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B) DESENHO E CONSTRUÇÕES RURAIS AUTOR CARLOS MOISÉS MEDEIROS Desenhos e Construções Rurais 65 Introdução Palavras do professor autor Introdução A disciplina desenho e construções rurais está dividida em cinco unidades e várias subunidades para levar o máximo de informações na confecção de um projeto gráfico e de construção de uma instalação rural. Na primeira unidade, você irá se deparar com algumas dicas de como fazer um desenho técnico, normas, escalas, tipos de tamanho de papel, tipos de linhas e seus respectivos traçados, com distribuir o desenho no papel, tipos de plantas gráficas, além de algumas tarefas que auxiliarão a fixação das informações necessárias para o seu desenvolvimento intelectual. Na segunda unidade, vamos ter uma pequena introdução sobre a origem e classificação dos materiais de construção mais utilizados nas obras rurais. Nessa unidade também serão mencionadas algumas técnicas de construção comumente empregadas no canteiro de obra. Lembramos sempre que toda construção tem um objetivo e no nosso é oferecer o máximo conforto térmico para os animais a ela confinados, resultando em diminuição do custo de produção. Essas informações serão vistas na terceira unidade do nosso caderno. Ambiente é tudo aquilo que está na circunvizinhança do animal, logo podemos fazer mudanças para melhorá-lo utilizando os recursos oriundos da própria natureza ou aqueles produzidos pelo homem no intuito de artificializar o ambiente. Esse material é apresentado na quarta unidade. Na quinta unidade, apresentamos algumas maneiras de fazer o dimensionamento de algumas instalações zootécnicas mais comum como aviários, pocilgas e currais. Mas, nada impede que outras instalações sejam discutidas e desenvolvidas na forma de atividades da disciplina. Palavras do professor autor Prezado aluno, a presente disciplina tem por objetivo transmitir a vocês as primeiras noções sobre o desenho técnico e suas normas exigidas por Lei. Nesse sentido, os conhecimentos contidos nesse caderno gráfico são extraídos diretamente da ABNT- Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Desse modo procuramos transmitir conhecimentos que são aplicados na sua integra em todo o território nacional. Aproveitamos a oportunidade e aplicamos também esses conhecimentos no planejamento e dimensionamento de instalações do Desenhos e Construções Rurais 66 Orientações para estudo Ementa meio rural, assim como no entendimento das técnicas construtivas e na escolha dos materiais de construção. Lembramos a você que uma construção rural tem por objetivo dar conforto aos animais que devem ser abrigados por ela. Desse modo, deve-se sempre conhecer e priorizar a relação desses animais com o meio ambiente em que vivem, para posteriormente pensamos na relação custo- benefício e finalmente na eficiência produtiva do sistema. Não pretendemos de maneira nenhuma esgotar esse importante assunto, pois essa disciplina e a junção de outras bastante importantes para a sua formação, porém como o espaço é pouco, resolve-se transmitir apenas uma noção de um todo e incentivar você que aprofunde os seus conhecimentos por meio das diferentes ferramentas oferecidas pelo ensino à distância. Assim sendo espero que você aproveite bastante esse material e não se limite a ele, uma vez que há um universo de conhecimento a ser explorado. Portanto, não desanime, continue em frente. Orientação para o estudo Caro aluno do curso de Ciências Agrárias, este material impresso foi elaborado a partir de conhecimentos de diversos autores na área em questão, pois trabalhamos com diferentes linhas de pensamento. Como já disse anteriormente não esperamos aqui esgotar o assunto, esse material é apenas uma introdução ao universo do desenho técnico e na construção rural e que objetiva somente levar até você a importância de uma obra bem planejada. A cada novo item que você vai adentrando no ensino superior e suas particularidades, novas portas vão se abrindo. Assim, para acompanhar o seu grau de aprendizagem, serão solicitadas algumas atividades, uma parte dessas atividades está expressa no material impresso e outra parte será postada no ambiente virtual. Essas atividades terão prazos para a entrega, que devem ser obedecidos. Além disso, teremos fórum de discussão e um vídeo para consolidar os ensinamentos. Ementa Introdução. Material de Desenho. Normas e Técnicas para Desenho. Projeto Arquitetônico: Planta Baixa, Cortes Transversal e longitudinal, Fachadas, Planta de Situação, Diagrama da Cobertura, Desenho de Detalhes. Unidade 1 Desenho técnico Desenhos e construções Rurais 67 Perspectiva Cavaleira. Materiais de Construção e técnicas construtivas. Interação Animal-Ambiente. Modificações Ambientais. Planejamento Arquitetônico e Dimensionamento de Instalações Rurais. Objetivos do ensino-aprendizagem 1. Transmitir ao aluno conceitos, métodos e técnicas aplicadas no planejamento, dimensionamento e execução de projetos de instalações zootécnicas e fitotécnicas mais empregados nas Ciências Agrárias. 2. Mostrar as normas e técnicas adotadas no desenho técnico para demonstrar graficamente o resultado final de uma instalação bem elaborada. 3. Informar sobre a origem e classificação dos diferentes materiais de construção utilizados na confecção de uma instalação rural. 4. Entender a inter-relação existente entre os animais e o meio ambiente assim como o ambiente e a instalação. 5. Enfatizar as diferentes mudanças que podem ocorre no ambiente animal visando o conforto térmico do mesmo e conseqüentemente o aumento da produtividade. 6. Compreender como planejar e dimensionar instalações para a criação de animais com objetivos econômicos. Unidade 1 Desenho técnico 1.1 Conceito de desenho técnico O desenho técnico é uma linguagem gráfica que tem por objetivo retratar por meio de linhas e retas o formato final de uma obra antes de ela ser construída. Essa técnica proporciona ao projetista, ao construtor, ao proprietário e as outras pessoas envolvidas no projeto uma imagem mais próxima da realidade de como ficará o objeto do projeto após a sua construção, também serve de guia durante as fases de execução da obra. 1.2 Normas brasileiras de desenho técnico Toda e qualquer atividade relacionada a desenho técnico está regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. As Normas Brasileiras - NBR, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), Unidade 1 Desenho técnico Desenhos e construções Rurais 68 são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). Nesse sentido as principais Normas Brasileiras empregadas no desenho técnico são: NBR 10647, NBR 8403, NBR 10068, NBR 10582, NBR 13142, NBR 8196, NBR 10126, NBR 10067 e NBR 6492. No ambiente virtual você terá acesso ao material citado para compreender os tópicos que se seguem. 1.2.1 NBR 10647/1989 – Desenho técnico: Norma geral Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico. • Desenho projetivo: • Desenho não projetivo: • Grau de elaboração do desenho • Grau de pormenorização do desenho • Material empregado • Técnica de execução • Modo de obtenção 1.2.2 NBR 8403/1984 – Aplicação de linhas em desenhos Esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. 1.2.3 NBR 10068/1987 – Folha de desenho: leiaute e dimensões Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos e o leiaute da folhado desenho técnico. 1.2.4 NBR 10126 – Cotagem Esta Norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos. As cotas representam sempre dimensões reais do objeto e não dependem da escala. 1.2.5 NBR 6492 – Representações de projetos de arquitetura O cliente diz qual é o problema e no dialogo com o engenheiro vão surgindo às soluções. Ao mesmo tempo o engenheiro fará suas pesquisas e anotações de modo a orientar suas primeiras idéias (croquis). 1.2.5.1 O anteprojeto Do esboço passado a limpo surge o anteprojeto, feito geralmente Unidade 1 Desenho técnico Desenhos e construções Rurais 69 a mão livre ou com instrumentos, em cores, perspectivas internas e externas, entre outros. 1.2.5.2 O Projeto Discutido o anteprojeto junto com o cliente, e feito as modificações necessárias, parte-se para o desenho definitivo o projeto, o qual é desenhado com instrumentos. 1.2.5.3 Os detalhes e os projetos complementares O projeto completo deve ser acompanhado de detalhes construtivos (portas, janelas, balcões, armários, e outros) e de especificações de materiais (piso, parede, forros, peças sanitárias, coberturas, ferragens, etc.). Com estes dados preparam-se o orçamento de materiais, e os projetos complementares como: projetos estrutural, elétrico, telefônico, hidro-sanitário, prevenção contra incêndio e outros. 1.2.5.4 Tipos de papel Atualmente o papel mais utilizado para anteprojetos é o papel sulfurizê, que são transparentes apesar de opacos, recomendados para desenhos coloridos e desenhos a lápis. Para os desenhos feitos a tinta (nanquim) é utilizado o papel vegetal. Não pode ser dobrado. É o mais indicado para o desenho de projetos por ser resistente ao tempo e por permitir correções e raspagens. Os projetos realizados através de recursos computacionais são plotados em folhas sulfite e cortados nos tamanhos adequados. Neste caso, as cópias podem ser coloridas ou não. 1.2.5.5 Sistemas de representação gráfica As Normas Brasileiras de n° 10067 estabelecem a convenção usada também pelas normas italianas, alemãs, russas e outras, em que se considera o objeto a representar envolvido por um cubo. 1.2.5.6 Símbolos gráficos O desenho arquitetônico, por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos. 1.3 Montagem gráfica de um projeto O projeto relativo a qualquer obra de construção, reconstrução, acréscimo e modificação de edificação, constará, conforme a própria natureza da obra que se vai executar, de uma série de desenhos. Unidade 1 Desenho técnico Desenhos e construções Rurais 70 1.3.1 Planta baixa É a seção que se obtém fazendo passar um plano horizontal paralelo ao plano do piso a uma altura tal que o mesmo venha cortar as portas, janelas, paredes e outros. 