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1 PODER JUDICIÁRIO -Um dos 3 Poderes do Estado na divisão clássica -O Legislativo, em tese, seria o Poder por excelência, pois representa o povo. Todavia, hoje se vê uma hipertrofia do Executivo. Porém, o Judiciário também representa papel importante, na condição de guardião da legalidade e constitucionalidade, interpretando a Constituição e dando a última palavra sobre diversos temas. FUNÇÃO DO JUDICIÁRIO = FUNÇÃO JURISDICIONAL = fazer justiça, aplicar a lei ao caso concreto, compor conflitos de interesses. Aplicar a lei a um caso controvertido, mediante processo regular, produzindo coisa julgada e substituindo a vontade das partes. É monopólio do Poder Judiciário, salvo restritos casos de jurisdição anômala (exercida por órgãos diferentes do Judiciário), como o Impeachment e Tribunais de Contas (apesar de pertencer ao P. Legislativo, julga as contas dos órgãos públicos). FUNÇÃO JURISDICIONAL X FUNÇÃO EXECUTIVA – A atividade jurisdicional e executiva comungam o fato de aplicarem a lei ao caso concreto, a partir de um comando geral e abstrato. Porém, são critérios para a distinção: Juiz só age mediante provocação, enquanto que a Adm. pode agir de ofício. Na atividade jurisdicional o juiz é sempre um terceiro, um sujeito desinteressado, imparcial, ao contrário do Administrador público; ORGÃOS E ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO – art. 92 da CF Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios O Poder Judiciário é UNO e NACIONAL, quer se manifestando em jurisdição estadual ou federal. Por isso o art. 92 incluí entre os ÓRGÃOS do judiciário os Tribunais Estaduais. As diversas “Justiças”, na verdade, são organismos judiciários que constituem unidades administrativas autônomas e recebem competência própria da Constituição. ESTRUTURA CONSTITUCIONAL DO PODER JUDICIÁRIO: (quadro sinótico – Alexandre de Moraes) 2 STJ = Superior Tribunal de Justiça TST = Tribunal Superior do Trabalho TSE = Tribunal Superior Eleitoral STM = Superior Tribunal Militar TJs = Tribunais de Justiça TRFs = Tribunais Regionais Ferais TRTs = Tribunal Regionais do Trabalho TREs = Tribunais Regionais Eleitorais TMs = Tribunais Militares SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Mais alta corte da nação, responsável precipuamente pela guarda da constituição. Órgão de cúpula de todo o Poder Judiciário (não apenas da Justiça Federal), pois, de acordo como art. 92, § 2º, da CF, “o Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional”. COMPOSIÇÃO - Art. 101 - O Supremo Tribunal Federal compõe-se de: 11 Ministros escolhidos dentre cidadãos – brasileiros natos (art. 12, § 3º, CF) - com: a) mais de 35 e menos de 65 anos de idade; b) notável saber jurídico; c) reputação ilibada São : - nomeados pelo Presidente da República - depois de aprovada a escolha por maioria absoluta do Senado 3 Curiosidade: Segundo José Celso de Mello Filho, durante o período republicano, o Senado Federal do Brasil rejeitou cinco indicações presidenciais, ao passo que seu congênere norte-americano negou aceitação a doze selecionados pelos chefes do Poder Executivo (Notas sobre o Supremo Tribunal: Império e República. 3. ed. Brasília, p. 18). Além disso, as do Senado brasileiro foram todas no governo do Presidente Floriano Peixoto (1891-1894) são órgãos do STF (arts. 3º e 4º do RISTF - Regimento Interno do STF): O Plenário (11ministros) Turmas (duas Turmas de 5 presidida pelo mais antigo dentre seus membros, por um período de um ano) e o Presidente (com competências administrativas como representar o tribunal perante os demais poderes – e jurisdicionais, como dirigir-lhe os trabalhos e presidir-lhe as sessões plenárias, decidir questões urgentes nos períodos de recesso – art. 13 RISTF). COMPETÊNCIA do STF A competência, ou seja, a atuação do STF está divida em 3 hipóteses: causas que lhe incumbe julgar: 1. originariamente; 2. via recurso ordinário; 3. via recurso extraordinário. Obs: há autores que dividem essas competências em duas: originária e recursal (esta subdividida em ordinária e extraordinária). Supremo tem como função precípua a guarda da Constituição. Como tal exerce a jurisdição constitucional, de modo que as 3 hipóteses em que exerce sua competência envolvem questões constitucionais, o litígio tem um conteúdo constitucional. São hipóteses que em sua essência existe uma questão constitucional, às vezes mais, às vezes menos evidente, mas sempre tem matéria constitucional. competência