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CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA TRABALHO INTERDISCIPLINAR SUPERVISIONADO: BIOÉTICA NO TRANSTORNO DE IDENTIDADE DE GÊNERO ALANA MAÍSA TORRES ANA CAROLINA LIMA CAMILA CAMINI SOUZA KAMILA KARLA DOS SANTOS MAIONE SOUZA PIRES PEDRO HENRIQUE SIQUEIRA MOURA TAMIRIS ALEXANDRA DE ALCÂNTARA BELO HORIZONTE 2016 AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer primeiramente à Deus por nos conceder sabedoria e iluminar nossos caminhos nos dando capacidade e perseverança para lutarmos em mais essa etapa de nossas vidas; à nossa professora e orientadora Salvina Campos por nos auxiliar mostrando o caminho para a realização deste trabalho e aos colegas do grupo pela paciência e esforço para a conclusão do mesmo. INTRODUÇÃO A transsexualidade hoje representa um dos fenômenos que mais tem crescido. A sociedade brasileira há algumas décadas, vem testemunhando a angústia de pessoas inconformadas com sua aparência física sexual. REF Estudos psíquicos substituiu o termo transexualismo por transtorno de identidade de gênero, que vai dar origem à formação invertida da identidade sexual do individuo, levando-o à convicção de pertencer ao sexo oposto do apresentado fisicamente e constante do seu registro de nascimento, bem como à reprovação dos seus órgãos sexuais externos, a ponto de querer se livrar deles por meio de cirurgia ou até mesmo por meios extremos (mutilação); são pessoas condenadas a suportar uma dicotomia entre seu sexo físico e seu sexo psíquico, inconciliáveis e antagônicos. REF Os avanços científicos proporcionaram ao transexual conhecer a sua natureza específica, assim como possibilitou o acesso às tecnologias capazes de modificar seu órgão genital, buscando adequação ao seu sexo psicossocial. É um processo lento e árduo, envolvendo o trabalho multidisciplinar de triagem, análises psicológicas, entrevistas, exames médicos pré-operatórios. Além disso, o transexual se depara com problemas que não estão ao alcance dos profissionais de saúde: a falta de dispositivo legal que regulamente a cirurgia de resignação sexual e a retificação do registro civil, adequando o prenome e estado sexual do transexual operado à nova situação. (Gómez-Gil E, Esteva de Antonio I. Ser transexual (Being Transsexual). Barcelona: Glosa; 2006). Não é assim que coloca referências. JUSTIFICATIVA REFAZER JUSTIFICATIVA OBJETIVO Objetivo Geral Abordar os aspectos bioéticos envolvidos no Transtorno de Identidade de Gênero. Objetivos específicos ● Descrever o conceito do Transtorno de Identidade de Gênero. ● Descrever a mudança de gênero e os aspectos legais envolvidos. ● Avaliar os aspectos bioéticos nas questões envolvidas em relação ao Transtorno de Identidade de Gênero. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho usaremos a metodologia de revisão narrativa da literatura. Artigos científicos publicados no período de 2005-2016 foram buscado nas seguintes bases de dados :...... “A revisão da literatura é utilizado para quaisquer pesquisas antes de se escrever um artigo. É um meio de identificar, avaliar e interpretar todos os estudos relevantes disponíveis para uma determinada questão de pesquisa, assunto ou fenômeno de interesse, no nosso caso, bioética no transtorno da identidade de gênero”. DESENVOLVIMENTO TRANSTORNO DE IDENTIDADE DE GÊNERO O transtorno de identidade de gênero (TIG) ou transsexualismo caracteriza-se por uma forte identificação com o gênero oposto, por um desconforto persistente com o próprio sexo e por um sentimento de inadequação no papel social deste sexo. Trata-se de uma condição que causa um sofrimento psicológico clinicamente significativo e prejuízos no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida de um indivíduo. Observa-se que atualmente a transexualidade, vem crescendo gradativamente, a partir da bioética. Muito se tem discutido, que esse fenômeno faz parte de questões que estão relacionadas com condutas médicas, intervenções cirúrgicas e hormonais a respeito dos seres humanos. É de fundamental importância que a transexualidade seja considerada um problema, mas sim como uma questão comparada