1.3.2 Cortes As seções ou cortes são obtidas por planos verticais que interceptam as paredes, janelas, portas e lajes com a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execução da obra. 1.3.3 Fachada Fachada ou elevação é considerada uma vista frontal da obra; ou seja, é como se passasse um plano vertical rente à obra e se observasse do “infinito”, assim o desenho não seria bidimensional (planificado). 1.3.4 Cobertura A planta de cobertura é uma vista superior da obra necessitando assim a representação de todos os detalhes relativos à coberta. 1.3.5 Situação Para locar uma obra é necessário representar o local exato onde ela ocupará no lote. Para isso necessita - se da obtenção de dados na prefeitura como os recuos frontal, laterais e fundos. 1.3.6 Localização É a representação do lote dentro da quadra. 1.3.7 Titulo O titulo do projeto geralmente é a finalidade da obra, ou seja, se a construção é para fins residenciais, comerciais, assistências, religiosos e outros, seguido da localização da obra. Ex.: Pocilga em alvenaria, situado na rodovia AM010 km 30, ramal bons amigos, Cidade/Estado. 1.3.8 Estatística A estatística do projeto geralmente é colocada um pouco acima da legenda, se possível. Nela colocamos: • Área do lote em m2; • Área da construção (térreo, superiores e outros, todos em separado) em m2; Desenhos e Construções Rurais 71 Unidade 2 Materiais de construção • Área total da construção em m2; • Coeficiente de aproveitamento = área da construção total/ área do lote; • Taxa de ocupação = (área da construção térrea/área do lote) x 100 %; Observação: caso haja construções existentes, indicar também a área correspondente com o respectivo número de aprovação. Unidade 2 Materiais de construção Prezado aluno, os materiais de construção podem ser simples ou compostos, obtidos diretamente da natureza ou resultados de trabalho industrial. Para aprofundamento nesse assunto recomendo que leia o material disponibilizado na unidade 2 do ambiente virtual, o qual vamos discorrer sobre a origem, classificação e uso desses materiais na seqüência abaixo.. 2.1 Agregados Pode ser definido como um material granular, sem forma e volume definidos, de atividade química inerte e propriedades adequadas para uso em obras de engenharia. Que são: as britas, seixo rolado e areia. 2.2 Aglomerantes Os aglomerantes são produtos ativos empregados para a confecção de argamassas e concretos. Os principais são: cimento, cal e gesso. 2.3 Argamassas São obtidas a partir da mistura de um ou mais aglomerantes com água e materiais inertes (areia e argila). 2.4. Concretos São obtidas a partir da mistura de cimento, areia e pedra. Os mais comuns são: concreto simples, armado e ciclópico. 2.5 Materiais cerâmicos São materiais de construção obtidos pela moldagem, secagem e cozimento de argilas ou misturas de materiais que contém argilas. Exemplos: tijolos, telhas, azulejos, lajotas, manilhas e outros. Desenhos e Construções Rurais 72 Unidade 2 Materiais de construção 2.6 Madeira A madeira é um dos mais antigos materiais de construção, pode ser utilizada como: Andaimes, revestimento, empenas de telhado, formas para concreto, estrutura de telhado – madeira de lei, tacos, assoalhos, mourões para cercar pastos e currais, tábuas para cercas de curral, portas e janelas, portais e marcos, forros e outros. 2.7. Metais em geral Pode ser definido como elemento químico que existe como cristal ou agregado de cristais, no estado sólido, caracterizado pelas seguintes propriedades: alta dureza, grande resistência mecânica, elevada plasticidade (grandes deformações sem ruptura) e alta condutibilidade térmica e elétrica. Os principais metais são: Alumínio, Chumbo, Cobre, Estanho e Zinco. 2.8. Material hidrosanitário São materiais utilizados para fazer o abastecimento de água potável, retirar as águas servidas de uma instalação rural e seus acessórios. 2.9. Materiais elétricos São basicamente constituídos por eletrodutos e suas conexões, condutores (fiação) e aparelhos, passando geralmente a fiação por dentro dos eletrodutos. 2.10 Vidro O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa de fusão; suas principais qualidades são a transparência e a dureza. 2.11 Tintas, vernizes, lacas e esmaltes Compreende a dispersão de um ou mais pigmentos em um veículo, chamado de resina, que quando aplicada em uma camada adequada forma um filme opaco e aderente no substrato. Tem a função básica de proteger e embelezar as superfícies contra as intempéries. Desenhos e Construções Rurais 73 Unidade 3 Interação animal-ambiente Unidade 3 Interação animal-ambiente O ambiente pode ser definido como a soma do impacto de fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e climáticos circundantes.Há, portanto, variáveis biofísicas que atuam e interagem para influenciar o desempenho animal. Tais fatores variam com a estação do ano e com a localização da região. Segundo Curtis (1983) citado por Baêta e Souza (1997) o animal pode ser considerado um sistema termodinâmico aberto por estar em troca constante de energia com o ambiente. Entretanto, algumas vezes fatores ambientais tendem a provocar mudanças na homeocinese animal como: tensão que é qualquer reação funcional, estrutural ou comportamental a um estímulo do meio ambiente e o estresse que são reações homeocinéticas do animal, podendo ser crônico ou agudo e está relacionado com mudanças no meio ambiente. 3.1. Fatores físicos 3.1.1. Espaço O confinamento dos animais afeta a saúde e o desempenho dos mesmos. Um dos principais resultados desse processo é a redução do espaço comum por animal. A aglomeração favorece a disputa social. Alta densidade populacional causa hiperplasia e hipertrofia na glândula adrenal de aves e os animais mais velhos tendem a estabelecer uma ordem de dominância. 3.1.2. Som Os sons servem como meio de comunicação entre indivíduos e são importantes estímulos comportamentais (ex. avisam a aproximação do predador). Os animais usam os órgãos vocais para produzir sinais e os órgãos de audição para perceber estes sinais. Além dos sons sonoros os animais emitem ruídos não vocalizados que também serve para comunicação entre eles. “Imprinting” foi o termo usado por Lorenz (1935) citado por Macari (1995) para definir a ligação emocional da ave jovem com o primeiro objeto vivo, ou em movimento, que o animal encontra. É um fenômeno importante no controle emocional do animal jovem, em especial, para a redução da ansiedade e medo. 3.1.3. Luz As ondas luminosas excitam a porção terminal do nervo óptico pela retina do olho dos animais. Esta luz é captada e transfere estímulos através do nervo e do complexo hipotalámico-hipofisário. Por mecanismos Desenhos e Construções Rurais 74 Unidade 3 Interação animal-ambiente neurovasculares liberam-se hormônios, sendo FSH e LH, os mais conhecidos, ambos relacionados com o processo de formação do ovo, da postura, do leite e outros produtos, ativam células secretoras hipofisárias que liberam substâncias químicas que se difundem pelos vasos capilares da pituitária. Segundo Curtis (1983), a função animal é tida como fotoperiódica se as mudanças que ocorrerem nestas venha ocorrer conjuntamente com mudanças na fase clara do dia. Existem diferenças genéticas frentes as mudanças no fotoperíodo e estas são mais intensas em pássaros do que em mamíferos. Muitos ritmos biológicos apresentam rotatividade diária ou em períodos de anos. Os ciclos circadianos ocorrem em 24 horas, enquanto que o circenial ocorre em aproximadamente 365 dias. A radiação apresenta quatro efeitos gerais diretos sobre os animais, ela pode ser prejudicial ao animal, fototóxica ou estimular as células animais não protegidas a fim de ganharem a proteção. Estimulam também os receptores visuais e ainda controlam o fotoperiodismo animal levando a sincronizar os ritmos circadianos e circenial. De acordo com Baêta e Souza (1997) um importante aspecto a ser considerado é a visão. Aves domésticas têm visão fotópica, enquanto mamíferos domésticos têm visão escotópica. A visão fotópica opera melhor em condições de brilho e permite ao animal distinguir cores em seu ambiente. A visão escotópica opera melhor em condições vagamente obscurecidas (ofuscada) e não envolve nenhuma visão colorida. A visão animal é altamente sensível a comprimentos de onda na faixa de 0,51 a 0,56 mm sendo que a faixa visível para o olho humano é de 0,4 a 0,7 mm. A vela é a unidade-padrão de intensidade luminosa e representa 0,16667 cm2 de um corpo negro, com radiação a partir de uma superfície a 2046 K. O lúmen é a unidade-padrão de fluxo luminoso no sistema internacional de medidas, e é definido como o fluxo numa superfície unitária onde todos os pontos estão a uma distância unitária de uma fonte- ponto, com a intensidade de uma vela. A densidade do fluxo luminoso é expressa em termos de lux, isto é um lúmen por m2. 