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Resumo de Doenças Infecciosas em: Bovinos, Equinos, Suínos, Pequenos Ruminantes, Cães e Gatos


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Resumo P2 DIC 
 
D.I.C – Bovinos 
 
Leucose Enzoótica Bovina: 
• Ampla disseminação pelo rebanho; 
• Caracterizada por uma linfocitose persistente (+ 3 meses) e casos raros com 
formações de tumores em: linfonodos, útero, coração, abomaso…; 
• Contágio via sangue contaminado, secreções (sêmen, saliva, colostro…), vetores; 
• Sinais clínicos: linfocitose (subclínico), emagrecimento, paralisia, formação tumores; 
• Diagnóstico: post mortem (tumores), hemograma 
• Prevenção e controle: não existe programa de controle e profilaxia (por não ser uma 
zoonose e apresentar baixo risco econômico) além da dificuldade de se identificar os 
doentes. Recomenda-se isolar animal doente. 
 
Dermatofilose: 
• Zoonose, porém de baixa importância; 
• Agente: Dermatophylus congolensis ; 
• Não invadem pele sadia (oportunista) → traumas e umidade persistente facilitam 
invasão; 
• Além de bovinos acomete equinos, ovinos, caprinos e suínos; 
• Sinais clínicos: dermatite hiperplásica ou exsudativa, erupções cutâneas crostosas e 
escamosa em: cabeça, pescoço e dorso. 
• Diagnóstico: material de crostas, amostras pele → ágar sangue 
 diferencial: alergia braquiária, alergias a picadas, foliculite bacterianas. 
• Controle: remoção agente estressante, umidade e antissépticos locais (glicerina 
iodada c/ gaze). 
 
Diarreia Viral Bovina (BVD): 
• Comum em rebanhos de corte por não realizarem inseminação artificial; 
• Possui 2 biotipos: citopático (CP) e não-citopático (NCP); 
• Transmissão horizontal → mucosas, coito (direto) / excreções, secreções e fômites; 
• Transmissão vertical; 
• Diagnóstico diferencial: aftosa, CCE, viroses, salmonelose, coccidiose… 
• Controle e profilaxia: vacinação viva ou inativada (?); 
• Sinais clínicos (dependem da fase de gestação!): 
 Bovinos imunossuprimidos e NÃO PRENHES: síndromes hemorrágicas, 
trombocitopenia acentuada, diarreia sanguinolenta, epistaxe, equimoses e petéquias 
→ mucosas; 
 Fêmea prenhe 1/3 inicial: abortamento, absorção, mumificação 
 Fêmea prenhe 40 – 120 dias: animais PI 
 Fêmea prenhe 100 – 150 dias: anomalias → micro/hidrocefalia, hipoplasia 
cerebelar, braquignatismo. 
*atentar ao período da gestação quando ocorre abortamento para diferencial: BVD 1º 
trimestre; Lepto. metade; Brucelose 1/3 final. 
***animais pi (permanentemente infectados)*** 
 
1. Ocorre em bezerros em gestação, quando a vaca é infectada na fase em que ocorre 
reconhecimento tímico (40-120 dias). NCP; 
2. O animal acaba por reconhecer o agente como normal do organismo, não ocorre 
produção de Ac e ausência de sinais clínicos. 
3. Nascem infectados, assintomáticos e disseminam a doença; 
4. Podem apresentar anomalias, porém também estão relacionadas com vermífugos; 
5. Não adianta realizar sorologia para identificação → não possuem Ac. 
 
Doença das Mucosas: afeta animais PI por adquirir a outra cepa (CP) através de 
mutações do NCP existente no animal, fontes virais externas (vacinas vivas) ou 
infecção de CP por outros animais. Apresentarão diarreia aquosa, sialorréia, 
opacidade córnea, timpanismo e diminuição da ruminação. Pode cronificar → sintomas 
são persistentes. 
 
Carbúnculo Sintomático: 
• Caracterizada por acometer músculo → mionecroses; 
• Agente: Clostridium chauvoei ; 
• Contagia via ingestão → pasto contaminado com esporos; 
• Bovinos jovens (4 meses – 3 anos de idade); 
• Sinais clínicos: manqueira (quando se instala no membro) e tumefação com 
presença de gás; 
• Diferente do carbúnculo hemático, pode-se realizar necrópsia (uma vez que fora 
identificado o agente). O músculo apresentará áreas de coloração vermelha escura 
com aspecto esponjoso. 
• Controle: vacinar duas doses em animais que receberão pela primeira vez, e reforço 
anual. 
 
