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Direito Romano

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Direito Romano
Direito Romano é o nome que se dá ao conjunta de princípio, preceitos e leis utilizados na antiguidade pela sociedade de Roma e seus domínio. Pode ser definido como um conjunto de normas que os romanos criaram para si como direito, vigorando desde a fundação da cidade de Roma até a morte do imperador do Oriente Justiniano, constituindo-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos criados desde sempre, influenciando diversas culturas em tempos diferentes.
O direito teve um papel fundamental no processo de colonização romana ao estabelecer as normas que regiam as relações humanas daquela sociedade além de apresentar autoridade e liberdade como termos complementares. Sendo assim, foi decisivo para entender a evolução da mentalidade europeia, proporcionando ferramentas uteis aos juristas modernos.
Ulpiano resumiu em três os conceitos pelos quais devia ser regida a sociedade romana: não prejudicar ninguém, que significa dizer que as leis devem proteger as pessoas e os bens; viver honestamente, que se refere à importância do direito romana como veículo de garantia de honestidade, estabelecendo sanções adequadas aos que apresentarem comportamento contrário; e dar a cada um aquilo que lhe corresponde, ou seja, não limitar-se a cumprir a lei, mas estabelecer quais prerrogativas correspondem a cada pessoa.
O estudo do direito romano se faz útil, principalmente no que toca sua evolução histórica, pois é nele que se encontra as bases do direito, aplicadas a casos milenares de forma essencialmente idêntica há como são aplicadas a casos modernos. O estudo histórico se divide em três períodos: arcaico, clássico e pós-clássico.
O direito no período arcaico se caracterizou por seu formalismo e primitividade, com regras religiosas, guerra e punição dos delitos mais graves, foi um direito extremamente cruel.
A transição para o período clássico vem da conquista romana de todo Mediterrâneo, exigindo inovações e aperfeiçoamentos do direito, no entanto a evolução se deu mormente por modificações práticas, aplicadas pelos magistrados e jurisconsultos a casos concretos.
Estes magistrados eram os pretores e juristas, eles publicavam editos, que, numa analogia atual, pode-se comparar com às súmulas de jurisprudência, porém mais poderosos, a ponto de substituir o ius civile. Aos juristas de maior prestígio deram-se o nome de jurisconsulto, cujo parecer tinha força obrigatória, seu método era averso a generalizações.
O período pós-clássico se resume a uma codificação do legado jurídico clássico com as constituições imperiais, acompanhando a decadência da civilização em quase todos os setores, sendo nesse momento o surgimento da necessidade de superar a natural aversão romana à codificação.
O esforço hercúleo de colecionar todo o direito clássico vigente foi obra de Justiniano, compilando três milhões de linhas redigidas por jurisconsultos clássicos, o código, das constituições imperiais, as Institutas, manual de direito para estudantes e as Novellae, formando assim o Corpus Iuris Civilis, sendo essa codificação de Justiniano a preservação do direito romano para a posteridade.
Durante a existência da sociedade Romana, seu Direito evoluía de acordo com sua organização de poderes e classes sociais, a forma de governo e as sociedades que caíam sob seu domínio, brotando as fontes do direito que daria sustento aos modernos sistemas jurídicos vigentes, podendo ter um caráter mais informativo e histórico, mas também ser as instituições de ondem provém a jurisprudência e o sistema jurisprudencial.
A cidade de Roma teve como sistemas de governo: a Realeza, a República e o Império, sendo que nos dois primeiros o Direito teve grande participação popular em suas decisões, enquanto que durante o império, a autoridade delegada ao chefe supremo lhe permitia de “próprio punho” a elaboração das normas.
A principal fonte do Direito em Roma durante o período em que os reis eram governantes maiores foi o costume dos antepassados, o mos maiorum, tinham caráter religioso e, eram elaboradas não só por ele, mas também, pelos pontífices. Essa fonte foi a forma primordial e transpôs o período da Realeza chegando à República Romana, ela consistia na interpretação dos fatos jurídicos estabelecidos pelas práticas históricas da sociedade, seguindo a suposta vontade dos deuses.
Com o surgimento da lei escrita, o costume foi institucionalizado, passando a vigorar ao lado da lex, esta que por sua vez trouxe a possibilidade de registro daquilo que fosse Direito, distinguindo os conceitos de norma e costume, incluindo-se nele toda e qualquer norma escrita.
São exemplos de fontes do direito romano: Costumes; Lei e Plebiscito, aprovados por manifestação popular; Senatus-Consultos, decisões tomadas pelo senado; Constituições Imperiais, interpretação legal do direito realizada pelo imperador; Editos de Magistrados, uma espécie de promessa de eleitoral; Jurisprudência, decisões dos magistrados, utilizada até hoje no mundi jurídico, inclusive no Brasil.
O direito romano teve grande influência na formação jurídica do Brasil, a partir do século XII, surgiram várias escolas do Direito, que proporcionaram a criação do direito comum, por meio da aplicação e prática de suas normas, como por exemplo a escola Jusnaturalista. Através das Ordenações de Portugal o direito romano teve aplicações práticas no Brasil até a instituição do Código Civil de 1916, influenciando ainda na elaboração da constituição federal. Algumas das soluções jurídicas romanas, especialmente de direito privado, provaram-se atemporais, sendo adotadas até hoje.
O Imperio Romano não se destacou apenas no que se refere ao direito, mas também em suas obras, tais como pontes, represas e arquedutos impressionando até hoje pelo domínio da técnica e poderio, além de ser o transporte para a expansão do cristianismo e latim.
É de suma importância o conhecimento do Direito Romano nos dias atuais, pois foi ele que trouxe o equilíbrio nas interações sociais. O direito que todos exercemos e é tutelado pelo Estado, tem origem no Direito Romano, que rompeu as barreias do tempo até chegar aos dias atuais, redesenhando a nossa realidade ou permanecendo institutos daquela época.

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