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Anatomia e Fisiologia da Pele na Fisioterapia

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1 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
ANATOMIA, FISIOLOGIA E HISTOLOGIA DA 
PELE 
O corpo humano apresenta quatro tipos de tecidos: 
(1) Tecido epitelial; 
(2) Tecido conjuntivo; 
(3) Tecido nervoso; 
(4) Tecido muscular. 
 
 
 
Para a Fisioterapia dermatofuncional os tecidos relevantes são: tecido epitelial e tecido conjuntivo. 
Tecido Células Matriz extracelular Funções 
Epitelial Poliédricas, justapostas Pequena quantidade Revestimento da superfície 
ou de cavidades do corpo; 
secreção 
Conjuntivo Vários tipos de células, 
fixas e migratórias 
Abundante Apoio e proteção 
 
TECIDO EPITELIAL 
O tecido epitelial é formado por células justapostas e fortemente aderidas, que revestem e secretam moléculas, apresentando 
pouca matriz extracelular. Apresentam alta capacidade de proliferação e formas variadas. 
Funções: 
(1) Revestimento – reveste superfícies internas ou externas de órgãos e do corpo como um todo (pele). Função 
associada a proteção (células dos epitélios de revestimento); 
(2) Secreção – realizado tanto pelas células de epitélio de revestimento como por células epiteliais que se agrupam 
para formar as glândulas. 
(3) Absorção – células com capacidade de absorver íons e moléculas, exemplo: células epiteliais do intestino delgado; 
 
2 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
(4) Excreção e transporte – células da vesícula biliar; 
(5) Contratilidade – células dos ductos das glândulas salivares; 
(6) Imunológica – células de Langerhans; 
(7) Gustativas – corpúsculos gustativos. 
Tecido epitelial de revestimento – recobrem as superfícies, revestem cavidades do corpo, apresentam pouca substância 
intercelular, formam camadas celulares contínuas, são avasculares. Classificado em: 
Quanto ao número de camadas: 
(1) Simples – apresenta uma camada; 
(2) Estratificado – duas ou mais camadas; 
(3) Pseudo-estratificado – camadas de células que apresentam alturas diferentes de núcleo. 
 
Tipos de tecido epitelial de revestimento 
Tecido epitelial glandular – células especializadas na secreção (glândulas); sua formação – epitélio de revestimento + tecido 
conjuntivo subjacente. Podem sintetizar, armazenar e eliminar proteínas. 
Possui dois tipos: glândulas exócrinas – mantém conexão com o epitélio que se originaram, apresentam forma de ductos 
tubulares, por onde secretam as substâncias, alcançando a superfície do corpo ou uma cavidade; exemplos: glândulas 
sudoríparas, lacrimais, sebáceas e mamárias; glândulas endócrinas – não apresentam formação de ductos, suas secreções 
são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela circulação sanguínea; exemplos: tireoide, ovário, 
testículo. 
Lâmina basal – elemento da matriz extracelular com grande importância para as 
células epiteliais. Se dispõe como um tapete molecular entre as células epiteliais 
e os elementos do tecido conjuntivo. Permite a ancoragem das células epiteliais 
ao tecido conjuntivo. Atua na função de seleção do trânsito de moléculas e 
células no meio extracelular através do epitélio. Funções da lâmina basal: 
▪ Papel estrutural; 
 
