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PODER JUDICIÁRIO

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PODER JUDICIÁRIO 
 
-Um dos 3 Poderes do Estado na divisão clássica 
 
-O Legislativo, em tese, seria o Poder por excelência, pois representa o povo. Todavia, hoje se vê 
uma hipertrofia do Executivo. Porém, o Judiciário também representa papel importante, na 
condição de guardião da legalidade e constitucionalidade, interpretando a Constituição e dando a 
última palavra sobre diversos temas. 
 
FUNÇÃO DO JUDICIÁRIO = FUNÇÃO JURISDICIONAL = fazer justiça, aplicar a lei ao caso 
concreto, compor conflitos de interesses. Aplicar a lei a um caso controvertido, mediante 
processo regular, produzindo coisa julgada e substituindo a vontade das partes. 
 
É monopólio do Poder Judiciário, salvo restritos casos de jurisdição anômala (exercida por órgãos 
diferentes do Judiciário), como o Impeachment e Tribunais de Contas (apesar de pertencer ao P. 
Legislativo, julga as contas dos órgãos públicos). 
 
FUNÇÃO JURISDICIONAL X FUNÇÃO EXECUTIVA – A atividade jurisdicional e executiva 
comungam o fato de aplicarem a lei ao caso concreto, a partir de um comando geral e abstrato. 
Porém, são critérios para a distinção: 
 
 Juiz só age mediante provocação, enquanto que a Adm. pode agir de ofício. 
 Na atividade jurisdicional o juiz é sempre um terceiro, um sujeito desinteressado, imparcial, 
ao contrário do Administrador público; 
 
 
ORGÃOS E ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO – art. 92 da CF 
 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios 
 
 
O Poder Judiciário é UNO e NACIONAL, quer se manifestando em jurisdição estadual ou federal. 
Por isso o art. 92 incluí entre os ÓRGÃOS do judiciário os Tribunais Estaduais. As diversas 
“Justiças”, na verdade, são organismos judiciários que constituem unidades administrativas 
autônomas e recebem competência própria da Constituição. 
 
 
ESTRUTURA CONSTITUCIONAL DO PODER JUDICIÁRIO: 
(quadro sinótico – Alexandre de Moraes) 
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STJ = Superior Tribunal de Justiça 
TST = Tribunal Superior do Trabalho 
TSE = Tribunal Superior Eleitoral 
STM = Superior Tribunal Militar 
TJs = Tribunais de Justiça 
TRFs = Tribunais Regionais Ferais 
TRTs = Tribunal Regionais do Trabalho 
TREs = Tribunais Regionais Eleitorais 
TMs = Tribunais Militares 
 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
Mais alta corte da nação, responsável precipuamente pela guarda da constituição. 
 
Órgão de cúpula de todo o Poder Judiciário (não apenas da Justiça Federal), pois, de acordo como 
art. 92, § 2º, da CF, “o Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em 
todo o território nacional”. 
 
COMPOSIÇÃO - Art. 101 - O Supremo Tribunal Federal compõe-se de: 
 
 11 Ministros 
 escolhidos dentre cidadãos – brasileiros natos (art. 12, § 3º, CF) - com: 
a) mais de 35 e menos de 65 anos de idade; 
b) notável saber jurídico; 
c) reputação ilibada 
 
São : - nomeados pelo Presidente da República 
 - depois de aprovada a escolha por maioria absoluta do Senado 
 
 
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Curiosidade: Segundo José Celso de Mello Filho, durante o período republicano, o Senado Federal 
do Brasil rejeitou cinco indicações presidenciais, ao passo que seu congênere norte-americano negou 
aceitação a doze selecionados pelos chefes do Poder Executivo (Notas sobre o Supremo Tribunal: 
Império e República. 3. ed. Brasília, p. 18). Além disso, as do Senado brasileiro foram todas no 
governo do Presidente Floriano Peixoto (1891-1894) 
 
são órgãos do STF (arts. 3º e 4º do RISTF - Regimento Interno do STF): 
 O Plenário (11ministros) 
 Turmas (duas Turmas de 5 presidida pelo mais antigo dentre seus membros, por um período 
de um ano) 
 e o Presidente (com competências administrativas como representar o tribunal perante os 
demais poderes – e jurisdicionais, como dirigir-lhe os trabalhos e presidir-lhe as sessões 
plenárias, decidir questões urgentes nos períodos de recesso – art. 13 RISTF). 
 
 
 
COMPETÊNCIA do STF 
 
A competência, ou seja, a atuação do STF está divida em 3 hipóteses: causas que lhe incumbe 
julgar: 
1. originariamente; 
2. via recurso ordinário; 
3. via recurso extraordinário. 
 
Obs: há autores que dividem essas competências em duas: originária e recursal (esta subdividida em 
ordinária e extraordinária). 
 
