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1 FLUIDOTERAPIA EM PEQUENOS ANIMAIS Conceito: o É a prática de reposição líquida a um organismo que apresente um desequilíbrio hídrico qualquer. o Fluidoterapia X Soroterapia Indicações: o Repor deficiências hídricas corrigir a desidratação o Fornecer suporte nutricional o Repor eletrólitos essenciais o Manutenção do acesso vascular o Servir como um veículo de infusão o Proteger a função renal Tipos de desidratação: o Baseando-se na tonicidade do fluido Extra- Celular(LEC). o Desidratação isotônica perda de líquido isotônico osmolalidade permanece inalterada. ▪ Ex.: diarréias, vômitos, anorexia, glicosúria, etc o Desidratação hipotônica perda de líquido hipertônico do LEC ingurgitamento celular. 2 ▪ Ex.: hipoadrenocorticismo e uso excessivo de diuréticos o Desidratação hipertônica perda de líquido hipotônico e do Na no LEC água é trocada do LIC para o LEC desidratação celular ▪ Ex.: salivação excessiva, convulsões, diabetes insípida, etc Severidade da desidratação % de desidratação Sinais Clínicos < 5% • Não detectável; a anamnese pode sugerir desidratação 5 – 6 % • Perda sutil da elasticidade cutânea 6 – 8 % • Demora definida no retorno da pele à posição normal • Ligeiro prolongamento do tempo de perfusão capilar • Olhos podem estar fundos na órbita • Membranas mucosas podem estar ressecadas 8 – 10 % • Agravamento dos sinais anteriores 10 – 12% • A pele levantada permanece no lugar • Prolongamento do tempo de perfusão capilar • Olhos fundos nas órbitas • Membranas mucosas ressecadas • Possíveis sinais de choque(aumento da freqüência cardíaca, pulso fraco) 12 – 15% • Sinais de choque, colapso e depressão severa • Morte iminente 3 Considerações • Em cães obesos a gordura facilita o deslizamento da pele, dando falsa impressão de hidratação. • Animal caquético pode parecer desidratado mesmo estando hidratado, pois o retorno da pele é naturalmente mais lento pelo falta de tecido adiposo. • Considere sempre o histórico do animal. • Esta avaliação é subjetiva, e depende da experiência do clínico. O importante é que o mesmo clinico que avaliou, proceda a fluidoterapia e posteriormente reavalie o animal para que possa adquirir a prática necessária. • Para auxiliar nessa avaliação podemos incluir: - hematócrito: na desidratação espera-se hemoconcentração, logo um Ht elevado. Cuidado com animais anêmicos. - Proteína total: Espera-se aumento . Cuidado com animais com hipoproteinemia (ex.: animais desnutridos, hepatopatas ou com glomerulopatias ) - densidade urinária: Animais com rins normais concentram a urina em casos de desidratação. Objetivos da fluidoterapia o É restaurar o volume e a composição de líquidos corporais. 4 Tipos de fluidos: o Cristalóides são soluções contendo solutos eletrólitos e não-eletrólitos capazes de penetrar em todos compartimentos fluidos do organismo ▪ Fluidos de reposição – possuem osmolalidade semelhante ao plasma • Acidificantes – Ringer simples, salina isotônica. o alcalose • Alcalinizantes – Ringer com lactato o Diarréias, enfermidades metabólicas, doença renal. ▪ Fluidos de manutenção – potencial osmótico menor do que o encontrado nos fluidos de reposição (menos Na e mais K) ▪ 20 – 30 minutos LEC o Colóides são substâncias de alto peso molecular que ficam restritas ao compartimento plasmático. ▪ Uso somente pro via endovenosa ▪ Expansores plasmáticos ▪ Uso em pacientes politraumatizados e hipovolêmicos; hipovolêmicos e hipoproteicos; hipovolêmicos e com edema cerebral/pulmonar; pacientes em choque. 5 Soluções mais utilizadas em medicina veterinária o Solução isotônica de cloreto de sódio: ▪ NaCl a 0,9%, pH=5,0 ▪ Utilizado nas alcaloses ▪ Concentração de Na semelhante ao do plasma ▪ Concentração de Cl > que a do plasma o Solução hipertônica de cloreto de sódio: ▪ Soluções a 5 e a 7,5% ▪ Dose: • 5% 6 – 10 mL/kg taxa máxima = 1mL/kg/min • 7,5% 4 – 8 mL/kg taxa máxima = 1mL/kg/min • Gatos 2 mL/kg taxa máxima = 1mL/kg/min ▪ Promove a rápida expansão do volume intravascular ▪ Indicações politraumatismos, queimaduras, pancreatite aguda, síndrome torção-vólvulo gástrica ▪ Pode ser associada com colóides ▪ Animais desidratados?? ▪ Reações adversas hipernatremia o Soluções de Ringer precursores de bicarbonato: ▪ Solução de Ringer com lactato: • Osmolalidade semelhante ao do plasma • Possui lactato convertido em bicarbonato