Tétano: 
• Agente: Clostridium tetani ; 
• Presentes no solo; 
• Contágio via traumas, feridas cirúrgicas, locais de injeção subcutânea, 
queimaduras…; 
• Toxina: tetanospasmina → contração muscular continuamente → rigidez + paralisia 
espástica). *ligação da toxina é irreversível; 
• Sinais clínicos: andar rígido, prolapso 3ª pálpebra, membros esticados e abertos, 
pescoço estendido. 
 
Botulismo: 
• Agente: Clostridium botulinum; 
• Alimentar: ingestão de esporos / toxinas pré-formadas; 
• Traumática: multiplicação do M.O e produção da toxina na ferida; 
• Infantil: produção endógena da toxina pela germinação de esporos no intestino 
(animais < 1 ano). 
• Toxina → inibe liberação de ACh → não ocorre contração do músculo → paralisia 
flácida. 
 
Papilomatose: 
• Caracterizada por lesões hiperplásicas ou neoplásicas benignas; 
• Possui 3 cepas: 
 VPB 1: fibropapilomas nos tetos e pênis; 
 VPB 2: fibropapilomas cutâneo, esofagiano, ruminal → raro; 
 VPB 3: papiloma cutâneo epitelial. 
• Tratamento: animais tornam-se imunes após doença (reinfecção por 
imunossupressão), remoção cirúrgica → vacinas autógenas; 
• Controle: isolamento, controle moscas/carrapatos, manejo de doentes por último. 
 
 
 
 
D.I.C – Equinos 
 
Adenite Equina: 
• Caracterizada por uma inflamação purulenta e formação de abscessos 
submandibulares; 
• Agente: Streptococcus equi (comensal) → oportunista; 
• Contágio via muscosa oral/nasal → partículas transmitidas pela tosse, espirros, 
relinchar e podem estar presentes em fômites; 
• Sinais clínicos: tosse, espirros, secreções purulentas/serosas, aumento região 
submandibular, dificuldade respiratória ↔ cabeça em extensão; 
• Controle: isolamento do animal 4-5 semanas, higienização de estábulos e queima 
das camas. 
*complicações (persistente): sinusite, empiema bolsa gutural, pneumonia supurativa, 
abscessos à distância. 
 
Rodococose: 
• Agente: Rhodococcus equi ; 
• Caracterizada por pneumonia granulomatosa → fibrose; 
• Contágio via inalatória → fezes contaminadas; 
• Ocorre em potros de 1 a 6 meses; 
• Potro não se desenvolve corretamente por dificuldade na ingestão de colostro → por 
incômodo respiratório; 
• Sinais clínicos: tosse seca, taquipneia, cansaço, áreas de silêncio na auscultação 
(perda área pulmonar), alopecia peitoral/pescoço. 
• Diagnóstico: radiografia tórax / ultrassom (pleura irregular); 
• Controle: evitar superlotação, higiene rigorosa; 
• Tratamento / profilaxia: plasma hiperimune da mãe ou outra égua da propriedade 
(evitar comercial). *dosar plasma de éguas com anticorpos para R. equi a fim de se 
imunizar potro e futuras gerações. 
 
Anemia Infecciosa Equina (A.I.E): 
• Contágio via transfusão sanguínea / derivados, vetores, iatrogênica; 
• Sinais clínicos: trombocitopenia, anemia, síndrome febril aguda 
• Em crônico / subagudo: febres recorrentes, anorexia… 
• Não existe tratamento! 
• Controle: isolamento animal e propriedade. 
• Testes: animal + → retestar pós 15 dias → + novamente? → eutanásia; 
 
Herpesvírus: 
• Doença oportunista; 
• Caracterizada por uma monocitose / leucose crônica; 
• Possui 3 formas de manifestação: respiratória (EHV-4, potros), abortiva (EHV-1) e 
neurológica (todas as idades); 
• Contágio via inalatória → gotículas de muco / fetos abortados ou restos placentários; 
• Sinais Clínicos: 
Respiratória: febre repentina com duração de 2-5 dias, secreção nasal serosa 
bilateral, congestão mucosa nasal e conjuntiva; 
Abortiva: 1/3 final, éguas persistem assintomáticas; 
Neurológica: ataxia, incontinência urinária, síndrome cauda equina, decúbito e morte. 
• Tratamento: respiratória e abortiva → se recuperam; 
 neurológica: antiinflamatórios, vitaminas (B1 e C), corticóides. DMSO 
*B1 → bainha de mielina. 
 