3.1.4. Equipamentos Melhorar as ações na produção animal requer equipamentos especializados e facilidades que acomodem ambos os sexos e o comportamento dos mesmos. Divergência entre machos e fêmeas ocorre devido à seleção genética, particularmente na produção de frangos de corte. Planejar equipamentos para este tipo de indústria requer conhecimento a respeito das necessidades nutricionais, genética e comportamento de um particular conjunto de animais dentro do ambiente desejado. Desenhos e Construções Rurais 75 Unidade 3 Interação animal-ambiente 3.2. Fatores químicos 3.2.1. O Ar Hardoim (1995) afirma que o ar é a fonte do principal alimento dos animais (o oxigênio). É o veículo de dissipação de um conjunto de elementos liberados pelos animais, entre aos quais podemos citar: o excedente de calor, o vapor d’água proveniente da respiração e da transpiração, os gases oriundos da digestão, os gases provenientes da decomposição dos dejetos, a poeira liberada pelos animais e pela cama e finalmente os Aerossóis liberados pelos animais e decomposição dos dejetos. O ar é constituído de gases que permitem a dissipação de calor e umidade. Na composição básica do ar encontram-se os gases: nitrogênio (78,09%), oxigênio (20,95%), argônio (0,93%) e o dióxido de carbono (0,03%). Estes gases constituem 99,99% da composição do ar atmosférico. Por outro lado, Baêta e Souza (1997) relatam que além dos gases N2, O2, CO2 e vapor de H2O, ainda fazem parte da constituição do ar as poeiras, as bactérias e os odores. O CO2 não é um gás nocivo, mas sua presença indica redução do oxigênio, o que é prejudicial à saúde. Dessa forma, aconselha-se 0,1% como índice máximo de anidrido carbônico para o ar destinado à respiração; 10% já provocam asfixia e aproximadamente 15% causam morte. Sendo o ar contaminado, a ventilação é de grande importância, pois promove a diluição dos contaminantes até limites higienicamente admissíveis. 3.2.2. Amônia A amônia e suas combinações químicas constituem importantes compostos responsáveis pela acidificação do meio ambiente. Os compostos nitrogenados: ácido úrico, uréia, amônia e ou amônio e as proteínas digeridas são fontes potenciais de volatilização da amônia. O ácido úrico e as proteínas não digeridas constituem os dois principais componentes nitrogenados das fezes, representando 70 e 30% do total de nitrogênio, respectivamente. O principal mecanismo de formação de amônia ocorre através da decomposição microbiana de ácido úrico, cujo processo bioquímico é complexo. Assim a amônia é um gás incolor irritante das mucosas. É detectável pelo homem a concentrações de 25 ppm no ar. Entretanto nas aves, concentrações tão baixas como de 20 ppm por longos períodos pode provocar uma série de distúrbios como a queratoconjutivite. Mas, as principais conseqüências do alto nível desse gás no ar ambiente ocorrem no trato respiratório. Desenhos e Construções Rurais 76 Unidade 3 Interação animal-ambiente 3.3. Fatores biológicos 3.3.1. Nutrição Existe hoje uma necessidade mínima de nutrientes para provocar a fotoestimulação nos animais, esta necessidade pode aumentar a cada geração de produção. Outro fator bastante importante e que deve ser levado em consideração são os níveis de vitaminas na ração. Os recentes avanços científicos na área de nutrição protéica para frangos de corte e suínos têm- nos permitido mudar de uma formulação baseada no conteúdo da proteína bruta para uma mais eficiente e precisa. Isso otimiza a eficiência produtiva, gera maiores retorno econômico e reduz a contaminação ambiental. Ela é baseada na composição e nas necessidadesde aminoácidos digeríveis, de acordo com um padrão ideal de requerimento, conhecido como proteína ideal. 3.3.2. Água A água é o nutriente mais importante, somente a carência de oxigênio é mais crítica que a falta de água para manter a vida. Nos animais, um grau de desidratação de 10% produz perda de peso e 20% de mortalidade. Como os animais e os produtos agrícolas contêm 60 a 80% de água, é economicamente chave assegurar que esses animais estejam recebendo a quantidade e a qualidade de água adequada. Quimicamente a água é um composto que contém dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, ambos são gases. Basta condições físicas adequadas para eles formarem um composto estável. A água potável pode conter 58 elementos, pelo menos 10 elementos que configuram quase 99% dos minerais dissolvidos são hidrogênio, oxigênio, sódio potássio, magnésio, cálcio, enxofre e carbono. A qualidade da água é de suma importância para sua ingestão. Pode- se avaliar a qualidade da água por três critérios básicos: físico, químico e bacteriológico. No critério físico determina-se as características como cor, sabor, odor, turbidez e temperatura. No critério químico analisa-se pH, dureza e porcentagem de certos elementos presentes; a água deve ter seu pH entre 6,8 e 7,5; pois valores abaixo de 6,3 reduzem a produtividade dos animais. A dureza deve ser menor que 50 ppm (magnésio e cálcio), águas acima de 180 ppm podem não solubilizar certos medicamentos. No critério bacteriológico, a analise determina o nível de contaminação microbiana por meio da identificação e contagem dos microrganismos. Normalmente determinam-se o número de bactérias por amostra, nos lugares onde a gastroenterite é um problema persistente, a analise da água inclui a contagem de coliformes fecais. Desenhos e Construções Rurais 77 Unidade 3 Interação animal-ambiente A porcentagem de água em relação ao peso corporal dos animais é de aproximadamente dois terços e o volume de água ingerida é por volta do dobro da quantidade de ração consumida pelo mesmo; assim sendo, a água deve apresentar-se de boa qualidade para que o animal possa utilizá- la, sem afetar o seu desenvolvimento. 3.3.3. Doenças Os animais produzem normalmente somente quando estão em harmonioso balanço com outras formas vivas e os fatores físicos e químicos do ambiente. Cada um desses três fatores gerais, afeta os outros. Quando uma ou mais das ações mudam na intensidade a quebra do balanço pode ocorrer. Tal quebra pode levar a função anormal, o que é um sinal de doença. Portanto, o ambiente físico e biológico e o animal hospedeiro são co-determinantes de doenças infecciosas (CURTIS, 1983). A maioria das doenças infecciosas resulta de mais do que a mera presença de algum micróbio patógeno no ambiente. Três fatores (agente patogênico primário, ambiente e animal) combinam-se para determinar doenças. A ação do agente patogênico primário representa o desafio ambiental direto para o animal continuar existindo. O animal resiste a tal desafio com vários mecanismos de defesa, os quais são custosos em termos de energia e balanço de nutrientes, mas se bem sucedidos, as doenças não ocorrem. Se as defesas são diminuídas ou inadequadas as doenças podem ocorrer. 3.4. Fatores sociais 3.4.1. Comportamento e ordem de dominância É bem conhecido que a discussão social pode conduzir a comportamento anormal e pode deprimir o desempenho produtivo. Semelhantemente, doenças podem alterar o comportamento animal. Embora, menos conhecido a tensão social também pode alterar a resistência animal, influenciando, assim, a incidência de várias doenças. De acordo com Curtis (1983), embora ocorra em toda espécie animal, as evidências são mais fortes em aves infectadas por vários patógenos. A resistência das aves à E. coli diminuiu ao serem submetidas ao estresse social (misturada com estranhos), por apenas um dia. 3.4.2. Número de animais por área A densidade de animais pode ser definida em termos de número ou de peso de animais em uma dada área, em aves o Ministério da Agricultura recomenda a densidade máxima de 40 kg/m2, dentro de um Desenhos e Construções Rurais 78 Unidade 3 Interação animal-ambiente estágio de crescimento específico dos frangos. 20 aves/m2 representa aproximadamente 5 e 8 kg/m2 com 2 e 4 semanas de idade, respectivamente, e apresentam um pequeno desconforto nas semanas iniciais de vida das aves, mas pode reduzir o bem estar das mesmas em fases mais tardias pela restrição a locomoção. O aumento da densidade de criação de animais deve vir acompanhado de alta tecnologia, desde a construção do galpão até a qualidade da água de beber, e que somente essas condições permitem o adequado funcionamento dos equipamentos automáticos. 3.5. Fatores climáticos Dentre os fatores do ambiente, os térmicos, representados por temperatura, umidade, velocidade do ar e a radiação, são os que afetam mais diretamente comprometendo sua função vital mais importante, que é a manutenção de sua homeotermia. Se estas condições estão próximas das ideais, a probabilidade de se obter alta produtividade é grande. Os altos valores de temperatura ambiente provocam problemas sérios no meio animal, devido a queda de produção e mortalidade elevada. Tal fato vem se acentuando a medida que o animal vem sendo melhorado e se torna mais precoce e produtivo. 