estabelecido o primeiro domicílio conjugal, se os nubentes tiverem domicílios internacionais diferentes; ou o direito estrangeiro, no caso de ambos tiverem, por ocasião do ato nupcial, domicílio comum fora do Brasil. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. O § 5º está em consonância com o art. 1639, § 2º do CC que admite alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. De acordo com o critério da unidade domiciliar, no que diz respeito às relações pessoais entre os cônjuges, seus direitos e deveres recíprocos, e aos NUBENTES COM DOMICÍLIO DIVERSO INVALIDADE DO MATRIMÔNIO LEI DO PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 39 de 88 www.exponencialconcursos.com.br direitos e obrigações decorrentes da filiação, aplicar-se-á a lei do domicílio familiar, que se estende aos cônjuges e aos filhos menores não emancipados. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naqueleem que se encontre. Aquele que não tiver domicílio conhecido, considerar-se-á domiciliado no local de sua residência acidental ou naquele em que se encontrar, impossibilitando a hipótese de dupla residência. Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. O art. 8º da LINDB apresenta três situações relacionadas aos bens. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. O art. 9º da LINDB também apresenta três situações, mas relacionadas às obrigações. BENS REGRA LEI DE ONDE ESTIVER SITUADO MÓVEIS TRAZIDOS OU TRANSPORTADOS LEI DE ONDE O PORETÁRIO FOR DOMICILIADO EM PENHOR LEI DO DOMICÍLIO DA PESSOA COM A POSSE Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 40 de 88 www.exponencialconcursos.com.br O caput do art. 9º traduz a máxima locus regit actum (A lei do local rege o ato). As partes presencialmente celebraram contrato em país diverso daquele que residem as partes. É uma regra geral de Direito Internacional Privado. O Brasil adota esta regra (basta observa o caput do art. 9º). Prosseguindo, em relação ao §2º, seria uma situação específica, onde a obrigação seria celebrada entre pessoas ausentes e a regra a ser aplicada à obrigação seria a do “proponente”. Quando se fala em “proponente”, entendemos que é a pessoa que propõe o negócio, a obrigação. Logo, acaba que é o local onde a obrigação foi proposta (local do proponente) – não é o local do aceitante. O art. 435 do CC (aulas futuras) traz regra semelhante: Reputar- se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Com a sucessão também não é diferente. O art. 10 da LINDB apresenta três situações relacionadas. OBRIGAÇÕES REGRA LEI DO PAÍS EM QUE SE CONSTITUIREM A SER EXECUTADA NO BRASIL COM FORMA ESSENCIAL OBSERVA-SE A FORMA, MAS ADMITE-SE A LEI ESTRANGEIRA NOS REQUISITOS EXTRINSECOS RESULTANTE DE CONTRATO LUGAR EM QUERESIDIR O PROPONENTE Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 41 de 88 www.exponencialconcursos.com.br Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. § 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. O art. 12 da LINDB fixa a competência da autoridade judicial brasileira nos casos em que o réu, seja ele brasileiro ou estrangeiro, tenha domicílio no Brasil, podendo aqui ser intentada qualquer ação que lhes diga respeito. O § 1º diz respeito não só às ações reais imobiliárias mas sim a todas as ações que tratem de imóveis situados no Brasil e trata-se de norma compulsória, na medida que impõe a competência judiciária brasileira para processar e julgar ações que versem sobre imóveis situados no território SUCESSÃO REGRA LEI DO DOMICÍLIO DO DEFUNTO OU DESAPARECIDO COM BENS DE ESTRANGEIROS SITUADOS NO PAÍS LEI MAIS BENÉFICA PARA O CÔNJUGE EOS FILHOS BRASILEIROS CAPACIDADE PARA SUCEDER LEI DO DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU LEGATÁRIO Curso: Direito Civil para ANALISTA MP PE Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Profs. Wangney Ilco 42 de 88 www.exponencialconcursos.com.br brasileiro, competindo a nossa justiça fazer a qualificação do bem e a natureza da ação intentada. A previsão do § 2º diz respeito ao cumprimento, pela autoridade judiciária brasileira, das cartas e comissões rogatórias com a finalidade de investigação, e das diligências deprecadas pelas autoridades locais competentes, satisfazendo o que lhes foi requerido pela autoridade estrangeira. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal). Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; Perceba que o art. 105, I da CF/88 alterou a competência para homologar sentenças proferidas no estrangeiro do STF para o STJ. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública
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