com as identidades ou mudanças de gênero. Na bioética, a transexualidade é determinada, por uma doutrina denominada predominante na medicina e no direito, sendo um tipo de transtorno psíquico, reconhecido na classe internacional das doenças, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visto como transtorno de identidade de gênero, relacionado com transexualismo (Gómez-Gil E, Esteva de Antonio I. Ser transexual (Being Transsexual). Barcelona: Glosa; 2006). Não é assim que coloca referências. O transexual, apesar do perfeito conhecimento de que nasceu com aquela genitália, não consegue aceitar sua estrutura biológica. Para ele, sua identidade sexual é decididamente heterossexual, pois se reconhece sendo feminino e não masculino ou vice-versa, o que justifica sua reivindicação quanto à readequação genital e de caracteres secundários. O transexual não pode ser confundido com o travesti. Este, através de fetichismo, veste-se nos moldes do sexo oposto, para esconder algo destinado a ser revelado. O travesti não procura cirurgia porque o jogo com seus órgãos genitais constitui fonte de prazer, e não apresenta dúvida quanto à sua identidade sexual. Também não se identifica o transexual com o bissexual, indivíduo que mantém relações sexuais com parceiros de ambos os sexos. E, por fim, também não pode ser confundido com o homossexual, pois esse não nega seu sexo, ou seja, não possui desconforto com seu sexo de origem, apesar de se sentir atraído por indivíduos do mesmo sexo (Matão, Miranda, Campos, Teles & Mesquita, 2010). Não é assim que coloca referências. Não há, no Brasil, lei específica que regule o direito da pessoa transexual alterar o prenome e o sexo no registro civil. Porém, a lei brasileira assegura a toda pessoa o direito a um nome (prenome e sobrenome), protegendo-o contra qualquer exposição que possa causar desprezo público, ainda que não haja intenção difamatória. Sendo assim, as leis gerais vêm permitindo uma interpretação adequada às necessidades do transexual, sendo utilizadas como base situações vivenciadas pelas pessoas portadoras desta patologia no seu dia-a-dia, e fundamentam os pedidos judiciais e as decisões favoráveisa alteração do prenome e sexo no registro civil (Ventura & Schramm, 2009). Segundo a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, é assegurado a qualquer cidadão um atendimento livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em função de orientação sexual e identidade de gênero, dentre outras características. É garantido o direito do cidadão de ser identificado pelo nome e sobrenome, existindo em todo o documento do usuário um campo para se registrar o nome pelo qual prefere se chamado, independente do registro civil, não podendo ser tratado de forma desrespeitosa ou preconceituosa. É garantido, também, que em qualquer procedimento diagnóstico, consulta cirurgia, terapêutica e internação o usuário goze de privacidade e conforto, individualidade e confidencialidade de toda e qualquer informação pessoal (Brasil, 2007). ??? A REGULAMENTAÇÃO DA CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO A Cirurgia de Resignação de Sexo se mostra como o ponto mais crucial da vida de um indivíduo transexual, pois é a única possibilidade de adequação dos caracteres sexuais a sua psique, bem como de inclusão do mesmo na sociedade, garantindo-se lhe o direito à saúde, (artigo 6º CF66) e, principalmente, de reconhecimento como sujeito de direitos, uma vez que é com ela que os princípios da dignidade da pessoa e liberdade concretizam- se nas suas mais variadas formas. A realização da cirurgia Atualmente, a única regulamentação da cirurgia de transgenitalização é a Resolução n. 1.955/2010 do CFM, que apenas a regula dentro do âmbito da atividade médica. Esta Resolução já é a terceira a ser editada pelo órgão de classe, sendo que a primeira ocorreu no ano de 199782 , autorizando a cirurgia para fins de pesquisa e a segunda, no ano de 2002, que não divergiu muito da primeira.83 A Resolução de 2010 autoriza a cirurgia com fins terapêuticos, podendo ser realizada em qualquer hospital, desde que contemple integralmente os seus pré-requisitos. Como