3.5.1. Temperatura Nos trópicos o maior problema para a criação de animais domésticos está na eliminação do calor corporal para o ambiente; entretanto, este fator não está relacionado somente às altas temperaturas, mas à associação destas com a elevada umidade relativa e baixa movimentação do ar. A quantidade de calor produzida ou incorporada ao corpo provém do metabolismo basal, da atividade muscular, da digestão do alimento e do meio ambiente térmico. Esse calor tem que ser dissipado através de mecanismos de trocas térmicas entre o corpo e o ambiente. Estes mecanismos envolvem trocas de calor sensível através da radiação, convecção e a condução e também trocas de calor latente que se produz através da evaporação da água oriunda dos pulmões e pele. A temperatura interna dos animais ditos superiores varia na escala de aproximadamente 38 a 41 oC, para mamíferos e aves respectivamente. Nos ambientes frios, esses animais para manter o calor, ativa através do centro termorregulador, localizado no sistema nervoso central, certos processos fisiológicos como a vasoconstrição, aumento a freqüência respiratória, modificação da taxa metabólica, maior isolamento da pele com a ereção dos pêlos e produção de calor através da ocorrência de Desenhos e Construções Rurais 79 Unidade 3 Interação animal-ambiente tremor muscular e o arrepio, quando a temperatura ambiental está abaixo da crítica inferior, ou de respiração acelerada e produção de suor, quando essa temperatura está acima da crítica superior (CURTIS, 1983). A zona de conforto ou de termoneutralidade é uma faixa de temperatura ambiente onde o calor dissipado pelo animal corresponde ao calor ganho do meio mais o resultante do seu metabolismo. Nesta condição, o animal possui o seu máximo conforto, saúde e produção. Contudo, quando o animal é submetido a uma temperatura acima da região de conforto, o seu sistema termorregulador ativa outros processos fisiológicos para manter a homeotermia, alterando o bem-estar e a produtividade. Neste caso, há um decréscimo na ingestão de alimentos e uma redução na eficiência de assimilação da energia dos alimentos resultando na diminuição da energia produzida. Da mesma forma, quando o animal é submetido a uma temperatura abaixo da região de conforto tem que destinar parte de sua alimentação para gerar calor necessário para manter a temperatura corporal, aumentando a ingestão de alimentos e diminuindoa produtividade. A zona de conforto ou termoneutra varia de acordo com a espécie e dentro da mesma espécie animal. A mesma muda com a constituição genética, idade, sexo, tamanho corporal, peso, dieta, estado fisiológico, exposição prévia ao calor (aclimatação), variação da temperatura ambiente, radiação, umidade e velocidade do ar. A partir da segunda e terceira semanas de vida das aves, as temperaturas de conforto oscilam entre 15 e 26 oC, para valores de umidade relativa do ar de 50 a 70%, embora dentro desta faixa exista uma temperatura tida como a ideal para algum tipo de desempenho. Os sintomas do estresse calórico em aves, em geral, são representados por alguns comportamentos que demonstram estar a mesma fora de sua zona de conforto térmico: • abrem o bico e aceleram a freqüência de respiração (polipnéia) para aumentar a dissipação de calor por evaporação; • abrem as asas, numa tentativa de aumentar a superfície corporal sujeita a dissipação de calor por convecção; • aumentam o consumo de água, para dissipar calor por condução e repor a água evaporada; esse aumento no consumo de água agrava a situação da ave, pois inicia o processo de desequilíbrio do metabolismo mineral; além disso, mais água é depositada na cama e com o calor, acelera-se a produção de amônia e atividade bacteriana indesejável. • apresentam comportamento anormal (ficam agitadas) e, com a Desenhos e Construções Rurais 80 Unidade 3 Interação animal-ambiente permanência do calor, aparecem as perturbações na produtividade. Em casos e calor mais acentuado, ficam prostradas podendo chegar à morte. 3.5.2. Umidade relativa Considerando que o principal mecanismo de dissipação de calor pelos animais, em temperaturas elevadas, ocorre por evaporação pela via respiratória, é certo que a capacidade do animal para suportar o calor é inversamente proporcional ao teor de umidade relativa do ar. Além disso, a decomposição microbiana de ácido úrico que resulta em amônia e gás carbônico é favorecida pela alta umidade. Assim, a alta umidade relativa do ar, constitui um fator negativo para a produtividade animal. Em temperaturas elevadas há um aumento da freqüência respiratória do animal para aumentar a dissipação de calor por evaporação. Esta maior perda de água por evaporação induz o animal a aumentar a ingestão de água, tornando as fezes mais líquidas e, conseqüentemente, mais umidade é adicionada ao ar e à cama, intensificando a dificuldade de dissipação de calor via evaporativa. Os componentes que mais contribuem para a alta umidade das instalações animais são: a água evaporada via respiração, a água do próprio ar e a quantidade de água eliminada nas fezes (em torno de 70% do peso dos dejetos em condições de ambiente na zona de conforto ou próximo a esta). A produção de umidade pelos animais está diretamente relacionada com a temperatura ambiente. 3.5.3. Velocidade do ar O ar em movimento afeta os fluxos convectivos e evaporativos. Assim um aumento da velocidade do ar, reduz a temperatura da superfície da pele e penas dos animais, especialmente em temperatura ambiente mais baixa. Apesar disto tais reduções em gradientes térmicos são contrabalançados por um aumento na taxa de produção de calor. Da mesma forma a taxa de calor perdido, aumenta com o aumento da velocidade do ar. Também ocorrerá um aumento na taxa de calor latente (evaporação pela pele). A ventilação artificial (quando a ventilação natural é insuficiente) apresenta importância fundamental, para promover um ambiente confortável para o animal, tanto para reduzir a transferência de calor proveniente da cobertura, como para melhorar a eficiência da troca de calor do animal por convecção e evaporação, ou ainda para possibilitar adequadas condições de higiene. A ventilação deve obedecer a exigências higiênicas e térmicas. Nas regiões em que a temperatura se mantém quase sempre acima da requerida Desenhos e Construções Rurais 81 Unidade 3 Interação animal-ambiente para conforto dos animais, deve prevalecer uma ventilação baseada em razão térmica, e o projeto deverá estar orientado para esta necessidade, ou seja, o de extrair o calor liberado pelos animais, bem como advindos da cobertura, para que a temperatura ambiente interior não aumente. 3.5.4 Radiação A radiação é um processo em que a superfície de todos os objetos emitem calor na forma de ondas eletromagnéticas. A potência da emissão é determinada pela temperatura da superfície que está irradiando calor. O calor é transferido da pele e superfície das penas e pelos para objetos que circundam os animais e vice-versa. Naturalmente se a temperatura ambiental for superior a da pele e penas, os animais ganharão calor Desse modo, Curtis (1983) define a radiação como sendo a transferência de calor por ondas eletromagnéticas através do maio transparente, entre dois ou mais pontos que se encontram em diferentes temperaturas. Essa transferência de calor consiste de três componentes que são: conversão de calor contido em ondas eletromagnéticas de energia, passagem destas ondas pelo espaço, e reconversão destas ondas eletromagnéticas de energia em energia térmica no corpo absorvedor de radiação. Essas trocas são regidas pelas seguintes leis: • Lei de kirchhoff → quando a radiação atinge um animal, esta pode ser absorvida, refletida ou transmitida. • Lei de Planck → a densidade do poder emissivo radiante de um corpo depende grandemente de sua temperatura superficial. • Lei Wien → A máxima emissão para um corpo negro é inversamente relacionada com a temperatura absoluta de sua superfície. • Lei de Stephan Boltzmann → A emissão ou a densidade do poder emissivo de uma superfície é igual ao produto da constante de Stephan Boltzmann (4,93 x 10-8 kcal/m2.hr1.K1) pela 4a potência da sua temperatura absoluta. Assim, sempre ocorrerá troca de calor radiante entre o animal e a superfície que o circunda e sempre haverá ganho e perda de calor radiante pelo animal e, geralmente o resultado líquido é negativo para o animal. A radiação vinda do sol é denominada radiação de ondas curtas e a radiação oriunda da superfície da terra é denominada radiação térmica, infravermelha ou de ondas longas. Portanto, o animal por estar no interior de uma instalação só troca energia radiante com seu meio ambiente via radiação de ondas longas. Contudo, o galpão que serve de abrigo para os animais está sujeito a radiação de ondas curtas como também de ondas longas. Desenhos e Construções Rurais 82 Unidade 4 Modificações ambientais Unidade 4 Modificações ambientais Um ambiente é dito confortável, quando o calor produzido pelo metabolismo animal pode ser dissipado para o meio ambiente sem prejuízo apreciável ao rendimento animal. Desse modo, o ambiente em que os animais são criados constitui um dos principais responsáveis pelo sucesso ou fracasso do empreendimento agrícola (TINÔCO, 1996). Assim sendo, vários parâmetros do ambiente podem favorecer ou prejudicar o desempenho animal, facilitando ou inibindo os processos produtivos e reprodutivos. Atualmente o manejo do ambiente tornou-se de fundamental importância, várias estratégias são usadas para remediar esses problemas. Porem, apesar da eficiência de alguns ambientes naturais, algumas modificações artificiais sempre são necessárias (BAÊTA E SOUZA, 1997). Para Curtis (1983), as modificações ambientais podem ser classificadas em: primárias e secundárias. As modificações primárias são aquelas de simples execução que visam a proteção dos animais durante períodos de clima quente ou frio, ajudando-o a aumentar ou reduzir as perdas de calor corporal. As modificações secundárias têm como objetivo mudar o microambiente interno das instalações animais com o emprego de processos artificiais como ventilação,aquecimento ou resfriamento. 4.1. Modificações ambientais primárias As modificações ambientais primárias têm como objetivo proporcionar ao animal, proteção contra variações externas durante períodos quentes ou frios, incrementando ou diminuindo a perda de calor animal, utilizando recursos da natureza. 