Buscar

curso-78401-aula-06-v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 94 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça)
Com Videoaulas - 2019
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
1 
 
 
1. Atos Ilícitos e Responsabilidade Civil ............................................................................. 2 
1.1 à? Apresentação da Aula 06 ......................................................................................................... 2 
2. Cronograma da Aula ..................................................................................................... 2 
3. Atos Jurídicos Lícitos ...................................................................................................... 2 
4. Ato Ilícito e o Abuso de Direito ...................................................................................... 4 
5. Excludentes de Ilicitude ................................................................................................. 7 
6. Da Responsabilidade Civil ............................................................................................ 10 
6.1 à? A Culpa .................................................................................................................................... 12 
6.2 à? O Risco e a Teoria Do Risco .................................................................................................... 14 
6.3 à? Classificações Da Responsabilidade Civil................................................................................ 15 
6.4 à? O Dano .................................................................................................................................... 16 
6.5 à? A Responsabilidade Civil e a Reparação Do Dano .................................................................. 17 
6.6 à? O Nexo Causal......................................................................................................................... 19 
6.7 à? Os Efeitos da Responsabilidade Civil Quanto aos Titulares da Ação Ressarcitória e Quanto 
aos Devedores da Indenização ........................................................................................................ 19 
6.8 à? A Coautoria e a Solidariedade ................................................................................................ 23 
6.9 à? Outras Situações ..................................................................................................................... 24 
6.10 à? A Responsabilidade Civil e sua Relação com a Esfera Penal ................................................ 25 
7. Considerações Finais .................................................................................................... 26 
8. Resumo da Matéria ...................................................................................................... 27 
9 ? Questões .................................................................................................................... 31 
9.1 à? Questões Comentadas ............................................................................................................ 31 
9.2 à? Lista de Questões .................................................................................................................... 75 
9.3 à? Gabarito .................................................................................................................................. 93 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
2 
 
1. ATOS ILÍCITOS E RESPONSABILIDADE CIVIL 
1.1 ? APRESENTAÇÃO DA AULA 06 
Olá! 
A aula de hoje talvez ƐĞũĂ�Ă�ŵĂŝƐ� “ƚƌĂŶƋƵŝůĂ ?�ĞŶƚƌĞ�ĂƐ�ƋƵĞ�foram apresentadas até aqui. É de boa 
aplicabilidade prática e de fácil assimilação. Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à 
responsabilidade civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual é colocado aquele que 
sofre o dano (em relação àquele que o causa) e que esta situação será sempre levada em 
consideração pelo direito. Imagine as situações na prática, ficando clara esta ideia, você poderá 
acertar questões mesmo sem um domínio absoluto do assunto. 
 
Coragem. 
 
2. CRONOGRAMA DA AULA 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL DATA 
Aula 06 Responsabilidade Civil. 16/02/2019 
 
AULAS TÓPICOS ABORDADOS NO EDITAL ARTIGOS DA LEI 
Aula 06 Atos jurídicos ilícitos. Da responsabilidade Civil. 
Art. 186 - 188 
Art. 927 - 954 
Código Civil 
 
3. ATOS JURÍDICOS LÍCITOS 
Já estudamos em outra aula que o ato para ser considerado um ato jurídico precisa ter repercussão 
no mundo jurídico. Você se recorda disto? 
Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os ¹negócios jurídicos e, também, os 
chamados ²atos jurídicos em sentido estrito (ou atos não negociais), sendo que estes últimos 
desencadeiam consequências jurídicas independentemente da vontade do agente, e isto porque 
seus efeitos estão previamente descritos na lei. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
3 
 
Os efeitos desses atos se produzem ex lege1. É o que acontece, por exemplo, quando um pai 
reconhece um filho, deste ato de reconhecimento ? que não é um ato negocial, mas é lícito, decorre 
uma série de consequências jurídicas. Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, mas a 
produção dos efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas sim de acordo com o que está 
determinado na lei em relação aquele ato praticado. Isto não pode ser modificado pela pessoa 
interessada. 
 
9Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito será um negócio jurídico, é o que 
ocorre com os atos jurídicos em sentido restrito que são apenas lícitos ou meramente lícitos. 
9O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não será considerado ato jurídico, pois atenta contra 
o direito (desta forma, sempre que você estiver diante da expressão ato jurídico ? estará diante de 
um ato lícito). 
 
Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e, também, os atos ilícitos (3). Todos estes atos devem ter 
repercussão no mundo jurídico. 
 
A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio é lícito (como, por exemplo, a 
contratação de uma obrigação), mas que no seu inadimplemento (no seu não cumprimento) pode 
gerar a necessidade de indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não observação 
de determinadas regras de convívio em sociedade. 
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento contratual ? diz responsabilidade 
civil ¹contratual ou negocial, ou poderá advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade 
 ? e, neste caso, diz responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. 
 
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana está baseada em dois 
dispositivos legais, quais sejam: o art. 186 ? que trata do ato ilícito, e o art. 187 ? que trata do abuso 
de direito. 
 
1 Ex lege = de acordo com a lei. 
Fato 
Jurídico
1.Ato jurídico 
em sentido 
estrito
2.Negócio 
Jurídico
3.Atos ilícitos
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
4 
 
 
Passemos agora ao seuestudo mais detalhado! 
 
4. ATO ILÍCITO E O ABUSO DE DIREITO 
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico involuntário, 
gera obrigação de reparar o dano. 
 