 
D.I.C – Suínos 
 
Rinite Atrófica Suína: 
• Caracterizada pela atrofia dos cornetos, desvio lateral do focinho; 
• Agentes (geralmente Bordetella abre brecha para infec. 2ª de Pasteurella): 
 Bordetella bronchiseptica ; 
 Pasteurella sp. 
*Bordetella → regenerativa 
*Pasteurella → lesões necróticas irreversíveis (amplia danos causados pela 
Bordetella)• Transmissão via inalatória → aerossóis; 
• Sinais clínicos: espirros, corrimento nasal seroso/mucopurulento, deformidade do 
focinho (encurtamento, curvamento); 
• Diagnóstico: definitivo → exame das conchas de leitões 5- 10 semanas enviados 
para frigoríficos; 
• Controle: vacinação gestantes 
• Fator de risco: alto nº de primíparas e nulíparas; 
 
Doença de Aujeszky: 
• Conhecida como pseudorraiva; 
• HPV porcino 1 (oportunista → latente); 
• Transmissão: sêmen; 
• Possui 3 formas de manifestações clínicas: 
 Neurológica: convulsões, excitação → leitões fase creche; 
 Combinada: respiratória + neurológica → leitões período crescimento – 
terminação; 
 Reprodutivas → porcas gestantes; 
• Controle/profilaxia: cuidados no transporte, controle vetores, controlar visitas, 
compra de animais de granjas certificadas; 
 
Peste Suína Clássica (PSC): 
• Altamente contagioso; 
• Notificação obrigatória; 
• Alta morbidade e mortalidade; 
• 3 tipos de cepa CSFV: 
 Clássica: aguda, mortalidade 100% → 2 – 3 semanas; 
 Moderada: subclínica, crônica, mortalidade variável; 
 Baixa: altera índices reprodutivos → natimortos, anomalias, animais PI 
(saudáveis) ou animais fracos/doentes; 
• Transmissão: aerossóis, fômites, vetores, inseminação, transplacentária 
• Contágio via mucosas → nasal, oral, reprodutivo, lesões superficiais (abrasões); 
• Sinais clínicos: ↓ atividade, febre, abortamento, hiporexia, ataxia… 
*animais sobreviventes → aparentam melhora, porém há recidiva dos sinais → 
sobrevida aprox. 100 dias. 
• Controle/profilaxia: vacinação (apenas em áreas endêmicas), atenuada; sacrifício, 
incineração ou enterro, vazio sanitário 10 dias, monitoramento em centrais de 
inseminação. 
 
D.I.C – Pequenos ruminantes 
 
Artrite Encefalite Caprina (CAE): 
• Não é zoonose! 
• Importância econômica → diminuição período de lactação, mastites; 
• Pode-se manifestar de duas formas: 
 Leucoencefalomielite → jovens; 
 Artrite lenta e progressiva → adultos. 
• Raro observar forma jovem em adultos e vice-versa; 
• Transmissão vertical → colostro/leite contaminado; 
• Transmissão horizontal → agulhas, tatuadoras, ordenhadeiras…; 
• Sinais clínicos: mastite, encefalite, artrite, pneumonia; 
• Evitar contaminação: isolar doente, pasteurização colostro ou utilizar de cabras, 
comprovadas, soronegativas; 
• Diagnóstico → sorologia/isolamento; não existe tratamento. 
• Controle e profilaxia: 
 Introdução animais novos → comprovar sorologia negativa (necessita de 3 
testes); 
 Não permitir venda de soropositivos 
 Após parto → separar cabrito; 
 Sacrifício não obrigatório. 
 
Linfadenite: 
• Agente: Corynebacterium pseudotuberculosis → comensal das mucosas; 
• Caracterizada por formação de abscessos em linfonodos; 
• Baixa mortalidade, endêmica no Brasil, comum em rebanhos deslanados; 
• Transmissão via inalação/ingestão (direta ou indireta) → secreção de linfonodos 
rompidos; 
• Sinais Clínicos: queda de pelo no local do abscesso. *queda de pelo indica melhor 
momento para coleta pois o conteúdo está mais líquido; 
• Controle: não permitir que o abscesso rompa naturalmente, isolamento, vassoura de 
fogo. 
 