4.1.1. Sombreamento Durante grande parte do dia, os animais mantidos no campo têm na radiação solar o fator mais importante contra o qual tem que lutar para manter o seu equilíbrio térmico. O sombreamento reduz tanto o ganho de energia por radiação solar pelo animal durante o dia, quanto à perda de energia para o céu no período noturno. O sombreamento permite uma redução nos sintomas de estresse por calor nas horas mais quente do dia. Assim, o sombreamento pode reduzir cerca de 30% ou mais da carga térmica de radiação - CTR, quando comparada à carga recebida pelo animal ao ar livre. A melhor sombra é a de uma árvore, pois a vegetação transforma a energia solar, pela fotossíntese, em energia química latente, reduzindo a incidência de insolação durante o dia, ao mesmo tempo em que, pelo metabolismo, o animal libera calor durante a noite. Desenhos e Construções Rurais 83 Unidade 4 Modificações ambientais Contudo, ressalta-se que um animal mesmo à sombra está sujeito à radiação indireta que são oriundas do céu distante, do solo sombreado, do solo aquecido e de estruturas que estejam próximas ao local. 4.1.2. Cobertura O fator mais importante no meio radiante do animal sombreado é a superfície inferior da cobertura. Quanto mais fria ela for, menor calor o animal recebe dela. O fator determinante da temperatura da cobertura é a quantidade de radiação solar absorvida e a quantidade de calor que ela pode perder por radiação térmica e convecção. Desta forma, um bom material de cobertura deve ter alta refletividade e emissividade na sua superfície superior e baixa absortividade e emissividade térmica na superfície inferior (ESMAY, 1969). A primeira condição para o conforto térmico dos animais é de que o balanço térmico de energia seja nulo. Neste caso, a energia térmica resultante do metabolismo animal, mais a recebida do ambiente devem ser igual à soma das energias dissipadas por radiação, convecção, condução e evaporação. As principais componentes da CTR incidente sobre um animal à sombra são: 20,8% oriundas da cobertura, 13,6% do céu distante, 26,3% do solo aquecido, 21,5% do horizonte e 17,8% do solo sombreado. A cobertura reduz a carga térmica de radiação proveniente do sol e do céu e substitui uma área de solo aquecido por uma área de solo sombreado, mas adiciona uma nova fonte de energia: o material de cobertura. 4.1.3. Material da cobertura Embora um dos melhores materiais para sombreamento artificial, pelo seu poder de isolamento e boas características de superfície para perda de calor por convecção, seja o sapé, este apresenta desvantagens tais como, pouca durabilidade e alta susceptibilidade ao ataque de pragas e ao fogo. A chapa de ferro galvanizado, quando nova, é praticamente tão efetiva quanto a chapa de alumínio, entretanto, com o uso, sua superfície externa sofre processos corrosivos, o que implica em perda de efetividade. 4.1.4. Altura da cobertura À medida que se aumenta o pé-direito de uma cobertura, não se altera o tamanho da sombra, mas a área sombreada se move mais rapidamente. Desse modo deve-se aumentar a área da cobertura com a construção de beirais, que impedem a penetração dos raios solares no interior da instalação. Em locais onde o céu é descoberto e predominam Desenhos e Construções Rurais 84 Unidade 4 Modificações ambientais altas temperaturas, baixas precipitações e baixa umidade, o pé-direito das instalações deve variar de 3,0 a 4,0 metros, pois possibilitam maior exposição dos animais ao céu, que, geralmente, é mais frio que a superfície animal. Em locais com céu parcialmente encoberto, o pé-direito deve ser inferior a 3,0 metros. Pois acima disto, ha uma exposição dos animais à radiação solar refletida pelas nuvens. O pé-direito pode ser estabelecido em função da largura adotada, de forma que os dois parâmetros em conjunto favoreçam a ventilação natural no interior do galpão. 4.1.5. Orientação da instalação A orientação das construções é um fator importante das condições térmicas ambientais internas das instalações, pois permite determinar a máxima ou a mínima insolação dentro das instalações em condições de inverno e/ou verão. A orientação da cobertura depende muito do clima local, sendo mais importante em alojamento abertos para garantir ou não insolação interna. Em nosso hemisfério, as coberturas são normalmente orientadas no sentido leste-oeste, para que, no verão haja menos incidência de radiação solar no interior das instalações; a face norte permite ótima insolação no inverno. Geralmente, as coberturas de cochos para volumosos também são orientadas nesse sentido. 4.1.5. Quebra-ventos Os quebra-ventos são objetos que servem de obstáculos aos ventos de superfície. Segundo Curtis (1983) a altura do quebra-vento é determinante no tamanho da área que se quer proteger. Um quebra- vento bem desenhado consegue reduzir a velocidade do ar em até ¼ a uma distância de 6 a 10 vezes a sua altura. Quanto a sua porosidade, quebra-ventos com 15 a 30% de porosidade são mais eficientes que os sólidos ou com porosidade superior. O sólido cria um vórtice no lado protegido, com velocidade elevada e retornando para o quebra-vento. Os quebra-ventos provocam redução de 50% na velocidade do ar em uma faixa que ultrapassa a duas vezes a altura a barlavento e 16 vezes a altura a sotavento. Quanto mais poroso o quebra-vento, mais eficiente ele é. 4.1.6. Ventilação natural O aquecimento do ar de um ambiente construído normalmente ocorre por causa da incidência dos raios solares. O tempo quente é Desenhos e Construções Rurais 85 Unidade 4 Modificações ambientais freqüentemente acompanhado por uma atmosfera relativamente parada, diminuindo a taxa de perda de calor por convecção. Segundo Näas (1989) existem dois tipos de fatores que causam a ventilação natural: a ação dos ventos (ventilação dinâmica) e o efeito sifão térmico (ventilação térmica). O sifão térmico (termossifão) depressão causada pela diferença de densidade do ar em função da variação de temperatura no interior da instalação. 4.1.6.1. Ação dos ventos A ação dos ventos proporciona o escalonamento das pressões do ar no interior das instalações. Esta ação, que é normalmente ocasional e intermitente. Assim, aberturas colocadas em paredes opostas e na direção do vento predominante favorecem a ventilação dos ambientes internos. Diferenças de pressão na ordem de 0,05 mmHg já são suficiente para causar correntes de ar apreciáveis, desde que haja caminho para elas. Considerando uma placa de faces AB e CD (FIG. 1), quando há incidência de correntes de ar, são formadas na placa áreas distintas de pressão, positiva na face AB e negativas na face CD. A pressão positiva, maior que a pressão atmosférica normal, caracteriza o impelimento da massa de ar contra a placa e a negativa, a atração da massa de ar, o que significa que, se existirem aberturas na placa a pressão positiva forçará a massa de ar a entrar por elas e a negativa, a sair. B D A C + - Figura 1: Pressões positivas e negativas em uma placa, devido ao vento. 4.1.6.2. Termossifão As instalações de animais com adequada entrada de ar pelas janelas e saídas por aberturas no telhado, tipo lanternim (FIG. 2), permite uma ventilação contínua através do sifão térmico. Os animais e outras fontes de calor contribuem para maior eficiência da ventilação natural. Diferenças de temperatura do ar no interior do galpão provoca variação na densidade do mesmo,que por efeito de tiragem (termossifão) causa diferença de pressão no sentido vertical. Esta diferença de pressão Desenhos e Construções Rurais 86 Unidade 4 Modificações ambientais é função de três fatores: diferença de temperatura do ar entre o interior e o exterior do galpão, tamanho das aberturas de entrada e saída de ar pelo lanternim, e, por fim, da diferença de nível entre as aberturas de entrada e saída. Se uma edificação dispuser de aberturas próximo do piso e do teto e se o ar do interior estiver a uma temperatura mais elevada que o ar exterior, o ar mais quente, menos denso, tenderá a escapar pelas aberturas superiores. Ao mesmo tempo, o ar do exterior, mais frio, e por isso mais denso, penetra pelas aberturas inferiores, causando fluxo constante no interior das construções. Cumeeira aberta Cumeeira aberta canalizada Cumeeira sobrepesta Lanternim Figura 2. Tipos de abertura na cumeeira do telhado de construções. 4.1.7. Lanternim Baseado em observações não experimentais recomenda-se que o lanternim apresente uma abertura de 10% da largura da instalação e altura em torno da metade de sua largura. Galpões com larguras inferiores a 6 m não necessitam de lanternim. Uma vez que a ventilação natural pode ser feita por ação dos ventos. Contudo, quanto maior a abertura do lanternim menor é o tempo gasto para renovação total do ar de dentro de uma instalação, quando comparado com a ausência do mesmo. 4.2. Modificações ambientais secundárias Hoje em dia, os animais são criados em locais fechados ou semi fechados, onde há a necessidade de um melhor controle ambiental. A ventilação artificial apresenta importância fundamental tanto para reduzir a transferência de calor proveniente da cobertura como para melhorar a eficiência da troca de calor do animal por convecção e evaporação. 