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Cada vez mais os gerentes tomam decisões com p,'' ilimitadas. Fundamentos de Métodos de Pel' ·'. oferece técnicas de análise de dados para quem nl Babin, Money e Samouel usam uma abordagem Prf, processo de reunir e usar os dados para uma toma · incluem temas importantes como o crescente papel armazenamento de dados, mineração de dados, ges o cliente e como conduzir atividades de reunião de efetiva em um ambiente de mudança. Destaques: • As seções Pesquisa em Ação, em cada capítulo, a; ,,,;A para ilustrar pontos-chave em todas as áreas de n~ contabilidade, sistemas e finanças. • Uma proposta de pesquisa -em administração é apre . texto, possibilitando aos leitores o entendimento claro! a um projeto. • A seção Dilemas Éticos trata de questões diretamente discutido. • Sugestões de aplicação das técnicas descritas são relacio nas Atividades para Discussão e Aplicação e nos Exerc:f 1 RESPEITO PELO CONHECIMENTO FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO JOSEPH F. HAIR, JR. BARRYBABIN ARTHUR H. MONEY PHllJJP SAMOUEL • .• >.· .. 1(ij PREFÁCIO tas para as perguntas de final de capítulo e notas para os exercícios da Internet. Cada ca- pítulo oferece de trinta a quarenta slides em PowerPoint para sintetizar e ilustrar os prin- cipais conceitos (em inglês no site www.wiley.com/ college/hair). Dois conjuntos de da- dos para o caso do restaurante nos formatos SPSS e Excel são fornecidos aos professores para uso no ensino e para os alunos na aprendizagem. Tarefas adicionais no final de ca- da capítulo dão ao usuário a oportunidade de experimentar uma ampla gama de aplica- ções analíticas dos conjuntos de dados. Isso elimina a necessidade de os professores e/ ou alunos procurarem dados que demonstrem conceitos e técnicas de pesquisa em ad- ministração. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer aos revisores por seus comentários valiosos sobre os primeiros esboços do livro. Suas sugestões úteis ajudaram a tornar o livro melhor. Dirigimos nossos agradecimentos e admiração a: J. Bandyopdhyay, Central Michigan University; Gerry Work, Nova Southeastern University; Michael P. Bumler, Illinois State University; Nell Tabor Hartley, Robert Morris University; Robert Hurt, California State Polytechnic Uni- versity-Pomona; Jud Faurer, Metro State College of Denver; Burt Kaliski, New Hampshi- re College; Lloyd W. Shell, Nichols State University; e Kelly D. Wason, Tarleton State Uni- versity. Há muitas pessoas a quem agradecer na Leyh Publishing e na John Wiley & Sons. Agradecemos a Rick Leyh, primeiro por nos incentivar a escrever o livro e, depois, por nos apoiar até sua finalização. Jana Pitts também nos ajudou muito, assim como Jeff Marshall. Michelle Chancellor nos deu várias sugestões úteis para esta produção. Finalmente, agradecemos aos nossos ex-alunos, que nos inspiraram a escrever este li- vro. Suas perguntas e comentários nos ajudaram a saber o que e como trabalhar em diver- sos tópicos importantes. Também agradecemos àqueles professores especiais que nos ins- piraram para uma missão de vida na aprendizagem e disseminação de conhecimento. Além disso, esperamos que nossos futuros alunos, ao utilizarem este livro, usufruam de uma via bem mais fácil para aprender estatística e pesquisa em administração do que foi para nós o caminho tradicional. Joe Hair, Louisiana State University, EUA Barry Babin, University of Southern Mississippi, EUA Arthur Money, Henley Management College, Reino Unido Phillip Samouel, Kingston Business Schoól, Reino Unido · Sumário Resumido P A R T E Introdução 27 CAPÍTULO 1 Pesquisa em Administração no Século XXI 29 P A R T E 1 1 Iniciando o Processo de Pesquisa 73 CAPÍTULO 2 Fundamentos do Plano de Pesquisa 75 CAPÍTULO 3 Pesquisa e Decisões Criativas 108 CAPÍTULO 4 Ética na Pesquisa em Administração 130 P A R T E 1 1 1 Coleta e Manejo de Dados e Amostragem 149 CAPÍTULO 5 Abordagens de Coleta de Dados 151 CAPÍTULO 6 Mensuração e Escala 17 4 _J 1 :- 'r, )!:1';.:,'.·' ,\'.~~,'i.i :"·44. 'k " 14 SUMÁRIO RESUMIDO CAPÍTULO 7 Criação de Questionários 211 CAPÍTULO 8 Abordagens e Considerações sobre Amostragem 236 P A R T E 1 V Análise e Apresentação de Dados 253 CAPÍTULO 9 Compreensão e Apresentação dos Dados 255 CAPÍTULO 10 Métodos Básicos de Análise de Dados 281 CAPÍTULO 11 Correlação e Regressão 309 CAPÍTULO 12 Relato e Apresentação da Pesquisa 355 P A R T E V Tópicos Avançados em Pesquisa em Administração 385 CAPÍTULO 13 Outras Técnicas Multivariadas 387 CAPÍTULO 14 Abordagens Avançadas de Análise e Apresentação 423 GLOSSÁRIO 445 ÍNDICE 455 P A R T E 1 Introdução 27 CAPÍTULO 1 Pesquisa em Administração no Século XXI 29 Objetivos de aprendizagem 29 INTRODUÇÃO 30 DEFINIÇÃO DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 31 UMA FUNÇÃO DE BUSCA DA VERDADE 31 ELEMENTOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 31 0 QUE A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO ESTUDA? 33 Sumário TEND~NCIAS COM IMPACTO SOBRE A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 35 EXPANSÃO DA LIBERDADE DE MERCADO 36 PESQUISA INTERNACIONAL 37 MARKETING DE RELACIONAMENTO 38 A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO 39 Comunicação eletrônica 39 Conexão em rede 39 Armazenagem de dados 40 Aprendizagem organizacional 41 Tecnologia de satélites 43 A RELAÇÃO ADMINISTRADOR-PESQUISADOR 44 QUEM FAZ PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO? 44 Resumo 47 Palavras-chave 48 Dilema ético 48 Questões de revisão 48 Atividades para discussão e aplicação 49 Atividades na Internet 49 Notas 49 i '' . :i~i.1'.~: '::. t2l~'lr~Úm&+ > , ti "* 16 SUMÁRIO AP~NDICE 1-A: PROPOSTAS DE PESQUISA 51 AP~NDICE 1-8: BANCO DE DADOS PARA O ESTUDO DE CASO 58 AP~NDICE 1-C: COMO USAR O SPSS 63 AP~NDICE 1-D: COMO USAR O EXCEL 70 P A R T E 1 1 Iniciando o Processo de Pesquisa 73 CAPÍTULO 2 Fundamentos do Plano de Pesquisa 75 Objetivos de aprendizagem 75 INTRODUÇÃO 76 0 PROCESSO DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 76 TEORIA E Cl~NCIA NA PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 77 TEORIA 77 O combustível para a pesquisa 77 A praticidade da teoria 78 CilNCIA: A METODOLOGIA DE PESQUISA 80 O método científico 80 Rigor da ciência 82 Pragmática de administração 83 PLANOS DE PESQUISA BÁSICA 83 PESQUISA EXPLORATÓRIA 84 Grupos de foco 85 Entrevistas em profundidade 85 Técnica Delphi 85 Técnicas projetivas 85 PESQUISA DESCRITIVA 86 Estudos transversais 87 Estudos longitudinais 88 PESQUISA CAUSAL 89 Causalidade 89 PLANO EXPERIMENTAL BASICO: fxPERIMENTOS DE LABORATÓRIO E DE CAMPO 91 Comparando experimentos de laboratório e de campo 92 PLANOS EXPERIMENTAIS BASICOS: DELINEAMENTOS INTER E INTRA-SUJEITOS 93 DIMENSÕES ÉTICAS DE PROJETOS EXPERIMENTAIS 96 PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA 96 A SELEÇÃO DO MELHOR PROJETO 96 Observações de da~os para conhecimento 96 Dados objetivos versus dados subjetivos 97 Resumo 103 \ 1 1 Palavras-chave 104 Dilema ético 105 Questões de revisão • 105 Atividades para discussão e aplicação 105 Exercícios na Internet 106 Notas 106 CAPÍTULO 3 Pesquisa e Decisões Criativas 108 Objetivos de aprendizagem 108 INTRODUÇÃO 109 PESQUISA E DECISÃO ANDAM JUNTAS 109 A NATUREZA DA TOMADA DE DECISÃO 110 0 PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 111 QUESTÕES DE PESQUISA 112 Suposições incorretas 114 Rigidez funcional 115 Comunicação eficaz 116 Invocando diversas soluções 117 Questões e sintomas 117 ALTERNATIVAS PARA ESTIMULO DA CRIATIVIDADE 118 Barreiras para a criatividade 119 Melhorando a criatividade 120 Instrumentos para a criatividade 121 Desenvolvimento heurístico de idéias 121 AVALIAÇÃO E ESCOLHA 122 Critérios de avaliação 123 Testes de campo 124 Resumo 125 Palavras-chave 127 Dilema ético 12 7 Questões de revisão 127 Atividades para discussão e aplicação 12 8 Atividades na Internet 128 Notas 128 CAPÍTULO 4 Ética na Pesquisa em Administração 130 Objetivos de aprendizagem 130 INTRODUÇÃO 131 _J SUMÁRIO 17 18 SUMÁRIO RELEVÂNCIA DA ÉTICA EMPRESARIAL 132 OBRIGAÇÕES ÉTICAS DO PESQUISADOR 133 ANTES DO PROJETO DE PESQUISA 133 DURANTE E APÓS A PESQUISA 134 OBRIGAÇÕES DO PESQUISADOR COM OS PARTICIPANTES 135 Relacionamento entre pesquisador e participante: ética e tecnologia 135 Relacionamento entre pesquisador e participante: dimensões éticas dos projetos experimentais 136 Comitê de revisão de recursos humanos 140 OBRIGAÇÕES ÉTICAS DO RESPONSÁVEL PELAS DECISÕES 140 ANTES DA PESQUISA 140 DURANTE E APÓS A PESQUISA 141 OBRIGAÇÕES ÉTICAS DO PARTICIPANTE DE PESQUISA 141 PARTICIPAÇÃO VOLUNTARIA 141 PARTICIPAÇÃO INTERESSADA 142 RESPOSTAS HONESTAS 142 PRIVACIDADE 143 IMPLICAÇÕES DE ATOS ANTIÉTICOS 143 Resumo 145 Palavras-chave 146 Dilema ético 146 Questões de revisão 146 Atividades para discussão e aplicação 147 Exercícios na Internet 147 Notas 148 P A R T E 1 1 1 Coleta e Manejo de Dados e Amostragem 149 CAPÍTULO 5 Abordagens de Coleta de Dados 151 Objetivos de aprendizagem 151 INTRODUÇÃO 152 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS 152 OBSERVAÇÃO 152 Pesquisa etnográfica 154 Análise de conteúdo 154 MÉTODOS DE SURVEY 157 SURVEYS DE PAINEL 157 ·~. ! ' 1;, QUESTIONAR/OS 159 Questionários auto-administrados 160 Surveys por correspondência 160 Surveys eletrônicas 161 QUESTIONAR/OS ADMINISTRADOS POR ENTREVISTADOR 162 Entrevistas 162 Resumo 169 Palavras-chave 171 Dilema ético 171 Questões de revisão 171 Atividades para discussão e aplicação 171 Exercícios na Internet 172 Notas 173 CAPÍTULO 6 Mensuração e Escala 17 4 Objetivos de aprendizagem 17 4 INTRODUÇÃO 175 0 QUE É UM CONCEITO? 