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FICHA -01 - Contratos mercantis- IESO

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA - IESO
BACHARELADO EM DIREITO
CONTRATOS MERCANTIS
PROF. ME. ARTHUR MAGALHÃES
FICHA Nº 01
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS MERCANTIS 
1. NOÇÕES GERAIS: DOS PACTOS E DO EXERCÍCIO DE EMPRESA 
Os contratos são uma das fontes das obrigações, certamente o instrumento jurídico mais utilizado pelo empresário em sua atividade cotidiana. 
Desde o momento do seu surgimento até o último de seus dias, o(a) empresário(a), seja ele(a) pessoa física ou sociedade empresária, haverá de utilizar-se constantemente de contratos. 
Em linhas gerais, a aquisição da matéria-prima ou do estoque, se faz mediante contrato de compra e venda. 
Os serviços de consultoria, marketing ou contabilidade, se dão por meio de contrato de prestação de serviços. 
Seus empregados são admitidos por força de contrato de trabalho. 
As mercadorias fabricadas pela indústria são vendidas a seus clientes mediante um contrato. 
A abertura de uma conta corrente em instituição financeira se dá por meio de um contrato de conta corrente. 
O que se sabe é que de todos os contratos firmados pelos(as) empresários(as)/sociedades empresárias é possível identificar algumas espécies, que em geral, se dividem em três categorias: 
a) Contratos Civis
São aqueles assinados no âmbito da atividade civil, onde não se verificam as características de profissionalidade. 
b) Contratos de Natureza Trabalhista
São aqueles firmados entre o(a) empresário(a) e seus colaboradores(funcionários), regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. 
c) Contratos Administrativos
Tratam-se dos pactos realizados entre os particulares e a Administração Pública, regidos por lei específica (Lei. 8.666/93).
d) Contratos Mercantis
São os contratos firmados entre empresários(as)/sociedades empresárias para a consecução de suas atividades profissionais. 
Convém aprofundar os contratos firmados entre os empresários(as)/sociedades empresárias com o objetivo de concretização de sua atividade profissional. 
2. CARACTERÍSTICAS PARTICULARES DOS CONTRATOS MERCANTIS 
Diz-se contrato mercantil, aquele formulado entre dois empresários(as)/sociedades empresárias.
Aos contratos mercantis, juntamente como os contratos civis, não se podem afastar as normas gerais comuns a todos os pactos juridicamente válidos: 
Ex: Validade do negócio jurídico; defeitos do negócio jurídico; prescrição e decadência; princípio da função social do contrato; princípio da boa-fé objetiva; contratos de adesão; formação do contrato; vícios redibitírios; evicção; etc. 
Porém características existem, que devem ser aplicadas aos contratos mercantis: 
a) O caráter dinâmico da propriedade no Direito Comercial, em contraposição à característica estática com que ela é vista pelo Direito Civil;
b) A informalidade característica dos contratos mercantis, provinda da necessidade de fornecer maior velocidade aos negócios que são realizados nesse âmbito, considerando com isso, maior relevo ao tratamento que se dá à aparência e boa-fé dos contratantes; 
c) A uniformização de procedimentos e normas atinentes à atividade mercantil, de modo a permitir facilitar as operações empresariais, tanto no âmbito nacional quanto no internacional.
Tais pontos atestam os critérios hermenêuticos que devem ser levados em conta no curso de um Contrato Mercantil. 
- Boa-fé
- Simplicidade das formas
- Proteção à aparência 
Pode-se tomar como exemplo a diferença de tratamento entre um Contrato Civil e um Contrato Mercantil. 
Em um contrato civil de compra e venda de um veículo, a entrega do automóvel poderá ser feita a um terceiro, desde que assim fique estipulado contratualmente. 
Em um contrato mercantil de compra e venda de veículos, a entrega de centenas de automóveis a serem entregues todos os meses, poderão se dar em um pátio pré-estabelecido e do qual, caberá a entrega das chaves ao guarda, independentemente de formalização no contrato. 