Conforme lição de Flávio Tartuce2: 
à?�Ğ� ŝŶşĐŝŽà?�Ž�ĂƚŽ� ŝůşĐŝƚŽ�Ġ�Ž�ĂƚŽ�ƉƌĂƚŝĐĂĚŽ�Ğŵ�ĚĞƐĂĐŽƌĚŽ�ĐŽŵ�Ă�ŽƌĚĞŵ�ũƵƌşĚŝĐĂà?�ǀŝŽůĂŶĚŽ�ĚŝƌĞŝƚŽƐ�Ğ�
causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o 
dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado 
um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo 
ĂŐĞŶƚĞà?�ŵĂƐ�ƐŽŵĞŶƚĞ�ĂƋƵĞůĞƐ�ŝŵƉŽƐƚŽƐ�ƉĞůĂ�ůĞŝà?à? 
 
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou ²omissão voluntária, pratica 
ato contra o direito, com ou sem a intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o 
prejuízo, ocasiona dano a outrem. 
 
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver dano a ser reparado (um 
dano a ser indenizado). 
EĆŽ� ĞdžŝƐƚĞ� ŶŽ� �ŝƌĞŝƚŽ� �ŝǀŝů� Ž� ŝŶƚĞƌĞƐƐĞ� Ğŵ� “ƉƵŶŝƌ ?�Ž� ĐƵůƉĂĚŽ� ƉĞůŽ� ĂƚŽ ?� EĞƐƚĞ� ƌĂŵŽ� ĚŽ� ĚŝƌĞŝƚŽ� Ž�
interesse está na reparação do dano, com a recomposição patrimonial da pessoa que foi atingida 
pelo ato ilícito. 
Neste momento, surge, então, a outra figura do nosso estudo de hoje, qual seja: a responsabilidade 
civil. 
Cabe fazeƌŵŽƐ�ĂƋƵŝ� “Ƶŵ�ƉĞƋƵĞŶŽ�ƉĂƌġŶƚĞƐĞ ? ?�ĚŝĨĞƌĞŶĐŝĂŶĚŽ o ato ilícito na esfera civil (como já 
explicado) e na esfera penal. 
Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas típicas, que estão descritas na 
lei, são condutas que atentam contra a lei penal, violam a lei, indo de encontro à vida social. Estas 
condutas constituem os crimes ou delitos penais. 
 
2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
==1380b5==
 
 
 
 
5 
 
 
 
Outra ótica que pode ser analisada, mas que não cabe nesta aula de direito civil o seu estudo 
aprofundado, é a que diz respeito às infrações administrativas. 
 
Ainda analisando a relação entre o direito civil e o direito penal, outra diferenciação que devemos 
fazer, para um melhor entendimento da aula, é com relação à palavra culpa. 
 
A culpa será um dos pressupostos da responsabilidade civil. No campo civil usa-se muito a palavra 
culpa em sentido lato sensu, ou seja, a culpa em sentido amplo. Na responsabilidade, quando 
falarmos em culpa, estamos nos referindo tanto ao dolo3 quanto a culpa4 propriamente dita. Em 
sentido amplo a culpa abrange toda espécie de comportamento contrário a direito, seja ele 
intencional ou não, bastando que seja imputável ao causador do dano. 
Para o direito civil ato ilícito é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo ao direito subjetivo 
individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial. Assim está 
normatizado no artigo 186 do CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, ¹violar direito e 
²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
 
3 No dolo o agente procura intencionalmente o resultado. 
4 Na culpa o fato se dá por negligência, imprudência ou imperícia. 
 “�Ed�K ?���s/K>���K��K��/Z�/dK�WK���^�Z�s/^d��^K��D�/^����hD�
�^W��dK ? ?
Exatamente. Para o nosso estudo, no que se refere a esta aula, é importante
que você entenda que a violação do direito pode configurar ofensa à
sociedade, pela infração de preceito indispensável à sua existência (infração
a norma de direito público), ou configurar um simples dano individual (o
interesse lesado é o privado). No primeiro caso, estaremos diante de um
delito penal, consistente na violação da lei penal e que induz
responsabilidade penal, tendente à punição. No segundo caso, estaremos
diante de um “ĚĞůŝƚŽ ? civil, consistente na violação de um direito subjetivo
privado e que induz reparação (indenização) do dano, a chamada
responsabilização civil. Observe, no entanto, que existe a possibilidade de
um ato ilícito violar as duas esferas. Neste caso, existirão, ao mesmo tempo,
as duas responsabilidades, quais sejam: a penal e a civil.
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
6 
 
Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa (assim considerados no campo 
penal). 
YƵĂŶĚŽ�ĨĂůĂ�Ğŵ� “ação ou omissão ǀŽůƵŶƚĄƌŝĂà? se refere ao dolo ? que é a situação em que o agente 
quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. A culpa, segundo o art. 186, vem representada 
ƉĞůĂ� ĞdžƉƌĞƐƐĆŽ� “ŶĞŐůŝŐġŶĐŝĂ� ŽƵ� ŝŵƉƌƵĚġŶĐŝĂà?. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário 
determinante de um resultado involuntário. 
A pessoa não previu o resultado, mas a previsibilidade do evento existe, isto é, se nós olharmos 
objetivamente para o evento observaremos que o acontecimento era previsível. 
 
 
 
Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito. 
 
Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: 
¹A violação de direito e o ²dano a outrem. 
 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes. 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício não observa 
os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites 
e acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de sua execução. 
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o abuso de direito basta que 
a pessoa seja titular de um direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda os seus limites. 
1.Ação
Imprudência
2.Omissão 
Voluntária
Negligência Violar direito e 
causar dano a 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
7 
 
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será objetiva ? ou seja, 
independente de culpa. 
 
Os conceitos de responsabilidade objetiva (que independe de culpa) e de responsabilidade subjetiva 
(que depende da comprovação de culpa) são bastante importantes e você verá isso no decorrer 
desta aula. 
 