3 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
▪ Filtração de moléculas; 
▪ Regulam a proliferação e diferenciação celular; 
▪ Influenciam na polaridade da célula e no metabolismo celular; 
▪ Organizam as proteínas plasmáticas de células adjacentes; 
▪ Caminho e suporte para migração de moléculas. 
Membrana basal – camada mais densa situada abaixo dos epitélios. 
TECIDO CONJUNTIVO 
Responsável pelo estabelecimento e pela manutenção da forma do corpo. Esse papel é determinado por um conjunto de 
moléculas que conecta as células e os órgãos, dando suporte ao corpo. O principal componente do tecido conjuntivo é a 
matriz extracelular (MEC). 
Composição da MEC: 
Substância fundamental amorfa – complexo viscoso e altamente hidrofílico. Apresenta fibras proteicas e também ácido 
hialurônico na sua composição. 
Fibras proteicas 
▪ Fibras colágenas – constituídas de colágeno (resistência a tração); 
▪ Fibras elásticas – formadas por glicoproteínas e pela proteína elastina (promove elasticidade ao tecido); 
▪ Fibras reticulares – constituídas por colágeno, sendo mais finas. 
Funções 
▪ Sustentação; 
▪ Preenchimento; 
▪ Defesa; 
▪ Nutrição; 
▪ Transporte; 
▪ Reparação; 
▪ Reserva para hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. 
Classificação: 
Tecido conjuntivo propriamente dito: 
▪ Frouxo; 
▪ Denso – modelado ou não modelado. 
 
 
4 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
Tecido conjuntivo de propriedades especiais: 
▪ Tecido adiposo; 
▪ Tecido elástico; 
▪ Tecido reticular ou hematopoiético; 
▪ Tecido mucoso. 
Tecido conjuntivo de suporte: 
▪ Tecido cartilaginoso; 
▪ Tecido ósseo. 
TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO FROUXO 
Possui células fibroblásticas e macrófagos. Apresenta consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito 
resistente a trações. 
Apoia e nutre as células epiteliais (pele, mucosa e glândulas). Ex. tecido subcutâneo. 
TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO DENSO 
Adaptado para fornecer resistência e proteção aos tecidos. Predominância de fibras colágenas; é menos flexível e mais 
resistente à tensão que o tecido conjuntivo frouxo. 
Células mais comuns – fibroblastos. 
Encontrado na derme profunda da pele. 
TECIDO ADIPOSO 
Possui a função de armazenar gordura, tendo como característica pouca substância intercelular, ricamente vascularizado. 
Localiza-se abaixo do tecido conjuntivo, preenchendo espaços e mantém os órgãos no lugar. 
Corresponde nas mulheres 20-25% do peso corporal e nos homens 15-20%. 
Principal reversa de energia do organismo – em forma de triglicerídeos (absorvidos da alimentação e trazidos até a célula 
adiposa; oriundo do fígado e transportado até o tecido adiposo. Síntese das próprias células adiposas – a partir da glicose). 
Funções: 
▪ Papel energético; 
▪ Modela a superfície; 
▪ Forma coxins adiposos absorventes de choques; 
▪ Isolante térmico no organismo; 
▪ Preenchimento; 
 
5 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
▪ Atividade secretora. 
Classificação: 
(1) Tecido adiposo branco ou unilocular – presente nos adultos, vascularização abundante, lipídeos armazenados nas 
células adiposas – triglicerídeos; 
(2) Tecido adiposo pardo ou multilocular – encontrado nos RN, adultos apresentam pouca quantidade. Distribuição no 
corpo limitada; vascularização abundante. Auxilia na termorregulação. 
FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO 
(1) Fibras de colágeno – formada por colágeno, proteína fibrosa produzida pelos fibroblastos. São as mais numerosas, 
30% de todas as proteínas corporais. Formam fibrilas para depois formarem as fibras. Função – sustentação; 
(2) Fibras de elastina – contém elastina, que se organizam frouxamente permitindo o estiramento. Suportam grandes 
trações. São encontradas no tecido conjuntivo areolar frouxo, parede das artérias elásticas, glândulas mamárias. 
Tipos de células 
(1) Fibroblastos – mais comuns e numerosos; produzem fibra e substância intercelular. Atuam no processo de reparo 
dos tecidos lesados (fibrose), sintetizam proteínas colágenas e elastina; 
(2) Macrófagos – são células fagocitárias – podem formar células gigantes de corpo estranho (ex. prótese mamária com 
rejeição). Atuam como elemento de defesa. Células de Langerhans na pele; 
(3) Adipócitos – armazenam gordura e formam o tecido adiposo; 
Substância fundamental amorfa (SFA) 
Composta por polissacarídeos, glicosaminoglicanos ligados a proteínas proteoglicanos.Apresenta ácido hialurônico. É incolor 
e transparente. 
Funções – hidrata e lubrifica as células do tecido conjuntivo; facilita a troca de nutrientes através dos vasos que se distribuem 
no meio. As cargas negativas atraem água para o meio, tornando-o altamente hidratado. 
SISTEMA TEGUMENTAR 
Composto por: 
(1) Pele; 
(2) Anexos; 
(3) Tela subcutânea. 
 