4.2.1. Sistema de mecânico de ventilação Há duas espécies de ventiladores. Os ventiladores de exaustão ou Desenhos e Construções Rurais 87 Unidade 4 Modificações ambientais sistemas de pressão negativa que forçam a saída do ar no interior das instalações, criando um vácuo parcial, a diferença de pressão do ar entre o interior e o exterior da instalação, pressão estática, promove a entrada de ar nas instalações, através de entradas. A outra espécie de ventilação é o sistema de pressão positiva ou compressão, no qual os ventiladores forçam a entrada do ar nas instalações, aumentando a pressão do ar interno. O gradiente de pressão interna-externa, pressão estática, move o ar interno através de saídas. Ambos os sistemas de ventilação consistem de ventiladores, sistemas de distribuição de ar e controles. • Ventilação forçada e exaustão natural: emprega-se um ventilador (pressão positiva) na entrada e aberturas nas paredes opostas para a saída natural do ar. • Ventilação natural e exaustão mecânica: Nesse tipo de processo, um ou mais exaustores, localizados em paredes oposta a entrada de ar, removem o ar do recinto para o exterior. A pressão no interior diminui, estabelecendo através das aberturas de entrada um fluxo de ar do exterior para o interior do recinto. • Ventilação e exaustão mecânicas: Nesse caso, há ventiladores que insuflam o ar na entrada e ventiladores que removem o ar na saída do recinto. Aqui, a ventilação é mais controlável tanto com relação a qualidade do ar que entra, quanto à distribuição do mesmo no recinto. Os ventiladores empregados nesses processos têm por objetivo provocar diferenças de pressão entre o interior e o exterior das instalações animal. Ventiladores tipo hélice (axial) são mais usados nos sistemas de exaustão, enquanto que os ventiladores de pressão são mais empregados para compelir o ar. 4.2.2. Sistemas de resfriamento 4.2.2.1. Sistemas de resfriamento evaporativo (SRE) Em condições de temperaturas extremamente elevadas, a temperatura mínima que se consegue obter no interior do galpão, é exatamente aquela do ar externo usado na ventilação, a qual muitas vezes assume valores acima do desejável. Nestes casos, torna-se necessário promover o pré-resfriamento do ar que entra nas instalações. Uma das formas de resfriamento do ar é o resfriamento evaporativo, o qual possibilita, em alguns casos, redução da temperatura do ar de até 11 oC, dependendo das condições psicrométricas deste. Esses sistemas de resfriamento consistem em mudar o ponde de estado psicrométrico do ar para maior umidade e menor temperatura, Desenhos e Construções Rurais 88 Unidade 4 Modificações ambientais mediante o contato do ar com uma superfície umedecida ou líquida, ou com água pulverizada ou aspergida. Como a pressão de vapor do ar instaurado a ser resfriado é menor que a da água de contato, ocorre vaporização da água; o calor necessário para esta mudança de estado vem do calor sensível contido no ar e na água, resultado em decréscimo da temperatura de ambos e, conseqüentemente, do ambiente. 4.2.2.2. Nebulização associada a ventilação O sistema de nebulização consiste na formação de gotículas, extremamente pequenas, que aumentam muito a superfície de uma gota d’água exposta ao ar, o que assegura evaporação mais rápida. A nebulização associada ao movimento do ar ocasionado pelo ventilador acelera a evaporação e evita que a pulverização ocorra em um só local e venha a molhar ao piso. Um nebulizador bem calibrado, com água limpa, é capaz de dividir uma gota d’água em cerca de 611 gotículas com diâmetro de 0,05 m e área total cerca de 850 vezes maior. Ao passar do estado líquido para o gasoso, a água retira do ambiente cerca de 580 kcal para cada kg de água evaporada, dependendo da temperatura ambiente. Na prática, trabalhos conduzidos no Brasil, detectaram redução média de até 6 oC com 5 minutos de uso dos nebulizadores. A eficiência do sistema de nebulização depende ainda da disposição dos bicos em relação aos ventiladores. 4.2.2.3. Aspersão de água sobre a cobertura O objetivo é reduzir a temperatura da telha e circunvizinhança nas horas de calor intenso empregando aspersão sobre a cobertura. Neste caso, deve-se equipar o telhado com calhas no beiral para recolhimento da água, possibilitando seu reaproveitamento, evitando-se umedecer os arredores do galpão. 4.2.2.4 Sistema de material poroso acoplado a ventilador e tubo de distribuição de ar (SPVT) Este processo de resfriamento, em uma de suas formas mais comuns para instalações abertas, consiste em forçar a passagem do ar por uma parede de material poroso umedecido por gotejador de água, utilizando- se para isto um ventilador. Com este processo, o ar externo é resfriado antes de ser conduzido, por ventilação, ao interior do galpão, o que poderá se dá com a utilização de tubos perfurados para melhor distribuição da vazão. 4.2.3. Sistemas de aquecimento Segundo Curtis (1983) esses tipos de sistemas são aplicados em Desenhos e Construções Rurais 89 Unidade 4 Modificações ambientais instalações que apresentam um potencial para muitas modificações ambientais, sendo o sistema de ventilação o principal ponto. Os pontos a serem considerados no planejamento desse tipo de instalação, são: • Como o ar se movimenta em uma instalação animal; • Um sistema de ventilação baseia-se na manutenção do balanço da umidade para o inverno e no balanço do calor para o verão; • Aquecimento suplementar faz-se necessário, durante o tempo frio para aumentar a capacidade evaporativa do ar, bem como promover o conforto animal, por outro lado podem surgir problemas de condensação; • Isolamento térmico adequado; • Resfriamento artificial quando necessário protegendo os animais de temperaturas altas extremas; • A importância desses fatores varia com: a espécie animal, a densidade populacional e com as condições climáticas. Há dois tipos principaisde sistemas de aquecimento: global e localizado. No global, o espaço total destinado ao animal é mantido a uma temperatura uniforme, por ventiladores ou dutos pressurizados, que distribuem o ar aquecido. O controle dos aquecedores e ventiladores para manutenção da temperatura em determinada faixa pode ser feito por meio de termostato. No aquecimento localizado, o calor é liberado no microambiente do animal por meio de aquecedores radiantes, instalados sobre a cabeça do animal, ou por meio de sistemas que aquecem o piso. Em alguns casos, o objetivo é reduzir fluxos convectivos e radiantes dos animais para suas redondezas, principalmente em estações muito frias. Lâmpadas infravermelhas comuns, de 250 ou 125 W, são muito utilizadas no aquecimento localizado de ambientes para vários animais (leitões, bezerros, cordeiros e pintinhos), com eficiência variando em função da altura de instalação do sistema, sendo comum 60 cm acima do piso para leitões, 45 cm para pintinhos e sempre 15 cm mais alto do que os bezerros, cordeiros e potros podem alcançar. As campânulas a gás produzem temperatura adequada, mas consomem muito oxigênio, além de aumentarem os gases nocivos que devem ser eliminados do ambiente. Estes equipamentos produzem radiação concêntrica desde o eixo da campânula, perdendo eficiência com a distância do mesmo. Desenhos e Construções Rurais 90 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais O sucesso ou fracasso de uma exploração animal depende principalmente do planejamento e construção da instalação. 5.1 Instalações para aves O primeiro passo para a construção de uma instalação animal é a seleção da área onde será realizada a obra. Para isso devemos observar as seguintes recomendações: proximidade aos centros consumidores; Insumos (ração, matrizes e medicamentos); energia elétrica; abastecimento de água; crédito; assistência técnica e outros; condições adequadas de temperatura, umidade, vento e radiação; boas condições de salubridade, solo drenado, topografia suave, vias de acesso, controle de transito e outros. O segundo passo diz respeito a construção em si, está deve ser: Simples, rápida na execução, segura, baixo custo, com manejo eficiente e ter controle ambiental; orientada leste-oeste, cobertura com telhas cerâmicas, telhado com estrutura de madeira, metálica ou pórticos apoiados em esteio ou colunas de concreto armado, fundações diretas descontinuas de concreto ciclópico. As faces leste-oeste devem ser de alvenaria e a norte-sul deve possuir mureta de 0,20 m de altura, feita de alvenaria e o restante do pé direito em tela galvanizada, protegida por cortina plástica. O beiral deve ser de aproximadamente 1,0 a 2,0 m para proteger da chuva. Se o galpão possuir 8,0 m ou mais de largura deve ter lanternim que corresponde a 10% dessa largura. Piso em concreto simples, com desnível para as canaletas de captação de água servida, instalação elétrica e hidráulica com bastantes pontos de água. 5.1.1 Avicultura de corte Nesse tipo de criação o sistema mais usado é o sistema Cama o qual é colocado sobre o piso de concreto uma camada de 0,10 m de material absorvente que pode ser: Cepilha, maravalha, casca de arroz, sabugo triturado e outros. • Considerações: o 10 a 14 aves por metro quadrado (varia com a região). o 5.000 a 10.000 aves/galpão utilizam-se comedouros manuais. o Número de galpões: 3 (vendas mensais), 5 (vendas quinzenais) e 10 (vendas semanais). o Uso do galpão: 60 dias (45 dias para criação e 15 dias para desinfecção e limpeza) Desenhos e Construções Rurais 91 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais o Saída por ano de cada galpão: 365/60 ≈ 6 lotes/galpão/ano. • Detalhes construtivos: o Largura do galpão: depende do clima onde o mesmo será construído; assim adota-se: 8,00 a 10,00 m para clima úmido e 10,00 a 14,00 m para clima quente e seco. o Pé direito do galpão depende de sua largura, veja tabela: Largura (m) Pé direito (m) 8,00 2,80 10,00 3,00 12,00 3,20 14,00 3,40 o Pilares: concreto armado, traço 1:2,5:4 ou madeira tratada; o Fundação: direta descontinua de concreto ciclópico 1:4:8 com profundidade de 0,5 a 1,0 m sobre leito compactado. o Piso: concreto simples 1:4:8 revestido com argamassa 1:4 e 0,10 m de espessura com desnível de 2% no sentido das canaletas. o Alvenaria: faces leste-oeste (empenas) fechadas com tijolo até o teto, faces norte e sul com mureta de 0,2 a 0,4 m de altura e o restante fechado com tela galvanizada e cortina plástica. o Cobertura: estrutura de madeira ou pórticos com telhas cerâmicas ou alumínio, lanternim para larguras acima de 6,0 m e beiral variando de 1,0 a 2,0 m de largura. o Sistema de iluminação artificial: para aumentar o