Neste sentido, temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do Conselho Nacional de Justiça: 
 “Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-
se somente no critério objetivo-ĨŝŶĂůşƐƚŝĐŽà?à? 
 
O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o abuso de direito um ato ilícito, 
isto porque, extrapolar os limites de um direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, 
em virtude de consistir em violação a princípios de finalidade da lei. 
 
Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, ocasionando prejuízo, deve indenizar. 
A diferença básica entre os institutos vistos acima (atoilícito e abuso de direito) é que no primeiro 
o ato já nasce ilícito e assim também serão suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, 
mas será ilícito o exercício abusivo de suas prerrogativas. 
 
Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito Civil que reforça a orientação 
do atual código quanto ao princípio da sociabilidade, presente no mencionado artigo: 
à?KƐ�ďŽŶƐ�ĐŽƐƚƵŵĞƐ�ƉƌĞǀŝƐƚŽƐ�ŶŽ�Ăƌƚà?�à?à?à?�ĚŽ����ƉŽƐƐƵĞŵ�ŶĂƚƵƌĞnjĂ�ƐƵďũĞƚŝǀĂà?�ĚĞƐƚŝŶĂĚĂ�ĂŽ�ĐŽŶƚƌŽůĞ�
da moralidade social de determinada época; e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos 
negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-ĨĠ�ŽďũĞƚŝǀĂà?à? 
 
5. EXCLUDENTES DE ILICITUDE 
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São os atos lesivos que não são 
considerados ilícitos. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido; 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
8 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo 
iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do 
perigo. 
 
Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de 
causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a 
qualificação de ilícito. São eles: 
A legítima defesa; 
Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; 
Estado de necessidade (quando há perigo iminente). 
 
Vamos ver cada um deles! 
 
1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade civil, se com o uso 
moderado de meios necessários alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou 
de outrem. 
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os meios utilizados para esta 
defesa devem ser apenas aqueles estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, 
então, pode ser putativa. 
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina estar sofrendo uma agressão, mas 
na realidade isso não está acontecendo. Nesta situação, se a pessoa tomar alguma atitude com a 
intenção de se defender deste perigo imaginável, caberá indenização para o prejudicado. Como 
também caberá indenização se houver excessos na defesa. 
 
Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: 
9Que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; 
9Que seja injusta; 
9Que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, não vão além do necessário para a 
defesa; 
9Que a defesa seja de direito. 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
9 
 
2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido exclui qualquer responsabilidade pelo 
prejuízo, por não ser um procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de 
um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar a pessoa que executa uma 
construção nos parâmetros permitidos por lei em determinado terreno, mas que acaba por 
prejudicar o imóvel vizinho, ocultando a sua visão ou recepção solar. 
 
Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso do direito será configurado 
ato ilícito. 
 
3. O estado de necessidade é a situação encontrada no inciso II: 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo 
iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do 
perigo. 
 
O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio (deterioração ou destruição de coisa 
pertencente a outrem ou lesão a uma pessoa) para remover perigo iminente, quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a propriedade alheia para salvar 
vida de alguém. 
 
Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: 
9Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado voluntariamente pelo agente; 
9Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; 
9Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; 
9Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. 
 
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art. 188) e a legítima defesa (art. 
188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em determinados casos, sujeitam o autor do dano à 
reparação. É o que encontraremos nos arts. 929 e 930: 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados 
do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
10 
 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá 
o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 
188, inciso I). 
 
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não forem culpados do 
perigo, estes terão direito a indenização e o autor do dano será responsável pela reparação, ficando, 
contudo, com ação regressiva contra seu causador. 
 
 
 
Ocorre mais ou menos o seguinte: 
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário (causador do perigo). Nesta 
situação, ²José, não é o culpado pelo perigo e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou 
dano. ¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro culpado pelo 
perigo). 
Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos (arts. 186 a 188) com a 
Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação 
de reparação, a responsabilização civil. 
 
6. DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja o dever de indenizar, três5 são 
os pressupostos6 que devem estar presentes, quais sejam: 
9Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente por ação ou omissão, que 
ocasione dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva 
 ? ou seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a omissão é mais trabalhosa para ser 
 
5 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de indenizar. Alguns acrescentam aos três ? 
a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão 
didática, mas vale o esclarecimento. 
6 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil. 
 “&/�Kh��KDW>/���K ?�sK��^�WK��D��^�>�Z���Z�D�>,KZ�/^dK ? ?Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros
envolvidos.
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
11 
 
comprovada, uma vez que se precisa provar que existia um dever de agir e também que se tivesse 
ocorrido esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato poderá estar relacionado tanto a ato 
próprio como a ato de terceiro e que esteja sob a guarda da pessoa. 
 
9Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou ²moral (extrapatrimonial). Não pode 
haver responsabilidade civil sem a existência de um dano, é também necessário que exista prova, 
real e concreta, desta lesão. 
 
9Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. É uma ligação virtual entre a 
ação e o dano resultante. A causa do dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará 
afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o evento se deu por culpa exclusiva da 
vítima, no chamado estado de necessidade, na legítima defesa e no caso fortuito ou força maior. 
 
São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
³Nexo de causalidade entre: 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
O código coloca o Título - Da Responsabilidade Civil ? dentro da Parte Especial, no Direito das 
Obrigações, e o divide em dois capítulos: ¹Da Obrigação de Indenizar (arts. 927 a 943) e ²Da 
Indenização (arts. 944 a 954). 
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio moral e patrimonial desfeito. É a 
perda ou a diminuição verificada no patrimônio do lesado ou o dano moral que desencadeiam a 
reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor, pela lesão ou pelo risco. 
 