 
 
6 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
PELE 
Maior órgão do corpo, correspondendo a 10% do peso corporal. Apresenta em média 3kg. Suprimento sanguíneo 
corresponde a 1/3 do sangue circulante. 
Funções: 
▪ Proteção – barreira de proteção para estruturas internas, atritos e contra perda de água por evaporação. Impede a 
invasão de microrganismos, além de proteger contra a ação dos raios UV. 
▪ Auxilia na regulação térmica – vasodilatação cutânea, vasoconstricção cutânea, glândulas sudoríparas, tecido 
adiposo; 
▪ Sensorial – receptor sensitivo de calor, frio, dor e tato. Recebe informações do meio ambiente e envia as 
informações para o SNC; 
▪ Excreção – possui glândulas secretoras. Glândula sudorípara – função termorreguladora, auxiliando na eliminação 
de toxinas (ureia, amônia e ácido úrico); glândulas sebáceas – importante para manter o equilíbrio tissular e 
preservação da camada córnea. 
▪ Síntese de substâncias químicas – secreção sebácea, melanina e vitamina D; 
▪ Comunicação e identificação – impressões digitais; aparência do indivíduo. 
pH da pele – a pele deve apresentar um pH entre 4,5 e 6,0. Esse fator contribui para a proteção da pele. 
 
0 ____________ 7 _____________ 14 
Oleosa/ácida Seca/alcalina 
Manto hidrolipídico 
Mantém a hidratação da camada córnea; a acidez cutânea. Desempenha função de barreira e permite a pele regular contra o 
excesso de perda de água ou umidade. 
Variações: 
Idade – produção de lipídeos aumenta com o nascimento, diminui na infância, aumenta na adolescência e diminui no 
envelhecimento; 
Sexo – homens tem mais lipídeos que mulheres; 
Regiões do corpo – face e tórax tem mais lipídeos. 
 
 
 
 
7 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
CAMADAS DA PELE 
EPIDERME DERME HIPODERME 
Camada germinativa – regeneração da 
pele; apresenta intensa atividade 
mitótica; produção de vit D; ciclo de 
vida – 21 dias; adultos perdem cerca 
de 15g de pele por dia. 
Espessura variável (3mm planta dos 
pés). 
Camadas: 
▪ Derme papilar (superficial); 
▪ Derme reticular (profunda). 
 
Camada espinhosa – queratinócitos 
espinhosos; presença de células de 
Langerhans (tem capacidade de 
fagocitar corpos estranhos, importante 
nas reações imunitárias. Exposição a 
radiações degradam-nas); ocorrem 
mitoses, em menor quantidade. 
Derme papilar – delgada, constituída 
por tecido conjuntivo frouxo que forma 
as papilas dérmicas; contêm fibrilas 
especiais de colágeno que contribuem 
para prender a derme à epiderme. 
 
Camada granulosa – células 
poligonais, mais achatadas, núcleo 
central e citoplasma carregado de 
grânulos de querato-hialina; possui 
grânulos lamelares. 
Derme reticular – é mais espessa 
formada por tecido conjuntivo denso. 
 
 
Camada lúcida – mais evidente em pele 
espessa; constituída por uma delgada 
camada de células achatadas; 
numerosos filamentos de queratina; 
percebe-se ainda desmossomos entre 
as células. 
Ambas as camadas contêm muitas 
fibras do sistema elástico, 
responsáveis em parte, pela 
elasticidade da pele. 
 
Camada córnea – espessura variável; 
células achatadas, mortas e sem 
núcleo; citoplasma rico em queratina; 
queratinócitos estão transformados em 
placas sem vida e descamam 
continuamente; essa camada contém 
um filme hidrolipídico. 
 