Supremo tem como função precípua a guarda da Constituição. Como tal exerce a jurisdição 
constitucional, de modo que as 3 hipóteses em que exerce sua competência envolvem questões 
constitucionais, o litígio tem um conteúdo constitucional. São hipóteses que em sua essência existe 
uma questão constitucional, às vezes mais, às vezes menos evidente, mas sempre tem matéria 
constitucional. 
 
 
 competência originária (102, I) – causas em a CF lhe confere competência para processar e 
julgar originariamente. STF aprecia as causas em 1ª e única instância. Não podem ser 
apreciadas em outras instâncias ou em lugar nenhum. 
 
Ex: -ADIN e ADECON e ADPF (alínea a) 
-Processos envolvendo as mais altas autoridades da República (ex: Presidente, Vice-
Presidente, membros do Congresso Nacional, Ministros e o Procurador-Geral da República) 
forem desrespeitadas ou quando elas estiverem violando direitos dos cidadãos ou cometendo 
crimes (ex. – alínea “d”) 
-Julgar Presidente nas infrações penais comuns 
-MS contra atos do Presidente e das Mesas da Câmara e do Senado 
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-Competência penal originária – competência especial por prerrogativa de função, ou “foro 
privilegiado” – enquanto durar o mandato ou cargo. Encerrado o mandato ou exercício do 
cargo, cessa o foro privilegiado, pois foi cancelada súmula 394, que dizia que, cometido o 
crime durante o exercício funcional, permanece a prerrogativa de foro, mesmo que iniciada a 
ação ou inquérito após a cessação”. Do mesmo modo, havendo eleição ou nomeação, o 
processo é remetido ao STF. 
 
 Competência recursal (102, II) – causas em que a CF lhe confere competência para 
apreciar recurso ordinário de demandas julgadas em Tribunais inferiores. 
 
EX: HC, MS, MI, HD, decididos em única instancia pelos Tribunais Superiores quando a decisão 
for denegatória. 
 
Recursos ordinários – recursos de fundamentação livre, ilimitada, em causas apreciadas em 
instância inferior. São admissíveis mediante o simples requisito da sucumbência. 
 
Recursos extraordinários – recursos de fundamentação vinculada ou ilimitada. Não basta a 
sucumbência. São necessários outros pressupostos, consistentes na existência de uma questão 
constitucional, no caso do RE. Cabe estritamente nas hipótese do art. 102, inciso III. 
 
 Competência recursal extraordinária (102, III) - causas em que a CF lhe confere 
competência para apreciar recurso extraordinário. 
 
EX: causas julgadas em única ou última instância, quando a decisão contrariar a constituição 
federal..... 
 
Segundo Rodolfo Camargo Mancuso, “contrariamos a lei quando nos distanciamos da ‘mens 
legislatoris’, ou da finalidade que lhe inspirou o advento; e bem assim quando a interpretamos 
mal e assim lhe desvirtuamos o conteúdo” (Recurso Especial e Recurso Extraordinário, 2a ed., p. 
107). 
 
EMENDA 45: acrescentou a necessidade de relevância da matéria discutida. logo, além de 
verificar a presença dos requisitos acima, o supremo também poderá exigirque a questão seja 
relevante, controversa, a justificar sua manifestação 
 
FINALMENTE A EC Nº 45 acrescentou dentre as competências do supremo a edição das súmulas 
vinculantes, aprovadas por 2/3 de seus membros, quando houver controvérsia sobre normas 
determinadas (art 103-A). 
 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ: 
 
- surgiu na CF de 88 – “crise do STF” 
- dividiu competência do supremo, passando a zelar pelo direito federal 
- mínimo de 33 (podendo aumentar) 
 
 
 
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Histórico 
 
Crise no Supremo Tribunal Federal – assoberbamento de processos 
Reação - tentativas de restrição do Recurso Extraordinário – instituição do requisito da relevância da 
matéria (ARGUIÇÃO DE RELEVÂNCIA) - restrições no RISTF. 
 
Conseqüência – Estas restrições, aliadas ao prequestionamento, tornaram o RE um recurso difícil, 
cheio de empecilhos e restrições. 
 
Reação - Idéia de criação de um outro Tribunal com competência para julgar os Recursos relativos a 
direito federal comum. Seria um Tribunal da Federação sem competência para matéria 
constitucional (direito federal comum) e com algumas competências originárias. 
 
-Criação da CF 88 com tal finalidade 
– Corte Federal com competência para zelar pelo direito federal comum 
– extinção do Tribunal Federal de Recursos 
 – encampamento de parte da competência do STF. 
 
- Instalação em 7 de abril de 1989 (Lei 7746/89). 
 
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. 
 Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo 
Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e 
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
 I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre 
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio 
Tribunal; 
 II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público 
Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do 
art. 94. 
 