no fígado • Utilizada nos casos de acidose 6 • Evitar o uso em hepatopatas e em pacientes hipercalêmicos ▪ Solução de Ringer acetato • Transformação de acetato em bicarbonato nos músculos • Pode ser usada em animais hepatopatas. o Solução de Ringer: ▪ Não contém lactato ▪ Levemente acidificante ▪ Contém mais cloro e cálcio ▪ Ideal nas alcaloses o Soluções glicosadas ▪ Concentração de glicose variável 5% ou 50% ▪ 5% isotônica; repões água (não contém eletrólitos) ▪ 50% hipertônica; uso somente pela via EV ou intraóssea o Solução glicofisiológica ▪ Glicose a 5% + NaCl a 0,9% ▪ Fluido hipotônico 7 Na+ (mmol/l) K+ (mmol/l) Cl- (mmol/l) HCO3- (mmol/l) glicose (g/l) Ca++ (mmol/l) osmolalidade (mOsm/l) NaCl 0,9% 154 154 308 Glicose 5% 5 252 Ringer 148 4 156 3 (Ca) 310 Ringer lactato 130 4 109 28 (lact) 2 (Ca) 272 Aditivos o KCl: ▪ Suplementar nos casos de hipocalemia gastroenterites prolongadas, IR poliúrica ▪ KCl 15 a 30 mEq/L (KCl 19,1% = 2,56 mEq/mL). ▪ Valor de manutenção mínimo ▪ Velocidade máxima de infusão 0,5 mEq/kg/hora ou 30 mEq/L por hora Potássio sérico (mEq/L) mEq KCl para 250 ml de fluido Velocidade máxima de infusão (ml/kg/hora) < 2.0 20 6 2.1 – 2.5 15 8 2.6 – 3.0 10 12 3.1 – 3.5 7 18 > 3,5 – < 5,0 5 25 o Bicarbonato de sódio: ▪ Agente alcalinizante correção da acidose metabólica ▪ Indicada se o pH for < 7,1 ▪ Dose 1 a 3 mEq/kg/dia ▪ Gasometria: • PC (kg) x 0,3 x [25 – HCO3 (mEq/L)] 8 ▪ Não diluir em soluções que contenham cálcio o Glicose: ▪ Vômito, diarréia hipoglicemia ▪ Adição de 50 a 100 mL de solução de glicose a 50% para cada litro de fluido solução 2,5 a 5% o Fosfatos ▪ P íons basicamente intracelular ▪ Suplementação com fosfato de potássio ▪ Dose 0,01 a 0,03 mMol/kg/hora (cerca de 3 a 9 mg/kg/hora) IV lentamente por mais de 6 horas ▪ Não diluir em soluções que contenham cálcio Vias de administração o Intravenosa ▪ Preferível em pacientes severamente doentes ▪ Perda severa de fluidos ou perda de forma aguda ▪ Anestesia manter a perfusão renal e acesso venoso ▪ Um volume grande pode ser dado rapidamente ▪ Acesso: • Jugular, cefálica, safena lateral e femorais o Subcutânea ▪ Conveniente para cães e gatos de pequeno porte 9 ▪ Possibilita a administração domiciliar ▪ Indicadas para fluidos isotônicos ▪ 10mL/kg ou 50 a 200mL por local ▪ Não administrar soluções que contenham glicose ▪ Contra-indicado em pacientes em choque, hipotérmicos e severamente desidratados o Oral ▪ Via mais fisiológica ▪ Indicado para a administração de soluções hipertônicas e hipercalóricas ▪ Contra-indicado choqueou grandes perdas; paciente hipotérmicos; vigência de vômitos; pacientes inconscientes o Intraósseo ▪ Utilizada quando o acesso venoso é problemático ▪ Filhotes ▪ Fluxo de infusão deve ser lento ▪ Locais tuberosidade da tíbia, fossa trocantérica do fêmur, asa do íleo, tubérculo maior do úmero. ▪ Anestesia local ▪ Assepsia osteomielite o Intraperitoneal ▪ Permite a absorção rápida de grandes volumes ▪ Uso apenas de fluidos isotônicos 10 ▪ Complicações peritonite Esquema fluidoterápico básico: o 3 partes fundamentais: ▪ Fluidoterapia de reposição ▪ Fluidoterapia de manutenção ▪ Fluidoterapia de perdas contínuas o Fluidoterapia de reposição ▪ Restauração do volume de água perdido pelo animal durante o processo de desidratação ▪ Reposição em 3 dias: • 50% no primeiro dia • 25% no segundo • 25% no terceiro • %de desidratação x kg = quantidade em L 100 o Fluidoterapia de manutenção: ▪ Suprir a quantidade de água necessária para o metabolismo normal do organismo ▪ Manutenção 40 – 60 mL/kg/dia o Fluidoterapia de perdas contínuas: ▪ Dependente das possíveis perdas extraordinárias ▪ Diarréia e vômitos 11 ▪ Diarréia 50 mL/kg ▪ Vômito 40 mL/kg ▪ Vômito + diarréia 60 mL/kg Velocidade de administração o Respeitar o limiar renal fisiológico o 10mL/kg/hora o Calcular a quantidade de gotas por minutos o Equipos 15 gotas/mL o Gtm = volume do fluido (mL) 4 x tempo (h) Falhas na hidratação: o Erro no cálculo inicial. o Perdas atuais superiores às reposições calculadas o Infusão do fluido muito rapidamente o Perdas sensíveis aumentadas( ex.: poliúria) o Perdas insensíveis aumentadas (ex. febre , dispnéia) Sinais de superhidratação: o Corrimento nasal o Tosse o Taquipnéia o Ascite o Efusão pleural o Auscultação pulmonar alterada( sons adventícios descontínuos) 12
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