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APOSENTADORIA RURAL - FRANCISCO ANTONIO RODRIGUES

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 23ª VARA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DE QUIXADÁ-CEARÁ
AÇÃO ORDINÁRIA COM 
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Justiça Gratuita
FRANCISCO ANTONIO RODRIGUES, brasileiro, casado, agricultor, portador do RG n° 764.810 e do CPF n° 073.911.373-91, residente e domiciliado na Rua Antonio Felix de Souza, n° 675, Distrito Palmatória, Zona Rural, Itapiúna-Ceará, por suas advogadas, todas fartamente qualificadas no instrumento procuratório anexo, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, à presença de Vossa Excelência ingressar com AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, nos termos do art. 48, § 1 e 143 da Lei 8.213/91 e art. 5°, incisos XXXV e XXXVI, CF/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem:
DOS FATOS
	Inicialmente, por ser pobre na forma da lei, não podendo pagar custas e nem honorários advocatícios, requer seja lhe concedido os benefícios da justiça gratuita.
O promovente é agricultor (Segurado Especial) e teve seu pedido de aposentadoria rural NB n° 175.585.853-9, com DER em 27/05/2016, indeferido administrativamente, sob o argumento de que o promovente não comprovou a atividade rural em números de meses idênticos a carência do beneficio.
Excelência, segundo relatos do promovente, ele iniciou o trabalho na agricultura ainda na infância, juntamente com seus pais. Atualmente exerce o labor rural em suas próprias terras, denominada Fazenda Mulungu. 
Na própria entrevista administrativa realizada pelo servidor do INSS, este entendeu que o promovente enquadrava-se como trabalhador rural, senão vejamos:
Contudo, não homologou o período de atividade rural porque o promovente possuía uma empresa em seu nome. Ocorre Excelência que esta empresa estava inativa há muitos anos e, atualmente, já se encontra encerrada. Tal afirmação é facilmente constatada por meio da documentação colacionada aos autos, da qual junta-se o trecho abaixo que demonstra a inatividade da empresa, senão vejamos:
O fato de haver vinculo urbano não é suficiente para desqualificar a condição de trabalhador rural do promovente, até porque o labor rural não precisa ser exercido de maneira ininterrupta.
Ressalte-se que quanto as provas materiais, o promovente é possuidor de provas que somente quem de fato é agricultor as possui, tais como seguro safra, declaração de aptidão ao pronaf, dentreoutras: 
O promovente é casado com a Sra. Maria de Nazaré Silva Rodrigues, que também é agricultora e lhe ajuda na labuta campesina.
Nas entrevistas realizadas pelo INSS, leva-se em conta, quase todas as vezes, apenas e tão somente a aparência, como se um agricultor não devesse apresentar-se com os mínimos sinais de civilidade, quando se sabe que nestas ocasiões é que o camponês sempre escolhe a sua melhor roupa. 
O direito do autor, até pela farta documentação que comprova sua qualificação, jamais poderá ser maculado. Frise-se ser esta uma ocasião na qual um segurado, dessa espécie, sente-se totalmente dominado por uma carga emocional, em função de sua hipossuficiência, traduzida por timidez, ignorância, despreparo psicológico e, inclusive, na apresentação de documentos probantes de sua condição de segurado especial, diante da grandiosidade do INSS.
DO DIREITO
Douto julgador, como todo o Poder Executivo, neste País, o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, no seu vastus animus de negar por negar, mais uma vez, o faz sem levar em conta a situação fática do autor. 
O art. 143 da Lei n° 8.213/91 não exige do trabalhador rural, para o fim de obtenção de aposentadoria por idade, que o exercício de atividade campesina seja ininterrupto, bastando que não haja perda da qualidade de segurado e que a soma total de atividade rurícola seja igual ou superior ao número de meses da carência do benefício na data do requerimento.
Ilustre Julgador, nossa Legislação Cível, como também a própria legislação previdenciária, histórica e sequencialmente, reconhece a flagrante hipossuficiência dos segurados, principalmente os agricultores, é clara e justa na compreensão das enormes dificuldades que têm estes, em comprovar sua mísera condição de excluído social.
DO PEDIDO
Isto posto, requer:
Requer os benefícios da Justiça Gratuita;
Concessão da TUTELA ANTECIPADA, que determine a imediata implantação do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurado Especial, em favor do autor; 
Concessão em sede de sentença, do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurado Especial, em favor do autor, lógico e legalmente retroativo a 27/05/2016;
Em pós, citação do INSS, através de seu representante legal, em sua Sede da Rua Pedro Pereira, 383, Centro, Fortaleza-CE, para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de confissão quanto à matéria de fato. Por fim, confirmação da tutela, em reconhecimento do direito líquido e certo do autor. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas permitidas em direito, tudo desde já requerido.
A renúncia ao que exceder à soma de 60 (sessenta) salários mínimos para fins de fixação de competência do Juizado Especial Cível Federal, bem como, para fins de expedição de RPV, caso venha a existir.
Dá-se à causa o valor de R$ 57.240,00 (Cinquenta e sete mil duzentos e quarenta reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Quixadá-CE, 13 de julho de 2018.
Marcela Marcolino Gabriela Almeida
OAB/CE 21.963 OAB/CE 23.293
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Rua José de Queiroz Pessoa, nº 1735, Centro, Quixadá-CE / (88) 2147.1234

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