 
 
 
8 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
CÉLULAS DA EPIDERME 
Queratinócitos Formam as quatro camadas da epiderme; tempo 
aproximado da camada basal até a córnea (2 semanas); 
unidas entre si através dos desmossomos. 
Melanócitos Sintetizam melanina (coloração da pele); camada basal (5 a 
10%); células dendríticas; presente entre a epiderme e 
derme ou entre queratinócitos da camada basal. 
Células de Langerhans Frequente na camada espinhosa; tem a capacidade de 
fagocitar corpos estranhos; papel importante nas reações 
imunitárias; exposições frequentes às radiações UV 
degradam-nas. 
Células de Merkel São mecanorreceptores; apoiadas na membrana basal e 
presas ao queratinócito por meio de desmossomos; palmas 
das mãos e dos pés (maior quantidade). 
 
ANEXOS DA PELE 
▪ Pelos – originam-se de uma invaginação da epiderme; estrutura delgada e queratinizada. 
Fases de crescimento do pelo: fase anágena, fase catágena, fase telógena. 
(1) Fase anágena – fase ativa de crescimento da matriz; nível subcutâneo; ceratinócitos da matriz se proliferam 
rapidamente; duração – couro cabeludo: 2 a 6 anos; perna: 19 a 26 semanas; braço: 6 a 12 semanas; lábio superior: 
4 a 14 semanas; axilas: 12 meses. 
(2) Fase catágena – fase de interrupção do crescimento (2 a 3 semanas); os melanócitos da matriz interrompem a 
produção da melanina; ceratinócitos param abruptamente de crescer; o folículo mais inferior regride e involui. 
(3) Fase telógena – fase de repouso do pelo; fase de queda (3 a 4 semanas). A bainha interna do pelo está totalmente 
ausente. Um novo cabelo começa a crescer e o folículo volta para a fase anagênica. 
▪ Unhas – placas queratinizadas; proteção da falange terminal dos dedos; constituída essencialmente por escamas 
córneas compactas; a porção proximal da unha é chamada raiz da unha. 
▪ Glândulas sebáceas – situam-se na derme. Seus ductos geralmente desembocam nos folículos pilosos; são 
alveolares; secreção sebácea da natureza lipídica; influenciada pelos hormônios sexuais. 
▪ Glândula sudorípara (Écrina) – numerosas; não associadas aos folículos pilosos. Porção secretora: profundidade ou 
porção superior da hipoderme; maior concentração na testa, região plantares e palmares. 
 
9 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
▪ Glândula sudorípara (Apócrina) – desembocam no folículo piloso. Porção secretora: profundidade da derme, na 
maioria das vezes na região superior da hipoderme; produzem secreção que contem proteínas. São numerosas nas 
axilas, períneo e aréolas mamárias. 
CICATRIZAÇÃO E REPARO 
Definição – é o resultado final de uma lesão, formado pela substituição de um tecido conjuntivo neoformado. 
Reparo – capacidade do corpo substituir células lesadas ou mortas; 
Regeneração – é a substituição do tecido lesado por células parenquimais do mesmo tipo. É a forma mais favorável de 
reparação. 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
▪ Fase inflamatória – reação fisiológica normal. Dura em média de 48 a 72h. Vasoconstricção seguida de liberação 
de substâncias vasoativas – aumento da permeabilidade vascular. Depende da intensidade duração: fase aguda – 0 
a 14 dias; fase subaguda – 14 a 31 dias; fase crônica >31 dias; 
▪ Fase proliferativa – duração média de 3 a 14 dias. Reepitelização – células basais presentes nas bordas da ferida, 
proliferam-se e se alongam, e começam a migrar para o outro lado da superfície da ferida até que ocorra a inibição 
por contato. Migração de fibroblastos: células circunvizinhas, indiferenciadas podem se transformas em 
fibroblastos por ativação de mediadores. Síntese proteica – a síntese de colágeno é afetada por características do 
paciente e da ferida. Contração da ferida – inicia-se 4 a 5 dias após a lesão e continua por cerca de 2 semanas ou 
mais nas feridas crônicas. A contração é caracterizada pela predominância de miofibroblastosna periferia da ferida. 
▪ Fase de remodelagem – duração média de 7 dias a 1 anos. Ocorre equilíbrio entre taxa de síntese e degradação de 
colágeno. Este processo é controlado por mediadores presentes na lesão. A remodelagem é essencial para a 
formação de uma cicatriz resistente. 
Sinais da inflamação 
▪ Edema – fuga de proteínas para o interstício; aumento da pressão hidrostática do interstício; 
▪ Calor e hiperemia – aumento do fluxo sanguíneo; aumento do metabolismo celular; 
▪ Dor – presença de mediadores químicos da inflamação. 
Inflamação aguda = duração relativamente curta, poucos minutos, diversas horas e até dias. Características – permeabilidade 
aumentada; exsudação das proteínas plasmáticas; emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos. 
Inflamação crônica – persistência da inflamação. Pode acompanhar uma inflamação aguda – persistência do estimulo iniciante 
ou interferência no processo normal de cicatrização. Pode ser ocasionada por ataques repetidos de inflamação. Pode começar 
insidiosamente como resposta de baixo grau, lenta, que nunca adquire os aspectos clássicos da inflamação aguda. 
 