D.I.C – Cães 
Hepatite Infecciosa Canina: 
• Agente: Adenovírus tipo 1 (CAV-1); 
• São resistentes à inativação; 
• Transmissão através de secreções (fase aguda) e urina (pós aguda) → por fômites, 
vetores, secreções oronasais; 
• Patogenia: contato → multiplicação em tonsilas, nódulos linfáticos 
• 3 dias pós infec. → viremia (endotélio, fígado e rins); 
• 5 dias pós infec. → pulmão, tecido linfóide e SNC; 
• 7 dias pós infec. → produção e Ac (imunocompetentes) → eliminação do vírus; 
*imunocomplexos → nefrite e/ou uveíte. 
• Sinais Clínicos: febre, anorexia, latidos frequentes, edema de córnea e uveíte 
anterior, ictericia leve, hepatomegalia, tonsilite, diarreia; 
• São confundidos com envenenamento por mortes de forma aguda/subaguda, em 
animais imunossuprimidos → hemorragia sistêmica 
• Diagnóstico: post mortem → corpúsculos de inclusão nos hepatócitos; 
• Controle: vacinação anual, higiene do ambiente. 
*está presente na v8 e v10. 
 
Traqueobronquite Infecciosa Canina (tosse dos canis): 
• Agente: Bordetella bronchiseptica → agente primário; 
• O agente acaba por inibir fagocitose e movimentação ciliar → favorece infecções 
secundárias → Parainfluenza canina, Adenovírus canino tipo 1 e 2, Cinomose; 
• Transmissão pode ser direta entre cães ou indireta através de aerossóis de 
secreções respiratórias; 
• Fatores de risco: superlotação, altas temperaturas e pouca ventilação; 
• Sinais Clínicos: tosse rouca e seca, espirros com secreção purulenta, relutância ao 
exercício; 
• Diagnóstico: clínico (histórico) ↔ geralmente é empregado tratamento terapêutico; 
*diagnóstico diferencial → doenças cardíacas, colapso de traqueia… 
• Controle: vacinação apenas em grupos de risco; 
 
Erliquiose: 
• Agente: Ehrlichia canis (bactéria gram-negativa); 
• Vetor principal: Rhipicephalus sanguineus; 
• Mecanismos de evasão: ↓ MHC II, inibem fago lisossomo; 
• Caracterizado por causar alterações hematológicas: anemia, trombocitopenia… 
*trombocitopenia → produção de Ac contra, aumento no consumo de, sequestro 
esplênico e ↓ fator inibidor de migração. 
• Sinais clínicos (subclínica): anemia normocítica normocrômica regenerativa, 
leucopenia, trombocitopenia; 
• Sinais clínicos forma crônica (+ frequente) → perda peso, sangramentos frequentes, 
palidez (anemia), hepatoesplenomegalia, uveíte anterior, onicogrifose; 
• Diagnóstico: inclusões intracitoplasmáticas em cél. mononucleares; 
• Controle: vetores e exames periódicos em grupo de risco. 
 
Esporotricose: 
• Agente: Sporothrix schenckii → presente no solo; 
• Acomete → cães, homem e felinos (reservatórios), sendo o último mais frequente por 
conta de fugas e brigas; 
• Transmissão se dá através de lesões → por fômites (espinhos, arames) e entre 
animais (arranhaduras, mordeduras); 
• Sinais clínicos: nódulos tronco, cauda, cabeça e orelhas (benignos), lesões ulceradas 
não dolorosas e nem pruriginosas, áreas alopécicas; 
• Diagnóstico: biópsia do nódulo (coloração de Wright), citologia por aspiração → 
perigo de disseminação; 
 
Gastroenterite Hemorrágica Clássica: 
• Caracterizada por se manifestar de forma aguda → vômitos, diarreia fétida e 
sanguinolenta, dor abdominal; 
• Agente: Parvovírus canino tipo 2; 
• Acomete cães entre 6-16 semanas de idade; 
• Transmissão oral fecal por fezes contaminadas → fômites, vetores; 
• Sinais Clínicos: diarreia intensa, fétida e hemorrágica, êmese, desidratação. Além 
destes sinais, podem acometer coração do feto durante gestação, hipoplasia medular; 
• Diagnóstico: clínico, microscopia de fezes antes de 10 dias de infecção; 
• Controle: vacinação. 
 
