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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE FÍSICO-QUÍMICA - DFQ TERMODINÂMICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA QUÍMICA EXPERIMENTO: “LINHAS DE AMARRAÇÃO NO SISTEMA TERNÁRIO” PROFESSOR: Pedro Alijó COMPONENTES DO GRUPO: Andréia Mota Luana Gouveia Nara Gonçalves Vítor Borges Sumário 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2 – OBJETIVOS ............................................................................................................................... 5 3 – METODOLOGIA ........................................................................................................................ 5 3.1 – MATERIAIS ....................................................................................................................................... 5 3.2 – REAGENTES ...................................................................................................................................... 5 3.3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................................................... 5 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................ 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Diagrama de fases triangular .............................................................. 3 Figura 2 Diagrama ternário do tipo 1 ................................................................ 4 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Linhas de amarração da literatura, experimental e do modelo ..... 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1-Volumes adicionados em cada erlenmeyer ........................................ 6 Tabela 2 - Massas dos recipientes vazios e com suas respectivas soluções ... 7 Tabela 3 – Massas corrigidas e frações mássicas das misturas ....................... 7 Tabela 4 – Massas das provetas vazias e com suas soluções ......................... 8 Tabela 5 Massas das fases de cada mistura .................................................... 8 Tabela 6 - Propriedades de cada componente ................................................. 8 Tabela 7 Parâmetros da equação de Merchuk ................................................. 9 Tabela 8 Frações mássicas de cada componente em cada fase .................... 10 Tabela 9 – Frações molares de cada componente em cada fase ................... 10 3 1 – Introdução O sistema de equilíbrio líquido-líquido ternário (ELLT) é muito utilizado na indústria química em processos de extração. Na termodinâmica, o equilíbrio químico está relacionado à ausência de tendência para mudanças, não ocorrendo variações das propriedades macroscópicas do sistema com o tempo, com isso temperatura e pressão ficam constantes durante todo o processo. Em um sistema de equilíbrio líquido-líquido ternário (ELLT) e bifásico, de acordo com a regra das fases (F = 2 - + N), faz-se necessário a especificação prévia de três variáveis intensivas (pressão, temperatura e a razão entre as frações molares de dois componentes). A representação do sistema ternário é estruturada na geometria de prisma com base triangular. A base triangular corresponde a um triângulo equilátero e está associado às composições dos componentes. Os vértices do triângulo representam os componentes puros e os lados correspondem às misturas binárias dos componentes que aparecem nos dois vértices que compõe o lado. Figura 1 Diagrama de fases triangular Para a determinação da composição do sistema em um determinado ponto no diagrama, traça-se três retas paralelas as faces do triângulo, originárias deste ponto, sendo o valor obtido em cada face a fração molar ou mássica de cada componente. Além disso, existem faixas de composição onde se observa a presença de uma única fase, enquanto que há outras faixas em que se observa duas fases. A linha no diagrama triangular que separa essas regiões é denominada de curva binodal ou curva de solubilidade. Como o sistema estudado (cicloexano-água-etanol) forma um par de líquidos parcialmete miscíveis, a curva binodal usada para representar este sistema é do tipo 1, sendo representada na figura abaixo: Figura 2 Diagrama ternário do tipo 1 Neste diagrama, os pares de líquidos A/B e A/C são miscíveis em todas as proporções na temperatura estabelecida, enquanto que B e C são parcialmente miscíveis. As curvas DM e ME representam as fases conjugadas α e β, respectivamente e o ponto M é definido como ponto crítico, no qual os dois segmentos da curva binodal se encontram formando duas fases líquidas de mesma composição e densidade. Já a linha LPN representa uma linha de amarração, que consiste em retas que ligam pontos no diagrama caracterizando a composição das duas fases em equilíbrio. Qualquer conjunto de pontos que pertençam à região bifásica e que estejam sobre a mesma linha de amarração fornecerá fases superiores que possuirão propriedades termodinâmicas intensivas iguais (densidade, volume molar, entalpia molar, etc.), entretanto, sendo distintas as suas variáveis termodinâmicas extensivas (massa, volume, etc). O mesmo ocorre para as fases inferiores formadas a partir de composições globais localizadas sobre uma mesma linha de amarração. 