175 MENSURAÇÃO NA PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO 176 DIFICULDADES DE MENSURAÇÃO 176 Gênero 178 Despesas com alimentação fora de casa 178 Patrimônio familiar total 178 COMO MENSURAMOS CONCEITOS 180 ESCALA NOMINAL 181 ESCALA ORDINAL 182 ESCALA INTERVALAR 184 ESCALA DE RAZÃO 185 ESCALAS MÉTRICAS E NÃO-MÉTRICAS 186 Escalas métricas 186 Escalas não-métricas 191 DECISÕES PRÁTICAS NO DESENVOLVIMENTO DE ESCALAS 194 NÚMERO DE CATEGORIAS DA ESCALA 194 NÚMERO DE ITENS PARA MENSURAÇÃO DE UM CONCEITO 195 NÚMERO PAR OU ÍMPAR DE CATEGORIAS 195 ESCALAS EQUILIBRADAS OU NÃO·EQUILIBRADÃS 195 Equilibrada 195 Não-equilibrada 196 SUMÁRIO 19 20 SUMÁRIO ESCOLHA FORÇADA OU NÃO-FORÇADA 196 RÓTULOS DE CATEGORIAS PARA ESCALAS 196 Rótulo verbal 197 Rótulo numérico 197 Sem rótulo 197 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE ESCALAS DE MENSURAÇÃO 197 CONFIABILIDADE 198 Confiabilidade teste-reteste 198 Confiabilidade de formas alternativas 198 Confiabilidade de coerência interna 199 Advertência sobre confiabilidade 200 VALIDADE 202 Validade de conteúdo 202 Validade de construto 202 Validade de critério 203 COMO DESENVOLVER UMA ESCALA 204 Resumo 206 Palavras-chave 207 Dilema ético 207 Questões de revisão 208 Atividades para discussão e aplicação 208 Exercícios na Internet 209 Notas 210 CAPÍTULO 7 Criação de Questionários 211 Objetivos de aprendizagem 211 INTRODUÇÃO 212 CRIAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS 212 PASSO 1: CONSIDERAÇÕES INICIAIS 212 PASSO 2: ESCLARECIMENTO DE CONCEITOS 217 PASSO 3: TIPOLOGIA DE UM QUESTIONAR/O 217 Perguntas abertas versus perguntas fechadas 218 SEÇÕES DO QUESTIONAR/O 219 Questões de abertura 223 Questões sobre o tópico de pesquisa 223 Questões de ramificação 224 Questões de classificação 224 ir <· PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE BOAS QUESTÕES 225 Use linguagem simples 225 Seja breve 225 Evite ambigüidade 226 Evite questões dominantes 227 Evite questões múltiplas 227 SUMÁRIO 21 Tome cuidado com a ordem das questões e os efeitos do contexto 227 Confira a apresentação do questionário 228 Prepare instruções claras 229 PASSO 4: PRÉ-TESTE DE UM QUESTIONAR/O 230 PASSO 5: APLICANDO UM QUESTIONAR/O 230 Resumo 232 Palavras-chave 233 Dilema ético 233 Questões de revisão 233 Atividades para discussão e aplicação 234 Exercícios na Internet 234 Notas 235 CAPÍTULO 8 Abordagens e Considerações sobre Amostragem 236 Objetivos de aprendizagem 236 INTRODUÇÃO 237 AMOSTRAGEM 237 PROCESSO DE AMOSTRAGEM 238 Definição da população alvo 239 Escolha da estrutura de amostragem 240 Seleção do método de amostragem 240 Amostragem probabilística 241 Amostragem não-probabilística 246 Definição do tamanho da amostra 248 Implementação do plano de amostragem 250 Resumo 250 Palavras-chave 251 Dilema ético 251 Questões de revisão 251 Atividades para discussão e aplicação 252 Exerclclos na Internet 252 22 SUMÁRIO PARTE 1 V Análise e Apresentação de Dados 253 CAPÍTULO 9 Compreensão e Apresentação dos Dados 255 Objetivos de aprendizagem 255 INTRODUÇÃO 256 PREPARAÇÃO DOS DADOS 257 REVISÃO DE DADOS 257 DADOS FALTANTES 260 CODIFICAÇÃO E ENTRADA DE DADOS 260 TRANSFORMAÇÃO DE DADOS 261 Uso DE TABELAS E GRÁFICOS PARA MELHOR COMPREENSÃO DOS DADOS 261 DISTRIBUIÇÃO DE FREQOlNCIA 262 Histogramas 264 Gráficos de barras 266 Gráficos de pizza 267 A DISTRIBUIÇÃO NORMAL 268 MEDIDAS DE TEND~NCIA CENTRAL 268 Média 268 Mediana 270 Moda 270 Exemplo de medidas de tendência central 271 MEDIDAS DE DISPERSÃO 271 Intervalo 272 Variância 272 Desvio-padrão 273 Assimetria e curtose 274 Exemplo de medida de dispersão 27 4 PONTOS EXTREMOS 275 ÜUTRAS MEDIDAS DIAGNÓSTICAS 276 GRAFICOS DE CAIXA 276 GRAFICOS CAULE-E-FOLHAS 277 Resumo 278 Palavras-chave 2 79 Dilema ético 2 79 Questões de revisão 280 Atividades para discussão e aplicação 280 Atividades na Internet 280 Notas 280 l ·1.i. ., .. ·.·· .. !' '. \ CAPÍTULO 10 Métodos Básicos de Análise de Dados 281 Objetivos de aprendizagem 281 INTRODUÇÃO 282 0 QUE É UMA HIPÓTESE? 283 COMO DESENVOLVER HIPÓTESES 283 Hipóteses nulas e alternadas 283 Hipóteses direcionais e não-direcionais 284 ESTAT{STICA DE AMOSTRA VERSUS PARÂMETROS DE POPULAÇÃO 284 ERROS DE TIPO I E DE TIPO li 285 TESTE E ANÁLISE DE RELAÇÕES 286 ESCOLHA DA TlCNICA ESTATfSTICA ADEQUADA 286 Número de variáveis 286 Escala de mensuração 286 SUMÁRIO 23 TESTES DE HIPÓTESES PARAMÉTRICOS VERSUS TESTES NÃO-PARAMÉTRICOS 289 ESTATfSTICAS DE AMOSTRA VERSUS PARÂMETROS DE POPULAÇÃO 289 Testes de significância univariados 290 Teste de hipótese univariado 290 Teste de hipóteses bivariado 292 TESTE DE DIFERENÇAS EM MÉDIAS DE GRUPOS 296 AMOSTRAS INDEPENDENTES E RELACIONADAS 296 COMPARAÇÃO DE DUAS MlDIAS COM O TESTE T 297 EXEMPLO DE TESTE T DE DIFERENÇA ENTRE DUAS MlDIAS 297 ANALISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) 297 ANOVA COM TESTES DE ACOMPANHAMENTO 300 PROJETO FATORIAL: ANOVA BIVARIADA 302 EXEMPLO DE ANOVA BIVARIADA 302 MANOVA 305 Resumo 305 Palavras-chave 306 Dilema ético 307 Questões de revisão 307 Atividades para discussão e aplicação 307 Exercícios na Internet 308 24 SUMÁRIO CAPÍTULO 11 Correlação e Regressão 309 Objetivos de aprendizagem 309 INTRODUÇÃO 310 TIPOS DE RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS 310 PRESENÇA 310 NATUREZA DAS RELAÇÕES 310 DIREÇÃO 311 fORÇA DE ASSOCIAÇÃO 311 COVARIAÇÃO E RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS 311 ANÁLISE DE CORRELAÇÃO 313 EXEMPLO DE CORRELAÇÃO BIVARIADA DE PEARSON 314 SIGNIFICÂNCIA PRATICA DO COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO 316 CORRELAÇÃO E ESCALAS DE MENSURAÇÃO 317 EXEMPLO DE CORRELAÇÃO DE ORDEM DE RANQUEAMENTO DE SPEARMAN 317 TÉCNICAS ESTATfSTICAS E ANÁLISE DE DADOS 319 ANÁLISE DE REGRESSÃO 320 EXEMPLO DE REGRESSÃO BIVARIADA 323 ANALISE DE REGRESSÃO MÚLTIPLA 326 SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICAVERSUS SIGNIFICÂNCIA PRATICA 327 EXEMPLO DE REGRESSÃO MÚLTIPLA 328 MULTICOLINEARIDADE E REGRESSÃO MÚLTIPLA 332 EXEMPLO DE MULTICOLINEARIDADE 333 REGRESSÃO MÚLTIPLA PASSO A PASSO 336 EXEMPLO DE REGRESSÃO MÚLTIPLA PASSO A PASSO 337 Resumo 338 Palavras-chave 342 Dilema ético 342 Questões de revisão 342 Atividades para discussão e aplicação 342 Exercícios na Internet 343 Notas 343 AP~NDICE 11-A: TÓPICOS ESPECIAIS EM ANÁLISE DE REGRESSÃO MÚLTIPLA 344 CAPÍTULO 12 Relato e Apresentação da Pesquisa 355 Objetivos de aprendizagem 355 INTRODUÇÃO 356 COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 356 SOFISTICAÇÃO DO PÚBLICO 356 COMUNICAÇÃO POR ESé:RITO 357 Orientações para redação técnica 357 PROPOSTAS DE PESQUISA 359 A REDAÇÃO DO RELATÓRIO DE PESQUISA 359 SUMÁRIO 25 Esboço de um relatório de pesquisa aplicada em administração 359 Esboço de um relatório de pesquisa básica 364 APRESENTAÇÕES ORAIS 365 O público 365 Formato da apresentação 365 O que fazer e o que não fazer na apresentação 366 Resumo 368 Palavras-chave 369 Questões de revisão 369 Atividades para discussão e aplicação 370 Atividades na Internet 370 Notas 370 AP~NDICE 12-A: RELATÓRIO DE PESQUISA PARA PHIL SAMOUEL 371 P A R T E V Tópicos Avançados em Pesquisa em Administração 385 CAPÍTULO 13 Outras Técnicas Multivariadas 387 Objetivos de aprendizagem 387 INTRODUÇÃO 388 TÉCNICAS DE DEPEND~NCIA E DE INTERDEPEND~NCIA 388 ANÁLISE FATORIAL 388 Derivação de fatores 390 Número de fatores 393 Interpretação de fatores 396 Exemplo de análise fatorial 396 ANÁLISE DE CONGLOMERADOS 400 Derivação de conglomerados 402 Fase 1 402 Fase 2 405 Fase 3 405 Exemplo de análise de conglomerados 405 ANÁLISE DISCRIMINANTE MÚLTIPLA 409 EXEMPLO DE ANALISE DISCRIMINANTE 415 _J 26 SUMÁRIO ANÁLISE DISCRIMINANTE PASSO A PASSO 418 Resumo 478 Palavras-chave 4 79 Dilema ético 420 Questões de revisão 420 Atividades para discussão e aplicação 420 Exercícios na Internet 42 7 CAPÍTULO 14 Abordagens Avançadas de Análise e Apresentação 422 Objetivos de aprendizagem 422 INTRODUÇÃO 423 ANÁLISE DE CONGLOMERADOS E ANÁLISE DISCRIMINANTE 423 QUESTÃO DE PESQUISA 1: ;,-Os CONGLOMERADOS PODEM SER IDENTIFICADOS?" 424 QUESTÃO DE PESQUISA 2: ;,-OS CONGLOMERADOS SÃO VÁLIDOS?" 426 QUESTÃO DE PESQUISA 3: "~S VARIÁVEIS DE PERCEPÇÃO PREVÊEM OS CONGLOMERADOS?'' 428 ANÁLISE FATORIAL E REGRESSÃO MÚLTIPLA 430 Uso DE ESCORES DE FATOR EM UMA ANÁLISE DE REGRESSÃO 431 ESCORES SOMADOS 435 Uso DE ESCORES SOMADOS EM UMA ANÁLISE DISCRIMINANTE MÚLTIPLA 436 MAPEAMENTO DE PERCEPÇÕES 437 GRÁFICOS DE IMPORTÂNCIA-DESEMPENHO 438 Resumo 440 Palavras-chave 44 7 Dilema ético 44 7 Questões de revisão 442 Atividades para discussão e aplicação 442 Exercícios na Internet 443 GLOSSÁRIO 445 ÍNDICE 455 Introdução Capítulo 1: Pesquisa em administração no século XXI Apêndice 1-A: Propostas de pesquisa Apêndice 1-B: Banco de dados para o estudo de caso Apêndice 1-C: Como usar o SPSS Apêndice 1-D: Como usar o Excel ~ ;~l 1: ~·7 ,, J· ·~i 1;···fiF · ** "··. '. :;_·:··.@"" .. - . ·,,'·,1.··'..:·, ' . 'i_ff~'~"J;:';(' >':1<ti: Pesquisa em Administração no Século XXI _ _J __ ~ ;, i:'.~'\' : "·' ,.,~· .. ( ~ ·.