 
 
O dano causa desequilíbrio
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
12 
 
Assim, todo aquele que causar dano7 a outrem fica obrigado a repará-lo, restabelecendo assim o 
equilíbrio rompido. É uma espécie de contraprestação. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos ¹casos 
especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, 
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
6.1 ? A CULPA 
Conforme já explicamos, a culpabilidade no campo do direito civil envolve ¹a culpa stricto sensu 
(ou aquiliana) e ²o dolo. 
Não há de se confundir os conceitos de dolo e de culpa que são bastante distintos, mas as 
consequências, no que diz respeito às indenizações civis, serão as mesmas. 
A indenização baseia-se no dano sofrido, no entanto a culpa poderá ser analisada. Veja o que dizem 
os artigos 944 e 945: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
(NC-UFPR / UFPR ?2017) 
A indenização é medida pela extensão do dano, mas se houver excessiva desproporção entre 
a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir a indenização. 
Comentários: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Gabarito: Correto. 
 
 
7 Pessoa natural ou pessoa jurídica. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
13 
 
No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que trará a diminuição dos efeitos do ato ilícito 
como consequência. 
 
 
 
Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em indenização, porque, aqui, a outra 
parte não contribuiu para o evento danoso. 
 
Quando se tem a culpa como elemento necessário para a caracterização do dever de indenizar, 
estaremos diante da responsabilidade subjetiva ? esta depende da culpa do agente causador do 
dano. 
O contrário também foi previsto no nosso ordenamento jurídico. Existem várias situações 
para as quais o ordenamento dispensa a culpa para o dever de indenizar, bastando ¹o dano, ²a 
autoria e ³o nexo causal, o que se denomina responsabilidade objetiva. 
 
Em questões de prova, principalmente as que envolvem a chamada responsabilidade indireta, você 
deve dominar alguns conceitos, quais sejam: 
9culpa in comittendo ? está relacionada a uma ação. 
9culpa in omittendo ? está relacionada a uma omissão. 
9culpa in eligendo - está relacionada a má escolha do preposto. 
9culpa in vigilando ? está relacionada a falta de atenção com o procedimento de outrem, cuja 
pessoa é responsável. 
9culpa in custodiendo ? está relacionada a falta de cuidados com a guarda de animal ou de objeto. 
 
 “��K�Yh��s�D���^�Z����h>W���KE�KZZ�Ed� ? ?
A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a vítima
agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do agente.
Portanto, quando a vítima também concorreu para o evento danoso, com
sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida pela metade
ou em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. Pois como
ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo que uma só
respondesse pelos prejuízos.
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
14 
 
Vamos falar um pouquinho da imputabilidade. 
 
A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se alguém pode ser responsabilizado por 
seu ato, é elemento constitutivo da culpa, se refere a condições pessoais8 daquele que praticou o 
ato lesivo, é a verificação se o ato é resultado de uma vontade livre. Existem casos que afastam a 
imputabilidade: 
9A menoridade ? porém o ato ilícito por ele praticado acarretará a responsabilidade objetiva (art. 
933 e 932, que será visto mais afrente); 
9A demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado pelo alcoolismo ou pelo uso de 
drogas, ou de debilidade mental, que torne o agente incapaz de controlar suas ações. Também neste 
caso haverá a responsabilidade objetiva do responsável pelo incapaz; 
9A anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de simples escolha elege um de seus 
interesses em detrimento de outro. 
 
Além disso, temos os três excludentes: 
9Exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor que penhora bens do devedor para 
pagamento de dívida; 
9Legítima defesa; 
9Estado de necessidade. 
 
6.2 ? O RISCO E A TEORIA DO RISCO 
O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá casos onde não se cogita a culpa do 
agente, são hipóteses em que o dano é reparável mesmo sem o fundamento da culpa 
(responsabilidade objetiva), baseando-se simplesmente no risco objetivamente considerado. 
Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que o perigo deve resultar do 
exercício da atividade e não do comportamento do agente.A atividade é lícita, mas causa perigo a 
outrem. 
 
Art. 927. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
 
8 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo assim o praticou. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
15 
 
São duas as situações da chamada responsabilidade objetiva: 
9¹Casos especificados em lei. 
9²Atividade que por sua natureza implique risco ao direito de outro. 
 
Segundo Caio Mario da Silva Pereira9: à?EŽ�ĐĂŵƉŽ�ĚĂ� ƚĞŽƌŝĂ�ŽďũĞƚŝǀŝƐƚĂ� ƐŝƚƵĂ-se a teoria do risco 
proclamando ser de melhor justiça que todo aquele que disponha de um conforto oferecido pelo 
progresso ou que realize um empreendimento portador de utilidade ou prazer, deve suportar os 
riscos a que exponha os outrosà?. 
A teoria do risco muda o foco, que até antão estava localizado na culpa. Agora a responsabilidade 
baseia-se no risco. A culpa não é substituída apenas deixa de ser o principal elemento a ser 
observado. 
 
6.3 ? CLASSIFICAÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Muito importante! (Pensando em provas de concursos) 
 
As espécies de responsabilidade: 
9Quanto ao seu fundamento, poderá ser: responsabilidade subjetiva que é a teoria clássica e 
pressupõe a culpa em sentido amplo como elemento necessário, como fundamento, para a 
responsabilização civil; e responsabilidade objetiva que se fundamentada no risco, no dano mesmo 
sem culpa, sendo necessários apenas o dano e o nexo de causalidade. 
 