10 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
Fatores que influenciam a cicatrização 
▪ Idade; 
▪ Nutrição; 
▪ Corticosteroides; 
▪ Diabéticos; 
▪ Hormônio do crescimento. 
Cicatrização de feridas 
(1) Primeira intenção ou cicatrização primária – ocorre por planos, com aposição de tecido por tecido. Menor quantidade 
de colágeno. Tempo reduzido de recuperação. Ferida aberta tem suas extremidades imediatamente reaproximadas. 
Fenda mais estreita e cicatrizes menores. Menor destruição tecidual das bordas. 
(2) Cicatrização secundária – ocorre quando há perda de tecido; feridas extensas e margens afastadas; formação de 
tecido granulação; cicatriz inestética, por vezes com comprometimento funcional. Falência – ferida crônica. Exemplos 
– ferida cutânea contaminada; ferida com perda de tecido; queimaduras. 
(3) Cicatrização terciária – processo pelo qual uma ferida é temporariamente mantida aberta, sendo fechada mais tarde, 
usualmente 4 a 7 duas com aproximação ou sutura. 
CICATRIZ CRÔNICA – feridas traumáticas e induzidas cirurgicamente, infectadas ou com comprometimento vascular. Abrange 
úlceras de pele, diabéticas, venosas e arteriais, e as úlceras de pressão. 
Tipos de cicatriz Características 
Normotrófica Ocorre quando a pele adquire o aspecto de textura e 
consistência anterior ao trauma. 
Patológica Cicatrização anormal – formação deficiente (atrofia), 
formação excessiva (hipertrofia); deiscência – abertura da 
cicatriz, provocada por infecção ou tensão na linha da 
sutura. 
Atrófica Tecido destruído substituído incompletamente por tecido 
cicatricial. Situam-se em nível pouco inferior da pele; frágeis 
e deficientes. 
Hipertrófica Regridem após 1 anos; ocorre dentro dos limites da lesão; 
não recidivam; coloração normal da pele; são indolores à 
palpação; fibras de colágeno se orientam em espiral 
projetando-se sobre a linha cutânea. 
 
11 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
Queloide Cicatrização excessiva; desorganização na síntese de 
colágeno; desalinhamento das fibras; organização em 
espiral; fibrose além dos limites da lesão; originam-se de 
lesões preexistentes; prurido; coloração rosada, vermelho 
escuro ou esbranquiçada. 
 
