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Aula 6 Derivadas Direcionais e o Vetor Gradiente MA211 - Cálculo II Marcos Eduardo Valle Departamento de Matemática Aplicada Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas Derivadas Direcionais Suponha que desejamos calcular a taxa de variação de z = f (x),x = (x1, x2, . . . , xn), no ponto a = (a1,a2, . . . ,an) na direção de um vetor unitário u = (u1, . . . ,un). Lembre-se que um vetor u é unitário se ‖u‖ = 1. Exemplo 1 Suponha que f (a) é a temperatura no ponto a numa sala com ar-condicionado mas com a porta aberta. Se movemos na direção da porta, a temperatura irá aumentar. Porém, se movemos na direção do ar-condicionado, a temperatura irá diminuir. A taxa de variação de z = f (x) em a na direção de u é a derivada direcional. Note que derivada direcional de depende tando do ponto a como da direção u na qual afastamos de a. Definição 2 Derivada Direcional Seja f : D → R uma função de n variáveis, isto é, D ⊆ Rn. Considere um ponto a no interior de D e u ∈ Rn um vetor com ‖u‖ = 1. A derivada direcional de f em a na direção u é Duf (a) = lim h→0 f (a+ hu)− f (a) h , se esse limite existir. Observação A distância entre a e a+ hu é |h|. Logo, o quociente f (a+ hu)− f (a) h representa a taxa média de variação de f por unidade de distância sobre o segmento de reta de a à a+ hu. Derivada Direcional e as Derivadas Parciais A derivada direcional generaliza as derivadas parciais no seguinte sentido. A derivada direcional de f em a na direção da i-ésima componente da base canônica, ou seja, ei = (0, . . . ,0, 1︸︷︷︸ i-ésima componente ,0, . . . ,0) é a derivada parcial de f em a com respeito à xi , ou seja, Dei f (a) = ∂f ∂xi (a) = fxi (a) = Di f (a). Derivadas Parciais e a Derivada Direcional Considere a função g : R→ R dada por g(h) = f (a+ hu). Por um lado, note que g′(0) = lim h→0 g(h)− g(0) h = lim h→0 f (a+ hu)− f (a) h = Duf (a). Por outro lado, da regra da cadeia concluímos que g′(h) = ∂f ∂x1 dx1 dh + ∂f ∂x2 dx2 dh + . . .+ ∂f ∂xn dxn dh . Agora, x(h) = a+hu = (a1 +hu1,a2 +hu2, . . . ,an+hun). Logo, dx1 dh = u1, dx2 dh = u2, . . . , dxn dh = un. Portanto, tem-se g′(0) = ∂f ∂x1 ∣∣∣∣ a u1 + ∂f ∂x2 ∣∣∣∣ a u2 + . . .+ ∂f ∂xn ∣∣∣∣ a un = n∑ j=1 ∂f ∂xj ∣∣∣∣ a uj . Teorema 3 Se f é uma função diferenciável em a, então f tem derivada direcional para qualquer vetor unitário u e Duf (a) = n∑ j=1 ∂f ∂xj ∣∣∣∣ a uj Observação: Qualquer vetor unitário u ∈ R2 pode ser escrito como u = (cos θ, sen θ), para algum angulo θ. Nesse caso, Duf (x , y) = fx(x , y) cos θ + fy (x , y) sen θ. Teorema 3 Se f é uma função diferenciável, então f tem derivada direcional para qualquer vetor unitário u e Duf (x) = n∑ j=1 ∂f ∂xj uj Observação: Qualquer vetor unitário u ∈ R2 pode ser escrito como u = (cos θ, sen θ), para algum angulo θ. Nesse caso, Duf (x , y) = fx(x , y) cos θ + fy (x , y) sen θ. Vetor Gradiente A derivada direcional de f na direção u pode ser escrita em termos do seguinte produto escalar Duf (x) = n∑ j=1 ∂f ∂xj uj = ( ∂f ∂x1 , ∂f ∂x2 , . . . , ∂f ∂xn ) ︸ ︷︷ ︸ vetor gradiente ·u. Definição 4 (Vetor Gradiente) O gradiente de uma função f , denotado por ∇f ou grad f , é a função vetorial cujas componentes são as derivadas parciais, ou seja, ∇f = ( ∂f ∂x1 , ∂f ∂x2 , . . . , ∂f ∂xn ) . Vetor Gradiente A derivada direcional de f na direção u pode ser escrita em termos do seguinte produto escalar Duf (x) = n∑ j=1 ∂f ∂xj uj = ( ∂f ∂x1 , ∂f ∂x2 , . . . , ∂f ∂xn ) ︸ ︷︷ ︸ vetor gradiente ·u = ∇f · u. Definição 4 (Vetor Gradiente) O gradiente de uma função f , denotado por ∇f ou grad f , é a função vetorial cujas componentes são as derivadas parciais, ou seja, ∇f = ( ∂f ∂x1 , ∂f ∂x2 , . . . , ∂f ∂xn ) . Interpretação do Vetor Gradiente Sabemos que o produto escalar de dois vetores a e b satisfaz: a · b = ‖a‖‖b‖ cos θ, em que θ é o angulo entre a e b. Assim, podemos escrever Duf = ∇f · u = ‖∇f‖ ‖u‖︸︷︷︸ =1 cos θ = ‖∇f‖ cos