9Quanto ao seu fato gerador, como já falado anteriormente, poderá ser: responsabilidade 
contratual (quando oriunda de inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral); 
responsabilidade extracontratual ou aquiliana (a fonte dessa responsabilidade é a inobservância da 
lei, é a lesão a um direito, sem que entre as partes exista qualquer relação jurídica). 
A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que diz respeito ao 
Inadimplemento10 de obrigações: 
 
9 Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 560. 
10 Não cumprimento. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
16 
 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização 
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou 
o ato de que se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato 
aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das 
partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não 
era possível evitar ou impedir. 
... 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor 
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os 
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na 
lei processual. 
 
9Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), poderá ser: direta (se proveniente da 
própria pessoa responsabilizada), e indireta ou complexa (se derivada de ato de terceiro na vigência 
de vínculo legal de responsabilidade; ou de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e 
objetos que estão sob sua guarda). 
 
6.4 ? O DANO 
Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já falamos anteriormente que não pode 
haver responsabilidade civil sem um dano, para que haja pagamento de indenização, é necessária a 
comprovação da existência de lesão. 
 
Pensando em provas você precisa ter os seguintes entendimentos: 
Ao lado do dano individual ? que constitui lesão a patrimônio ou a direito de personalidade, nós 
temos também o dano social - que é uma lesão à sociedade no seu nível de vida, tanto por 
rebaixamento de sua segurança, quanto por diminuição de sua qualidade de vida. 
 
O dano individual basicamente poderá ser: 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
17 
 
9O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a patrimônio da vítima, consistente 
na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível 
de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. 
9O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa natural ou jurídica. A indenização 
por dano moral inclusive encontra respaldo constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X: 
Art. 5º. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
6.5 ? A RESPONSABILIDADE CIVIL E A REPARAÇÃO DO DANO 
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma relação obrigacional que tem 
por objeto a prestação de ressarcimento, ou seja, a reparação do dano procurando, na medida do 
possível, desfazer seus efeitos, restituindo o prejudicado ao status quo ante. 
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, punindo o lesante e 
desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é também, principalmente, a garantia ao direito do 
lesado, tendo natureza compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. 
 
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 
9Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade contratual, o não cumprimento da 
obrigação, seja total ou parcial, bem como nos casos de retardamento de seu cumprimento. 
 
9A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o lesado e lesante qualquer relação 
jurídica. Nesta responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os casos de 
¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e ³de coisas, que configuram a responsabilidade 
indireta. 
 
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a possibilidade da 
responsabilidade indireta: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as 
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em 
circulação. 
... 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficialde Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
18 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da 
vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se 
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que 
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade, até onde ela atingirá o 
patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o princípio da responsabilidade patrimonial. Ou seja, a 
pessoa deverá responder com seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. 
A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os seus aspectos, de modo que todos 
os bens do devedor, com exceção dos inalienáveis, respondam pelo ressarcimento. 
Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a herança e o lesado poderá 
demandar o espólio até onde este alcançar o saldo positivo deixado pelo de cujus aos seus 
sucessores. 
 
 
 
Continuando! 
 
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para exigir a indenização do prejuízo, 
porém, atualmente, se tem admitido que a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob a 
dependência econômica da vítima. 
Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a operação de vai concretizar a 
indenização, fixando o quanto e o modo do ressarcimento. 
Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por não se permitir enriquecimento 
indevido. Ao credor se deve dar aquilo que baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem 
acréscimos nem reduções. 
 
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 945 deverá o magistrado analisar 
o grau de culpa do lesante e se houve participação (culpa) do lesado: 
 “K�Yh��/^dK�Yh�Z��/�Z ? ?
Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados como
herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio pessoal.
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
19 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
O juiz deverá analisar também: 
9A situação da vítima e do causador do dano; 
9A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial (visto que a responsabilidade civil 
requer nexo de causalidade entre o dano e a ação que o produziu); 
9A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do dano. 
 
6.6 ? O NEXO CAUSAL 
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. Para caracterizar este nexo, 
basta que se verifique que o dano11 não ocorreria se o fato não tivesse acontecido. 
Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as excludentes de responsabilidade. 
As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de necessidade; a legítima defesa 
(já vistos quando analisamos os excludentes de ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de 
terceiro; o caso fortuito ou força maior12 e a clausula de não indenizar. 
Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser devidamente analisados e 
comprovados, porque sua comprovação deixa o lesado sem a composição do dano sofrido. 
 
6.7 ? OS EFEITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO AOS TITULARES DA AÇÃO 
RESSARCITÓRIA E QUANTO AOS DEVEDORES DA INDENIZAÇÃO 
6.7.1 TITULARES DA AÇÃO RESSARCITÓRIA: 
 
11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine de uma loja, e por causa desta 
atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, 
embora efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 
12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento culpa, deixando de existir a 
responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem interna ? que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem 
externa ? que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo 
acusada de ter cometido o ato. 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
20 
 
No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a pretensão de indenização, mas 
seu direito de crédito apenas se concretiza com a decisão judicial. Além disso, tal direito transmite-
se com a herança. Assim temos o art. 943: 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
 
 
 
(NC-UFPR / UFPR ?2017) 
O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
Comentários: 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
Gabarito Correto. 
 
O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente experimentarem o prejuízo. As 
pessoas jurídicas, públicas ou privadas, poderão propor ação fundada em dano material e em dano 
moral objetivo. 
 
6.7.2 DEVEDORES DA INDENIZAÇÃO: 
Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá obrigação de repara-lo aquele 
para qual a lei impôs tal responsabilidade. 
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem sempre vai ser direta (como já 
vimos nas espécies de responsabilidade), será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder 
por fato de outrem, por animais ou coisas sob sua guarda. 
A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: 
9A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que decorre de um fato pessoal do 
causador do dano, resultando, portanto, de uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao 
direito ou ao prejuízo ao patrimônio, por ato culposo ou doloso. 
 