Cinomose: 
• Transmissão: transplacentária (sinais neurológicos 4 – 6 semanas / sobreviventes – 
imunodeficiência) 
*sinais neonatais → dano esmalte, dentina, raiz, miopatias 
• Existem 3 caminhos que o vírus tomar após infectar o corpo do animal: 
 Alta produção de Ac → eliminação do vírus (50% dos casos), não apresenta 
sintomatologia; 
 Baixo nível de produção de Ac → eliminação gradual do vírus, quadros 
discretos de sintomas da doença; 
 Falha do sistema imune → grave multissistêmico grave → tosse, diarreia, 
anorexia… → 1 – 3 semanas após recuperação → quadros neurológicos. 
**Quadros neurológicos dependem do local da infecção 
1. Meninges → rigidez cervical; 
2. Cerebelo, lóbulo temporal → ataxia, convulsões, mioclonia; 
3. Medula espinhal → paresia, mioclonia, propriocepção anormal. 
 
D.I.C – Gatos 
 
Anemia Infecciosa Felina: 
• Agente: Mycoplasma haemofelis ; 
• Tem mais frequência em acometer gatos com comportamento de briga; 
• Transmissão: sangue infectado, transfusão sanguínea, carrapatos, piolhos e pulgas 
(mais frequente); 
• Sinais Clínicos: Podem ser de 2 tipos →discreta e grave. A discreta não apresenta 
sinais clínicos, enquanto a grave apresenta acentuada depressão, anemia hemolítica 
aguda ou crônica, perda de peso, anorexia, mucosas pálidas ou ictéricas, fraqueza, 
febre, hipotermia e dores articulares; 
• ⅓ vem a óbito sem tratamento; 
• Após recuperação, felino fica cronicamente afetado por meses ou até por toda a 
vida; 
• Diagnóstico: histórico, hemograma (hemoparasitas presentes em 50% na fase aguda 
- no momento deve-se utilizar corante novo) e PCR; 
• Controle: pulgas, evitar que felino saia na rua, castração e testar sangue antes de 
transfusão. 
 
Panleucopenia Felina 
• Parvovírus = muito resistente (até 1 ano em temp. ambiente); 
• 98% de homologia com o Parvovírus canino tipo 2; 
• A replicação ocorre em tecidos com elevado índice mitótico; 
• Acomete felinos, alguns carnívoros selvagens e cães (porém não desenvolvem 
doença); 
• Felinos e cães no mesmo ambiente pode levar a parvo. canina a desenvolver 
panleucopenia; 
• Filhotes com baixa imunidade tem alta incidência de serem acometidos; 
• Transmissão: secreções corpóreas (fase ativa), ingestão oral (contato direto em 
fezes e urina), transplacentária, fômites e vetores; 
• O vírus faz sua multiplicação no tecido linfóide associado à nasofaringe 18 a 24h 
após a infecção e depois, de 2 a 5 dias. Após isso, há alta distribuição p/ tecidos e 
órgãos; 
• Sinais Clínicos: apatia geral, anemia, perda de apetite, vômitos, diarreias de aspecto 
mucoso, lesões inflamatórias na língua e na mucosa da faringe (geralmente ulceram 
nas bordas da língua); 
• Diagnóstico: hemograma (contagem diferencial dos tipos de glóbulos sanguíneos); 
anamnese (se animal é vacinado → caso negativo, é uma suspeita); sorologia (apenas 
quando animal não é vacinado); ELISA (vírus nas fezes); Isolamento Viral nas cél. dos 
felinos; PCR; 
• Controle: eliminação do vírus no ambiente, soro antipanleucopenia, vacinação 
(principal). 
 