Fatores que interferem na qualidade da cicatriz: 
▪ Espessura cutânea; 
▪ Linhas de fenda; 
▪ Qualidade da sutura. 
TRATAMENTO 
(1) Cirúrgico – retirada da cicatriz, radioterapia (beta-terapia), laser cirúrgico de Argon – destruição do colágeno 
excessivo. 
(2) Terapia medicamentosa – corticoides, hialuronidase, ácido acexâmico (sal sódico), ácido retinóico, iodo. 
(3) Massagem – abordagem fisioterapêutica. Fricção – liberação de aderências; manobra de walterwald; pinçamentos. 
(4) Eletroterapia – corrente galvânica (iontoforese) – hialuronidase (efeito despolimerizante); iodo (efeito esclerótico). 
(5) US – neovascularização; aumento da circulação; aumento da extensibilidade das fibras de colágeno; melhora das 
propriedades mecânicas do tecido. (Há controvérsias). 
 
ENVELHECIMENTO 
Conjunto de modificações fisiológicas irreversíveis e inevitáveis acompanhadas de uma mudança do nível de homeostasia, 
devido a um retardamento da síntese de proteínas. 
Expectativa de vida: 
▪ Pré-história: 18 anos; 25 anos (ancião); 
▪ Século V a.C.: 33 anos; 45 a 50 anos; 
▪ Início do século XX: 50 anos. 
Tipos de envelhecimento: 
▪ Intrínseco, verdadeiro ou cronológico – dermatocronossenescência; 
▪ Extrínseco, induzido ou fotoenvelhecimento – dermatoactinossenescência. 
 
 
12 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO 
Fatores – menopausa -> hipoestrogenismo. 
✓ Menor hidratação; 
✓ Menor síntese de colágeno; 
✓ Menor secreções sebáceas; 
✓ Alterações degenerativas nas fibras elásticas. 
Dermatocronossenescência – alterações: 
▪ Atrofia difusa; 
▪ Frouxidão tecidual; 
▪ Pigmentação irregular; 
▪ Redução do panículo adiposo; 
▪ Rarefação dos pelos e perda da cor; 
▪ Rugas. 
ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO 
Determinado por fatores externos: radiação UVA – frouxidão tecidual; UVB – tumor de pele; infravermelhos – alterações 
vasculares. 
Outros – fumo (destruição dos fibroblastos), clima, poluição, produtos químicos. 
Dermatoactinossenescência – alterações: 
▪ Pele áspera, espessa, inelástica, apergaminhada; 
▪ Poros dilatados, aumento das secreções pilos sebáceos; 
▪ Milio, xantelasma; 
▪ Hiperpigmentação, melasma. 
Cuidados que podem ser tomados: 
▪ Evitar o sol das 10 as 16h; 
▪ Repor o filtro solar ao entrar na água; 
▪ Lavar-se após entra no mar; 
▪ Proteger com mais cautela os locais mais sensíveis; 
▪ Usar barreiras físicas. 
Alterações morfológicas: 
▪ Redução da síntese proteica; 
 
13 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
▪ Atrofia do sistema melanócito/melanina; 
▪ Perda da massa muscular esquelética; 
▪ Pele delgada, enrugada, seca e escamosa; 
▪ Espessamento das fibras de colágeno; 
▪ Perda da elasticidade das fibras elásticas; 
▪ Redução da camada gordurosa do tecido subcutâneo; 
▪ Redução do número e da função das glândulas sebáceas e sudoríparas; 
▪ Receptores sensitivos menos sensíveis e numerosos; 
▪ Diminuição da função cardiorrespiratória; 
▪ Menor conteúdo de água no organismo; 
▪ Depressão da síntese de hemoglobina; 
▪ Qualidade e velocidade de regeneração deprimidas; 
▪ Ptose dos tecidos moles, protrusão de gordura orbitárias (bolsas). 
Fatores que aceleram o envelhecimento: 
▪ Excesso de mímicas; 
▪ Radiação solar. 
TEORIA DOS RADICAIS LIVRES 
São moléculas de vida curta que contém elétron não pareado nos orbitais mais externos. Formam-se em reações químicas, 
perdendo ou ganhando elétrons, sacrificando outros componentes químicos que cedem o elétron faltante. 
Alterações condicionadas a ação dos radicais livres: 
▪ Alterações oxidativas nas moléculas de longa vida; 
▪ Destruição dos mucopolissacarídeos; 
▪ Acúmulo de resíduos metabólicos; 
▪ Alterações na membrana celular; 
▪ Fibrose arteríolocapilar; 
▪ Degradam os fibroblastos da derme; 
▪ Lesionam cadeias de DNA, proteínas, carboidratos e lipídeos; 
▪ Podem causar câncer. 
Fontes fisiológicas de R.L: 
▪ Metabolismo normal do oxigênio; 
▪ Stress oxidativo; 
▪ Predisposição genética; 
 