2 – Objetivos Elaborar linhas de amarração utilizando o modelo NRTL para o diagrama de equilíbrio ternário com dois líquidos parcialmente miscíveis entre si, com o terceiro líquido miscível por completo. 3 – Metodologia 3.1 – Materiais • 1 balança de precisão; • 3 béqueres de 50 mL; • 1 pipeta graduada de 20 mL; • 2 pipetas graduadas de 5 mL; • 2 pipeta graduada de 1 mL; • 3 pêras; • 6 erlenmeyers de 125mL. • 6 provetas de 50mL; 3.2 – Reagentes • Etanol comercial (95% ºGL, 92,8 ºINPM); • Água destilada. • Cicloexano 3.3 – Procedimento Experimental Inicialmente, numerou-se e determinou-se a massa de três erlenmeyers limpo e seco, em seguida, a fim de obter composições globais dentro da região bifásica da curva binodal desse sistema ternário, pegou-se 3 pontos de cada extremidade da curva. Preparou-se 30mL de soluções conforme a tabela 1. Tabela 1-Volumes adicionados em cada erlenmeyer Ponto Experimental Volume Água (mL) Volume Cicloexano (mL) Volume Etanol comercial (mL) 1 1,5 18,0 10,5 1´ 1,5 18,0 10,5 2 2,4 21,0 6,6 2´ 2,4 21,0 6,6 3 3,6 24,0 2,4 3´ 3,6 24,0 2,4 Agitou-se cada solução por 5 minutos seguido de mais 10 minutos em repouso até que as duas fases ficassem completamente imiscíveis. Pesou-se 3 béqueres de 50mL vazios, em seguida com água destilada e com as soluções separadas. Todo o experimento foi feito em duplicata. Pesou-se 3 provetas de 50mL vazios, em seguida com as soluções preparadas. Com o auxílio de uma pipeta, retirou-se uma alíquota da fase menos densa da solução 1 e levou-se a mesma para uma proveta, pesando em uma balança analítica a massa do sistema. Em seguida, removeu-se uma alíquota da interfase, tomando o cuidado para não arrastar a fase menos densa, e levou-se a mesma para a proveta, pesando o sistema na balança. Repetiu-se este procedimento para as demais 5 soluções. 4 – Resultados e Discussão A determinação experimental das massas dos béqueres vazios e com as respectivas soluções estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Massasdos recipientes vazios e com suas respectivas soluções Béqueres Vazio (g) Água (g) Água + Cicloexano (g) Água + Cicloexano + Etanol (g) 1A 71,0962 72,5334 86,0460 94,2266 1B 70,2705 71,7165 85,2122 93,4151 2A 61,8671 64,2860 79,9223 85,0735 2B 93,2797 95,7017 111,3489 116,4973 3A 78,4512 82,0709 100,0333 101,9107 3B 85,1122 88,7295 106,6779 108,5399 A partir dos dados experimentais apresentados na Tabela 2, foi possível obter a massa de cada componente adicionado. Considerando o álcool de grau 92,8º INPM, as massas de etanol e água foram corrigidas. Os resultados das massas, assim como os valores de fração mássica para cada componente, podem ser visualizados na Tabela 3. Tabela 3 – Massas corrigidas e frações mássicas das misturas Provetas Massas corrigidas Fração mássica da mistura Água Cicloexano Etanol Água Cicloexano Etanol 1A 2,0262 13,5126 7,5916 0,0876 0,5842 0,3282 1B 2,0366 13,4957 7,6123 0,0880 0,5831 0,3289 2A 2,7898 15,6363 4,7803 0,1202 0,6738 0,2060 2B 2,7927 15,6472 4,7777 0,1203 0,6739 0,2058 3A 3,7549 17,9624 1,7422 0,1601 0,7657 0,0743 3B 3,7514 17,9484 1,7279 0,1601 0,7661 0,0738 As massa das provetas vazias, assim como as massas das fases inferiores com a interface e as massas das fases inferiores de cada solução são mostradas na tabela 4. Tabela 4 – Massas das provetas vazias e com suas soluções Provetas Vazio (g) Solução(g) Fase inferior + interface (g) Fase inferior (g) 1A 35,8959 58,3541 47,1872 45,1586 1B 35,8872 58,5862 47,3038 46,5110 2A 36,1426 58,9893 44,7688 43,2775 2B 36,3691 59,0899 44,1048 43,2883 3A 36,0688 59,1047 42,1659 40,4885 3B 36,0540 58,3775 41,6644 40,9031 Com os dados das Tabela 4, foi calculada a massa da fase inferior e da fase superior de cada solução. O somatório massas encontradas das fases apresentaram valores menores que o somatório das massas dos componentes adicionados nos béqueres. Para a correção, foi calculado a diferença entre a massa das soluções nos béqueres e o somatório das fases inferiores e superiores, e adicionado a metade da diferença em cada fases. Os valores da massa da fase superior e inferior das soluções podem ser visualizados na Tabela 