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Módulo 02_Violência doméstica_2 2_ok

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ESTADO DO MARANHÃO 
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2.1 
POLÍTICAS 
PÚBLICAS DE 
ENFRENTAMENTO 
À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E 
FAMILIAR 
CONTRA AS 
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Apresentação 
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1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES 
 
Sabe-se que até a década de 80 as políticas para mulheres se 
restringiam às áreas da segurança pública e assistência, com a criação das 
Delegacias de Defesa da Mulher e criação do Conselho Nacional dos Direitos da 
Mulher, por meio da Lei nº 7.353/85. Data também dos anos 80, a instalação da 
primeira Casa Abrigo do país, ligada à Secretaria de Segurança Pública de São 
Paulo. 
Os anos de 1990, por sua vez, tem como marcos históricos da luta 
pela garantia dos direitos das mulheres, a Assembleia das Nações Unidas em 
Viena (1993), que chamou atenção para os Direitos Humanos das mulheres e a 
Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência 
contra a Mulher, conhecida como “Convenção de Belém do Pará” (1994), que 
definiu o conceito de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, 
fundamental para o reconhecimento legal desse fenômeno. 
É nesse contexto que as políticas públicas de gênero vão ganhando 
corpo, as quais passam a compor o cenário das políticas sociais, entendidas por 
Marshal (1967, p.6) como aquelas que compreendem políticas de governos 
“relativas à ação que tem um impacto direto no bem-estar dos cidadãos ao dotá-
los de serviço ou renda”. Políticas públicas são aqui entendidas como: 
“Diretrizes e princípios norteadores de ação do poder 
público. Ao mesmo tempo, se transformam ou se 
organizam em regras, procedimentos e ações entre 
o poder público e a sociedade: em outras palavras, 
são relações/mediações entre atores da sociedade e 
os do Estado”. (SPM, p.02). 
 
Em outras palavras: 
“As políticas públicas traduzem, no seu processo de 
elaboração e implantação – mas, sobretudo, seus 
resultados – formas de exercício do poder político, 
envolvendo a distribuição e redistribuição de poder e 
de recursos. Sistematizam o papel das tensões e do 
conflito social nos processos de decisão e na 
participação e repartição de custos e benefícios 
sociais”. (SPM p.02). 
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A articulação das políticas públicas com a perspectiva de gênero é 
recente. É imperioso que contemplem ações diferenciadas dirigidas às mulheres, 
com vistas ao alcance da igualdade de direitos entre homens e mulheres, 
conforme afirma ainda Nascimento (2016 p. 320). 
 
“As políticas públicas de gênero são formuladas 
de modo a incorporar os direitos políticos, civis 
e sociais, ou os direitos humanos das mulheres. 
A invisibilidade desses direitos nas políticas 
públicas em vários momentos e contextos 
distintos explica, em parte, a razão pela qual as 
primeiras políticas públicas dirigidas às 
mulheres as reduziam à condição de “mãe 
trabalhadora”. 
 