 “WZK&�^^KZ�^ ?�D�^�W�Z��K��/Z�/dK�K�Yh��^�K��^�W�^^K�^ ?�K�Yh��
�h�WZ��/^K�^���Z ? ?
Você precisa entender que em nosso estudo iremos utilizar a conceituação
jurídica, onde a pessoa é o ente físico ou moral, susceptível de direitos e
obrigações, é o sujeito da relação jurídica, o sujeito de direito.
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
21 
 
9A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só poderá ser vinculada indiretamente ao 
responsável. Compreende: A ¹responsabilidade por fato de terceiro; a ²responsabilidade pelo fato 
do animal; e a ³responsabilidade pelo fato da coisa. 
 
¹RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO, art. 932: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos ecuratelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
 
O artigo 932 é muito importante para fins de prova!! 
 
O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que ressarcir o dano causado por 
outrem, se este não for seu descendente, absoluta ou relativamente incapaz, poderá reaver o que 
pagou. 
 
Com relação a responsabilidade civil dos incapazes e a reparação do dano há outro artigo no código: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se 
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
E também o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: à?41 à? Art. 928: a única hipótese em que 
poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado 
nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civilà?. 
 
(FGV/ ALERJ ?2017) 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
22 
 
Adriano, 15 anos de idade, modelo de grande sucesso, com vários contratos com grifes 
internacionais, fotografado em capas de revistas de moda nacionais e internacionais, com 
evidente independência financeira, sai para passear na orla da cidade do Rio de Janeiro com 
seu cachorro da raça pitbull. Acontece que o animal, irritado com o barulho causado por um 
grupo de crianças que estavam em excursão escolar, consegue se soltar da coleira e morde três 
meninos, causando-lhes sérias lesões físicas e estéticas. Considerando que os pais de Adriano 
são pessoas de origem humilde e não dispõem de meios para arcar com a indenização, é 
correto afirmar que Adriano: apesar de menor absolutamente incapaz, responde civilmente 
pelos danos causados, devendo ser arbitrado valor equitativo de indenização. 
Comentários: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis 
¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar 
se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Gabarito: Correto. 
 
²RESPONSABILIDADE PELO FATO DO ANIMAL, caso do art. 936: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da 
vítima ou força maior. 
 
 
³RESPONSABILIDADE PELO FATO DA COISA: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas 
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em 
circulação. 
 
O art. 931 é caso de responsabilidade objetiva (independente de culpa). 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta 
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
 
 
O titular do domínio ou possuidor, ao usar coisa inanimada que lhe pertencer ou que tem permissão 
para possuir, pode originar acidentes lesivos ao patrimônio e à integridade física do terceiro, caso 
em que deverá reparar o dano causado. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
23 
 
Como exemplos podemos citar os prejuízos resultantes de: ruína total ou parcial de um edifício; 
queda de árvore; instalações domésticas; queda de elevador por falta de conservação. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que 
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
Funda-se na obrigação geral de não colocar em risco a coletividade. 
 
6.8 ? A COAUTORIA E A SOLIDARIEDADE 
Se houver coautoria ou cumplicidade no fato lesivo, responderão estas pessoas solidariamente, de 
acordo com o art. 942: 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à 
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão 
solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas 
designadas no art. 932. 
 
Assim a solidariedade possibilita que qualquer um dos codevedores seja demandado pelo total da 
dívida, permite que o titular do crédito possa exigir de qualquer deles o que lhe é devido e instaura 
o direito de reembolso do devedor, que, demandado pelo débito solidário, satisfez a dívida por 
inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está autorizado nos arts. 930 e 934: 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o 
autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 
188, inciso I). 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele 
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
 
(NC-UFPR / UFPR ?2017) 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
24 
 
Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por 
quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
Comentários: 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago 
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou 
relativamente incapaz. 
Gabarito: Correto. 
 
6.9 ? OUTRAS SITUAÇÕES 
A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no art. 939: 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o 
permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros 
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. 
 
Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação de cobrança de dívida, pede 
mais do que aquilo a que faz jus. 
Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que falta para o vencimento, 
descontar os juros correspondentes e pagar as custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão 
somente as custas vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. 
 
A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias 
recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o 
dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver 
prescrição. 
 
Este artigo trata do excessode pedido, e tem por finalidade impedir que se exija uma segunda vez, 
dívida que já foi paga no todo ou em parte. 
 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação 
antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que 
prove ter sofrido. 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
25 
 
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter respondido, não se aplicarão as penas 
previstas, salvo se o réu (devedor) tiver tido algum prejuízo por conta da ação. 
 
6.10 ? A RESPONSABILIDADE CIVIL E SUA RELAÇÃO COM A ESFERA PENAL 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre 
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas 
no juízo criminal. 
 
Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em relação à criminal. O 
indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano 
civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar 
contas de seu ato na esfera criminal. 
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do fato ou de quem seja o 
seu autor, se estas questões já estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-
las na esfera civil. 
 
(NC-UFPR / UFPR ?2017) 
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando essas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
Comentários: 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais 
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
Gabarito: Correto. 
 