se verá a seguir, são eles: que esteja presente a equipe multidisciplinar regularmente prevista no regimento interno dos hospitais (artigo 4º), um corpo clínico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina (artigo 5º § 1º84) e, por fim, uma comissão de ética hospitalar constituída e funcionando (artigo 5º § 4º85). Para a realização da cirurgia devem se seguir os critérios enumerados no artigo 3º da Resolução 1.955/2010, quer sejam: a) deve o transexual possuir desconforto com o sexo anatômico (como sensação de inadequação no papel de gênero deste sexo, muitas vezes expresso em completa aversão); b) desejo de eliminar os genitais, perder as características primárias e secundárias do próprio sexo e ganhar as do sexo oposto (anatomicamente falando); c) permanência dos itens 'a' e 'b' por no mínimo dois anos (para que se assegure estar se tratando de um transexual verdadeiro); e, d) ausência de transtornos mentais (pois poderiam acarretar em prejuízo a capacidade civil). A Resolução também prevê outros cuidados, tais como o diagnóstico médico de transexualismo (ou transgenitalismo) por uma equipe multidisciplinar composta por médico psiquiatra, cirurgião, endocrinologista, psicólogo e assistente social; ser o paciente maior de 21 (vinte e um) anos e que este não possua características físicas inapropriadas para a realização da cirurgia, como a hiperplasia adrenal congênita86 (artigo 4º87). O artigo 5º, § 3º88 ainda ressalva que a falta de qualquer um dos membros da equipe ensejará a paralisação da permissão para a execução dos tratamentos. De modo especial prevê, ainda, tal norma administrativa, que o ato cirúrgico seja praticado com o consentimento livre e esclarecido do paciente (artigo 6º89), manifestado mediante assinatura de termo (CHIARINI JR). RESUMIR ESTE PARÁGRAFO (ENOOOORME) E UTILIZAR MAIS REFERÊNCIAS AQUI. O TRATAMENTO REALIZADO PELA EQUIPE DE SAÚDE Segundo Maria Helena Diniz , em regra, não há responsabilidade penal médica na cirurgia de readequação de sexo, posto que ela decorre do exercício regular da profissão (art. 23,III do Código Penal), baseada no pressuposto do interesse terapêutico. Entretanto - e uma vez que a cirurgia destina-se à adequação sexual do paciente com o diagnóstico de transexualismo - pode-se afirmar que a obrigação do médico é de meio, já que este não poderá garantir a cura do paciente (até porque a cirurgia não implica na solução de todos os problemas vivenciados por um transexual e muito menos pode a sua genitália ser completamente e perfeitamente transformada na genitália do sexo biológico oposto), comprometendo-se, então, a apenas agir com diligência e prudência, de acordo com as técnicas usuais deste tipo de cirurgia. Tomando estes argumentos como diapasão, caso haja eventual dano experimentado pelo paciente, será a responsabilidade médica subjetiva em relação à obrigação, uma vez que não está o médico obrigado a um resultado perfeito, cabendo àquele comprovar que este agiu com dolo ou com culpa strictu sensu (imperícia, negligência e imprudência) quando da realização da cirurgia. (ARÁN, M. ZAIDHAFT). Ao longo dos anos, vêm sendo desenvolvidos e aprimorados os procedimentos cirúrgicos da mudança de sexo, ou seja, da construção artificial de algo próximo e com similar funcionalidade da genitália masculina e feminina, com o objetivo de atender às ansiedades dos pacientes transexuais. Existem hoje diversas técnicas e diferentes procedimentos disponíveis, o que aumenta as possibilidades daqueles que desejam optar por tal procedimento (Brasil, 2004). Vale ratificar a importância da cirurgia de transgenitalização, pois ela pode significar uma possibilidade de integração individual e social deste mesmo individuo, dando-lhe a oportunidade de eliminar sua dualidade sexual para que se afirme na qualidade em que seu sexo psicológico o define (Conselho Federal de Medicina, 2002). FALAR DA IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE BIOÉTICA E O TRANSTORNO DE IDENTIDADE DE GÊNERO A Bioética com apenas poucas décadas vem obtendo bastante sucesso, vem crescendo em várias localidades do mundo. O fundamento principal da Bioética