 
Composição 
 
Mínimo de 33 (STF só 11) 
Criação de mais cargos – proposta do Tribunal ao Legislativo (art. 96, II, b –lei de iniciativa do 
STJ). 
 
Alteração pela EC 45 para incluir necessidade de aprovação por MAIORIA ABSOLUTA do Senado 
(art. 52, III, a – voto secreto, argüição pública) 
 
Nomeações 
Mescla diversas experiências, o que fortalece o seu caráter de Tribunal da Federação (art 92, § 2º) 
 
1/3 – juízes do TRF 
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1/3 – Desembargadores dos TJs - listra tríplice, elaborada pelo 
próprio STJ para escolha pelo Presidente e aprovação do Senado 
 
1/3 – 1/6 – de advogados 
 1/6 – membros do MP - lista sêxtupla pelas respectivas instituições 
 STJ faz lista tríplice e encaminha ao Pres. 
 
Internamente o STJ está composto por: 
 
- Plenário (não exerce função jurisdicional, só Administrativa, ex. indicar os ministros que 
comporão o Tribunal, eleger o Presidente, votar o Regimento Interno, etc.) 
- Corte Especial (15 ministros mais antigos). Compete processar e julgar as causas mais 
relevantes, por ex, as envolvendo os Governadores de Estado, Desembargadores, etc. (RISTJ 
art. 11.) 
- três seções (10 Ministros), divididas por matéria (Direito Público, Direito Privado e Direito 
Penal e previdenciário) 
- 6 Turmas (5 Ministros) – duas por seção (isso dá 30 ministros, pois o Presidente, o Vice-
Presidente e o Coordenador-Geral da Justiça Federal integram apenas o Plenário e a Corte 
Especial – art. 3º RISTJ). 
 
 
COMPETÊNCIA – Originária 
 Recursal Ordinária 
 Recursal Especial 
 
 
ORIGINÁRIA 
 
 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
 I - processar e julgar, originariamente: 
 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de 
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros 
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que 
oficiem perante tribunais; 
 
Competência criminal. Instituição de foro privilegiado. Questiona-se se tal artigo não teria ferido a 
autonomia estadual, pois cumpria a estes julgar seus governadores e desembargadores. 
 
 
OBS: Julgamento do Governador por crime de responsabilidade – Assembléia Legislativa – 
Constituição Bandeirante art. 20 XXV (compete exclusivamente a AL: receber a denúncia e 
promover o respectivo processo no caso de crime de responsabilidade do Governador do Estado). 
 
Obs; crimes de responsabilidade Lei1.079/50 e outros que a CF diz, tal como 29A e 85 
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b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) 
 
É preciso verificar quem é autoridade impetrada 
 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na 
alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou 
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) 
 
Se o paciente for Ministro de Estado a competência para julgar o HC é do Supremo (art. 102, I, d). 
Quando fala em “Tribunal” se refere ao órgão colegiado. 
 
 d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, 
"o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a 
tribunais diversos; 
 
Competência para julgar conflitos de competência entre Tribunais, exceto a competência do STF. 
Inclui competência para dirimir conflito de competência entre membros do MP, segundo Alexandre 
de Moraes, pois há omissão constitucional. 
Inclui conflitos entre juízes de direito vinculados a dois TJs diferentes. 
Conflito não ocorre quando há hierarquia entre Tribunais (ex. STF x STJ ou STJ e TRFs). 
 
 e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
 
 f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões; 
 
OBS: CANDIDO RANGEL DINAMARCO – Reclamação é REMÉDIO PROCESSUAL SEM 
NATUREZA RECURSAL : meio mediante o qual se leva ao STF ou ao STJ a notícia da usurpação 
de sua competência ou desobediência a julgado seu, cometida por juiz ou tribunal inferior (CF, art. 
102, I, letra l e art. 105, I, letra f). Revisa Síntese de Direito Civil e D. Proc. Civil, n. 16/14 
Diz NELSON NERY JR. que ela "não se configura como recurso porque sua finalidade não é 
impugnar decisão judicial pretendendo-lhe a reforma ou invalidação, mas tão-somente fazer com 
que seja cumprida decisão do STF sobre determinada hipótese, ou preservar a competência do 
Pretório Excelso" 
 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou 
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, 
ou entre as deste e da União; 
 
 
Ex. conflito entre promotores de justiça de Estados Diferentes sobre a atribuição para oferecimento 
de uma denúncia. Tal conflito de atribuição deverá ser suscitado peranteos respectivos juízes 
perante os quais atuem. 
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h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de 
órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os 
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça 
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
 
Mandado de Injunção - Art. 5º - LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; 
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Competência atribuída pela Reforma do Judiciário ao STJ, antes pertencente ao STF (revogação 
102, I, h). 
Basicamente: Homologar sentenças estrangeira para que elas tenham cumprimento no Brasil e 
determinar o cumprimento de cartas rogatórias. 
 