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém 
a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por 
quem ele responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou, ainda, de simples 
imposição legal. 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
26 
 
Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a responsabilidade civil relacionada aos 
contratos de transporte, tal temática é encontrada nos artigos abaixo (A cobrança deste assunto, 
quando ocorre, tende a literalidade da lei. Se você tiver dúvidas com relação a algo, por favor, entre 
em contato conosco): 
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a cumprir o contrato 
relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas. 
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da 
totalidade do percurso. 
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a 
responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, 
salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade. 
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o 
limite da indenização. 
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida 
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade 
ou cortesia. 
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, 
o transportador auferir vantagens indiretas. 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao final da nossa aula, e mais uma vez reiteramos o pedido de que façam todas as 
questões propostas, e caso fiquem em dúvida entrem em contato através do fórum. 
Bons estudos! 
Aline Baptista Santiago. 
 
 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
27 
 
8. RESUMO DA MATÉRIA 
8.1 O ATO ILÍCITO, para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo ao direito 
subjetivo individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial. Assim 
está normatizado no artigo 186 do CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, ¹violar direito e 
²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Lembre-ƐĞ�ƋƵĞ�Ă� “ĐƵůƉĂ ?�ŶŽ�ĚŝƌĞŝƚŽ�Đŝǀŝů� ?ƐĞŶƚŝĚŽ�ĂŵƉůŽ ?�ĐŽŵƉƌĞĞŶĚĞ�ƚĂŶƚŽ�Ž�ĚŽůŽ�ĐŽŵŽ�Ă� culpa. 
YƵĂŶĚŽ�ĨĂůĂ�Ğŵ� “ĂĕĆŽ�ŽƵ�ŽŵŝƐƐĆŽ�ǀŽůƵŶƚĄƌŝĂ ?�ƐĞ�ƌĞĨĞƌĞ�ĂŽ�dolo ? que é a situação em que o agente 
quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. 
 
8.2 A CULPA, ƐĞŐƵŶĚŽ�Ž�Ăƌƚ ?� ? ? ? ?�ǀĞŵ�ĞƐƚĂƚƵşĚĂ�ƉĞůĂ�ĞdžƉƌĞƐƐĆŽ� “ŶĞŐůŝŐġŶĐŝĂ�ŽƵ�ŝŵƉƌƵĚġŶĐŝĂà?. Na 
conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante do resultado involuntário. A pessoa ou o 
agente, não prevê o resultado, mas existe a previsibilidade do evento, isto é, se olharmos 
objetivamente para o evento veremos que este era previsível. O agente é que não prevê o resultado, 
pois, se ele previsse o que iria acontecer e mesmo assim praticasse a conduta, estaria agindo com 
dolo e não com culpa. 
 
São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
³Nexo de causalidade entre: 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Casos de exclusão de ilicitude: são os atos lesivos que não são considerados ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido; 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
28 
 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo 
iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do 
perigo. 
 
Há, então, três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos 
direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. 
Informação: Não constitui ato ilícito a destruição de coisa alheia ou a lesão a pessoa a fim de remover 
perigo iminente. 
 
Mas lembre-se de que, em regra, todo aquele que causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo. 
 
8.3 FORMAS DE RESPONSABILIDADE: 
9Responsabilidade extracontratual ou aquiliana. (está relacionada ao ilícito civil) 
9Responsabilidade contratual. (está relacionada ao inadimplementode obrigação ? o não 
cumprimento de obrigações) Exemplo: Se um escritor, culposamente ou não, não entregar ao editor, 
no prazo estipulado no contrato, a obra prometida. 
 
Quanto ao fundamento: 
9Responsabilidade Subjetiva ? Depende de culpa do agente. 
9Responsabilidade Objetiva - independe de culpa. Exemplo: O empregador ou comitente, por ato 
lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes competir ou em 
razão dele, responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco importando que se 
demonstre que não concorreu para o prejuízo por culpa ou negligência de sua parte. 
(responsabilidade objetiva por fato de terceiro ? não precisa demonstrar a concorrência de culpa) 
 
8.4 ALGUMAS ESPÉCIES DE CULPA: 
O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem carta de habilitação, 
ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana (culpa extracontratual, culpa por não ter tido o 
devido cuidado) 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
29 
 
Culpa in comittendo ? relacionada a uma ação 
Culpa in omittendo ? relacionada a uma omissão 
Culpa in ilegendo - relacionada a má escolha do preposto 
Culpa in vigilando ?relacionada a falta de atenção com o procedimento de outrem, cuja pessoa é 
responsável 
Culpa in custodiendo ? falta de cautela ou atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob 
os cuidados do agente, que provoca dano a alguém. 
 
Alguns casos de responsabilidade por fato de terceiro e independentemente de culpa do 
responsável (responsabilidade objetiva): 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele 
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
 
Informação: A responsabilidade, fundada no risco, consiste na obrigação de indenizar o dano 
produzido por atividade exercida no interesse do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer 
indagação sobre o comportamento do lesante. 
 
8.5 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO: 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
 
Outras informações: 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
30 
 
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos de seus prepostos 
para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve culpa in eligendo ou in 
vigilando. 
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao consertar 
canalização de água, enquanto atendia a cliente seu. 
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao lesado, por ato 
lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. (se houver culpa do empregado) 
 
Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos produtos postos em 
circulação. 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas 
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em 
circulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
31 
 
9 ? QUESTÕES 
9.1 ? QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP / PC-BA ? 2018) 
A respeito da responsabilidade civil, assinale a alternativa correta. 
(A) A indenização mede-se pela extensão do dano, não podendo ser reduzida pelo juiz, mesmo na 
existência de excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano; se a vítima tiver 
concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a 
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
(B) A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que 
sobrevierem ao ofendido; se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, 
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso; considera-se 
ofensiva da liberdade pessoal a denúncia falsa e de má-fé. 
(C) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, no pagamento das 
despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família e na prestação de alimentos às 
pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida do alimentado. 
(D) No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos danos emergentes, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver 
sofrido, não sendo devidos lucros cessantes. 
(E) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, a 
indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, 
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, não podendo a 
indenização ser arbitrada e paga de uma só vez. 
 