Peritonite Infecciosa Felina (PIF) 
• Agente: Coronavírus; 
• Vírus sensíveis à temp., desinfetantes e detergentes; 
• Acomete principalmente felinos jovens e os de até 1 ano; 
• Fonte de Infecção: felinos com infecções subclínicas; 
• Transmissão: secreções e excreções de felinos infectados e um longo contato com 
outro felino, sendo oral-oral, fecal-oral e oral-nasal; 
• Sinais Clínicos: Podem ser de 3 formas de doença → efusiva, não efusiva e mista. 
 Efusiva - sinusite fibrinosa e derrames abdominais e/ou torácicos; 
 Não efusiva - lesões piogranulomatosas em órgãos paraquimentosos, SNC e 
olhos; 
 Mista - combinação da forma efusiva e não efusiva. 
• Não há desenvolvimento de imunidade celular = PIF efusiva; 
• Diagnóstico: histórico (contato com outros felinos, fatores de estresse); 
aglomerações, histopatológico, detecção de antígenos virais e sorologia; 
*diferencial: forma efusiva → peritonite bacteriana, piotórax, colangite, doença 
cardíaca, neoplasias (linfoma hepático, esplênico ou alimentar), doença renal e 
hepática, pancreatite, esteatite e obstrução da veia 
• Controle: vacina. 
 
Rinotraqueíte Infecciosa Felina 
• Agente: Herpesvírus (HVF -1); 
• Complexo respiratório felino = vírus da Rinotraqueíte Infecciosa Felina (HVF -1), 
Herpesvírus felino e Calicivírus. Pode ter associação com Bordetella bronchiseptica e 
Chlamydophila felis ; 
• Acomete espécie doméstica e selvagem; 
• Após 2 semanas após a infecção o vírus é eliminado por secreções nasais e 
lacrimais, penetração - via nasal, oral ou conjuntiva; 
• Replicação ocorre nas cél. epiteliais da conjuntiva e do trato respiratório superior e 
nos neurônios; 
• Felino permanece doente por toda a vida; 
• Sinais Clínicos: rinite, conjuntivite, anorexia, depressão, descarga serosa nasocular 
(sero-sanguinolenta), hiperemia conjuntival, osteólise dos cornetos nasais e secreções 
purulentas, sendo estas mais frequentes por causa de infecções bacterianas 
secundárias; 
• Diagnóstico: isolamento do vírus (coletando secreção da parte interna da pálpebra) e 
imunoflorescência ou por PCR, estes a partir do isolamento; 
• Controle: vacina (não muito eficaz, apenas diminuindo manifestações clínicas). 
 
Clamidiose Felina 
• Agente: Chlamydophila felis ; 
• Bactéria com tropismo pelo epitélio da conjuntiva, se multiplicando de 24 a 48h; 
• Causa conjutivite nos felinos; 
• Acomete felinos de por volta de 1 ano; 
• É uma zoonose! → pode causar ceratoconjutivite, doenças sistêmicas e pneumonia 
no homem; 
• Reservatório: felinos; 
• Via de Eliminação: secreções conjutivais 
• Vias de Infecção: forma direta → secreções oculares e nasais; 
• Sinais Clínicos: conjutivite uni ou bilateral, hiperemia transitória e ocular, inapetência 
e emagrecimento; 
• Diagnóstico: PCR, ELISA (gatos não vacinados), isolamento (coleta de material 
ocular). Caso hiperemia ocular persistir, há chance de ser Clamidiose; 
• Controle: tratar animais infectados e de risco, felinos devem ser isolados por 6 
semanas antes de introduzir com outros felinos, cuidado com o manejo, esterilização 
dos equipamentos e vacina. 
 
Calicivirose 
• Agente: Calicivírus; 
• RNA vírus não envelopado, tendo cepas de alta virulência ocasionam doença 
sistêmica; 
• Via de Eliminação: secreções oronasais e conjuntivas; 
• Transmissão: oral/nasal; 
• Sinais Clínicos: Podem ser de 2 formas → típica e doença sistêmica. 
 Típica - infecções leves e autolimitantes vesículas orais 
 Doença sistêmica → edema facial e membranas, dermatite ulcerativa com 
alopecia do focinho, ponta de orelha e coxins, alterações hepáticas e renais, e alta 
mortalidade; 
• Diagnóstico: isolamento de regiões como orofaringe, pele, língua e pulmão (pouco 
valor), sorologia (não vacinados), isolamento de fígado, juntamente com histórico do 
animal, pode gerar um diagnóstico positivo. 
 