Pode-se dizer que não caberá ao comprador após a realização de várias entregas já realizadas, alegar que o vigia não tinha poderes para representa-lo no ato da entrega dos veículos, uma vez que o vendedor vinha agindo exatamente da mesma forma como se dera nas entregas anteriores. 
(Demais Peculiaridades dos Contratos Empresariais)
De modo a permitir melhor racionalização do processo de formação, cumprimento e extinção de avenças empresariais, alguns princípios/metas tem sido destacadas na formação dos pactos mercantis. São elas: 
a) Extensão da autonomia privada ao máximo da licitude, diante da particularidade do lucro e de seu incremento como motores da criatividade de contratos engendrados para esse fim, diferentemente do que ocorre com contratos de adesão e contratos administrativos; 
b) Perseguição da função econômica e identificação da causa do contrato, de modo a alcançar o escopo que dele se espera, voltado à circulação dos bens e dos serviços. 
c) Tutela da confiança para minimização de custos de transação. Confiança e lealdade advém de padrões e são pontes seguras para a boa-fé. Indicam a crença de que o comportamento será desempenhado em conformidade com legítimas expectativas. Em contratos mercantis, a confiança pode aprisionar riscos e gerar cooperação. 
d) Relevância destacada de usos e costumes, como regras integrantes dos contratos e de sua interpretação. 
e) Minimização de efeitos de oportunismo e conflito de interesses, como consequência do comportamento das partes, sobretudo em contratos de necessária colaboração. Tal descrição, seguindo a metodologia principal/agent, voltada para coibir decisões que posam prejudicar os negócios da contraparte. Duas são as soluções apresentadas: i) Concessão de incentivos para que o agente se comporte de acordo com os fins do principal; ii) Obrigatoriedade de prestação, pelo agente, de informações sobre sua atividade e/ou sobre o mercado. 
f) Produção de dependência econômica, que em maior ou menor grau, de acordo com o contrato, pode ser caracterizada por influência decisiva de poder em uma das partes para impor circunstâncias e condições à outra, que as aceita para manter o contrato e se manter no mercado. 
g) Efeitos da Lex Mercatoria de usos mercantis internacionais em um mercado cada vez mais intercomunicante. 
3 – CONTRATOS MERCANTIS E DIREITO CONSUMERISTA 
Pode-se afirmar que os contratos mercantis, sendo aqueles firmados entre empresários(as)/sociedades empresárias, estão sujeitos a dois regimes distintos: O do Código Civil e o do Código do Consumidor (Lei nº 8.078/90). 
Para tanto, convém identificar o que se entende por Relação Jurídica de Consumo:
DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 
O Código de Defesa do Consumidor incide em toda relação que puder ser caracterizada como de consumo. Por certo, haverá relação jurídica de consumo sempre que se puder identificar num dos polos da relação o consumidor, no outro, o fornecedor, ambos transacionando produtos e serviços. 
a) Conceito de Consumidor
(Destinatário Final)
“Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” (Art. 2º - Lei nº 8.078/90).
Consumidor é a pessoa física, a pessoa natural e também a pessoa jurídica. Quanto a esta última, como a norma não faz distinção, trata-se de toda e qualquer pessoa jurídica, quer seja uma microempresa, quer seja uma multinacional, pessoa jurídica civil ou comercial, associação, fundação, etc. 
Por outro lado, ao mencionar o verbo “adquirir” não se trata apernas de comprar, mas também utilizar o produto ou o serviço, ainda quando quem o utiliza não o tenha adquirido. 
A norma portanto define como consumidor, tanto quem efetivamente adquire, como quem do produto ou serviço, se serve. 
Importante que se diga que, se alguém adquire produto não como destinatário final, mas como intermediário do ciclo de produção, não será considerado consumidor. Desta forma, se alguém adquire roupas para revende-las, a relação jurídica não será protegida peloDireito Consumerista. 
O Código de Defesa do Consumidor regula situações em que produtos e serviços são oferecidos ao mercado de consumo para que qualquer pessoa os adquira, como destinatária final. Há por isso, uma clara preocupação com bens típicos de consumo, fabricados em série, levados ao mercado numa rede de distribuição, com ofertas sendo feitas por meio de dezenas de veículos de comunicação, para que alguém em certo momento os adquira. 