Comentários: 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ă ?� ? errada. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o 
juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “ď ?� ? correta. 
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos 
que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no 
parágrafo único do artigo antecedente. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
32 
 
Art. 953. Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, 
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso. 
Art. 954. Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal: 
I - o cárcere privado;II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé; 
III - a prisão ilegal. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Đ ?� ? errada. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ě ?� ? errada. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o 
ofendido prove haver sofrido. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ğ ?� ? errada. 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou 
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à 
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez. 
Enunciado 48/CJF: à?K�ƉĂƌĄŐƌĂĨŽ�ƷŶŝĐŽ�ĚŽ�Ăƌƚà?�à?à?à?�ĚŽ�ŶŽǀŽ��ſĚŝŐŽ��ŝǀŝů�ŝŶƐƚŝƚƵŝ�ĚŝƌĞŝƚŽ�ƉŽƚĞƐƚĂƚŝǀŽ�
do lesado para exigir pagamento da indenização de uma só vez, mediante arbitramento do valor 
ƉĞůŽ�ũƵŝnjà?�ĂƚĞŶĚŝĚŽƐ�ŽƐ�ĂƌƚƐà?�à?à?à?�Ğ�à?à?à?�Ğ�Ă�ƉŽƐƐŝďŝůŝĚĂĚĞ�ĞĐŽŶƀŵŝĐĂ�ĚŽ�ŽĨĞŶƐŽƌà?à? 
Gabarito: Letra B. 
 
2. (VUNESP / TCE-SP ? 2017) 
Nos termos do Código Civil, assinale a alternativa correta. 
(A) Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se 
ressarcir do prejuízo sofrido. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
33 
 
(B) São bens públicos os de uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço 
ou estabelecimento da administração municipal. 
(C) Constitui ato ilícito a destruição da coisa alheia a fim de remover perigo iminente. 
(D) Não comete ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano 
a outrem. 
(E) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são alienáveis. 
 
Comentários: 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ă ?� ? correta. 
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para 
se ressarcir do prejuízo sofrido. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “ď ?� ? errada. 
Art. 99. São bens públicos: 
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da 
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Đ ?� ? errada. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo 
iminente. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ě ?� ? errada. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ğ ?� ? errada. 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto 
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
Gabarito: Letra A. 
 
 
 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
34 
 
3. (VUNESP / PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP ? 2017) 
No Direito Civil Brasileiro, por regra, a Responsabilidade Civil daquele que provoca dano a outrem é 
subjetiva, exigindo-se, pois, além da prova do nexo causal, a prova da negligência, da imprudência 
ou da imperícia. Sobre a temática, anote a opção correta. 
(A) No atual sistema, o incapaz jamais poderá ser responsabilizado pelas condutas danosas que 
praticar, recaindo o dever reparatório sempre aos seus representantes. 
(B) A prolação de sentença criminal que reconheça a responsabilidade de um agente pelo prejuízo 
experimentado por outro é exequível no Juízo Cível, sendo vedada a rediscussão sobre a existência 
do fato e a autoria. 
(C) São os empregadores, direta e objetivamente, responsáveis pela reparação dos danos causados 
por seus prepostos, caso em que a vítima será dispensada da prova do nexo causal entre a conduta 
do agente e o dano. 
(D) O ascendente que reparar o dano causado por seu descendente relativamente incapaz terá 
contra este direito de regresso. 
(E) Transmitem-se por sucessão os direitos reparatórios, não sendo verdadeira a recíproca no que 
concerne à responsabilidade indenizatória, esta intransmissível. 
 
Comentários: 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ă ?� ? errada. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “ď ?� ? correta. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre 
a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas 
no juízo criminal. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Đ ?� ? errada. 
O empregador responde pela conduta de seus empregados no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele. Só que esta responsabilidade objetiva é também indireta, e neste caso, 
a culpa do empregado, em sentido amplo, será levada em conta. 
Assim, para que esta responsabilidade objetiva ocorra, é necessário verificar se todos os 
pressupostos da responsabilidade civil estão presentes na conduta do empregado. Como por 
exemplo, se ele de fato agiu com dolo ou culpa, ou se foi um caso fortuito ou força maio, ou, até 
mesmo, culpa exclusiva da vítima. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ě ?� ? errada. 
Aline Baptista Santiago, Paulo H M Sousa, Renata Armanda
Aula 06
Direito Civil p/ TJ-PA (Analista Judiciário - Direito e Oficial de Justiça) Com Videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
1278133
28931645015 - ILDARA NUNES VARGAS
 
 
 
 
35 
 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele 
por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente 
incapaz. 
 
�ůƚĞƌŶĂƚŝǀĂ� “Ğ ?� ? errada. 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. 
Gabarito: Letra B. 
 
4. (VUNESP / CÂMARA DE COTIA ? SP ? 2017) 
Em aplicação à teoria da responsabilidade civil objetiva, são também responsáveis pela reparação 
civil 
(A) os herdeiros necessários, pelos danos decorrentes da prática de homicídio. 
(B) os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
(C) os parentes, até o terceiro grau, em relação ao credor prejudicado por ato praticado em fraude 
contra credores. 
(D) o empregador, pelos atos praticados pelos seus empregados, no exercício ou não do trabalho 
que lhes competir. 
(E) o dono de animal, pelos danos causados por este, ainda que haja culpa exclusiva da vítima. 
 
Comentários: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no

Outros materiais