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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA RELATÓRIO DA PRÁTICA: EQUILÍBRIO DE FASE HETEROGÊNEO SISTEMA LÍQUIDO TERNÁRIO Aluno: Vítor Patrício da Silva Medeiros – 2017210275. Disciplina: Físico-Química Experimental. Professor: Antonio Luciano. Seropédica/RJ 2019 1. INTRODUÇÃO O estado de equilíbrio de um sistema fechado é aquele estado no qual a energia de Gibbs total é o mínimo em relação a todas as possíveis mudanças nas temperaturas e pressão especificadas. De acordo com Daniels et al. (1956), muitos pares de espécies químicas, quando misturadas em uma certa faixa de composições para formar uma única fase líquida, podem não satisfazer o critério de estabilidade. Consequentemente, nesta faixa de composições, tais sistemas se dividem em duas fases líquidas com composições diferentes. Se as fases estão em equilíbrio termodinâmico, o fenômeno é um exemplo de equilíbrio líquido-líquido, que é importante em muitas operações industriais como a extração com solventes. O conhecimento de dados de equilíbrio líquido-líquido é fundamental para o estudo dos processos de separação por extração. Geralmente os dados de equilíbrio líquido-líquido são representados por um gráfico triangular equilateral conhecido como curva binodal, que separa a região de duas fases da região homogênea. As composições das fases em equilíbrio podem ser determinadas através das linhas de amarração que representam as duas fases em equilíbrio. Conforme GonÇalves (1994), o diagrama de fases é um método gráfico claro e conciso de representação da situação de equilíbrio termodinâmico. Eles podem conter informação sobre o número de fases presentes, a composição de cada fase e a proporção entres essas fases. Porém, o diagrama de fases não possui nenhuma informação sobre a cinética da reação, ou seja, não diz nada sobre o intervalo de tempo necessário para que o sistema atinja o equilíbrio. O diagrama de fases ternarias representa o equilíbrio entre fases distintas com a presença de três componentes em função da temperatura. Nesse diagrama, as composições são representadas por coordenadas triangulares, como verifica-se na Figura 1. Nesse triangulo equilátero, cada aresta é dividida em 100 partes, sendo que cada divisão é intersectada por segmentos de reta paralelos às outras duas arestas. Quando se analisa um dos vértices, usando o C como exemplo, no composto tem somente o componente C, porém quando se analisa um ponto sobre a linha A-B, o composto possui componentes de A e B, não contendo C. A distância relativa de um ponto qualquer analisado a cada um dos vértices, pode-se exprimir em percentagem de mistura ternária dos componentes A, B e C. Figura 1 – Triangulo de composições, numa representação esquemática de um diagrama de fases ternário (coordenadas triangulares). Os diagramas de equilíbrio possuem como base a regra de fases de Willard Gibbs. Para que um sistema se encontre em equilíbrio termodinâmico, a temperatura e pressão precisam estar uniformes e o potencial química ou a pressão de cada constituinte deverá apresentar o mesmo valor em qualquer ponto da fase. O diagrama é uma expressão gráfica da regra de fases: V + F = C + 2 C = número de componentes de um sistema; V = número de fases presente em equilíbrio; F = graus de liberdade do sistema (variância). Porém, o sistema qual trabalhamos possuem pressão e temperatura constante, então a fórmula fica: V + F = C → V = C − F A regra das fases se aplica a estados de equilíbrio termodinâmico e não depende da natureza dos componentes ou da natureza e quantidade das fases presentes, e não contém nenhuma informação sobre a cinética reacional. 2. OBJETIVO Construir o diagrama de equilíbrio (isotérmico-isobárico) do sistema água/clorofórmio/ácido acético. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Colocou-se em 5 erlenmeyer as seguintes quantidades de água e clorofórmio, conforme mostrado na tabela abaixo. Manteve-se todos os frascos tampados, devido à volatilidade do clorofórmio. Frasco CHCl3 (mL) H2O (mL) 1 5 1 2 4 2 3 3 3 4 2 4 5 1 5 Tabela 1- composição inicial dos erlenmeyers.. Em seguida, adicionou-se em cada erlenmeyer o ácido acético, utilizando- se uma bureta, até que surgisse uma única fase. Cuidou-se para manter todo o conjunto de erlenmeyer na mesma temperatura. Anotou-se os volumes de ácido acético que foram adicionados em cada erlenmeyer. 3.1 MATERIAIS Os materiais utilizados na prática foram: Erlenmeyers Clorofórmio Ácido acético Água Bureta 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O resultado para a determinação do sistema de equilíbrio de fases é dado pelos volumes de ácido acético encontrados na Tabela 2, em que foram adicionados ácido acético em relação a primeira tabela. Frasco H2O (mL) CHCl3 (mL) CH3COOH (mL) 1 1 5 4 2 2 4 5 3 3 3 6,1 4 4 2 6,2 5 5 1 5,7 Tabela 2- composição dos erlenmeyers com a adição do ácido acético. A seguir é apresentado a Tabela 3, contendo a densidade dos três componentes, sendo utilizado para a construção do diagrama de líquidos ternários. Para que assim possa calcular a fração molar de cada componente dos erlenmeyer, usando a equação em sequência. %mi j = mi j Mj Onde mj i = ρiVi e M j = mH2O j + mCHCl3 j + mCH3COOH j , ou seja a massa total. Densidade g/cm3 H2O 1,00 CHCl3 1,48 CH3COOH 1,05 Tabela 3 – Densidade dos compostos do erlenmeyer. Onde i é o componente e j é o frasco. Foi-se então calculado a fração molar para cada componente e pode ser visto na tabela 4. Frasco %m H2O (mL) %m CHCl3 (mL) %m CH3COOH (mL) 1 0,0794 0,5873 0,3333 2 0,1519 0,4495 0,3986 3 0,2167 0,3207 0,4626 4 0,2970 0,2197 0,4833 5 0,4011 0,1187 0,4801 Tabela 4 – Fração molar dos compostos do erlenmeyer. O gráfico do sistema de equilíbrio de líquidos ternários encontra-se em anexo deste relatório. 5. CONCLUSÃO O método utilizado no procedimento experimental é o mais prático e fácil de ser aplicado, cuidados durante o procedimento, o erro em termos percentuais será baixo. Verificou-se que a linha de solubilidade da mistura não possui simetria, por questões de solubilidade entre o ácido acético na água e no clorofórmio. Consegue-se perceber que o ácido acético é mais solúvel em clorofórmio quando comparado as duas misturas numa mesma quantidade de água e de clorofórmio. Uma mistura que necessita menor volume de ácido acético para miscibilizá-lo totalmente quando contém uma grande quantidade de clorofórmio. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DANIELS, F.; MATHEWS, J. H.; WILLIAMS, J. W.; BENDER, P. ALBERTY, R. A. Experimental physical chemistry. 5th ed. New York: McGraw-Hill Book Company, 1956. GONÇALVES, M. C.. DIAGRAMAS DE FASE TERNÁRIOS. Apontamentos complementares às aulas práticas de materiais cerâmicos. Ano 1994. Disponível em: https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779578030027/DT.pdf. Acesso em 24 de abril de 2019.
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