FIV - Imunodeficiência Felina 
• Agente: Lentivírus 
• Vias de Eliminação: sangue, saliva, lágrimas e leite; 
• Transmissão: saliva ou sangue através de ferimentos ou por lutas com felinos, por 
transfusão, intrauterina, perinatal, leite ou sêmen; 
• Vírus nas células do sistema imune = imunodeficiência grave 
• Multiplicação apenas quando o felino está imunocomprometido; 
• Felino permanece suscetível a qualquer infecção secundária, podendo ir à óbito; 
• Sistema imune: ↓ no nº e proporção relativa das céls. TCD4+ = ↓ produção de 
citocinas, proteção cel. secundária à infecção da medula óssea, o que induz apoptose 
de cél. infectadas. Tendo também a interferência na resposta de linfócito T regulatório 
ocasiona na ↓ na resposta celular, deixando o felino sensível a outras infecções; 
• Sinais Clínicos: associados ou específicos, sendo de fase aguda, onde a duração é 
variável. Em felinos assintomáticos tem duração de até 8 anos. A fase terminal é 
caracterizada por infecções oportunistas, neoplasias, mielossupressão e doença 
neurológica. Sinais inespecíficos → febre, enterite aguda, estomatite, dermatite, 
conjuntivite, manifestações respiratórias induzida pela inflamação e neoplasias; 
• Diagnóstico: clínico (nenhum específico), imunocromatografia, testes sorológicos 
(anticorpos 60 dias após infecção) e PCR; 
• Controle: não há vacina justamente por ser capaz de aumentar nº de céls. 
susceptíveis; evitar brigas entre felinos, castração, não induzir animais arredios na 
casa e realizar exames periódicos. 
 
Leucemia Felina 
• Agente: Gammaretrovirus; 
• É um retrovírus envelopado; 
• Acomete apenas felinos; 
• Transmissão: ar, saliva, urina e fezes, pulgas, iatrogênica, e vertical = durante a 
gestação, gerando animais PI; 
• Felino pode ser resistente ao FelV independente da idade por contato prévio ou 
vacinação, já que ao longo do tempo de vida ocorra uma ↓ do nº de receptores p/ p 
vírus; 
• A multiplicação ocorre no tecido linfóide; 
• Pode ocorrer a produção de anticorpos antes da viremia; 
• A partir do momento emque o vírus se torna parte do próprio DNA da célula (mais 
especificamente na cél. tronco hematopoética), é impossível a sua eliminação. Um 
ponto positivo é que pode haver produção de anticorpos, fazendo com que o felino não 
manifeste sintomas; 
 
• Caminhos: existem 4 → infecção abortiva, regressiva, progressiva e focal ou atípica. 
 *abortiva: via oronasal → replicação no tecido linfóide local → felino monta 
resposta imune humoral e celular, fazendo haver interrupção da replicação → s/ 
viremia; 
 *regressiva: via oronasal → replicação no tecido linfóide local → disseminação 
sistêmica nas céls. do sis. imune → viremia 3 a 6 semanas; pode ter 2 caminhos: com 
a disseminação sistêmica → ter ou não infecção da med. óssea → fim da viremia, 
imunidade eficaz; com a infecção da med. óssea → vírus chega no local → permanece 
→ só é ativado caso tiver imunossupressão; 
 *progressiva: via oronasal → replicação no tecido linfóide local, MO, tec. epiteliais 
mucosos e glandulares → fim da disseminação sistêmica dentro das céls. 
mononucleares (linfócitos e monócitos) → viremia persistente (animal não produz 
defesas) → óbito pode ocorrer dentro de 3 anos/felino saiu desse estado e vive de 
maneira adequada; 
 *focal ou atípica: multiplicação do vírus nas glândulas mamárias, olhos e bexiga. 
 • Sinais Clínicos: distúrbios hematológicos e não neoplásicos (anemia, neutropenia, 
trombocitopenia e supressão de med. óssea) - casos de imunossupressão, 
neoplásicos (linfomas e leucemia); Em caso de neoplasias → ⅓ vai a óbito; chance de 
doenças imunomediadas → poliartrite, nefrite, uveíte (pelo descontrole do sist. imune) 
e anemia hemolítica imunomediada; distúrbios reprodutivos → síndrome de 
enfraquecimento dos filhotes; neuropatias associadas; 
• Diagnóstico: imunocromatografia, testes sorológicos (Snap Test - detecção de 
antígenos), isolamento e PCR; 
• Controle: vacina (apenas caso de felino for de risco); 
• Tratamento: em neoplasias → quimioterapia; distúrbios hematológicos → transfusões 
ou citocinas estimuladoras da MO; tratamento antiviral e imunomodulador.