Buscar

Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Descreva o funcionamento / regulação do Sistema Renina-Angiotensina-
Aldosterona. 
 O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um dos principais mecanismos reguladores 
da homeostase sistêmica, visto sua importância na regulação da pressão arterial e no balanço 
hidroeletrolítico, além de outros efeitos que serão descritos abaixo. 
 Quando há uma queda da pressão arterial, as células da mácula densa detectam isso e 
estimulam, através de sinais parácrinos, a produção de renina pelas células justaglomerulares. A 
renina, após ser secretada na corrente sanguínea converte o angiotensinogênio em angiotensina 
1 e essa ao passar, principalmente, pelos pulmões sofre ação da Enzima Conversora de 
Angiotensina que a transforma em angiotensina 2, essa última irá produzir os efeitos necessários 
para regulação da homeostase corporal. 
 Depois dessa visão sintetizada sobre a cascata hormonal, vou abordar os aspectos 
descritos de maneira mais detalhada, explicando os principais estímulos, formas de produção e 
efeitos causados pelos hormônios do SRAA. 
Começando na liberação da renina: há 3 vias para sua liberação. 
A. Reabsorção de NaCl pela mácula densa (diminuição da reab. provoca liberação da renina). 
B. Pressão arterial nos vasos pré-glomerulares (diminuição provoca lib. renina). 
C. Ativação dos receptores Beta-1 Adrenérgicos nas células Justaglomerulares. 
Mecanismo molecular de liberação da 
renina: quando as células da mácula 
densa estão recebendo pouco NaCl, há 
a hiper-regulação da NOsintase, o que 
produz mais Óxido Nítrico, esse junta-se 
com o peróxido e ativa a COX-2 que 
libera prostraglandinas (principalmente a 
PGE2) que, já na célula justaglomerular, 
estimula a produção de AMPc e a 
consequente liberação da renina. 
Mecanismo molecular de inibição da 
renina: o aumento dos níveis de Na+ e 
Cl- no LIC das células da mácula densa 
inibem a Nosintase, assim, impedindo 
todo o processo subsequente. 
Uma outra via existente é a da Adenosina. Para 
evitar uma hipernatremia intracelular, é necessário que à medida em que ocorre o influxo de Na+, 
que esse seja excretado para fora da célula, e como esse transporte de Na+ é contra o gradiente 
de concentração, há o gasto de ATP, que quebra uma ligação, libera um fósforo e vira ADP, 
posteriormente, libera outro até se tornar Adenosina, sem o radical fosfato. Essa adenosina é 
excretada da célula da mácula densa para as células JG’s, se liga no receptor de membrana 
purinérgicos A1 nessas células, desencadeando no meio intracelular o aumento do Ca++ e 
diminuição do AMPc que irão inibir a liberação da renina. 
 A renina que foi secretada na corrente sanguínea, ao se encontrar com o 
angiotensinogênio (um substrato de origem hepática), o converte em angiotensina 1. Essa ang-1 
será convertida pela Enzima Conversora de Angiotensina em outras moléculas, a depender de 
qual subtipo da ECA atuou. Além da ECA, outra protease, a quimase, pode proporcionar uma via 
alternativa para conversão da Ang I para Ang II. Também tem sido descrito que a partir da Ang I ou 
da Ang II, outros metabólitos como a Ang III, Ang IV e Ang 1-7 podem ser gerados. A interação da 
Ang II com os receptores AT1 ativa numerosos processos celulares induzindo a vasoconstriccão, a 
geração de espécies reativas de oxigênio (ROS), a inflamação vascular, o remodelamento 
cardíaco e vascular e a produção de aldosterona que contribuem não somente para a gênese da 
HA, mas também para acelerar os danos nos chamados “órgãos-alvo". 
Imagem demonstrando o mecanismo 
de regulação da liberação da renina
Figura 1: O sistema renina-angiotensina expandido. 
principais vias de Formação das angiotensinas. 
RPR, receptor de renina/pró-renina; ECA, enzima 
conversora de angiotensina; ECA2, enzima 
conversora de angiotensina 2; NEP, endopeptidase 
neutra; AMPA, aminopeptidase A; AMPM, 
aminopeptidase M; Ang, angiotensina; Mas, 
receptor para angiotensina 1-7; AT1, receptor tipo 1 
para angiotensina; AT2, receptor tipo 2 para 
angiotensina; IRAP, aminopeptidase regulada pela 
insulina. 
Efeitos da Angiotensina 2 (principal ang em termos quantitativos e funcionais): 
A. Alteração da resistência periférica: 
I. Vasoconstrição direta. 
II. Aumento da neurotransmissão nora-
drenérgica periférica. 
• Aumento da liberação de Noradrenalina 
(NE). 
• Diminuição da recaptação de NE. 
• Aumento da resposta vascular. 
III. Aumento da descarga simpática (SNC). 
IV. Liberação de catecolaminas da medula 
da adrenal. 
B. Alteração da função renal: 
I. E f e i t o d i r e t o p a r a a u m e n t a r a 
reabsorção de Na+ no túbulo proximal. 
II. Liberação de aldosterona no córtex 
suprarrenal (aumento da reabsorção de 
Na+ e da excreção de K+ na parte distal 
do néfron). 
III. Alteração da hemodinâmica renal. 
• Vasoconstrição direta. 
• Aumento da neurotransmissão noradre-
nérgica no rim. 
• Aumento do tônus simpático-renal (SNC). 
C. Alteração da estrutura cardio-vascular: 
I. Efei tos que não são hemodina-
micamente mediados. 
• Aumento da expressão de proto-oncogenes. 
• Aumento da produção de fatores de 
crescimento. 
• Aumento na síntese de proteínas da matriz 
extracelular. 
II. Efeitos que são hemodinamicamente 
mediados. 
• Aumento da pós-carga (cardíaca). 
• Aumento da tensão da parede (vascular).