14 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
▪ Esforço físico devido ao aumento do consumo de oxigênio. 
Sistema antioxidante: 
▪ Endógeno ou enzimático 
▪ Exógeno– vitaminas A, C e E; minerais como: zinco, cobre, manganês, magnésio e selênio. Alimentos – cebola e 
alho. 
Componentes maior atrativo para os radicais livres 
▪ Proteínas, ácidos nucleicos; 
▪ Moléculas componentes do cortisol; 
▪ Lipídeos da membrana celular; 
▪ Colágeno; 
▪ Ácido hialurônico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
COSMETOLOGIA 
 CIRURGIAS PLÁSTICAS 
As cirurgias plásticas podem ser divididas em: faciais e corporais. 
Cirurgias plásticas estéticas faciais 
Ritidoplastia (lifting) – rejuvenescimento da face. Visam minimizar as alterações decorrentes do envelhecimento como 
as rugas, ptoses, flacidez de pele e muscular. Classificada por regiões: 
Blefaroplastia – (superior e/ou inferior), corrige a flacidez de pele e a ptose nas pálpebras, através da retirada do excesso de 
pele e retirada das bolsas de gordura. 
 
 Blefaroplastia superior sem corte 
Duração em torno de 2 horas, alta hospitalar cerca de 2h a 3h após seu término. Na técnica de corte tem pontos, sendo 
retirados com 7 a 10 PO. 
Complicações 
▪ Hematomas; 
▪ Necroses cutâneas; 
▪ Lesões nervosas; 
▪ Alopécias; 
▪ Pruridos; 
▪ Fístulas de parótida; 
▪ Infecções; 
▪ Cicatrizes hipertróficas e queloides. 
 
16 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
Rinoplastia – correção de deformidades estéticas e reparadoras do nariz. A internação ocorre 2h antes da cirurgia, podendo 
permanecer de 18h a 24h. Fossas nasais tamponadas com gazes, para minimizar o sangramento PO. Retiradas na alta 
hospitalar, quando não realizado septoplastia. Gesso colocado ao final da cirurgia, permanecendo por 7 dias. A imobilização 
da narina é realizada com gesso nos primeiros dias de PO, em seguida com micropore. 
Dois tipos – rinoplastia fechada e rinoplastia aberta 
 
 
PO: 
▪ Equimose; 
▪ Edema; 
▪ Derrame nos olhos; 
▪ Tamponamento nasal; 
▪ Curativo – gessado, metálico, plástico. 
Fisioterapia – realizada a partir do 7º dia PO; técnicas DLM, microcorrente (MENS) melhora da absorção do hematoma. Se 
identificada fibrose na ponta do nariz notificar imediatamente o cirurgião responsável. 
Lifting facial – classificado quanto a região 
▪ Lifting frontal; 
▪ Lifting temporal; 
▪ Lifting cervical; 
▪ Mini-lifting 
▪ Lifting total. 
 
17 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
Ritidoplastia – plástica facial completa; realiza o tracionamento da pele e reposicionamento da musculatura SMAS-platisma 
(platisma, zigomático maior/menor, risório). 
Lipoaspiração mentoniana 
Fisioterapia nas cirurgias faciais 
Recursos: 
▪ DLM; 
▪ US 3MHz; 
▪ Crioterapia; 
▪ Mobilizações cicatriciais; 
▪ Laser HeNe; 
▪ Orientações. 
Cirurgias plásticas corporais 
Mastoplastias 
FISIOTERAPIA NAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS 
Blefaroplastia 
Complicações: lagoftalmia (retirada excessiva de pele); ectrópio (eversão); necrose; dificuldade cicatricial. 
Tratamento: mobilização tecidual; alongamento das fácias; contato constante com o cirurgião. 
Ritidoplastia – necrose tecidual. 
Cirurgias corporais 
▪ Retração cicatricial 
▪ Cicatrização deficitária 
▪ Simastia 
▪ Aderência da cápsula (prótese mamaria) 
▪ Cicatriz hipertrófica x queloide 
▪ Fibrose 
▪ Irregularidade/deformidade 
▪ Seroma pós-lipoaspiração, mini-abdomen 
▪ Marcas de compressão 
▪ Deiscência cicatricial 
 