Toda vez que o produto/serviço puderem ser utilizados com bem de consumo, incidirá a relação às regras do Código de Defesa do Consumidor. 
b) Conceito de Fornecedor
O conceito de fornecedor está definido no Art. 3º do Código de Defesa do Consumidor:
“Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. 
A posição de fornecedor, requer habitualidade no trato comercial. O Fornecedor não o faz eventualmente, mas regularmente, habitualmente, para que se consiga identificar como tal. 
Fornecedor é portanto o fabricante, o produtor, o construtor, o importador e o comerciante. 
É bem certo que o conceito de fornecedor é plenamente compatível com o conceito de empresário(a)/sociedade empresária.
------------------- 
Como se viu acima, basta que alguém (empresário ou não) adquira ou utilize produto ou serviço como destinatário final para que a ele se apliquem as regras protetivas do Código do Consumidor. 
Nesse caso, uma Companhia transnacional com estabelecimentos comerciais e inúmeras filiais divididas em vários países, quando adquirir água para hidratar seus funcionários e colaboradores, será considerada como Consumidora, ficando ao seu dispor todo o aparato consumerista observado na Lei 8.078/90. 
(Da aplicação do Direito Consumerista em Contratos Mercantis) 
Convém observar que em algumas situações, o contrato mercantil versará acerca de insumos necessários à produção industrial, situação essa que não colocará o empresário/sociedade empresária na posição de consumidor(a). 
Alguns exemplos podem ser elencados: 
Imagine-se uma Sociedade Empresária tendo por objeto social a produção de pneus. 
A compra de látex (matéria-prima), necessária ao fabrico dos pneus será amparada pelo Código de Defesa do Consumidor? Não. Por se tratar de insumo, estando o látex no meio da cadeia produtiva, elemento necessário para a fabricação de pneus, sua aquisição não será elencada como um pacto mercantil de natureza consumerista. 
A compra de maquinários, necessária ao fabrico desses mesmos pneus será amparada pelo Código de Defesa do Consumidor? Também não. Os maquinários serão também considerados como insumos para o desenvolvimento de sua atividade. 
Os serviços contábeis, necessários à gestão da Sociedade Empresária em comento, serão amparados pelo Código de Defesa do Consumidor? Não. Por se tratar de um serviço essencial, é considerado como instrumento de produção e está atrelado à atividade comercial ali estabelecida, a sociedade empresária não vigorará como consumidora. 
Nesse caso, muito embora a indústria em comento seja destinatária final em nível fático, tanto do serviço de contabilidade, quanto dos maquinários em que pese tais produtos/serviços não serem fisicamente transferidos para os produtos produzidos pela Sociedade, ela não é destinatária final em nível econômico, pois o produto/serviço são instrumentos de produção e imaterialmente, acompanham o produto final. 
Desta forma, sempre que o produto ou serviço adquirido pelo empresário/sociedade empresária como instrumento de produção, o adquirente não poderá ser tido como destinatário final e portanto não será consumidor. 
No entanto, sempre que o empresário/sociedade empresária contratar/adquirir serviço/produto, que não guarde relação direta com a qualidade e quantidade dos produtos ou serviços que coloca no mercado, tomando-se como exemplo um veículo destinado à servir à diretoria, assinatura de canal fechado de TV para entretenimento dos empregados em intervalo intrajornada, o empresário será tido por destinatário final, fático e econômico do bem/serviço, sendo efetivamente identificado como consumidor. 
Além da aplicação do Código do Consumidor às hipóteses em que se verifica a aplicação do conceito de destinatário final fático e econômico ao empresário, o legislador criou o chamado consumidor equiparado, ampliando sensivelmente a abrangência de aplicação do Código. O Art.29 equipara a consumidor todas as pessoas, determináveis ou não, que estejam expostas às práticas comerciais que dizem respeito à oferta, publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, banco de dados e cadastro de consumidores, bem como no que se refere à proteção contratual em face de cláusulas abusivas e contratos de adesão. 