Os resultados desses efeitos da angiotensina 2 serão: 
A: resposta pressora rápida; B: resposta pressora lenta; C: hipertrofia e remodelagem vasculares 
e cardíacas. 
 Achei melhor listar os efeitos do que explicar cada um separadamente, pois creio que explanar 
cada um ocuparia bastante espaço e seria demasiadamente longo. 
Outras angiotensinas e seus efeitos: 
Ang3: causa vasoconstrição e liberação de aldosterona. 
Ang4: causa vasodilatação renal; aumento da expressão do inibidor do ativador do 
plasminogênio- 1 (PAI-1), da interleucina-6, das moléculas de adesão intercelular (ICAM-1) e do 
fator de necrose tumoral. 
Ang1-7: os estudos têm apontado que a Ang 1-7 tem efeitos que se opõem aos da Ang II, 
particularmente induzindo a vasodilatação, os efeitos antitróficos e a amplificação da 
vasodilatação induzida pela bradicinina 
Ang1-12: atua como um substrato endógeno para formação de Ang II. 
Para finalizar, abordarei a aldosterona. 
A aldosterona é um mineralocorticoide sintetizado pela camada glomerulosa da adrenal. 
Entretanto, recentemente, tem sido proposta a possibilidade de outras células, como as do 
coração, sintetizarem esse mineralocorticoide. A ativação do sistema renina-angiotensina- 
aldosterona (SRAA) é um importante mecanismo de defesa contra os estados de hipotensão de 
origem hipovolêmica, como ocorre na hemorragia ou na privação de sal. A aldosterona quando se 
liga ao receptor mineralocorticoide nas células epiteliais do ducto coletor renal recruta canais de 
sódio do citosol para a superfície das células epiteliais renais, promovendo assim aumento na 
reabsorção de sódio, excreção tubular de potássio e expansão do volume plasmático. 
 Teoricamente, o consumo de dietas com elevado teor de sódio deve provocar a inibição do 
SRAA e a consequente supressão da aldosterona que induz a endocitose e destruição dos canais 
de sódio e aumento na excreção de sódio, redução do volume plasmático e protegendo, então, 
contra a HA sódio dependente. Assim, no cenário de ingestão de dieta rica em sódio e elevação 
da PA, o SRAA deverá ser suprimido e a presença de qualquer atividade desse sistema deverá 
ser considerada "inapropriada". Alguns estudos mostram que os indivíduos normotensos têm seu 
risco de desenvolver HA aumentado em decorrência do aumento na concentração de aldosterona 
mesmo em níveis considerados "normais". Interessantemente, outros estudos registram elevados 
níveis de aldosterona em negros hipertensos, a despeito da reduzida atividade plasmática da 
renina, sugerindo produção anormalde aldosterona independente do eixo-renina. 
 O clássico conceito do envolvimento da aldosterona na fisiopatologia da HA e das doenças 
cardíacas se restringia à capacidade regulatória de excreção de sódio e potássio, mas se 
modificou significativamente nos últimos anos. Os receptores da aldosterona são expressos em 
diversos tecidos além dos renais; isso induz comprometimento da saúde vascular pela 
aldosterona através de inúmeros mecanismos extrarrenais. A aldosterona amplifica as ações da 
Ang II induzindo o remodelamento e inflamação vascular, assim como a estimulação de 
receptores mineralocorticoides no coração, rins e cérebro pela aldosterona circulante induz a 
fibrose cardíaca e renal e aumento da atividade simpática, respectivamente. Curiosamente, 
inúmeros estudos mostram que a elevação da aldosterona somente teria alguma relevância 
deletéria se acompanhada da ingestão de uma dieta rica em sódio. 
Fontes: EIXO RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA: BASES FISIOLÓGICAS E FISIOPATOLÓGICAS 
http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=90 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona e lesão vascular hipertensiva http://departamentos.cardiol.br/dha/
revista/7-3/015.pdf 
Sistema Renina Angiotensina, para além da Hipertensão Arterial https://bdigital.ufp.pt/bitstream/
10284/4407/1/PPG_20925.pdf

Continue navegando