18 Fisioterapia dermatofuncional. Isabela Lima, Fisioterapia 2019.1 
 
Objetivos do tratamento fisioterapêutico 
1. Minimizar os efeitos do trauma cirúrgico – reduzir dor e edema; relaxamento muscular; 
2. Acelerar o processo cicatricial – estimular a neovascularização; estimular a circulação arterio-venosa e linfática; 
prevenir fibroses e aderências; 
3. Estimular a sensibilidade superficial; 
4. Facilitar um rápido retorno as AVD’s; 
5. Orientação – postural, vestimentas, ingestão de água. 
Recursos 
DLM – técnica de massagem manual, que visa aumentar a formação da linfa, ajudando a reduzir o edema. 
Função: drena os líquidos excedentes; mantém o equilíbrio hídrico; drena os dejetos do metabolismo; reabsorção de 
hematomas e equimoses; maior retorno da sensibilidade fina dos tecidos. 
Massoterapia – manobras em S ou em Z; mobilização tecidual; redução da fibrose. 
US – efeito não térmico (PO – imediato): aumento da permeabilidade das membranas, permeabilidade vascular; aumento da 
atividade fibroblásticas e do fluxo sanguíneo; redução do edema; estimula a síntese de proteínas. Efeito térmico – após 14º 
dia PO: efeito fibrinolítico; aumenta a extensibilidade das estruturas ricas em colágeno; diminuição de fibroses e aderências. 
Endermologia – melhora a maleabilidade dos tecidos; redução de aderências cicatriciais; melhora a oxigenação e nutrição 
tecidual. Modos: contínuo ou pulsátil. 
Rádio-frequência – uso do calor para estimular o colágeno, reorganizando as fibras. Unipolar e bipolar. 
Laser HeNe – acelera o processo de cicatrização; estimula a produção de fibroblastos e tecido de granulação; utilizado apenas 
em pacientes com dificuldade de cicatrização; facilitar a angiogênese; programação – 4/6 J/cm², pontual ou varredura. 
Fisioterapia nas cirurgias de MAMA 
▪ DLM; 
▪ US; 
▪ Laser HeNe – cicatrização não eficaz; 
▪ Mobilização da cápsula – evitando aderências; 
▪ Orientações. 
 
 
 
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QUEIMADURAS 
Conceito – lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma, causados por agentes térmicos, químicos, elétricos 
ou radioativos. Causando destruição parcial ou total da pele, podendo atingir músculos, tendões e ossos. Formas graves 
desencadeia respostas sistêmicas. 
Obs. importância da pele e suas funções protetoras. 
Classificação 
Quanto a profundidade: 
I grau – superficial; restrita a epiderme e ao local acometido pelo traumatismo e as lesões celulares. Hiperemia local, ausência 
de bolhas, sem sangramentos, reação de inflamação e dor ao toque. Cicatrização entre 2 a 5 dias; 
II grau – intermediária; epiderme e derme. Não poupa os apêndices cutâneos, a partir dos quais ocorre a reepitelização. 
III grau – grave; atinge toda a derme e epiderme, além de outros tecidos (subcutâneo, muscular, ósseo). Tratamento com 
enxertias. 
IV grau – destruição completa dos tecidos. 
Quanto a extensão: 
Cálculo da superfície corporal queimada (SCQ): 
1. Tabela de Lund-Browder; 
2. Regra dos nove. 
 
A. Regra dos 9; B. Tabela de Lund-Browder

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