 
 
COMPETÊNCIA RECURSAL – STJ analisa os processos em última instância 
Pode ser para apreciar recursos ordinários ou especiais 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
 II - julgar, em recurso ordinário: 
 
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
for denegatória; 
 
Somente quando a decisão por denegatória, pois o objetivo da CF foi assegurar de forma plena o 
direito à liberdade e valorizar o habeas corpus. 
 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais 
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a 
decisão; 
 
Da mesma forma, só quando a decisão for denegatória, pois o MS é um remédio processual voltado 
contra a ilegalidade ou abuso de poder contra ato de autoridade. Visa proteger um direito líquido e 
certo e que, portanto, merece ampla e exame do Judiciário. 
 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, 
e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; 
 
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Competência “ratione personae”. Neste caso, a competência originária é dos juízes federais (art. 
109, II). 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão recorrida: 
 
 Essa é a competência mais importante do STJ porque é a que faz dele um verdadeiro 
guardião maior do direito federal. 
 
 Esse inciso dá a noção de que o STJ é um tribunal da federação, pois aprecia os recursos 
de todos os tribunais. 
 
 
 a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
 
CF 46 falava em contrariar lei federal. CF 67 falava em negar vigência. Por isso a CF 88 consignou 
as duas expressões para evitar divergências. 
Contraria a lei federal a decisão que a viola ou a aplica incorretamente. Nega vigência a decisão 
que afirma não estar a lei em vigor ou que não a aplica quando é ela aplicável. 
 
 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Ato local: ato municipal ou estadual. Antes da EC 45, o mesmo inciso falava em LEI ou ATO. 
Depois a competência para apreciar RE quando a decisão recorrida julgar válido lei de governo local 
contestado em face de lei federal passou para o STF (art. 102, III, d). 
 
Tem no seu cerne fundamento constitucional, pois quando um tribunal estadual, por ex., julga válido 
ato de governo local contestado em face de lei federal, é porque reconhece que a lei local estava 
dentro da competência constitucional assegurada a este, tendo a lei federal, pois, invadido 
competência local, pelo que é inconstitucional. A questão acaba por se situar no campo das 
competências dos entes da federação, que são distribuídas na CF. 
 
 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal 
 
 
Visa uniformizar a jurisprudência dos tribunais de segundo grau e a interpretação que estes dão à lei 
federal. Ser o guardião da lei federal significa não só assegurar a validade, mas também a 
UNIFORMIDADE DE ENTENDIMENTO. A diversidade prejudica um valor fundamental do 
direito: a CERTEZA. 
Aplicou em hipótese similar direito diverso daquele aplicado por outro tribunal da federação ou pelo 
próprio STJ. 
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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
 
Criado pela EC45/2004 (art. 103-B, da CF) 
 
Também é órgão do Poder Judiciário, cf. art. 92, I-A, da CF 
 
Porém, não exerce função jurisdicional (não julga processos jurisdicionais ou recursos de outros 
tribunais), tendo atribuições administrativas, mais precisamente de “controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos 
juízes” (art. 103-B, § 4º) 
 
O CNJ não pode fiscalizar, reexaminar e suspender os efeitos decorrentes de ato de conteúdo 
jurisdicional, devido a seu caráter eminentemente administrativo. 
 
Exerce o controle administrativo, financeiro e disciplinar do PJ 
 
Tanto é competência administrativa que seus atos podem ser controlados por via de ação cuja 
competência para julgamento é originária do STF (102, I, r). 
 
 
Ex: 
 expedir atos regulamentares (Resoluções. Ex: Res. 13/2006: teto do judiciário; Res. 7/2005: 
veda nepotismo; Res. 75, disciplina concursos para juiz em todos os tribunais, inclusive 
dispondo sobre as formas de avaliação e o que é atividade jurídica para fins do art. 93, I (art. 
59 da Resolução). 
 receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário 
 julgar processos disciplinares, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a 
aposentadoria e aplicar outras sanções administrativas 
 rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de 
tribunais julgados há menos de um ano 
 elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por 
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário 
 
Composição é híbrida, pois tem representantes dos diversos órgãos do PJ, além de MP e OAB e 
cidadãos: 
 
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com 
mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 61, de 2009) 
 
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 61, de 2009) 
II -um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
III -um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
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IV -um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
V -um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VI -um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VII- um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VIII- um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superiordo 
Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IX -um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
X -um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da 
República; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
XI -um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da 
República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
XII- dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
XIII- dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela 
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas 
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, 
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) 
 
São 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução (103-B) 
 
Sendo: 
9 juízes 
2 membros do MP (um da MP da União e outro estadual) 
2 advogados indicados pela OAB 
2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados 
e outro pelo Senado Federal 
 
Exceto o Presidente do STF, Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da 
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal 
 
O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e 
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federa

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