·., '-": ' -· .;; :.rl ; .. :hé@&' . %tttf 'ú ' 30 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO INTRODUÇÃO A pesquisa é uma busca com o objetivo de discernir a verdade. Aqueles que realmente pesquisam estão procurando por respostas. No nosso dia-a-dia, todos nós desempenha- mos o papel de pesquisador. Uma ida ao cinema raramente é empreendida sem algum discernimento. Durante esse processo, os possíveis freqüentadores do cinema primeiro determinam que tipo de filme melhor se enquadra no seu desejo no momento. Poderão formar uma opinião preliminar de vários filmes com base em conhecimento prévio dos atores e produtores envolvidos e daí passar a discutir um filme específico. "Vale a pena ver The Mistery of the Blue Dog Café?" Fontes da mídia, pré-estréias e opiniões de conheci- dos com freqüência oferecem informações para responder essa pergunta. Então, se se sen- tirem confiantes quanto a sua conclusão, tomam uma decisão. Essa simples ilustração contém os elementos básicos da pesquisa em administração. A boa decisão depende de prever com precisão se você vai gostar ou não de The Mistery of the Blue Dog Café. Embora o treinamento em pesquisa formal seja relativamente novo no mundo admi- nistrativo, a pesquisa em administração talvez seja tão antiga quanto o próprio comércio. O comércio internacional expandiu-se rapidamente com o advento dos comerciantes fení- cios no início do período clássico, cerca de 500 a.C.1 Os investidores das expedições comer- ciais logo perceberam que era muito arriscado simplesmente carregar barcos com merca- dorias extras e navegar de um porto a outro até encontrar um comprador. Assim, começa- ram a reunir informações sobre como as mercadorias poderiam ser adaptadas para atrair mercados específicos. Com essas informações, os mercadores tomavam decisões estratégi- cas que envolviam a diferenciação dos produtos e a segmentação de mercado. Os comer- ciantes descobriram a existência de segmentos de preço e qualidade. O vinho das regiões de Thaos e Chios era muito procurado por alguns mercados. Um litro desses vinhos era vendido por um dracma, comparando-se com o preço de um quarto de dracma pago por outros vinhos. Os fabricantes de vinho do sul da Itália fizeram "pesquisas" enquanto co- mercializavam suas próprias mercadorias pelos mares. Deste modo, também tentaram ca- pitalizar com o novo conhecimento. Como eram incapazes de igualar a qualidade dos vi- nhos de Thaos e Chios, atraíram aqueles mercados produzindo imitações de vinhos de qualidade superior. Assim, a pesquisa pode ter originado as primeiras "baixas" de preços.2 A pesquisa também provou ser importante para o sucesso na venda de artigos finos (aparelhos de jantar ou porcelana). Os coríntios perderam para os atenienses no início do mercado etrusco de artigos finos. Os atenienses produziam um estilo conhecido como Tyrrhenian, o que mais atendia ao gosto etrusco. Os produtos eram "baratos e exagera- dos ... e muitas vezes levavam inscrições jocosas, presumivelmente para impressionar os etruscos, que não conseguiriam ler".3 Talvez esses artigos fossem os pingüins de geladei- ra da época. Parece não haver muita dúvida, portanto, de que os artigos eram produzidos tendo-se em mente um mercado específico com base nas informações coletadas. A alfabetização, a revolução industrial, a evolução dos transportes, o advento do computador e a expansão geral do comércio em todo o mundo mudaram o modo de se fazer pesquisa. Frederick Taylor utilizou a tecnologia do cinema em seus primórdios pa- ra filmar trabalhadores e mostrar-lhes como melhorar a produtividade. De forma seme- lhante, a General Electric esteve entre as primeiras empresas a usar a pesquisa do consu- midor para a criação de novos produtos. Hoje, há literalmente milhares de empresas cuja principal atividade envolve o forne- cimento de serviços de pesquisa que auxiliam outras empresas a encontrar respostas pa- ra importantes questões estratégicas, táticas e operacionais. A pesquisa em administração tornou-se muito mais formalizada e técnica, mas o resultado é muito parecido com aque- le dos mercadores fenícios. Como encontro as respostas para melhorar meu desempenho e tornar a vida melhor para clientes, funcionários e proprietários? A pesquisa em admi- nistração pode fazer muito por esse desafio. CAPITULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI 31 DEFINIÇÃO DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO UMA FUNÇÃO DE BUSCA DA.VERDADE Abrimos o livro com uma definição simples de ciência como uma função de busca da ver- dade. A ciênciatenta explicar o mundo que realmente existe. O "mundo real", ou físico, do qual os cientistas procuram a verdade é o mundo das realidades físicas. Os químicos li- dam com fenômenos químicos, os biólogos, com fenômenos biológicos, e assim por dian- te. Os cientistas sociais, tais como psicólogos e sociólogos, tentam descrevem as realida- des do comportamento humano individual e as interações dos humanos na sociedade. Os pesquisadores em administração geralmente têm mais a ver com os cientistas sociais, pois, na realidade, a administração lida com pessoas. Como os cientistas descritos acima, os pesquisadores em administração buscam a "verdade" no que se refere aos fenômenos administrativos. A essência da administração é a situação em que pessoas servem pessoas através da participação em um processo de criação de valor tendo a troca como centro. Isso inclui todos os sistemas de apoio neces- sários para facilitar esse processo. A pesquisa em administração procura prever e explicar todos os fenômenos que, tomados em conjunto, compreendem o ambiente administrati- vo sempre em mutação. Assim, a pesquisa em administração é uma função de busca da verdade que reúne, analisa, interpreta e relata informações de modo que as decisões ad- ministrativas se tornem mais eficazes. ELEMENTOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO O escopo da pesquisa em administração é amplo, e os tipos de fenômenos que os pesqui- sadores estudam em administração estão crescendo rapidamente. Estudos sobre tempos e movimentos são relativamente pouco freqüentes hoje em dia, embora tenham sido es- senciais no desenvolvimento da administração empresarial científica. Em vez disso, po- demos estudar a produtividade dos funcionários em função de um canal de comunicação ou como os padrões de compra mudaram por causa da Internet. Deste modo, a pesquisa em administração é verdadeiramente dinâmica, razão pela qual os pesquisadores estão constantemente estudando novas questões com novos instrumentos. Abaixo, encontra-se uma lista de elementos chave da pesquisa em administração que ajuda a fornecer um quadro mais claro do que está envolvido. 1. A pesquisa em administração é ampla. Envolve o estudo de uma série infindá- vel de fenômenos e concentra-se em: a. Estudar pessoas, incluindo funcionários, consumidores, supervisores, ge- rentes e administradores. b. Entender sistemas ou grupos de pessoas, incluindo unidades empresariais estratáglcas, escritórios, mão-de-obra em fábricas, grupos administrativos, conselhos de diretores, executivos, segmentos de mercado, culturas, subcul- turas, culturas corporativas, comunidades, empresas e indústrias. e. Examinar a interaçlo de pessoas com sistemas, incluindo sistemas de audito- ria/ contabilidade, sistemas legais, pr,ticas administrativas, sistemas de com- pensação, sistemas de produção, processos de produção e sistemas financeiros. 2. A pesquisa em administração pode ser formal. Os pesquisadores podem em- preender um projeto sistemático e, às vezes, exaustivo com o propósito deres- ponder uma questão de decisão específica. A 'Ibyota está interessada em conhe- 32 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO cer os efeitos que a venda de "preço único" poderia ter nas vendas de veículos. A venda de preço único significa que os veículos não estão sujeitos à negocia- ção. A empresa está testando a idéia em vários mercados norte-americanos. Os clientes em Montreal, por exemplo, geralmente preferem o sistema de preço único em uma proporção de dois para um.4 O efeito da venda a preço único po- de ir além dos clientes. A Toyota também deverá pesquisar o efeito que isso te- rá na rede de revendedores e entre os funcionários. Assim, só essa questão re- sulta em um estudo bastante abrangente. Esse é um bom exemplo de projeto de pesquisa tiro único. Projetos de pesquisa tiro único são realizados para abordar uma única questão em um ponto específico no tempo. 3. A pesquisa em administração pode ser informal. Proprietários e/ ou gerentes de restaurantes com freqüência passam uma parte da noite circulando pelo sa- lão. Param em cada mesa e perguntam: "Está tudo bem?" As informações que recebem ajudam a identificar padrões que vão auxiliar nas decisões e melhorar a experiência do restaurante para seus clientes. Enquanto esse tipo de pesquisa é fácil para pequenos empreendimentos, consiste em um desafio para empre- sas maiores. No entanto, novas tecnologias estão criando vias pelas quais o feedback informal pode ser reunido eletronicamente de modo que as regularida- des possam ser identificadas, talvez por meio de garimpagem de dados ou al- gum sistema especializado, e de forma que as medidas apropriadas possam ser tomadas. A pesquisa informal é com freqüência contínua. Isso significa que é realizada constantemente e não é direcionada para uma questão específica. 4. A boa pesquisa é reproduzível. Uma meta da pesquisa científica é a de ser o mais objetiva possível. Isto é, os cientistas são um pouco anunciantes que des- crevem eventos como eles os vêem ("Eu os nomeio como eu os vejo"). Quando a pesquisa é objetiva, geralmente é reproduzível, o que quer dizer que um ou- tro pesquisador poderá produzir os mesmos resultados utilizando procedi- mentos idênticos aos empregados pelo pesquisador original. A pesquisa em- preendida pela Coca-Cola em busca de um produto de melhor sabor foi em parte motivada pelo Desafio Pepsi. O Desafio Pepsi era uma promoção em que os consumidores eram abordados em supermercados, recebiam dois refrige- rantes não-identificados à base de cola para provar e um pacote contendo seis unidades daquele que haviam preferido. A Pepsi transmitia regularmente essas experiências ao vivo pela televisão. A maioria das pessoas escolheu a Pepsi no Desafio. A Coca-Cola, questionando a autenticidade dessa pesquisa, realizou seus próprios desafios, mas os manteve afastados dos olhos do público. A pes- quisa da Coca-Cola confirmou os resultados do Desafio Pepsi. Deste modo, vê- se que a pesquisa do Desafio Pepsi era reproduzível. 