Entretanto, nas últimas décadas observou-se uma ampliação do leque 
de áreas para as quais as políticas de gênero passaram a ser formuladas, a partir 
da forte demanda do movimento de mulheres para que o Estado assumisse um 
posicionamento ativo na promoção da cidadania das mulheres. 
Na década de 2000, tem-se a promulgação da Lei 10.778/03, que 
instituiu a Notificação Compulsória dos casos de violência contra as mulheres 
atendidas nos serviços de saúde, públicos ou privados (2003), bem como a 
criação do Programa Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, 
vinculado ao Ministério da Justiça (2002). 
Em 2003, assistiu-se a mais um grande avanço na trajetória da 
conquista dos direitos das mulheres: a criação da Secretaria Nacional de Política 
para Mulheres, que repercutiu na instalação de novos serviços (Centro de 
Referência de Atendimento às Mulheres, Defensorias da Mulher, serviços de 
responsabilização do homem autor de violência, Promotorias Especializadas, 
dentre outros), e proposta de construção de Redes de Atendimento às mulheres 
em situação de violência. 
Entre os anos de 2000 e 2011 aconteceram III Conferências 
Nacionais de Políticas para as Mulheres, com cerca de 200 mil mulheres 
participantes em cada uma delas, que se consolidaram através do Plano 
Nacional de Políticas para as Mulheres. 
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Destaca-se que em 2007 foi criado o Pacto Nacional de 
Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, coordenado 
pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República 
(SPM-PR), que se constitui em um acordo estabelecido entre os governos 
federal, estaduais e municipais no intuito de articular ações que visam a 
consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as 
Mulheres, por meio da implementação de políticas públicas integradas em todo 
o território nacional. 
Pois bem, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as 
Mulheres, visa estabelecer conceitos, princípios e diretrizes como igualdade e 
respeito à diversidade, equidade, autonomia das mulheres, laicidade do Estado, 
universalidade de políticas, justiça social, transparência dos atos públicos e 
participação e controle social- e ações de prevenção e combate à violência 
contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às 
mulheres em situação de violência. 
A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres 
busca implementar ações previstas no Plano Nacional de Políticas para as 
Mulheres que, em sua segunda edição, apresentou uma série de prioridades na 
área de violência contra as mulheres, dentre elas: ampliar e aperfeiçoar a Rede 
de Prevenção e Atendimento às mulheres em situação de violência (assistência); 
garantir a implementação da Lei Maria da Penha e demais normas jurídicas 
nacionais e internacionais (combate e garantia de direitos); promover ações de 
prevenção a todas as formas de violência contra as mulheres nos espaços 
público e privado (prevenção) e outras. 
Nesse contexto, a maior conquista brasileira foi a sanção da Lei 
11.340/2006, que colocou o tema da violência doméstica em outro patamar 
jurídico. Ela é fruto de muitas lutas do movimento feminista, que ao exigir a tutela 
dos direitos da mulher pelos mecanismos do Estado conseguiu que em 07 de 
agosto do ano de 2006, o governo Federal promulgasse essa tão importante lei, 
que se transformou em um divisor de águas para o direito das mulheres no Brasil. 
Essa legislação, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, 
segundo a doutrina, não é uma mera lei, ela é um código híbrido que aborda 
tanto questões criminais quanto cíveis. Seu objetivo é coibir todo tipo de violência 
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contra a mulher quando cometida no seio doméstico da família ou em uma 
relação
íntima de afeto. De fato, o que a Lei nº 11.340/2006 ambiciona é fazer 
valer à mulher o princípio da dignidade humana, ao tornar oportuna a igualdade 
entre os gêneros. 
Em seus artigos 8º e 9º, respectivamente, ela prevê que as políticas 
públicas e a assistência social, relativas ao enfrentamento da violência 
doméstica e familiar contra a mulher serão efetivadas por meio de ações 
articuladas e conjuntas entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, 
Ministério Público, Defensoria Pública e sociedade civil organizada, tanto na 
esfera da União como na dos Estados e Municípios, nas áreas da segurança 
pública, saúde, educação, cultura, esporte, lazer, justiça e assistência social. 
Nesse contexto, foi lançada a Portaria nº 15, de 08 de março de 2017- 
do Conselho Nacional de Justiça- que imbuído da competência de “coordenar a 
elaboração e a execução de políticas públicas relativas às mulheres em situação 
de violência no espaço jurídico de atribuições do Poder Judiciário”, institui a 
Política Judiciária Nacional de enfrentamento à violência contra as Mulheres no 
Poder Judiciário. Conforme seu Art. 1º 
“Definindo diretrizes e ações de prevenção e 
combate à violência contra as mulheres e 
garantindo a adequada solução de conflitos que 
envolvam mulheres em situação de violência, 
nos termos da legislação nacional vigente e das 
normas internacionais sobre direitos humanos 
sobre a matéria” (Portaria 15/2017, CNJ). 
 
Entre os principais objetivos dessa Política, estão o fomento à política 
de capacitação de magistrados e servidores em temas relacionados às questões 
de gênero, raça e etnia; favorecer o aprimoramento da prestação jurisdicional 
especializada; aperfeiçoar os sistemas informatizados do Poder Judiciário para 
viabilizar o fornecimento de dados sobre a aplicação da Lei Maria da Penha; 
impulsionar parcerias institucionais; estimular a promoção de ações 
institucionais entre os integrantes do sistema de justiça, com vistas à efetivação 
dos direitos humanos e eliminação de todas as formas de violência contra as 
mulheres, dentre outros. 
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A Política Judiciária Nacional demarca obrigações aos Tribunais de 
Justiça no que se refere à estruturação e suporte necessário ao desenvolvimento 
dos projetos e ações de suas Coordenadorias Estaduais da Mulher em Situação 
de Violência Doméstica e Familiar. A estas últimas, a Portaria 15/2017 demarca 
o objetivo de contribuir para o aprimoramento da estrutura e das políticas do 
Poder Judiciário na área do combate e prevenção à violência contra as mulheres. 
Fica evidente, portanto, a imperiosa necessidade da articulação de 
todas as políticas públicas para o eficaz enfrentamento à problemática da 
violência doméstica e familiar contra a mulher, visto que se trata de um fenômeno 
multifatorial, que tem por base as relações desiguais de gênero entre homens e 
mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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