θ. O valor máximo de cos θ é 1, e isso ocorre quando θ = 0. Logo, Teorema 5 O valor máximo da derivada direcional Duf de uma função diferenciável é ‖∇f‖ e ocorre quando u tem a mesma direção e sentido que ∇f . Em outras palavras, a maior taxa de variação de f (x) ocorre na direção e sentido do vetor gradiente. Em R2... Considere uma função f de duas variáveis x e y e uma curva de nível dada pelo conjunto dos pontos {r(t) = (x(t), y(t)) : f (x(t), y(t)) = k}. Se P = (x(t0), y(t0)), então pela regra da cadeia, temos que ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt = 0 ⇐⇒ ∇f (x0, y0) · r′(t0) = 0, em que x0 = x(t0), y0 = y(t0) e r ′(t0) = (x ′(t0), y ′(t0)) é o vetor tangente a curva de nível em P. Conclusão: O vetor gradiente ∇f (x0, y0), além de fornecer a direção e sentido de maior crescimento, é perpendicular à reta tangente à curva de nível de f (x , y) = k que passa por P = (x0, y0). Em R3... O vetor gradiente ∇F (x0, y0, z0), além de fornecer a direção e sentido de maior crescimento, é perpendicular ao plano tangente à superfície de nível de F (x , y , z) = k que passa por P = (x0, y0, z0). O plano tangente à superfície F (x , y , z) = k em P = (x0, y0, z0) é dado por todos os vetores que partem de (x0, y0, z0) e são ortogonais ao gradiente ∇F (x0, y0, z0), ou seja, a equação do plano tangente é: ∇f (x0, y0, z0) · (x − x0, y − y0, z − z0) = 0. A reta normal a superfície F (x , y , z) = k em P = (x0, y0, z0) é dada pelo gradiente ∇F (x0, y0, z0), ou seja, (x − x0, y − y0, z − z0) = λ∇f (x0, y0, z0), λ ∈ R. Alternativamente, suas equações simétricas são x − x0 Fx(x0, y0, z0) = y − y0 Fy (x0, y0, z0) = z − z0 Fz(x0, y0, z0) . Exemplo 6 Determine a derivada direcional Duf (x , y) se f (x , y) = x3 − 3xy + 4y2, e u é o vetor unitário dado pelo ângulo θ = pi/6. Qual será Duf (1,2)? Exemplo 6 Determine a derivada direcional Duf (x , y) se f (x , y) = x3 − 3xy + 4y2, e u é o vetor unitário dado pelo ângulo θ = pi/6. Qual será Duf (1,2)? Resposta: Duf (x , y) = 1 2 ( 3 √ 3x2 − 3x + (8− 3 √ 3)y) ) e Duf (1,2) = 13− 3√3 2 . Exemplo 7 Determine a derivada direcional da função f (x , y) = x2y3 − 4y , no ponto P = (2,−1) na direção do vetor v = 2i+ 5j. Exemplo 7 Determine a derivada direcional da função f (x , y) = x2y3 − 4y , no ponto P = (2,−1) na direção do vetor v = 2i+ 5j. Resposta: Duf (2,−1) = 32√ 29 . Exemplo 8 Se f (x , y , z) = x sen yz, a) determine o gradiente de f , b) determine a derivada direcional de f no ponto (1,3,0) na direção v = i+ 2j− k. Exemplo 8 Se f (x , y , z) = x sen yz, a) determine o gradiente de f , b) determine a derivada direcional de f no ponto (1,3,0) na direção v = i+ 2j− k. Resposta: a) O gradiente de f é ∇f (x , y , z) = (sen yz, xz cos yz, xy cos yz). b) A derivada direcional é Duf (x , y , z) = 3 ( − 1√ 6 ) = − √ 3 2 . Exemplo 9 Suponha que a temperatura no ponto (x , y , z) do espaço seja dada por T (x , y , z) = 80 1 + x2 + 2y2 + 3z2 , em que T é medida em graus Celsius e x , y e z em metros. Em que direção no ponto (1,1,−2) a temperatura aumenta mais rapidamente? Qual é a taxa máxima de aumento? Exemplo 9 Suponha que a temperatura no ponto (x , y , z) do espaço seja dada por T (x , y , z) = 80 1 + x2 + 2y2 + 3z2 , em que T é medida em graus Celsius e x , y e z em metros. Em que direção no ponto (1,1,−2) a temperatura aumenta mais rapidamente? Qual é a taxamáxima de aumento? Resposta: A temperatura aumenta mais rapidamente na direção −i− 2j+ 6k e a taxa de aumento é 5 8 √ 41 ≈ 4oC/m. Exemplo 10 Determine as equações do plano tangente e da reta normal no ponto (−2,1,−3) ao elipsoide x2 4 + y2 + z2 9 = 3. Exemplo 10 Determine as equações do plano tangente e da reta normal no ponto (−2,1,−3) ao elipsoide x2 4 + y2 + z2 9 = 3. Resposta: A equação do plano tangente é 3x − 6y + 2z + 18 = 0. As equações simétricas da reta normal são x − 2 −1 = y − 1 2 = z + 3 −23 .
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