APOSENTADORIA RURAL - JOSE XAVIER FILHO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 23ª VARA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DE QUIXADÁ-CEARÁ
AÇÃO ORDINÁRIA COM 
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Justiça Gratuita
JOSÉ XAVIER FILHO, brasileiro, casado, pescador, portador do RG n° 2008097147636 e do CPF n° 813.943.573-20, residente e domiciliado na Rua Joaquim Lopes Pimenta, n° 190, Cs Fundos, Centro, Banabuiú-Ceará, por suas advogadas, todas fartamente qualificadas no instrumento procuratório anexo, vem, com o devido respeito e acatamento de estilo, à presença de Vossa Excelência ingressar com AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, nos termos do art. 48, § 1 e 143 da Lei 8.213/91 e art. 5°, incisos XXXV e XXXVI, CF/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem:
DOS FATOS
	Inicialmente, por ser pobre na forma da lei, não podendo pagar custas e nem honorários advocatícios, requer seja lhe concedido os benefícios da justiça gratuita.
O promovente é pescador (Segurado Especial) e teve seu pedido de aposentadoria por idade NB n° 185.814.884-4, com DER em 14/08/2018, indeferido administrativamente, sob o argumento de que falta o período de carência.
Excelência, atualmente ele exerce a atividade de pesca no Açude Público Arrojado Lisboa, na cidade de Banabuiú-CE, onde ele reside. 
É importante relatar que ele laborou por alguns períodos de CTPS assinada. Contudo, o fato de haver anotação em sua CTPS não é suficiente para desqualificar a condição de pescador do promovente, até porque seu último vínculo urbano foi há 17 anos.
O PROMOVENTE JÁ RECEBEU AUXÍLIO DOENÇA NA CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL, COMO PESCADOR, PORTANTO, O INSS, QUANDO DA CONCESSÃO DESSE AUXÍLIO, RECONHECEU A CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL DO PROMOVENTE, CONFORME INFBEN:
Ressalte-se que quanto as provas materiais, o promovente é possuidor de diversas provas das quais somente quem de fato é pescador possui, senão vejamos:
Nas entrevistas realizadas pelo INSS, leva-se em conta, quase todas as vezes, apenas e tão somente a aparência, como se um pescador não devesse apresentar-se com os mínimos sinais de civilidade, quando se sabe que nestas ocasiões é que o segurado especial sempre escolhe a sua melhor roupa. 
O direito do autor, até pela farta documentação que comprova sua qualificação, jamais poderá ser maculado. Frise-se ser esta uma ocasião na qual um segurado, dessa espécie, sente-se totalmente dominado por uma carga emocional, em função de sua hipossuficiência, traduzida por timidez, ignorância, despreparo psicológico e, inclusive, na apresentação de documentos probantes de sua condição de segurado especial, diante da grandiosidade do INSS.
DO DIREITO
Douto julgador, como todo o Poder Executivo, neste País, o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, no seu vastus animus de negar por negar, mais uma vez, o faz sem levar em conta a situação fática do autor. 
O art. 143 da Lei n° 8.213/91 não exige do segurado especial, para o fim de obtenção de aposentadoria por idade, que o exercício de atividade seja ininterrupto, bastando que não haja perda da qualidade de segurado e que a soma total de atividade seja igual ou superior ao número de meses da carência do benefício na data do requerimento.
Ilustre Julgador, nossa Legislação Cível, como também a própria legislação previdenciária, histórica e sequencialmente, reconhece a flagrante hipossuficiência dos segurados, principalmente os segurados especiais, é clara e justa na compreensão das enormes dificuldades que têm estes, em comprovar sua mísera condição de excluído social.
DO PEDIDO
Isto posto, requer:
Requer os benefícios da Justiça Gratuita;
Concessão da TUTELA ANTECIPADA, que determine a imediata implantação do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurado Especial, em favor do autor; 
Concessão em sede de sentença, do benefício de Aposentadoria por Idade, como Segurado Especial, em favor do autor, lógico e legalmente retroativo a 14/08/2018;
Em pós, citação do INSS, através de seu representante legal, em sua Sede da Rua Pedro Pereira, 383, Centro, Fortaleza-CE, para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de confissão quanto à matéria de fato. Por fim, confirmação da tutela, em reconhecimento do direito líquido e certo do autor. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas permitidas em direito, tudo desde já requerido.
A renúncia ao que exceder à soma de 60 (sessenta) salários mínimos para fins de fixação de competência do Juizado Especial Cível Federal, bem como, para fins de expedição de RPV, caso venha a existir.
Dá-se à causa o valor de R$ 59.880,00 (Cinquenta e nove mil oitocentos e oitenta reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Quixadá-CE, 02 de Julho de 2019.
Marcela Marcolino Gabriela Almeida
OAB/CE 21.963 OAB/CE 23.293
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