5. A boa pesquisa deve oferecer mais benefícios do que seu custo. Essencialmen- te, isso é de grande importância para determinar se a pesquisa teve algum va- lor. A administração não deverá encomendar um projeto de pesquisa de 300.000 dólares para uma decisão de 30.000 dólares. Muitas decisões são toma- das com pouca ou nenhuma pesquisa porque não envolvem muitos riscos. Al- gumas vezes, a pesquisa é feita de modo negligente para limitar o custo em re- lação aos benefícios potenciais da decisão. A pesquisa em administração é uma investigação científica. Mas sua terminologia dife- re, dependendo do que motiva um determinado estudo. A pesquisa em administração aplicada é motivada por uma tentativa de resolver um determinado problema enfrentado por uma certa organização. Por exemplo, a Coca-Cola pode querer saber por que a Pepsi es- tá ganhando mercado em Nova York. A pesquisa em administração básica é motivada por CAPÍTULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO S~CLJI.() XXI 33 um desejo de entender melhor alguns fenômenos relativos à administração, pois se aplica a toda uma indústria ou a todas as empresas em geral -por exemplo, por que as pessoas es- tão bebendo mais água engarrafada e menos colas. A pesquisa em administração aplicada ajuda os responsáveis pelas decisões a tomarem decisões específicas de acordo com o tem- po e a organização. A pesquisa básica auxilia a desenvolver a teoria que tenta descrever e prever eventos administrativos de modo que todos os responsáveis pelas decisões adminis- trativas possam beneficiar-se. A Figura 1-1 compara as pesquisas básica e aplicada. O QUE A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO ESTUDA? As fronteiras da pesquisa em administração hoje são virtualmente ilimitadas. A pesqui- sa em administração objetiva levar a melhores decisões. As decisões administrativas quase sempreenvolvem todos os aspectos da administração. Portanto, não deve sur- preender o fato de a pesquisa em administração envolver todos os aspectos e funções da administração. Os gerentes de marketing com freqüência mostram-se interessados no comportamen- to da empresa, na imagem da marca, na satisfação do cliente e no posicionamento do pro- duto e da marca, entre outras coisas. Podemos todos relembrar ter respondido a algum ti- po de estudo sobre satisfação do consumidor. Os prêmios Baldridge para a qualidade de produtos são típicos para estudos de pesquisa de marketing. As informações de marketing são vitais nas decisões estratégicas. Que orientação estratégica a empresa deve seguir? Ela deve diversificar ou permanecer posicionada como especialista dentro de um nicho de mercado? Os pesquisadores em administração contribuem significativamente nas deci- sões de marketing realizando estudos de pesquisa em administração. Para empresas de manufatura, processos de produção eficientes e eficazes são essenciais quando se deseja que os clientes percebam a qualidade dos produtos e se sintam satisfei- tos. A pesquisa em administração freqüentemente tem a tarefa de identificar processos que criam a quantidade ótima para a qualidade dos produtos e/ou serviços. Além disso, como os funcionários são, essencialmente, responsáveis pela produção de qualidade, boa parte da pesquisa é direcionada para a compreensão do comportamento do funcionário, concentrando-se em importantes variáveis, o que inclui a satisfação, o desempenho e a ij@ijfjii EXEMPLOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO BÁSICA E APLICADA Questões de pesquisa aplicada Qual é o efeito da administração de áudio e foto digitais sobre a fatia de mercado do DVD da Samsung? Como a aquisição de um novo vinhedo afetará a lucratividade da Martinelli Winery? Como a imposição de um sistema de pagamento baseado em salários afetaria a satisfação do cliente na Bernard's Acura? Os perfis psicológicos de funcionários potenciais podem ser usados para reduzir a rotatividade no Sacred Heart Hospital? Questões de pesquisa básica Como a turbulência tecnológica afeta o desempenho administrativo? Que fatores se relacionam com as percepções do consumidor da qualidade geral de um vinho? Os consumidores ficam mais satisfeitos com negociantes de carros cujos vendedores são recompensados com um salário direto ou com os que pagam comissão sobre as vendas? O estresse do trabalho afeta igualmente o desempenho e a satisfação de homens e mulheres prestadores de serviços? FONTE: Business Wire. 2002. Samsung Selects Planetweb's Digital Entertainment Software to Power New Lino of lnteractive DVD Pl?yers. (7 January), acessado via Lexis-Nexis, 7 de março de 2002. ' _ _j 34 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO rotatividade (intenções de pedido de demissão) no emprego. No Reino Unido, pesquisas indicam que as empresas incorrem em custos adicionais de 3.933 libras britânicas por ano (aproximadamente 7.000 dólares) para cada funcionário que deixa o emprego.5 De modo semelhante, as empresas americanas estimam um custo médio de rotatividade em 10.000 dólares ou mais para cada funcionário que se demite.6 Assim, a rotatividade recebe mui- ta atenção dos pesquisadores e dos responsáveis pelas decisões. As decisões estratégicas e táticas muitas vezes envolvem investimento de capital. Os su- permercados on-line não desfrutaram do sucesso inicial que muitos especialistas previ- ram. Muitos podem ter subestimado a extensão do capital necessário para tal empreendi- mento. Uma das chaves para a sobrevivência esperada é a seleção da melhor maneira de obter esse capital.7 A pesquisa em administração direcionada para alternativas financei- ras poderia ajudar a responder essa questão. A Figura 1-2 ilustra algumas das implicações da pesquisa em administração que poderiam estar envolvidas em um empreendimento na indústria de supermercados on-line. Regras de contabilidade também representam uma necessidade de pesquisa. Difer~ntes procedimentos de contabilidade trazem consigo diferentes implicações financeiras. E cla- ro que Arthur Andersem deveria ter examinado mais detidamente os procedimentos de contabilidade usados na Enron. Assim, as decisões devem ser examinadas em termos de implicações tributárias, bem como em relação ao seu impacto sobre o produto e o desem- penho financeiro SBU (Strategic Business Unit). As indústrias mudam, mas o processo de pesquisa permanece muito parecido. A pes- quisa continua a ser uma investigação em busca de explicações verdadeiras e previsões acuradas. Os instrumentos que os pesquisadores utilizam, no entanto, mudam e conti- nuarão a mudar. As empresas de informações são aquelas que trocam informações ou ser- FIGURA 1-2 APLICAÇÕES DA PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO EM UM EMPREENDIMENTO INICIAL DE SUPERMERCADO ON-LINE Decisão envolvida Que tipo de recursos de capital deve ser usado? Que mercados devemos atender? Tópico de pesquisa Identificar as implicações finan- ceiras e os riscos associados com as várias opções. Identificar a lucratividade potencial de mercados potenciais. Que tipos de produtos Identificar o valor de compra devem ser enfatizados? associado com a aquisição de produtos de vários tipos. Que tipo de pessoal deve estar envolvido nas operações? Como devem ser os clientes? Qual é o impacto da terceirização sobre a qualidade percebida no atendimento? Qual é a taxa de resposta potencial das diferentes opções para indução de testes? Implicações Supermercados on-line consomem muito capital. O resultado é a falta de dinheiro durante os primeiros meses de operação. Supermercados on-line devem identifi- car mercados com alto potencial de volume em relação a uma pequena área de atendrmento. Supermercados on-line devem determi- nar os produtos para os quais os cl ien- tes acreditam que a interação física é um valor agregado ao processo. Supermercados on-line podem achar mais eficiente, em termos de custos, a terceirização de certos componentes operacionais, incluindo a entrega de produtos. Os custos de aquisição de clientes são extremamente altos para lojistas on-li- ne. Portanto, supermercados on-line bem-sucedidos provavelmente usu- fruirão de uma relativa eficiência para atrair clientes. CAPÍTULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI 35 viços relacionados a estas, tais como distribuição e armazenamento, por algum tipo de ta- xa. Como os produtos "só de informação" estão se tornando uma parte cada vez maior da economia, será interessante ver qu~is novos instrumentos poderão ser necessários, se o forem. Empresas que lidam só com informações constituem uma grande porção do co- mércio eletrônico. Incluem empresas relativamente pequenas que, por exemplo, podem fornecer instruções de serviço para técnicos em refrigeração de restaurantes. Mas também incluem grandes empresas, como a Yahoo! e a AOL Time Warner, bem como firmas espe- cializadas, tais como a Pricescan.com (www.pricescan.com), que oferece informações so- bre preços de milhares de produtos a um simples clique do mouse. Vários aspectos das empresas de informações apresentam um desafio para os pesqui- sadores em administração. Por exemplo, como os pesquisadores identificarão "atributos" importantes dos produtos de informação?" Adesão" é um termo que tem sido usado pa- ra descrever um importante atributo dos produtos de informação. A adesão é o quanto custa transferir uma dada unidade de informação para alguém.8 Esse custo afeta o usuá- rio final ou somente os membros do canal? Além disso, qual é a melhor maneira de deter- minar o preço dos produtos de informação, uma vez que o custo para transferi-los é pra- ticamente zero? O preço deveria, assim, ser determinado pela disposição do compradorde pagar em vez de ser baseado no custo?9 Isso claramente tem implicações no modo co- mo são conduzidos os estudos de preço. Com produtos de informação, também se colo- ca maior ênfase na proteção dos direitos de propriedade intelectual. Isso significa que os