fotoperíodo e induzir a ingestão de alimentos aumentando o ganho de peso animal. Recomenda-se utilizar mínimo de 10 lumens/m2. Incandescente Fluorescente Watts Lumem Watts Lumem 15 125 15 500-700 25 225 20 800-1.000 40 430 40 2.000-2.500 50 655 75 4.000-5.000 60 810 200 10.000-12.000 o Aquecimento: empregado em pintos até 14 dias de idade utiliza- se circulo de proteção com capacidade para 500 pintos, altura de 0,40 m e 3,0 m de diâmetro. Em cada círculo é colocado uma campânula de aquecimento que pode ser elétrica ou a gás. o Comedouros: tipo bandeja 0,4 x 0,6 x 0,06 m feita de madeira Desenhos e Construções Rurais 92 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais é utilizado 1 para 100 pintos até 14 dias de idade. A partir dessa idade, emprega-se comedouros tubulares na ordem de 1 para 25 aves ou automáticos 1,0 m linear para 40 aves. o Bebedouro: copos de pressão, capacidade para 4 litros de água, utilizado na ordem de 1 para 100 pintos até 14 dias de idade. A partir daí usa-se bebedouro pendular 1 para 50 aves ou tipo calha “V” com água corrente, sendo 1,5 cm/ave. Exemplo: dimensionar um galpão para 10.000 frangos de corte em Manaus- AM. Clima quente e úmido: largura do galpão 10 m; Densidade de estocagem: 10 aves/m2; Área necessária = 10.000 aves / 10 aves/m2 = 1.000 m2; Comprimento do galpão = Área necessária / largura = 1.000 m2 / 10 m = 100 m. Assim o galpão terá as dimensões de 10 m x 100 m. Pé direito (ver tabela) = 3,0 m Lanternim = 10% da largura do galpão, assim, 10% de 10 = 1,0 m. 5.1.2 Avicultura de postura Aqui as aves passam por três fases até a postura propriamente dita. A primeira fase corresponde à cria onde as aves permanecem até completar 42 dias de vida (6 semanas) em locais denominados “pinteiros” que pode ser um galpão para frangos de corte, com densidade em torno de 20 aves/m2 em sistema cama. A segunda fase é a recria, nessa fase as aves entram com 6 semanas de vida e saem com 17 semanas, são utilizadas gaiolas metálicas ou podem ser criadas soltas dentro do galpão. A terceira e ultima fase é a postura, que vai de 17 semanas a 72-74 semanas de vida, nesta fase as aves são pressas em gaiolas de 0,25 x 0,40 x 0,40 m com capacidade para 2 aves, essas gaiolas possuem aparador de ovos. Normalmente, encontra-se no mercado, gaiolas com 1 m de comprimento, contendo 4 divisões totalizando 8 aves/gaiola. Essa fase dura aproximadamente 55 a 57 semanas, ao final da mesma as aves são abatidas e vendidas no mercado. Detalhes construtivos: os pilares do galpão de postura podem ser de madeira ou concreto armado espaçado entre si de acordo com o espaçamento das tesouras. Neles são afixadas as estruturas que apoiarão Desenhos e Construções Rurais 93 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais as gaiolas, que devem ficar a 0,70 m do piso. Lanternim só em galpões com largura acima de 6 m. Corredorcentral deve ter 1,0 m de largura e ser feito de concreto no traço 1:4:8 (cimento: areia: brita). Sob as fileiras de gaiolas, o piso deve ser de terra e a volta do galpão deve possuir calçada em concreto similar ao corredor com largura variando de 0,80 a 1,20 m. O galpão deve possuir beiral que pode atingir até 2,0 m de largura podendo ser o prolongamento dos tirantes das tesouras ou pela utilização de mão francesa. Deve ser previsto: rede elétrica e hidráulica. Exemplo: dimensionar um galpão para 3.000 aves de postura com 4 fileiras de gaiolas. 3.000 aves / 8 aves por metro = 375 m; 375 m / 4 fileiras = 93,75 ~ 94 m; Cada gaiola possui 0,40 m de largura, então tem-se 0,40 + 0,40 + 1,0 + 0,40 + 0,40 = 2,6 m de largura; Assim o galpão terá 2,6 m X 94,0 m; Caso esteja muito comprido, podemos optar por fazer 2 galpões com 47,0 m de comprimento; Pé direito (ver tabela) = 2,20 m. 5.2 Instalações para suínos O sistema intensivo é o mais utilizado, os animais são confinados em instalações específicas para cada fase, recebem ração balanceada, praticas sanitária e controle total sobre a criação. 5.2.1 Planejamento para implantação da suinocultura No planejamento de uma granja suinicola devem ser levados em consideração: volume da empresa, mercado consumidor, credito, mão-de- obra; finalidade da exploração se é produção de leitões, terminados ou matrizes; Infra-estrutura física (insumos, energia elétrica, vias de acesso, água, facilidade de escoamento da produção e assistência técnica). 5.2.2 Construções As construções compreendem o conjunto de instalações necessárias ao desenvolvimento da criação. Devendo ser funcional, baixo custo, higiênicas e bem orientadas. Essas instalações devem ser localizadas em terrenos alto, seco, afastadas do transito, fácil acesso, orientadas leste-oeste, arborizadas e protegidas contra a propagação de doenças. Verificada a viabilidade da granja, deve-se observar o seguinte fluxograma de funcionamento para dimensionar os seus respectivos componentes. Desenhos e Construções Rurais 94 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais Setor de reprodução Cobertura Não sim 5 kg creche 25kg 60kg 100kg Terminação Abate Crescimento Prenhez Unidade de gestão 114 dias Maternidade • Setor de Reprodução: aqui ficam alojadas as fêmeas e os machos destinados a reprodução, são alojados em baias separadas e só são colocados juntos no momento da cobertura. • Unidade de Gestação: Após a cobertura observa-se o animal até confirmar a prenhez. Corfimada a prenhez, a fêmea é encaminhada para unidade de gestão que é composta de baias coletivas ou gaiolas individuais, aqui ficam 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias). • Maternidade: Uma semana antes do parto os animais são levados para a maternidade e colocados em gaiolas individuais com escamoteador para proteção dos leitões. Nessa fase as fêmeas permanecem até o final do aleitamento que pode durar até 42 dias. Após a desmama a fêmea volta para o setor de Reprodução. Os leitões permanecem até atingir 5 kg de peso corporal. • Creche: Os leitões entram com 5 kg de peso corporal, ficam em baias coletivas e saem quando atingem 25 kg. • Crescimento: Os animais entram com 25 kg, ficam em baias coletivas ate atingir 60 kg. • Acabamento: os animais entram com 60 kg e saem com 100 kg. Os animais destinados a reprodução são encaminhados para o setor de reprodução o restante vai para o abate. Em cada uma dessas fases são utilizados prédios separados, a não ser em plantel pequeno, menor que 36 cabeças. Além disso ainda há a fabrica de ração, silos ou armazéns, controle de entrada e saída da granja, plataformas de desinfecção, unidades de deposição e tratamento dos dejetos. Exemplo: Calcular as dimensões das instalações para um rebanho composto de 100 matrizes, 15 leitoas de reposição, 5 porcas a serem substituídas e 6 cachaços. Desenhos e Construções Rurais 95 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais I. Setor de reprodução 𝑁𝑁° 𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐵𝐵𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝𝑐𝑐𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝑐𝑐𝑜𝑜𝑐𝑐 𝑜𝑜𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐵𝐵𝑐𝑐 𝑜𝑜𝐵𝐵 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐵𝐵𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝑎𝑎𝐵𝐵𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 75 𝑥𝑥 52 = 5,38 ≈ 6 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 Em que: N°femeas = 100 matrizes em produção N°ciclo porca ano = 2,0 ciclo Período de uso da baia = 7 semanas N°femeas por baia = 5 N° semanas do ano = 52 Área de cada baia = 2,5 m2/porca, logo 2,5 x 5 porcas = 12,5 m2; Comprimento = (0,6 m de comedouro por porca x 5 porcas) + 0,7 m de portão = 3,7 m; Largura da baia = 12,5 m2 / 3,7 m = 3,37 m ~ 3,5 m; Baia para o macho(largura) = 0,6 + 0,7 = 1,3 m Corredor = 1,0 m Largura do setor = 3,5 m + 1,0 m + 3,5 = 8,0 m; Comprimento do setor = 3 x 3,7 + 3 x 1,3 = 15,0 m. Detalhes construtivos: galpão aberto contendo baias para as fêmeas em frente ou ao lado dos machos. Fundação direta descontinua sob pilares e continuas sob as alvenarias, ambas em concreto 1:4:8. Piso com 10 cm de espessura em concreto 1:4:8 revestido com argamassa. Divisórias com 1,0 m de altura, em alvenaria de tijolo revestido com argamassa. Pilares em concreto armado 1:2,5:4 com seção de 15 x 15 ou 20 x 20. Pé direito de 2,8 m. Estrutura do telhado em madeira ou pórticos, beiral de 1,2 a 1,5 m, canaletas para coleta de dejetos, bebedouro tipo chupeta e comedouro em alvenaria. II. Unidade de gestação 𝑁𝑁° 𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 = 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐵𝐵𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝𝑐𝑐𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝑐𝑐𝑜𝑜𝑐𝑐 𝑜𝑜𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐵𝐵𝑐𝑐 𝑜𝑜𝐵𝐵 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐵𝐵𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝑎𝑎𝐵𝐵𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 125 𝑥𝑥 52 = 9,23 ≈ 10 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 Em que: N°femeas = 100 matrizes em produção N°ciclo porca ano = 2,0 ciclo Período de uso da baia = 12 semanas (11 da prenhez + 1 de limpeza) N°femeas por baia = 5 para área de 2,5 m2 por cabeça ou gaiolas Desenhos e Construções Rurais 96 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais individuais de 2,2 x 0,6 x 1,1 m (comprimento x largura x altura). N° semanas do ano = 52 Área de cada baia = 2,5 m2 x 5 = 12,5 m2 Comprimento = (0,6 m de comedouro por porca x 5 porcas) + 0,7 m de portão = 3,7 m; Largura da baia = 12,5 m2 / 3,7 m = 3,37 m ~ 3,5 m; Corredor = 1,0 m; Largura do setor = 3,5 m + 1,0 m + 3,5 = 8,0 m; Comprimento do setor = 5 x 3,7 = 18,5 m. A construção segue os mesmos padrões adotados para a unidade de reprodução. Se forem empregadas gaiolas, temos: 𝑁𝑁° 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐺𝐺𝑐𝑐𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑝𝑝𝐺𝐺𝑝𝑝𝑐𝑐𝐺𝐺 𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝐺𝐺𝑜𝑜𝐺𝐺 𝑜𝑜𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑜𝑜𝐺𝐺 𝑏𝑏𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑝𝑝𝐺𝐺𝑝𝑝 𝑔𝑔𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐺𝐺𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺𝐺𝐺 𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 121 𝑥𝑥 52 = 46,15 ≈ 46 𝑔𝑔𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 III. Maternidade Nesta unidade, as porcas permanecem desde uma semana antes do parto até terminar a fase de aleitamento. Deve haver controle de temperatura para os leitões e para a porca. O local que abriga os leitões não deve ter umidade (fezes, urina e água) e nem calor ou frio em excesso, devem ser protegidos contra o esmagamento. 