---------------x---------------
4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS MERCANTIS 
(Considerações gerais)
Tendo em vista a natureza ados contratos mercantis, costuma-se classifica-los em função de sua formação, das obrigações que originam, das vantagens que podem trazer para as partes, da realidade da contraprestação, dos requisitos exigidos para a sua formação, do papel que tomam na relação jurídica, do modo de execução, do interesse que tem a pessoa com quem se contrata, da sua regulamentação legal ou não. 
Tem-se, assim, diante desses elementos, as seguintes classes:
Contratos consensuais e reais; 
Unilaterais e bilaterais;
Gratuitos e onerosos; 
Comutativos e aleatórios;
Solenes e não solenes;
Principais e acessórios;
Instantâneos e de execução continuada; 
Intuitu personae e impessoais; 
Típicos ou nominados; 
Atípicos ou inominados. 
 
O interesse de tal categorização é ressaltar as qualidades de cada contrato. Devidamente classificados, conhecem-se as peculiaridades desses acordos para, com esse conhecimento, saber dos seus efeitos. Assim, basta que se tenha a classificação de um contrato para que se saiba como se formou, as obrigações que gerou, as vantagens atribuídas às partes, a certeza quanto à contraprestação, os requisitos exigidos para a sua validade, a sua posição na relação jurídica criada, a modalidade de sua execução, o papel que tem em relação ao outro, etc. 
Por certo, sendo o contrato um acordo de vontades, para existir tal acordo é necessário que existam pelo menos duas partes. 
Partes nesse sentido, são pessoas ou grupos de pessoas físicas ou jurídicas, que se colocam em frente de outras ou de grupos de outras com interesses que se opõem. Desta forma, em regra, uma parte tem um interesse diverso da outra parte, geralmente antagônico. 
Ex: Compra e venda -> Uma parte quer transferir o domínio da coisa mediante o pagamento de certa importância e a outra quer adquirir o domínio de tal coisa obrigando-se a pagar o preço convencionado. 
No mais, convém lembrar que parte não se confunde com pessoa. Uma parte pode constar de várias pessoas desde que todas tenham certo interesse divergente do interesse de outra parte. Manifestando seus interesses, as partes formam o contrato quando chegam a um acordo comum. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
a) Contratos Consensuais e Reais
Contratos Consensuais
Diz-se contratos consensuais aqueles que se tornam perfeitos pelo simples consentimento das partes. 
Entretanto, a ideia de consenso aqui, diverge da fonte do direito das obrigações, tradicionalmente observada no Direito das Obrigações. A consensualidade em comento, está atrelado ao fato de que o contrato forma e gera obrigações pelo simples consentimento das partes, não sendo necessário nenhum outro fato para tornar o contrato perfeito e, consequentemente, exequível. O mero acordo de vontades faz nascerem as obrigações para a existência das quais o contrato se formou. 
Contratos Reais 
Por contratos reais, sabe-se são aqueles que além do consentimento,exigem que uma coisa seja entregue por uma parte à outra. 
Ex: Contrato de depósito -> além do consentimento o depositante precisa entregar a coisa ao depositário. A entrega da coisa, nesse caso, enxerga-se como essência do contrato e este não se forma, mesmo que as duas partes tenham realizado o consentimento. 
b) Contratos Unilaterais e Bilaterais
É sabido que o contrato é uma fonte de obrigações, o que significa que, aperfeiçoado, gera obrigações que deverão ser cumpridas para que a relação jurídica produza os efeitos desejados pelos contratantes. 
Essas obrigações poderão, no entanto, ser apenas para uma das partes ou para as duas. 
Contrato Unilateral
Trata-se do contrato ao qual as obrigações são identificadas para apenas uma parte.
Ex: Mútuo mercantil, nascendo obrigações apenas para o mutuário, devendo devolver a coisa recebida. (* Vide Art.586 – CC/02).
 
Contrato Bilateral
Trata-se do contato ao qual as obrigações se dirigem para as duas partes. A bilateralidade nesse sentido, diz respeito à troca de consentimentos, de modo que dali, nascem obrigações para ambas as partes. 