pesquisadores devem auxiliar a definir os limites da infração para oferecer proteção legal às empresas de informações. Que tipos de empresas se beneficiam com a pesquisa? Todos os tipos de empresas po- dem beneficiar-se com a pesquisa. Grandes e pequenas empresa podem responder ques- tões importantes sobre mercados e sobre seu próprio ambiente interno de trabalho.10 Mui- tas empresas de baixa tecnologia usam pesquisas. Por exemplo, hotéis e restaurantes fre- qüentemente coletam informações sobre os padrões de satisfação, acomodações e refei- ções que lhes possibilitam servir melhor seus clientes. A nova classe crescente de em- preendedores com alto nível de formação e de habilidades também entende que a chave para o sucesso é ser capaz de identificar novas formas de oferecer aos clientes conjuntos de benefícios mais duradouros e satisfatórios.11 Evidentemente, a pesquisa desempenha um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico, pois aborda diversos aspectos relativos à adoção de novas tecnologias. A pesquisa em administração não está mais confinada às empresas que visam ao lu- cro. Instituições sem fins lucrativos, como a Igreja Católica, descobriram a utilidade da pesquisa na abordagem de questões relacionadas com o recrutamento do clero e com o au- mento das atividades de levantamento de fundos sem sacrifício da espiritualidade.12 Des- te modo, longe de ser exclusiva de um pequeno grupo de grandes empresas, todos os ti- pos de negócios podem beneficiar-se da pesquisa. Veja a seção "Pesquisa em Ação" para saber mais sobre como as organizações religiosas utilizam a pesquisa em administração. TENDÊNCIAS COM IMPACTO SOBRE A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO Recentes tendências empresariais afetaram a pesquisa em administração de muitas for- mas. Elas ajudaram a moldar os tipos de pesquisa realizada, o modo como a pesquisa é conduzida e os fenômenos estudados, bem como a importância da pesquisa em adminis- tração para a tomada de decisões. Entre as mais importantes tendências com impacto na pesquisa em administração estão a expansão da liberdade de mercado, a pesquisa inter- nacional, o marketing de relacionamento e, especialmente, a revolução da informação. _j 36 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO EXPANSÃO DA LIBERDADE DE MERCADO Desde o famoso discurso do presidente Reagan para "demolir o muro" em 1987, os mer- cados livres surgiram em muitos mercados anteriormente fechados. A maior parte dos administradores na ex-União Soviética, por exemplo, não estavam motivados a desenvol- ver ou adquirir novas capacitações.13 Os consumidores soviéticos representavam um pú- blico aprisionado, exceto pelo mercado negro. Havia pouca mobilidade de empregos, sig- nificando pouco incentivo para o estudo do funcionamento interno e organizacional das empresas. Poucas vantagens poderiam ser obtidas através da inteligência adicional que a pesq_uisa poderia proporcionar. A medida que mercados livres e competitivos emergiam, as empresas começaram a tornar-se motivadas a responder perguntas sobre os tipos de produtos e serviços que os consumidores queriam. Um resultado disso foi a maior ênfase sobre a qualidade do pro- duto, exigindo a opinião de clientes e funcionários. O Volga, talvez o mais conhecido veí- Pfi•IUL'b11'4+'• ~UISADORES MANTÊMAfÉ Uma grande empresa como a Target ou a Old Navy nem sonharia em abrir uma loja e um novo mer- cado sem primeiro pesquisar e estabelecer uma necessidade viável naquele mercado, então por que deveria ser diferente no caso de igrejas? Essa é a pergunta que a Percept, uma empresa com sede em Costa Mesa, Califórnia, fez e respondeu quando foi fundada em 1987. A Percept (www.percept- net.com) fornece iriformações demográficas para igrejas, iritegrando dados sobre atitudes religiosas, preferências e comportamento de norte-americanos com base em sua "etografia" de quarteirão por quarteirão - o equivalente a dados psicográficos. A abordagem da Percept é semelhante à da National Decision Systems, uma empresa especiali- zada em psicografia que divide a população dos Estados Unidos em 50 segmentos de estilo de vida. Depois, determiria que grupo predomiria em cada área pelo CEP, geralmente entre dez a quinze eco- nomias domésticas. As empresas utilizam esses dados para determiriar estratégias de marketing, co- mo a possibilidade de os consumidores reagirem a mensagens de venda fortes ou amenas ou a exis- tência de mercado para um novo produto. Já os clientes da Percept são organizações religiosas. A Percept tomou esses 50 segmentos de estilo de vida e, por meio de uma série de pesquisas de opiriião e de iriformações secundárias obtidas do Censo americano, Claritas, WEFA Group e de sua própria série nacional de pesquisas, estabeleceu as preferências por igrejas - o "etos" - de cada gru- po. Um dos segmentos da Percept, o "Profissionais Potenciais Emergentes", por exemplo, tem uma renda familiar média e per capita consideravelmente maiores do que a média nacional. Quando so- licitados pela Percept para identificar programas ou características específicas que procuram em uma igreja, o segmento dos "Profissionais Potenciais Emergentes" iriteressa-se por "Esportes/Campirig, Programas Culturais, Retiros Espirituais, Grupos de Discussão Teológica para Adultos, Valorização Intelectual e Missões Voltadas para a comunidade". As pessoas que se enquadram no grupo "Famí- lias Suburbanas de Meia-Idade", no entanto, preocupam-se mais com "Programas para Recuperação Após Divórcio, Oportunidades de Melhoria do Casamento, Programas de Treiriamento para Pais e Música Participativa" em suas igrejas. Informações como essas são úteis na criação da liturgia e de programas de desenvolvimento espiritual e que ofereçam o máximo de valor para o cliente. Enquanto alguns podem argumentar que técnicas de estratégia de marketing e de empreendedo- rismo não têm lugar na religião, muitas igrejas, paróquias e agências denomiriativas nos Estados Unidos estão comprando essas iriformações demográficas na esperança de melhor compreender as necessidades de suas congregações e identificar fiéis potenciais em suas regiões. À medida que as igrejas tentam encontrar modos de atirigir seu público alvo, elas empregam os mesmos métodos de pesquisa em administração, assim como empresas mais tradicionais, esperando obter resultados se- melhantes. FONTE: Felten, Eric. 2000. Data Divining; Mainline Churches Put Their Faith in Demographic Marketing. The Wall Street Journal. (28 April), p. W17; www.perceptnet.com; e comunicação com Tom Hoyt, VP, Marketing Communications, Percept. 1 , . ·'.· ..•. · ' ~; CAPITULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI 37 culo russo, tem uma longa e infame história como símbolo da baixa qualidade de um pro- duto que se transformou em síntese da indústria soviética. Mais recentemente, a Gaz, fa- bricante russa do Volga, usou a pes~uisa para expandir sua linha de produtos e sua par- ticipação no mercado. A Gaz avaliou as tendências de mercado e entrou no de pequenas caminhonetes com o Gazelle, penetrando nos mercados do Iraque, da Hungria e até mes- mo dos Estados Unidos! 14 Os administradores russos também devem aprender a lidar com o mercado de traba- lho livre. A satisfação no emprego na Rússia permanece baixa. De fato, muitos trabalha- dores russos qualificados foram atraídos para os Estado Unidos por melhores condições de trabalho nas empresas americanas.15 Como o mercado de trabalho russo tradicional- mente tem sido pouco estudado,16 a pesquisa em administração pode oferecer benefícios aos administradores ainda maiores do que os que resultamde estudos semelhantes em economias desenvolvidas. Como as empresas beneficiam-se do exercício de tomada de decisões, a pesquisa torna-se parte de uma tomada de decisões eficiente. PESQUISA INTERNACIONAL A pesquisa em administração hoje constitui-se, verdadeiramente, em um empreendimen- to internacional. Empresas de todo o mundo agora realizam pesquisa em administração para melhorar as tomadas de decisão. Essa pesquisa tem influência sobre as decisões que envolvem culturas pouco conhecidas. Por exemplo, as decisões sobre aquisições estran- geiras podem ser tomadas com muito mais certeza quando se conhecem as estruturas econômicas e competitivas do mercado. Como a Gaz, a Skoda era a fabricante nacionali- zada de veículos da República Tcheca. A Skoda tinha péssima reputação em relação à qualidade. Após sua introdução inicial no mercado do Reino Unido em 2000, 98% dos consumidores britânicos classificaram seus produtos como "de baixa qualidade e acaba- mento". Entretanto, desde que a Volkswagen adquiriu a Skoda, a pesquisa em adminis- tração tem sido usada para melhorar a qualidade do produto e planejar campanhas pro- mocionais que usam o humor para combater a imagem negativa. Através do perfil cuida- doso do consumidor, a Skoda tem como alvo aqueles que são altamente racionais, e não emotivos, em suas decisões. O resultado foi um drástico aumento da resposta aos apelos de marketing direto e um crescimento de vendas de mais de 23% em 2001.17 A internacionalização significa que a pesquisa de mercado também deverá tomar um foco internacional.18 Difíceis decisões administrativas envolvendo consumidores e funcio- nários em uma cultura estrangeira tornam-se ainda mais difíceis por uma série de barreiras de comunicação, tanto verbal quanto não-verbal. Essas decisões exigem pesquisa das dife- renças culturais, incluindo a habilidade de traduzir significados de uma língua para outra. Hoje, a Internet possibilita que muitas empresas vejam o mundo como seu mercado. Mas para isso, o site da empresa deve ser disponibilizado em muitas línguas. Em tais ca- sos, a equivalência de tradução torna-se essencial. A equivalência de tradução significa que o texto pode ser traduzido de uma língua para outra e desta para a primeira sem dis- torção de significado. Ver a Figura 1-3 para exemplos de falta de equivalência de tradução. Além da mera equivalência de tradução,19 os pesquisadores devem investigar os pa- drões de uso da Internet, bem como os detalhes técnicos de browsers e computadores. Lín- guas diferentes são acompanhadas por diferentes alfabetos. Muitas configurações de sis- temas de computadores são incapazes de traduzir adequadamente esses caracteres. Sem o hardware e o software apropriados, por exemplo, uma página russa na Web pode facil- mente parecer chinesa! Questões como essas certamente surgem à medida que as empresas cruzam as fron- teiras internacionais. A pesquisa com o propósito de entender as dimensões culturais dos negócios é mais eficaz em termos de custo do que um engano que cria um significado in· desejável ou ambígúo. _J . .. ,,ef .. ;..;, _ ............ ,, ___ .............. _~--··-- ... ---·-- 38 FUNDAMENTOS DE M~TODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO if@iifjii A PESQUISA PODE EVITAR ERROS COMO ESTES Significado pretendido Descrição da situação (nome do produto/slogan) Nome inglês de um produto americano Clairol Mist Stick e sua interpretação em alemão Nome inglês de um produto americano Matador (AMC auto) e sua interpretação em espanhol Interpretação japonesa de Guess Jeans um nome inglês Interpretação alemã de um Cartão de crédito termo do produto Tradução do intérprete japonês, da língua japonesa para a língua inglesa para venda na China Panquecas prontas para comer Significado interpretado Pedaço de esterco Carro assassino jeans vulgar/sem classe/feio Cartão de culpa Porcaria de sobremesa de morango FONTES: Semon, Thomas T. 2001. Cutting Corners in Language Risky Business. Marketing News 35 (23 April), 9. Cohen, Andy. 1998. What You Didn't Learn in Marketing 101. Sales and Marketing Management 150 (February), 22-25. Steinmetz, Greg. 1997. Germans Finally Open Their Wallets to Credit Cards But Aren't Hooked Yet. The Wa// Street Journal. (6Aprii),A14. Reese, Shelly. 1998. Culture Shock. Marketing Toais 5 (May), 44-49. MARKETING DE RELACIONAMENTO As empresas entraram na era do marketing de relacionamento. O marketing de relacionamento enfatiza as interações a longo prazo entre uma empresa e seus acionistas. Procura identificar trocas mutuamente benéficas em que ambos maximizem o valor. O surgimento do marketing de relacionamento está mudando a pesquisa em termos de quem e o que estudar. Um dos componentes principais do marketing de relacionamento é a compreensão de que uma empresa não pode ser tudo para todos. Isto é, uma empresa reconhece que nem todo cliente, nem todo funcionário e nem todo acionista representa uma combinação para um relacionamento de longo prazo. Frederick Rheichheld incentiva as empresas a serem "chatas" e a escolherem com cuidado seus parceiros de relacionamento.20 De outro modo, recursos limitados serão gastos com clientes que não oferecem possibilidade de lucro. Empresas bem-sucedidas têm clientes leais, funcionários leais e acionistas leais.21 O marketing de relacionamento coloca cada vez mais ênfase no estudo de fatores relativos à lealdade. As questões sobre lealdade de funcionários, tais como a rotatividade e o com- prometimento organizacional, são estudadas com freqüência devido a sua relação com o desempenho da empresa.22 A rotatividade representa o período de permanência de um funcionário e sugere a taxa de substituição necessária para manter a produção. O com- prometimento organizacional é o grau até onde um funcionário se identifica com as me- tas e os valores de uma empresa.23 Quando os funcionários estão altamente comprometi- dos, demonstram grande lealdade. O conhecimento dos fatores de rotatividade e de com- prometimento aumentam a probabilidade do sucesso organizacional. Os pesquisadores atualmente estendem a idéia de lealdade às populações de clientes e acionistas. Novos conceitos, tais como a participação e as mudanças de cliente são cada vez mais estudadas. A participação do cliente é a proporção de recursos ~ue um cliente gasta com uma empresa em um determinado conjunto de concorrentes.2 Por exemplo, um cliente que vai ao McDonald's cinco vezes em cada dez quando quer fast Jood, teria uma participação de cerca de 50. A mudança de clientes é a taxa de rotatividade anual dos clientes. Empresas de telefonia sem fio estão usando a pesquisa para reduzir a mudança de clientes, pois ela atinge a média de 30% ao ano e é muito dispendiosa. As empresas também estão pesquisando o comprometimento do cliente - o grau até onde os clientes se identificam com os valores de uma empresa. Descobriram que, como funcionários leais, os clientes estão dispostos a se sacrificar para manter bons relacionamentos.25 Ne- nhuma dessas áreas era pesquisada há vinte anos. \ .i CAPÍTULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO S~CULO XXI 39 De modo parecido, as empresas têm colocado uma ênfase maior nas relações com seus funcionários. O drástico aumento no número de famílias com duas rendas fez com que crescesse o estresse dos funcionários, já que seu tempo livre tornou-se mais restrito. Assim, os funcionários devem prestar atenção à vida fora da empresa em um esforço pa- ra manter um local de trabalho coesivo. Pesquisas como essa têm levado a uma série de programas inovadores planejados para auxiliar os funcionários a lidar com aspectos roti- neiros da vida. O apoio no cuidado dos filhos é de longe uma das mais destacadas carac- terísticas originadas desse trabalho. A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO A era da informação facilitou muitosprocessos de pesquisa. Avanços tecnológicos na com- putação e no armazenamento eletrônico aumentaram muito a eficiência da pesquisa. Tu- do isso aconteceu em um período muito curto. Por exemplo, a maioria dos leitores deste livro nasceu antes da ampla difusão dos computadores pessoais. De forma semelhante, a maioria dos leitores deste livro nunca ouviu falar de uma "leitora de cartões". Uma leito- ra de cartões possibilitava que um analista alimentasse um computador com dados utili- zando cartões de papelão. Perfurando os cartões de maneira padronizada, diferentes va- lores podiam ser representados. Assim, não era raro um pesquisador carregar pilhas de, li- teralmente, milhares de cartões. Uma pilha continha os dados, outra continha o programa de computador que, esperava-se, analisaria esses dados, supondo-se que não havia ne- nhum erro no padrão de perfuração. O pesquisador colocava os cartões na leitora e ia al- moçar. Poderia levar horas até que o computador mainframe processasse o programa. Ao retornar do almoço, o analista apanhava um relatório impresso que, ou continha os resul- tados, ou, mais freqüentemente para as primeiras rodadas, uma mensagem de erro. Os cartões tinham que ser guardados com muito cuidado. Uma pilha de cartões que caísse no chão causava muita dor de cabeça para os pesquisadores. Agora, os dados con- tidos nos milhares de cartões podem ser armazenados em um único disco de computa- dor. Além disso, como são colocados em um arquivo em "tempo real", os programas que analisam os dados poderão jamais ser vistos pelo pesquisador, que simplesmente" apon- ta e clica", e o computador leva apenas uma fração de segundo para rodar até mesmo os mais avançados programas estatísticos. Quase certamente, assim como a leitora de cartões hoje é obsoleta, outras tecnologias novas tornarão obsoletos os atuais métodos de entrada, armazenagem e análise de dados. A seguir, apresentamos diversos desenvolvimentos da tecnologia de informações que es- tão tendo grande impacto sobre a pesquisa e as tomadas de decisões. Comunicação eletrônica O e-mail substituiu o telefone e o correio tradicional em muitos tipos de comunicação em- presarial, incluindo muitos assuntos diretamente relacionados com a pesquisa. Questio- nários são agora administrados rotineiramente através de e-mail direto ou por acesso a um site. O Capítulo 5 contém uma descrição mais detalhada dos avanços tecnológicos na coleta de dados. A comunicação eletrônica também está tendo impacto sobre os desenvol- vimentos que veremos a seguir. Conexão em rede A conexão em rede, tecnicamente, refere-se a sistemas de computadores conectados uns aos outros por meio de vários servidores. A Internet conecta seu computador a quase to- dos os outros computadores do mundo. De uma perspectiva empresarial, a conexão em rede permite maior comunicação e transferência de dados entre as partes interessadas. Em alguns casos, a conexão em rede permite a transferência de informações em "tempo _J 40 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO real" (instantaneamente) dos mercados para o analista. O sistema de rastreamento de pa- cotes do Fedex oferece um exemplo de transferência de informação em tempo real. As empresas estão, cada vez mais, adotando também a intranet. A intranet é uma rede pare- cida com a Internet que conecta computadores internamente em uma organização. Um pesquisador que precisa de dados de vendas e lucros dos últimos vinte trimestres, por exemplo, pode acessar diretamente os arquivos financeiros da empresa e recuperar as in- formações desejadas. O uso de papel não é necessário, e não há demora esperando que o departamento de contabilidade processe a solicitação! Uma empresa pode expandir sua rede de intranet de modo que os fornecedores e vendedores também tenham acesso a ela. Essa capacidade permite sistemas de compra automatizados e maior flexibilidade de produção. A tecnologia da intranet é vantajosa para a Delicato, Inc., uma fabricante familiar de vinhos na Califórnia. A empresa automa- tizou os relatórios de pesquisa sobre a lucratividade