tem como propósito facilitar acareação de questões éticas que surgem na vida de um profissional da saúde. Sem o conhecimento dos conceitos básicos é pouco provável que o ser humano conseguira lutar por um ideal, por um conflito e ter opiniões de maneira ética e coesiva. Sendo assim é importe que teorias fique bem claro para todos os profissionais. ??? A bioética não pretende implantar regras de convivência ou comportamento porque existem restrições quanto a isso, e sim a finalidade de colaboração para que tais possam refletir e saber lidar com várias situações da vida deum profissional quando surgem os conflitos éticos. A Bioética surgiu no começo da década de 1970, com publicações bem coesivas e importantes de um pesquisador da área da oncologia Van Rensselaer Potter. Propôs então conhecimentos para que pudesse auxiliar nas implicações diversas dos avanços da tecnologia e ciência sobre a vida de todos os seres vivos. Van Potter sugeriu que fosse criado um intermédio entre culturas cientificas e humanística, levado sempre em consideração que: “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”. (LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001). A Bioética como campo de grandes pesquisas precisa ser estudada de um modo interdisciplinar. Profissionais de várias áreas devem está sempre cientes e com uma participação ativa sobre os principais temas que envolvam impactos da ciência sobre a vida. A bioética surgiu na década de 70 quando o biólogo Van Rensselaer Potter publicou: Bioética: A ciência da sobrevivência e bioética: Ponto para o futuro. Quando Potter publicou, a obra do mesmo mostra que os valores éticos não podem estar separados dos fatos biológicos. Com avanço da tecnologia biomédica os problemas foram colocados frente ao homem. Potter vendo que a ética da vida teria que está e se fazer presente para conquista das ciências que afetavam a vida humana. A bioética teve seu reconhecimento na trigésima terceira conferencia geral da UNESCO em 2005, em Paris sendo referenciada e homologada por 191 países integrantes das nações unidas por aclamação. Porém antes de um final satisfatório sua construção foi penosa entre avanços e retrocessos, visto até então a bioética se reduzia aos campos biomédicos e biotecnológicos, visando os interesses próprios de todos os pais, inclusive o Brasil não aceitava as normas explicadas nos documentos que compunham o texto da declaração sobre a bioética. RESUMIR ESTE PARÁGRAFO (ENOOOORME) E UTILIZAR MAIS REFERÊNCIAS AQUI. AS PALAVRAS UTILIZADAS AQUI SÃO DE VOCÊS? BEAUCHAMP, T. L. & Childress, J. F. Principles of biomedical ethics 9 Nova York: Oxford University Press, (1979). CONCLUSÃO O transtorno de identidade de gênero causa muito desconforto, baixo auto-estima e qualidade de vida ao paciente, acarretando em problemas não só físicos mas também psicológicos e emocionais. Nos últimos anos o transtorno de identidade de gênero vem adquirindo mais notoriedade pela população e comunidade médica e a capacidade de reflexão bioética se torna cada vez mais necessária. Através deste trabalho podemos concluir que o paciente com o transtorno de identidade de gênero requer muita atenção de diversos tipos de profissionais ....................................................................................................... Referências bibliográficas Gómez-Gil E, Esteva de Antonio I. Ser transexual (Being Transsexual). Barcelona: Glosa; 2006. BEAUCHAMP, T. L. & Childress, J. F. Principles of biomedical ethics 9 Nova York: Oxford University Press, (1979). Ventura, M., & Schramm, F.R. (2009). Limites e possibilidades do exercício da autonomia nas praticas terapêuticas de modificação corporal e alteração da identidade sexual. [Versão eletrônica]. Ver Saúde Coletiva, 4 (1), 65-93. CHIARINI JR., E. C. O Transexual e a cirurgia de redesignação de sexo. In: MAGNO, A. GUERRA, S. Biodireito e bioética: uma introdução crítica. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2005. p. 196. ARÁN, M. ZAIDHAFT, S. MURTA, D. Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva. Psicologia e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 70-79, abr. 2008.