5. Tabela 5 Massas das fases de cada mistura Provetas Massa da fase Inferior(g) Massa da fase superior(g) 1A 9,5988 13,5316 1B 10,8466 12,2980 2A 7,3148 15,8917 2B 7,1676 16,0500 3A 4,6315 18,8280 3B 5,4912 18,0265 As massas de cada fase das soluções para a construção das linhas de amarração, bem como a média das medidas, são mostradas na tabela 6. Tabela 6 - Propriedades de cada componente Componente Água Etanol Cicloexano Massa molar (g/mol) 18,0150 46,0690 84,1610 Massa específica (g/cm³) 0,9982 0,7890 0,7790 Para obtenção das composições na curva binodal utilizou-se como base a equação proposta por Merchuk et al, 1998; onde a relação entre as composições dos dois componentes menos solúvel em um ELLT do tipo I pode ser dada por: 𝑥2 = 𝐴𝑒 (𝐵𝑥1 𝐶−𝐷𝑥1 𝐸) Para a obtenção dos parâmetros A, B, C, D e E foram realizada a regressão não linear dos dados de composição mássica obtidos na prática da curva binodal do equilíbrio líquido-líquido ternário, utilizando a ferramenta Solver do Excel. Os parâmetros encontrados estão mostrados na Tabela 7. Tabela 7 Parâmetros da equação de Merchuk Parâmetro Valor A 1,0771 B -6,9896 C 0,6650 D 4,8735 E 6,8809 Sabendo a relação entre a fração mássica do cicloexano e a fração mássica da água, foram realizados os balanços de massa da água e do cicloexano. Obtivemos um sistema de duas equações e duas incógnitas, as frações mássicas de água na fase superior e inferior. Com a solução do sistema, a fração mássica do cicloexano foi obtido pela equação de Merchuk e a fração mássica do etanol pela relação 𝑥𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 1 − 𝑥á𝑔𝑢𝑎 − 𝑥𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑒𝑥𝑎𝑛𝑜, Os sistemas foram resolvidos utilizando a ferramenta Solver do Excel e as frações mássicas encontradas são apresentados na Tabela 8, onde o componente 1 é a água, 2 é o etanol e 3 o cicloexano. Tabela 8 Frações mássicas de cada componente em cada fase Fase superior Fase inferior Solução 𝑥1 𝑥2 𝑥3 𝑥1 𝑥2 𝑥3 1A 0,0029 0,0643 0,9328 0,2070 0,7003 0,0928 1B 0,0011 0,000 0,9989 0,1866 0,7042 0,1092 2A 0,0018 0,0272 0,9711 0,3775 0,5945 0,0280 2B 0,0020 0,0350 0,9630 0,3852 0,5882 0,0267 3A 0,0023 0,0455 0,9522 0,8013 0,1912 0,0075 3B 0,0012 0,0051 0,9937 0,6905 0,3028 0,0067 Com os dados de massa molar apresentados na Tabela 6 foi feita a conversão de fração mássica para fração molar dos componentes em cada fase de cada solução e os valores estão disponíveis na Tabela 9 Tabela 9 – Frações molares de cada componente em cada fase Fase superior Fase inferior Solução 𝑥1 𝑥2 𝑥3 𝑥1 𝑥2 𝑥3 1A 0,0128 0,1104 0,8768 0,4134 0,5469 0,0397 1B 0,005 0,000 0,995 0,384 0,567 0,048 2A 0,0081 0,0482 0,9437 0,6129 0,3774 0,0097 2B 0,0090 0,0617 0,9293 0,6203 0,3705 0,0092 3A 0,0103 0,0795 0,9102 0,9130 0,0852 0,0018 3B 0,0056 0,0093 0,9851 0,8521 0,1461 0,0018 Foram plotados com auxílio do Scilab (arquivo “ELLT linhas de amarração” enviado em anexo ) as linhas de amarração do equilíbrio liquido-liquido entre água, etanol e cicloexano, utilizando os valores de fração molar calculados, assim como sua comparação com os dados da literatura e os dados do modelo NTRL. Gráfico 1 – Linhas de amarração da literatura, experimental e do modelo Como os pontos utilizados para o modelo e experimental foram diferentes da literatura já era esperado que não houve sobreposição das linhas de amarração. Fazendo uma análise qualitativa pode se dizer que foram satisfatórios. As linhas de amarração apresentaram inclinações semelhante. Com exceção de um ponto experimental que apresentou grande desvio. Os valores experimentais das soluções em duplicata apresentaram muita diferença. O objetivo de se fazer as soluções em duplicata era para se obter uma média e a partir dos dados médios fossem plotados as linhas de amarração. Obtou-se por não fazer a média pois com os valores médios os desvios da literatura foram ainda maiores 5 – Conclusão Os dados obtidos na prática não se comportaram da maneira prevista pela literatura. Os erros podem estar relacionados a diversos motivos, os principais são o erro humano, na medição dos volumes adicionados as soluções, a perda de massa devido as transferências entre recipientes, a perda de massa do etanol devido a volatilidade e o ajuste de parâmetros da equação de Merchuk 6 - Referências Bibliográficas SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABOTT, M. M. Introdução à termodinâmica da engenharia química. 7 ed. Ltc, 2007. PLAČKOV, D.; ŠTERN, I. Liquid-liquid equilibria for ternary systems of cyclohexane-water and C1 to C3 alcohols: data and predictions. Fluid Phase Equilibria, v. 71, p. 189–209, 1992.
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