originária (102, I) – causas em a CF lhe confere competência para processar e julgar originariamente. STF aprecia as causas em 1ª e única instância. Não podem ser apreciadas em outras instâncias ou em lugar nenhum. Ex: -ADIN e ADECON e ADPF (alínea a) -Processos envolvendo as mais altas autoridades da República (ex: Presidente, Vice- Presidente, membros do Congresso Nacional, Ministros e o Procurador-Geral da República) forem desrespeitadas ou quando elas estiverem violando direitos dos cidadãos ou cometendo crimes (ex. – alínea “d”) -Julgar Presidente nas infrações penais comuns -MS contra atos do Presidente e das Mesas da Câmara e do Senado 4 -Competência penal originária – competência especial por prerrogativa de função, ou “foro privilegiado” – enquanto durar o mandato ou cargo. Encerrado o mandato ou exercício do cargo, cessa o foro privilegiado, pois foi cancelada súmula 394, que dizia que, cometido o crime durante o exercício funcional, permanece a prerrogativa de foro, mesmo que iniciada a ação ou inquérito após a cessação”. Do mesmo modo, havendo eleição ou nomeação, o processo é remetido ao STF. Competência recursal (102, II) – causas em que a CF lhe confere competência para apreciar recurso ordinário de demandas julgadas em Tribunais inferiores. EX: HC, MS, MI, HD, decididos em única instancia pelos Tribunais Superiores quando a decisão for denegatória. Recursos ordinários – recursos de fundamentação livre, ilimitada, em causas apreciadas em instância inferior. São admissíveis mediante o simples requisito da sucumbência. Recursos extraordinários – recursos de fundamentação vinculada ou ilimitada. Não basta a sucumbência. São necessários outros pressupostos, consistentes na existência de uma questão constitucional, no caso do RE. Cabe estritamente nas hipótese do art. 102, inciso III. Competência recursal extraordinária (102, III) - causas em que a CF lhe confere competência para apreciar recurso extraordinário. EX: causas julgadas em única ou última instância, quando a decisão contrariar a constituição federal..... Segundo Rodolfo Camargo Mancuso, “contrariamos a lei quando nos distanciamos da ‘mens legislatoris’, ou da finalidade que lhe inspirou o advento; e bem assim quando a interpretamos mal e assim lhe desvirtuamos o conteúdo” (Recurso Especial e Recurso Extraordinário, 2a ed., p. 107). EMENDA 45: acrescentou a necessidade de relevância da matéria discutida. logo, além de verificar a presença dos requisitos acima, o supremo também poderá exigirque a questão seja relevante, controversa, a justificar sua manifestação FINALMENTE A EC Nº 45 acrescentou dentre as competências do supremo a edição das súmulas vinculantes, aprovadas por 2/3 de seus membros, quando houver controvérsia sobre normas determinadas (art 103-A). SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ: - surgiu na CF de 88 – “crise do STF” - dividiu competência do supremo, passando a zelar pelo direito federal - mínimo de 33 (podendo aumentar) 5 Histórico Crise no Supremo Tribunal Federal – assoberbamento de processos Reação - tentativas de restrição do Recurso Extraordinário – instituição do requisito da relevância da matéria (ARGUIÇÃO DE RELEVÂNCIA) - restrições no RISTF. Conseqüência – Estas restrições, aliadas ao prequestionamento, tornaram o RE um recurso difícil, cheio de empecilhos e restrições. Reação - Idéia de criação de um outro Tribunal com competência para julgar os Recursos relativos a direito federal comum. Seria um Tribunal da Federação sem competência para matéria constitucional (direito federal comum) e com algumas competências originárias. -Criação da CF 88 com tal finalidade – Corte Federal com competência para zelar pelo direito federal comum – extinção do Tribunal Federal de Recursos – encampamento de parte da competência do STF. - Instalação em 7 de abril de 1989 (Lei 7746/89). Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Composição Mínimo de 33 (STF só 11) Criação de mais cargos – proposta do Tribunal ao Legislativo (art. 96, II, b –lei de iniciativa do STJ). Alteração pela EC 45 para incluir necessidade de aprovação por MAIORIA ABSOLUTA do Senado (art. 52, III, a – voto secreto, argüição pública) Nomeações Mescla diversas experiências, o que fortalece o seu caráter de Tribunal da Federação (art 92, § 2º) 1/3 – juízes do TRF 6 1/3 – Desembargadores dos TJs - listra tríplice, elaborada pelo próprio STJ para escolha pelo Presidente e aprovação do Senado 1/3 – 1/6 – de advogados 1/6 – membros do MP - lista sêxtupla pelas respectivas instituições STJ faz lista tríplice e encaminha ao Pres. Internamente o STJ está composto por: - Plenário (não exerce função jurisdicional, só Administrativa, ex. indicar os ministros que comporão o Tribunal, eleger o Presidente, votar o Regimento Interno, etc.) - Corte Especial (15 ministros mais antigos). Compete processar e julgar as causas mais relevantes, por ex, as envolvendo os Governadores de Estado, Desembargadores, etc. (RISTJ art. 11.) - três seções (10 Ministros), divididas por matéria (Direito Público, Direito Privado e Direito Penal e previdenciário) - 6 Turmas (5 Ministros) – duas por seção (isso dá 30 ministros, pois o Presidente, o Vice- Presidente e o Coordenador-Geral da Justiça Federal integram apenas o Plenário e a Corte Especial – art. 3º RISTJ). COMPETÊNCIA – Originária Recursal Ordinária Recursal Especial ORIGINÁRIA Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; Competência criminal. Instituição de foro privilegiado. Questiona-se se tal artigo não teria ferido a autonomia estadual, pois cumpria a estes julgar seus governadores e desembargadores. OBS: Julgamento do Governador por crime de responsabilidade – Assembléia Legislativa – Constituição Bandeirante art. 20 XXV (compete exclusivamente a AL: receber a denúncia e promover o respectivo processo no caso de crime de responsabilidade do Governador do Estado). Obs; crimes de responsabilidade Lei1.079/50 e outros que a CF diz, tal como 29A e 85 7 b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) É preciso verificar quem é autoridade impetrada c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) Se o paciente for Ministro de Estado a competência para julgar o HC é do Supremo (art. 102, I, d). Quando fala em “Tribunal” se refere ao órgão colegiado. d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; Competência para julgar conflitos de competência entre Tribunais, exceto a competência do STF. Inclui competência para dirimir conflito de competência entre membros do MP, segundo Alexandre de Moraes, pois há omissão constitucional. Inclui conflitos entre juízes de direito vinculados a dois TJs diferentes. Conflito não ocorre quando há hierarquia entre Tribunais (ex. STF x STJ ou STJ e TRFs). e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; OBS: CANDIDO RANGEL DINAMARCO – Reclamação é REMÉDIO PROCESSUAL SEM NATUREZA RECURSAL : meio mediante o qual se leva ao STF ou ao STJ a notícia da usurpação de sua competência ou desobediência a julgado seu, cometida por juiz ou tribunal inferior (CF, art. 102, I, letra l e art. 105, I, letra f). Revisa Síntese de Direito Civil e D. Proc. Civil, n. 16/14 Diz NELSON NERY JR. que ela "não se configura como recurso porque sua finalidade não é impugnar decisão judicial pretendendo-lhe a reforma ou invalidação, mas tão-somente fazer com que seja cumprida decisão do STF sobre determinada hipótese, ou preservar a competência do Pretório Excelso" g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; Ex. conflito entre promotores de justiça de Estados Diferentes sobre a atribuição para oferecimento de uma denúncia. Tal conflito de atribuição deverá ser suscitado peranteos respectivos juízes perante os quais atuem. 8 h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; Mandado de Injunção - Art. 5º - LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Competência atribuída pela Reforma do Judiciário ao STJ, antes pertencente ao STF (revogação 102, I, h). Basicamente: Homologar sentenças estrangeira para que elas tenham cumprimento no Brasil e determinar o cumprimento de cartas rogatórias. COMPETÊNCIA RECURSAL – STJ analisa os processos em última instância Pode ser para apreciar recursos ordinários ou especiais RECURSO ORDINÁRIO II - julgar, em recurso ordinário: a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; Somente quando a decisão por denegatória, pois o objetivo da CF foi assegurar de forma plena o direito à liberdade e valorizar o habeas corpus. b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Da mesma forma, só quando a decisão for denegatória, pois o MS é um remédio processual voltado contra a ilegalidade ou abuso de poder contra ato de autoridade. Visa proteger um direito líquido e certo e que, portanto, merece ampla e exame do Judiciário. c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; 9 Competência “ratione personae”. Neste caso, a competência originária é dos juízes federais (art. 109, II). RECURSO ESPECIAL III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: Essa é a competência mais importante do STJ porque é a que faz dele um verdadeiro guardião maior do direito federal. Esse inciso dá a noção de que o STJ é um tribunal da federação, pois aprecia os recursos de todos os tribunais. a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; CF 46 falava em contrariar lei federal. CF 67 falava em negar vigência. Por isso a CF 88 consignou as duas expressões para evitar divergências. Contraria a lei federal a decisão que a viola ou a aplica incorretamente. Nega vigência a decisão que afirma não estar a lei em vigor ou que não a aplica quando é ela aplicável. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Ato local: ato municipal ou estadual. Antes da EC 45, o mesmo inciso falava em LEI ou ATO. Depois a competência para apreciar RE quando a decisão recorrida julgar válido lei de governo local contestado em face de lei federal passou para o STF (art. 102, III, d). Tem no seu cerne fundamento constitucional, pois quando um tribunal estadual, por ex., julga válido ato de governo local contestado em face de lei federal, é porque reconhece que a lei local estava dentro da competência constitucional assegurada a este, tendo a lei federal, pois, invadido competência local, pelo que é inconstitucional. A questão acaba por se situar no campo das competências dos entes da federação, que são distribuídas na CF. c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal Visa uniformizar a jurisprudência dos tribunais de segundo grau e a interpretação que estes dão à lei federal. Ser o guardião da lei federal significa não só assegurar a validade, mas também a UNIFORMIDADE DE ENTENDIMENTO. A diversidade prejudica um valor fundamental do direito: a CERTEZA. Aplicou em hipótese similar direito diverso daquele aplicado por outro tribunal da federação ou pelo próprio STJ. 10 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Criado pela EC45/2004 (art. 103-B, da CF) Também é órgão do Poder Judiciário, cf. art. 92, I-A, da CF Porém, não exerce função jurisdicional (não julga processos jurisdicionais ou recursos de outros tribunais), tendo atribuições administrativas, mais precisamente de “controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes” (art. 103-B, § 4º) O CNJ não pode fiscalizar, reexaminar e suspender os efeitos decorrentes de ato de conteúdo jurisdicional, devido a seu caráter eminentemente administrativo. Exerce o controle administrativo, financeiro e disciplinar do PJ Tanto é competência administrativa que seus atos podem ser controlados por via de ação cuja competência para julgamento é originária do STF (102, I, r). Ex: expedir atos regulamentares (Resoluções. Ex: Res. 13/2006: teto do judiciário; Res. 7/2005: veda nepotismo; Res. 75, disciplina concursos para juiz em todos os tribunais, inclusive dispondo sobre as formas de avaliação e o que é atividade jurídica para fins do art. 93, I (art. 59 da Resolução). receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário julgar processos disciplinares, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria e aplicar outras sanções administrativas rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário Composição é híbrida, pois tem representantes dos diversos órgãos do PJ, além de MP e OAB e cidadãos: Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) II -um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III -um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 11 IV -um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V -um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI -um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII- um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VIII- um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superiordo Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IX -um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) X -um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XI -um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XII- dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XIII- dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) São 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução (103-B) Sendo: 9 juízes 2 membros do MP (um da MP da União e outro estadual) 2 advogados indicados pela OAB 2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal Exceto o Presidente do STF, Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federa
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