da linha de produtos que anterior- mente precisava de solicitações formais ao departamento de tecnologia de informações. Os resultados da pesquisa automatizada são colocados em um sistema que ajusta a com- pra de uvas e a produção da vinha em um empenho para focalizar as variedades de uvas que produzem os vinhos mais lucrativos.26 Armazenagem de dados As informações empresariais são agora armazenadas e catalogadas em um formato ele- trônico. Há vinte anos, os dados eram armazenados em cartões de computador ou em fi- tas magnéticas e, mais freqüentemente, eram acessados através de relatórios impressos gerados por um programa de computador. Hoje, esses bancos de dados eletrônicos foram substituídos por outras abordagens menos dispendiosas para armazenagem de dados. A armazenagem eletrônica de dados claramente modificou o modo de trabalhar dos analis- tas e dos responsáveis pelas decisões. A disponibilidade dos dados off-the-shelf' tornou as tarefas de pesquisa infinitamen- te mais fáceis. Os dados off-the-shelf são informações prontamente disponíveis compiladas e vendidas por empresas. Por exemplo, um analista que esteja pesquisando diferentes lo- cais para uma nova filial nos Estados Unidos pode acessar todos os dados estatísticos ne- cessários sem nunca sair de seu escritório. Todos os dados do censo público dos Estados Unidos estão catalogados eletronicamente e são acessíveis em diversos formatos através de seu site.27 Antes, o pesquisador teria que ir às bibliotecas do Censo dos Estados Unidos, achar os volumes corretos e as tabelas certas e então transferir manualmente os números para algum formato utilizável. Um processo trabalhoso que poderia levar dias ou sema- nas agora encontra-se reduzido a horas. Do mesmo modo, projetos de pesquisa para lo- calização de lojas, que levariam semanas, hoje estão quase automatizados com o uso dos Sistemas de Informações Geográficas (GIS). Esses sistemas podem criar, em poucos mi- nutos, numerosos mapas que sobrepõem informações dos inventários de dados do censo a imagens fotográficas obtidas por satélite. Por exemplo, os sistemas GIS podem identifi- car a localização de economias domésticas com perfis de renda entre 75.000 e 125.000 dó- lares e com dois integrantes adolescentes. Além disso, muitas estatísticas industriais agora estão disponíveis eletronicamente. No passado, por exemplo, os vendedores de produtos ao consumidor esperavam ansiosa- mente os relatórios mensais sobre a participação no mercado, tais como o SAM! (Sales and Marketing Index). Ho!e, os assinantes têm acesso 24/7** a muitos índices como o SAM! via notebook ou palm pilot. 8 O Capítulo 3 contém uma lista de fontes de dados off-the-shelf. * N. de R.T.: Dados fora de prateleira, ou seja, aqueles que se encontram disponíveis eletronicamente e não mais em relató- rios, arquivados em pastas, guardados em armários ou prateleiras. ** N. de R.T.: 24 horas por dia, 7 dias por semana. CAPÍTULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO S(:CUIU XXJ_ ... "~J. Aprendizagem organizacional Motivadas pelo baixo custo da armazenagem eletrônica de informações e pelo desejo de melhor compreender diversos relaCionamentos, muitas organizações desenvolveram sis- temas formais com o objetivo de registrar todos os eventos importantes em um banco de dados. Esse banco de dados resultante é uma representação eletrônica da memória orga- nizacional. Algumas entradas de informações nesses sistemas são automatizadas. As in- formações rotineiras de relatórios financeiros e de mercado, por exemplo, são passadas automaticamente para um banco de dados. Outras informações, como uma lista de ins- trumentos motivacionais eficientes para funcionários, devem ter entrada através de um relatório especial. O resultado é um armazém de dados internos.A aprendizagem orga- nizacional pode ser definida como a internalização de informações externas e internas que serão usadas nas tomadas de decisão. Dentro de poucos anos, a aprendizagem orga- nizacional assumiu um papel central na seleção de estratégias administrativas com o ob- jetivo de melhorar o desempenho das empresas.29 Um instrumento de aprendizagem organizacional relativamente novo é a garimpa- gem de dados. Trata-se do processo de garimpar eletronicamente os bancos de dados à procura de informações que identifiquem maneiras de melhorar o desempenho organi- zacional. A garimpagem de dados não é realizada com uma picareta ou uma pá. Ao con- trário, a ferramenta do analista é um algoritmo (lista de passos na forma de comandos de computador) que automaticamente analisa relações potenciais entre eventos armazena- dos no banco de dados eletrônico. A garimpa~em de dados representa "descoberta de conhecimento em bancos de da- dos" ou KDD.3 O processo de KDD envolve os seguintes passos: 1. Estabelecimento de acesso aos dados relevantes 2. Seleção do conjunto de eventos (dados) a serem analisados 3. Limpeza dos dados para que sejam compreendidos pelo algoritmo 4. Desenvolvimento e uso de regras para selecionar relações interessantes 5. Desenvolvimento de um relatório de relações que podem afetar o desempenho da empresa A garimpagem de dados teve início com o advento de um significativo poder compu- tacional na década de 1960. Os pesquisadores desenvolveram o software Automatic Inte- raction Detection (AID), que considerava os relacionamentos possíveis entre todos os pa- res possíveis de dados quantificados dentro de um conjunto de dados.31 Durante aquela década, um computador mainframe podia analisar todas as relações potenciais entre, lite- ralmente, dezenas de variáveis em poucas horas. Um conjunto de dados com 24 variáveis exigiria 16.777.216 (224) computações. Hoje, sofisticados instrumentos de garimpagem de dados usam procedimentos mais poderosos de diversas variáveis, como a análise de con- glomerados, que será discutida em detalhes mais adiante neste livro. Instrumentos como esse permitem que mais de duas variáveis sejam analisadas ao mesmo tempo e em maior quantidade. Se analisássemos 24 variáveis em todas as possíveis comparações três a três, seriam necessárias 282.429.536.481 computações. Nem vamos tentar demonstrar o que se- ria preciso com mais variáveis e mais combinações! Porém, a capacidade computacional moderna permite que quase todos esses tipos de análises sejam realizados com um PC ou laptop em segundos! Desta forma, o pesquisador tem muito mais capacidade de encontrnr informações que melhorarão o desempenho da empresa. Um exemplo interessante, mas talvez desagradável, de garimpagem de dados é ofere- cido pela Receita Federal dos Estados Unidos (IRS). A IRS supervisiona a coleta fedcrnl de impostos. A garimpagem de dados é utilizada pela IRS para analisar combinações de cvcn- 42 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO tos descritos nos formulários de impostos dos contribuintes americanos para identificar candidatos com potencial para renda não-declarada (e, portanto, não-tributada).32 De mo- do semelhante, as empresas podem usar a pesquisa de garimpagem de dados para identi- ficar clientes rentáveis, funcionários mais eficientes e investimentos mais atrativos, entre outras coisas. Mais recentemente, os pesquisadores estão combinando a garimpagem de É verdade. Usando tecnologia sofisticada e contratando uma equipe de especialistas em pesquisa em ad- ministração, a empresa melhorou significativamente as possibilidades de o Harrah's tirar a sorte gran- de na competição por clientes. A empresa descobriu o poder da pesquisa em administração no inicio da década de 1990, quando seus diretores estavam lutando para defender sua fatia de mercado contra concorrentes maiores e mais luxuosos. Em um de seus primeiros experimentos com pesquisa em administração, o Harrah's ficou sa- bendo, por meio de testes, que 60 dólares em fichas grátis era um incentivo muito mais barato e bem mais eficiente do que o padrão da indústria, que era constituido de estadia grátis, jantar e 30 dólares de fichas de cortesia. Da mesma forma, a empresa parou de oferecer pontos de bônus para gastar nas lojas e restaurantes do cassino quando a pesquisa demonstrou que os jogadores mais ávidos não se sentiam motivados por essas ofertas. Hoje, nenhum programa de marketing é lançado sem ser testado primeiro. Eis aqui como o Harrah's joga. Quando um cliente chega em um dos 25 cassinos da empresa, em qualquer país, é incentivado a se inscrever no programa Recompensa Total da empresa para ganhar brindes como viagens, refeições e es- tadias em hotéis. Nessa altura do jogo, o cassino fica sabendo, no mínimo, o nome, o endereço, o núme- ro do telefone e a idade do cliente. Os clientes podem fornecer informações adicionais se desejarem. Com esse conhecimento, a empresa já pode pressupor a lucratividade do cliente. Por exemplo, a pesqui- sa mostrou que os clientes mais lucrativos são mulheres de 62 anos que moram a 30 minutos de um cas- sino da rede, pois geralmente têm uma grande renda para gastar e podem visitar facilmente o cassino com regularidade. De modo inverso, um homem de 32 anos que mora a 400 milhas do cassino Harrah' s mais próximo não será um cliente lucrativo para a empresa. Utilizando essas informações, o Harrah's pode determinar se vale a pena atingir um cliente com os dólares destinados ao marketing e, se assim for, se ele tem maior probabilidade de reagir à oferta de estadia grátis, refeição de cortesia ou dinheiro. Mas o Harrah's não pára por aí. Ao contrário, utiliza uma sofisticada rede de computadores para mapear o tempo e as atividades do cliente enquanto este visita os cassinos. Agora, a empresa sabe quais jogos o cliente prefere, a média gasta em suas apostas, quantas apostas o cliente faz e quanto tempo pas- sa jogando. Com isso, o Harrah's tem um panorama muito