Ex: Compra e venda mercantil. O vendedor entrega a coisa. O comprador, paga o preço. 
c) Contratos Gratuitos e Onerosos
O contrato, oriundo do acordo de vontades das duas partes, pode trazer vantagens para ambas ou apenas para uma delas. 
Contrato Gratuito
Diz-se gratuito o contrato de que resulta vantagem apenas para uma das partes, cabendo à outra um sacrifício que consiste na diminuição de seu patrimônio. 
Contrato Oneroso
Diz-se oneroso o contrato em que há proveito para ambas as partes. 
Por certo, os contratos mercantis, são sempre onerosos, dada a finalidade especulativa das atividades peculiares desenvolvidas pelos empresários e sociedades empresárias. 
d) Contratos Comutativos e Aleatórios
Nos contratos onerosos, as prestações e contraprestações podem ser certas ou incertas, isto é, as prestações podem existir, ou uma pode deixar de existir sem que isso afete a natureza do contrato. 
Contratos Comutativos
Dizem-se comutativos os contratos em que as prestações são certas.
Ex: Compra e venda mercantil. Ambos conhecem as prestações que serão entregues. 
Contratos Aleatórios
É o contrato em que uma prestação pode deixar de existir em virtude de acontecimento incerto e futuro. 
Ex: Compra e venda mercantil em pactos que se voltem para coisas incertas e futuras, como a colheita de uma safra de café, que poderá vir a se dar ou não. 
e) Contratos Solenes e Não-Solenes
Contratos Solenes
Também chamados de formais, são aqueles que devem obedecer a certas formalidades para que possam se aperfeiçoar. 
Contratos Não-Solenes
Também chamados de informais, não exigem requisitos especiais, podendo ser provados por todos os meios utilizados para provas no Direito. (Art. 212 – CC/02).
f) Contratos Principais e Acessórios
Contratos Principais
Chamam-se principais os contratos cuja existência não depende da existência dos outros. 
Contratos Acessórios
Diz-se Contratos Acessórios, os contratos cuja existência fica subordinada a outros, não tendo assim, vida autônoma. 
Ex: Pacto de Penhor, uma vez que sua existência fica a depender de uma obrigação a que o penhor serve de garantia. 
*Pode-se dizer que uma característica interessante dos contratos acessórios é que eles tomam a natureza do contrato principal. Desse modo, se o contrato principal é mercantil, o acessório, mesmo civil por natureza, toma a característica de contrato mercantil. 
g) Contratos Instantâneos e de Execução Continuada
Contratos Instantâneos 
Diz-se contrato instantâneo aquele em que as prestações podem se realizar em um só momento, seja esse imediatamente após a conclusão do acordo, seja em um período posterior. 
Contratos de Execução Continuada
Tais contratos, também chamados de Contratos de Duração, são aqueles em que a contraprestação é feita de modo continuado. 
Ex: Pacto de consumo de energia elétrica. 
h) Contratos Intuitu Personae e Contratos Impessoais 
Contratos existem em que as partes dão o consentimento tendo em vista a pessoa com que contratam. Em outros contratos por sua vez, é indiferente quem seja essa pessoa. 
Contratos Intuitu Personae 
São os contratos ao qual a obrigação deve ser cumprida por pessoa determinada. 
Ex: Em geral, a maioria das obrigações de fazer. 
Contratos Impessoais
Não importa a pessoa que cumpra a obrigação. O que se espera é que a prestação seja adimplida. 
i) Contratos Típicos e Atípicos
Contratos Típicos
Diz-se típicos ou nominados, os contratos para os quais há regras jurídicas próprias e denominação estipulada em lei. 
Contratos Atípicos
São aqueles em que não há regulação legal para tanto. 
Ex: Pacto de Faturização, concessão de Know-how, etc. 
---------x----------
REFERÊNCIAS 
BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso Avançado de Direito Comercial, 10ª ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. 
MARTINS, Fran. Contratos e Obrigações Comerciais, 18.ed. revista, atualizada e ampliada. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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