𝑁𝑁° 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐺𝐺𝑐𝑐𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑝𝑝𝐺𝐺𝑝𝑝𝑐𝑐𝐺𝐺 𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝐺𝐺𝑜𝑜𝐺𝐺 𝑜𝑜𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑜𝑜𝐺𝐺 𝑏𝑏𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑝𝑝𝐺𝐺𝑝𝑝𝑔𝑔𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐺𝐺𝑚𝑚𝑚𝑚𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺𝐺𝐺 𝐺𝐺𝑎𝑎𝐺𝐺 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 81 𝑥𝑥 52 = 30,76 ≈ 31 𝑔𝑔𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 Em que: N°femeas = 100 matrizes em produção N°ciclo porca ano = 2,0 ciclo Período de uso da baia = varia de 5 a 12 semanas N°femeas por gaiola = 1 gaiola de 2,2 x 0,6 x 1,1 m (comp. x larg. x alt.). N° semanas do ano = 52 IV. Creche Nesta unidade os leitões permanecem desde a desmama até completar 25 kg de peso vivo (± 10 semanas). As características construtivas são parecidas com as do setor de produção, contudo, as baias são coletivas para 20 animais. Desenhos e Construções Rurais 97 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais 𝑁𝑁° 𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵= 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐵𝐵𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝𝑐𝑐𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑑𝑑𝑚𝑚𝐵𝐵𝑚𝑚𝐵𝐵𝑚𝑚𝐵𝐵𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑐𝑐𝑚𝑚𝐵𝐵𝑙𝑙𝑚𝑚𝑙𝑙𝐵𝐵𝑑𝑑𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝑐𝑐𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐵𝐵𝑐𝑐 𝑑𝑑𝐵𝐵 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑁𝑁°𝑐𝑐𝑚𝑚𝐵𝐵𝑙𝑙õ𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐵𝐵𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝑎𝑎𝐵𝐵𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 10 𝑥𝑥 620 𝑥𝑥 52 = 11,53 ≈ 12 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 Em que: N°femeas = 100 matrizes em produção N°ciclo porca ano = 2,0 ciclo N°de leitões desmamados por leitegada = 10 Período de uso da baia = varia de 5 a 8 semanas N°leitões por baia = 20 N° semanas do ano = 52 Área da baia = 0,27 m2 por leitão x 20 leitões = 5,4 m2 Comprimento da baia = 0,20 m de comedouro para cada 3 leitões = 1,33 m para 20 leitões + 0,7 m de portão = 2,0 m. Largura da baia = 5,4 m2 / 2,0 m = 2,7 m Largura da instalação = largura da baia + corredor + largura da baia = 2,7 + 1,0 + 2,7 = 6,4 m. Comprimento da instalação = 6 (metade das baias) x 2,0 (comprimento da baia) = 12,0 m. V. Crescimento e Terminação Os dois prédios podem ser um só, o que leva a uma boa economia. Aqui os animais entram com 25 kg e saem com 100 kg de peso corporal (10 a 25 semanas de idade). 𝑁𝑁° 𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵= 𝑁𝑁°𝑓𝑓ê𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑐𝑐𝐵𝐵𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝𝑐𝑐𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 𝑥𝑥 𝑁𝑁° 𝑑𝑑𝑚𝑚𝐵𝐵𝑚𝑚𝐵𝐵𝑚𝑚𝐵𝐵𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑐𝑐𝑚𝑚𝐵𝐵𝑙𝑙𝑚𝑚𝑙𝑙𝐵𝐵𝑑𝑑𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑝𝑝í𝑐𝑐𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑚𝑚 𝑢𝑢𝐵𝐵𝑐𝑐 𝑑𝑑𝐵𝐵 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑁𝑁°𝑐𝑐𝑚𝑚𝐵𝐵𝑙𝑙õ𝑚𝑚𝐵𝐵 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑝𝑝 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 𝑥𝑥 𝑁𝑁°𝐵𝐵𝑚𝑚𝑚𝑚𝐵𝐵𝑎𝑎𝐵𝐵𝐵𝐵 𝐵𝐵𝑎𝑎𝑐𝑐 = 100 𝑥𝑥 2,0 𝑥𝑥 10 𝑥𝑥 1620 𝑥𝑥 52 = 30,77 ≈ 31 𝑏𝑏𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵𝐵 Em que: N°femeas = 100 matrizes em produção N°ciclo porca ano = 2,0 ciclo N°de leitões desmamados por leitegada = 10 Período de uso da baia = 15 semanas + 1 (desinfecção) = 16 N°leitões por baia = 20 N° semanas do ano = 52 Área da baia = 1,0 m2 por cabeça x 20 leitões = 20 m2 Comprimento da baia = 2,0 m de comedouro + 0,7 m (portão) + 0,3 m (folga) = 3,0 m Largura da baia = 20 m2 / 3,0 m = 6,67 m Largura da instalação = Largura da baia + corredor + largura da baia Desenhos e Construções Rurais 98 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais = 6,67 + 1,0 + 6,67 = 14,33 ~ 15,0 m. Comprimento da instalação = N baias/2 x comprimento da baia = 31/2 x 3,0 m = 46,5 m ~ 47 m. As características construtivas são parecidas com o setor de reprodução, ou seja, colunas de concreto armado sobre fundações diretas descontinuas, divisórias em alvenaria sobre fundações indiretas continuas, estrutura do telhado em madeira ou pórticos, cobertura em telha cerâmica, beiral, lanternim, piso em concreto simples com desnível para o fosso ripado coletor de dejetos. Comedouro em alvenaria, portão de madeira e bebedouro do tipo chupeta. VI. Manejo de dejetos Dependendo da idade, o suíno pode produzir de 1,1 a 18,8 kg de dejetos/dia, nos sistemas confinados os animais não dispõem de piquetes para distribuir suas fezes, portanto, há a necessidade da utilização de um depósito para a retenção da parte sólida, provido de drenagem da parte liquida. VII. Controle Sanitário Para proteger a criação e evitar a proliferação de doenças, é indispensável a construção de pedilúvios e rodoluvios, cujo objetivo é a desinfecção das rodas dos veículos que venham transitar no local, por meio de uma solução desinfetante. O pedilúvio é necessário para desinfetar os pés das pessoas que transitam nas unidades de produção. 1.1 Instalações para bovinos de corte No Brasil os estados que mais se destacam são: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e São Paulo. O nosso rebanho está na casa dos 180.000.000 de cabeças. Entraves: política desorganizada por parte do governo, falta de planejamento para o estoque alimentar nos períodos de seca, aspecto tecnológico deixa a desejar em termos de manejo de solo, equipamentos, alimentação, melhoramento genético, sanidade e construções. Baixo índice de natalidade e baixa taxa de desfrute. Pontos favoráveis: grande extensão territorial, clima tropical que resulta em mais dias de pastejo e grande quantidades de espécies forrageiras. Características: exploração tipo extensiva, possui pouca tecnologia aplicada, alimentação a base de pasto, exige muita área quando comparado Desenhos e Construções Rurais 99 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais com outras espécies, a produção é anual, requer poucos cuidados e o capital inicial é maior. Fases da exploração: 1a Fases (Cria) que vai de 0 a 1 ano de vida. Os bezerros junto com suas mães são colocados em piquetes maternidades com abrigos para os bezerros, há comedouros, bebedouros e cocho para sal mineral. A alimentação é o aleitamento natural até a desmama e capim triturado até completar 1 ano de vida. 2a Fase (Recria) que vai de 1 a 2 anos de vida, essa fase tem por objetivo completar o desenvolvimento ósseo e da musculatura animal, os animais são criados em piquetes específicos e a alimentação é a base de pasto no período chuvoso e pasto mais suplementação alimentar no período seco. 3a Fase (Terminação ou Engorda) que vai de 2 a 3 anos de vida, essa fase visa preparar o animal para o abate. A alimentação é pasto na estação chuvosa e pasto mais suplementação na seca. 90 a 100 dias antes do abate o animal é confinado para ter aumento no ganho de peso, no abate esses animais devem apresentar em torno de 500 kg de peso corporal. Instalações necessárias: silos para forragens, cochos para sal mineral e farinha de osso, tanque para melaço/uréia e curral de manobras. Curral de manobras: é usado para vacinar, marcar, pesar, separar, fazer pequenas cirurgias e embarcar os animais. Recomenda-se área de 2 m2/animal, e devem possuir: curraletes, seringa, tronco coletivo, tronco individual, porteira de apartação, balança e embarcadouro. Exemplo: dimensionar um curral de manobras para 300 animais, sendo o atendimento de 5 por vez conforme planta abaixo. 4, 00 30 ,0 0m 3, 00 8, 00 21,00 17,00 2,00 Seringa 11,80 Projeção do Beiral Plataforma Tronco 3,50 9,50 2,00 20,00 38,00m 2,80 Bal EmbarcadouroCorredor Escala 1:200 1, 00 Desenhos e Construções Rurais 100 Unidade 5 Planejamento e dimensionamento de instalações rurais • 300 animais/4 curraletes = 75 animais/curralete; • Área do curralete = 2 m2/animal x 75 animais = 150 m2; • Comprimento: é função das dimensões dos equipamentos de manobra; • Seringa: 4 x 4 m ou 1,5 m por cabeça = 4 x 1,5 = 6 m; • Tronco coletivo: 5 x 1,5 = 7,5 m; • Sala de apartação: 4 x 4 m (forma de losangulo) com porteiras de 2 m de abertura; • Tronco individual: 3 a 4,2 m de comprimento (modelos patentiados) usados para pequenas cirurgias; • Porteiras de apartação: 1,8 a 2 m; • Balança: modelos patentiados de 3,5 m; • Porteira de apartação: 1,8 a 2,0 m;
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