melhor do cliente e pode incluí-lo em uma das noventa segmentações de clientes que a empresa desenvolveu para determinar e testar a melhor abordagem de marketing a ser usada. Por exemplo, o Harrah's agora sabe quais são os clientes que apre- ciam participar de torneios de caça-níqueis e pode garantir que vai avisá-los quando um torneio for pro- gramado. As respostas dos clientes aos esforços de marketing também podem ser 'registradas, possibili- tando à empresa afinar ainda mais sua eficiência. Por exemplo, monitorando a resposta do cliente, a em- presa pode descobrir se ele só está interessado em um torneio de caça-níqueis com um potencial de ga- nho acima de 100.000 dólares. Como resultado do novo foco na pesquisa em administração e na garimpagem de dados, o Harrah' s agora sabe que 80% dos ganhos da empresa e quase 100% de seus lucros vêm de 30% de seus clientes que gastam entre 100 e 500 dólares por visita. Portanto, esses são os clientes em quem a empresa concen- tra seus esforços de marketing. Hoje, o Harrah' s estima ter aumentado sua porção do lucro por cliente de 30 centavos de cada dólar que o cliente gasta em cassinos para 42 centavos. Esse aumento traduz-se em um crescimento de ganhos no valor de 100 milhões de dólares nos primeiros dois anos desde que o pro- grama Recompensa Total foi implementado e em um ganho recorde de 3,7 bilhões de dólares em 2001, um aumento de 11 % em relação a 2000. Finalmente, mais da metade dos ganhos dos três cassinos da em- presa em Las Vegas agora originam-se de clientes leais ao Harrah' s. FONTES: Brinkley, Christina. 2000. Lucky Numbers. The Wall Street fournal. (4 May), AI. Dei Jones, 20001. Client Data Means Little Without Good Analysis. USA Today. (24 December), B4. Nickell, Joe Ashbrook.2002. Welcome to Harrah's. Business 2.0. (April), 48-54. CAPITULO 1 • PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO NO SÉCULO XXI 43dados com instrumentos tradicionais de pesquisa, incluindo levantamentos, para melhorar o valor da tecnologia de bancos de dados na tomada de decisões.33 A seção "Pesquisa em ação" mostra como o Harrah's Cas.inos está usando a garimpagem de dados com sucesso. Tecnologia de satélites A pesquisa em administração estende-se para além da Terra. Muitas empresas estão reunin- do e analisando informações obtidas através de GPS, ou Global Positioning Satellite. O GPS permite o rastreamento de movimento em tempo real. Por exemplo, as empresas de entregas podem equipar seus caminhões com um sistema GPS. Cada deslocamento do caminhão é monitorado por um sinal enviado de um mecanismo GPS no veículo, indo até o satélite e de- pois para um computador da empresa. Os pesquisadores podem então analisar esses padrões para aumentar a eficiência do sistema de entregas.34 Também as locadoras de automóveis es- tão colocando mecanismos GPS em seus carros. Com isso, os clientes usufruem dos benefí- cios da orientação eletrônica. Em troca, as empresas agora sabem exatamente como seus clientes usam seus carros. Isso pode possibilitar melhores serviços e alternativas de preços. No futuro, os clientes poderão ser solicitados a fazerem suas compras enquanto carregam consigo um GPS de bolso. Isso permitiria que os pesquisadores examinassem os padrões de tráfego em lojas e em shoppings com precisão. Informações como essas poderiam ser muito úteis na procura de respostas para questões como quanto de aluguel um local potencial para uma loja poderia obter. A seção "Pesquisa em ação" discute outras aplicações de GPS. A era da informação transformou as economias modernas. Espera-se que os pesqui- sadores sejam mais capazes e mais produtivos do que uma geração atrás. Também os res- ponsáveis pelas decisões têm mais informações relevantes para usar em decisões estraté- gicas e táticas. A Figura 1-4 sintetiza várias implicações da era da informação e da pesqui- sa em administração. É interessante verificar que alguns indivíduos estão perguntando se a tecnologia avançou ou não além do nosso desejo e habilidade de tirar vantagem dela. Quantas pes- soas realmente necessitam da velocidade de processamento de 2,5 gigahertz? Isso pode ser parte do motivo para o recente declínio de desempenho da indústria tecnológica.35 A Figura 1-5 testa o seu QI de tecnologia e verifica como você está se adaptando à explosão tecnológica. iii•"Lfiiitii" SISTEMA GLOBAL BIG BROIBfR? Existem dimensões éticas para o GPS como instrumento de pesquisa? AAcme Rent-A-Car, de New Haven, Connecticut, colocou unidades GPS em todos os seus veículos de aluguel. Deste modo, a lo- cadora conhece cada lugar onde seu cliente vai. A empresa não só sabe onde você pára, mas também a velocidade com que você dirige até lá. AAcme começou a enviar para seus clientes demonstrati- vos de velocidade com base no rastreamento GPS. Finalmente, um cliente abriu um processo contra a empresa, alegando que ela estava violando a privacidade do motorista. Até agora, os tribunais jul- garam a favor do cliente. As empresas de seguro também estão usando a tecnologia GPS. Elas não somente podem pes- quisar o comportamento dos motoristas muito melhor do que no passado, como também conse- guem abordar questões relativas aos preços. Os sistemas GPS usados pela empresa Progressive, no Texas, resultaram em uma redução drástica das taxas para alguns clientes e em aumento para ou- tros. Dirija menos, como mostra o GPS, e pague menos. Dirija dentro do limite de velocidade e pa- gue menos. Alguns consumidores defendem que isso também é uma violação de seu direito à pri- vacidade. FON1E: Cardwell, Annette. 2002. Building a Better Speed Trap. Smartbusiness.com 14 (December/January), 28. Carnahan, Ira. 2000. Insurance by the Minute. Forbes 166 (11 December), 86. 44 FUNDAMENTOS DE MÉTODOS DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO FIGURA 1-4 COMO A ERA DA INFORMAÇÃO ESTÁ AFETANDO OS PESQUISADORES E OS RESPONSÁVEIS PELAS DECISÕES / 1. A matéria é J]lenós importante. ê).v~fo~aa,,~!npr~sa:,.cada vez rnais,'kocontracse em bens in- .• . tangíveis oti "soft'':; Na•nova ecoflorri~~;I9,cqBh~ci.ínentó é à chave pa·ra o suÇesso.,Piüdutos ·· somente de i nfor!11açp:~ são responsáveis pôr uma porção sign ificafiV;;í da economia .. Portan- . tq,.os pesquisadorés;têfri que prcic~s~?E;m\IJ.s;;~;produziPmelhores informaçõe,s .e, inMi~ência. 2. A distância é menos importante. Muitos funcionários podem desempenhar seu trabalho a par- tir de locais distantes, além do ambiente tradicional. Os clientes podem comprar de qualquer lugar, incluindo de um avião, de seu escritório e, acredite se quiser, de seu próprio carro! Os pesquisadores podem conduzir entrevistas Delphi (um tipo de pesquisa de opinião entre espe- cialistas) com altos executivos de todos os continentes do mundo simultaneamente. ~.~() temp(}1e•'máis' i!nporta~t~~;oadoó novó inundo de conéxõés: ff1stantâneas de 24 horás por dia, ·<üpres~ãó'para reagir r;;ihidatnente aumentou muito. OS diêp~es de empresa estão exigin- do,teínpos'detidos reduz)çlos;.Qcte,n:ipo de ciclo é aqualitidade·'de tempo consumido entre · o ponto .ém que.~{11 pediJ:!0;éJeito junto a uma empresa for~é~~(J.O.ra e o ~~ÍJ!po em que os • bepefíeios sãó/alcançâdós:·;A,~stn:i, \!~· er:npre~jlsqqe,cqnseguem foduzir o tempo de resposta \iãõ se. bere,fici;;ir muito~ ·os pesqqifadores de,yetri conciliar continuamente a demanda por :resiJ ltados. rapiq()$ ,C\:)íll)=! desejo'dé resa ltados significativos. . . . 4. A personalização é mais importante. A pesquisa, incluindo tecnologias de base de dados, fa- cilita para as empresas a personalização de seus produtos. Isso é especialmente verdadeiro para produtos somente de informação. Portanto, a habilidade das empresas de adquirir uma compreensão melhor e mais profunda de seus clientes está mais significativa do que nunca. sL1 As pessóas.são .maii'i'mpprtantes::A éôniliriígàgão'iriter~~~idnal coi;i\/eniente continUa à retirar '.º pode:r,;qo'topo qoU~sqú'enía organiiiei?n~I. ps compr~dores podem comparar preços de : ;:··pr9él~tq~'.'.êi}tre ce.nteriasdey~m:leélore? C,ônc9rrentes c:Om o clicar do mouse. Os:f011cionári0s ;s;f {p,()q,emipferécér suas qualificações paraêerítenas de,eínpregadores da mesma màrteirà. De . mç>qó senjelháríte; negóci~,ntesJêm ;;icesso a opor1;unidádes de invéstimento no mundotodo. '.Pórtantà, as em presas qoe tl'átam üçelientes, funcidriarios e acioi;iistas; co111 verdadeira empa- • ;tia:e, respe,Jto.manterãó um P().ntp,, lcqe sust~~~.Vel~e dífe(endàÇão. Novamente, isso au- . menta·a necessidade.da pesqúisá J'.9c;t~ssó~'·pélqs•quais ós acionistas adquirem valor a partir de seus réladpnàinentos .. Solµç~.s ~eê!t<;i,teçriologia também devem ser de "alta diplo- macia", O que qúer;dizer que O elémê,nfü húmàpo é seu cómponente mj!ÍS importante. · FONTE: Hair, Joseph F. and Barry J. Babin. 2002. Technology and the New Economy: lmplications for Higher Edu- cation and the Marketing Discipline, Advances in Marketing and Purchasing, Arch Woodside and Ellen Moore, editors, Elsevier Science, Ltd., london: Volume 11 pp. 57-68. A RELAÇÃO ADMINISTRADOR-PESQUISADOR A decisão eficiente exige que tanto os administradores (responsáveis pelas decisões) quanto os pesquisadores desempenhem seus respectivos papéis de maneira responsável e ética. A ética na relação administrador-pesquisador significa que ambas as partes se tra- tam de modo honesto e justo. Além disso, o pesquisador deve compreender que uma bre- cha na ética profissional prejudica toda a indústria de pesquisa. O conflito entre o admi- nistrador e o pesquisador (mesmo quando os dois são a mesma pessoa) é inevitável. O responsável pelas decisões quer gastar o mínimo de dinheiro e utilizar o mínimo de re- cursos humanos e deseja obter a resposta imediatamente e sem erro. O pesquisador com- preende que a implementação dos