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Resumo HEG P1

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Perry​ ​Anderson​ ​absolutismo 
Marx​ ​transição 
Pirrene​ ​transição 
Dobb​ ​transição 
Sweezy​ ​transição 
Max​ ​Weber​ ​religião 
 
 
A​ ​IDADE​ ​MÉDIA 
 
Como​ ​se​ ​formou​ ​o​ ​feudalismo? 
A gênese do feudalismo vêm de um colapso catastrófico e convergente de dois 
modos de produção: escravista e germânico. Por conta disso, o feudalismo conserva um 
caráter​ ​híbrido​ ​(união​ ​de​ ​dois​ ​modos​ ​de​ ​produção​ ​diferentes). 
O historiador Perry Anderson é marxista ( segue o materialismo histórico) e tem 
como foco de estudo a sociedade feudal do séc IX-XIII. Ele analisa os modos de produção: 
as relações de produção (trabalhador, servo, senhor) e os fatores de produção (técnicas de 
produção​ ​e​ ​como​ ​se​ ​da​ ​a​ ​divisão​ ​do​ ​trabalho). 
O feudalismo se originou a partir da antiguidade clássica e do primitivismo 
germânico. A Antiguidade Clássica tinha como característica um modo de produção 
escravista, um universo de cidades que era sustentado pelos pela produção agrícola e 
baixa divisão do trabalho/baixa produtividade. Sua crise se deu pela queda no número de 
escravos acoplada a estagnação econômica, que impediu o contínuo crescimento da 
cidade. O Primitivismo germânico tinha um modo de produção comunitário e, assim como 
os​ ​romanos,​ ​possuíam​ ​guerras,​ ​comércio​ ​e​ ​estratificação​ ​social. 
A partir desses dois sistemas surge o feudalismo. Suas principais características são 
uma estrutura produtiva com papel central do campo, sendo a renda vinda da terra. Haviam 
latifúndios, que nem na antiguidade e enclaves comunais, como no primitivismo germanico. 
O modo de produção era a servidão (pouca mobilidade jurídica) e havia extração do 
excedente pela classe dominante por meio coercitivo. Além disso, a organização política era 
por​ ​meio​ ​da​ ​suserania​ ​e​ ​vassalagem. 
Os feudos, por sua vez, eram uma estrutura econômica que possuía uma conotação 
jurídico-política, em que o servo não é livre (tem obrigações servis), mas detem os meios de 
produção. 
 
A​ ​CONSTITUIÇÃO​ ​DA​ ​ECONOMIA​ ​MUNDO​ ​(Wallerstein) 
 
Para ​Wallerstein o marco teórico da formação da economia mundo foi o fim do 
sistema feudal. Ele analisa o sistema mundial de uma perspectiva nacional). Na economia 
mundo há uma unidade econômica, ou seja, o desenvolvimento econômico integrado do 
mundo​ ​que​ ​faz​ ​essa​ ​união​ ​-​ ​e​ ​não​ ​do​ ​Estado. 
As origens e condições do sistema mundial (1450-1640) foram: as Grandes 
Navegações por terem propiciado uma expansão do território econômico (necessidade) e 
por terem consolidado os Estados Nacionais (noção de Estado), a superação da crise do 
feudalismo e o fato da europa não ser o único projeto de economia mundo, havendo 
também​ ​na​ ​China,​ ​Rússia​ ​e​ ​nas​ ​cidades​ ​italianas. 
No século XIV se deu o limite do modelo com um ciclo decrescente da sociedade 
feudal por conta da Peste Negra, que gerou fome e necessidade de novas áreas produtivas. 
A necessidade por novas áreas produtivas fez com que houvesse um maior controle da 
produção​ ​(Mercantilismo)​ ​e​ ​a​ ​exploração​ ​de​ ​novos​ ​territórios​ ​(expansão​ ​geográfica). 
O sistema mundial europeu formou uma periferia com bens de baixa categoria e 
mão de obra mal remunerada (Divisão Internacional do Trabalho), que serviriam a 
necessidades externas e uma arena exterior, formada por outros sistemas mundiais para o 
intercâmbio​ ​de​ ​bens​ ​de​ ​luxo. 
○ ex:​ ​Leste​ ​europeu​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​x​​ ​​ ​​ ​Rússia 
​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​trigo​ ​→​ ​ocidente centralização​ ​política 
​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​nobreza​ ​poderosamercado​ ​interno​ ​sofisticado 
​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​​ ​exportador comércio​ ​de​ ​manufaturas​ ​e​ ​bens​ ​de​ ​luxo 
 
 
MERCANTILISMO​ ​(Eli​ ​Hecksher) 
 
O mercantilismo criou-se para fortalecer o Estado, servindo-se das forças produtivas. 
O poder do Estado tinha o objetivo de legitimar a prática econômica mercantilista para o 
acúmulo​ ​de​ ​metais​ ​preciosos. 
Para ​Eli Hecksher​, o mercantilismo foi um sistema de poder unificador com práticas 
intervencionistas. A política econômica mercantilista teve diferentes momentos de início em 
cada Estado, mas todos tiveram fim no absolutismo (que foi um intermediário entre a 
sociedade​ ​feudal​ ​e​ ​liberal). 
O conceito mercantilista pode ser definido como o conjunto de fenômenos 
econômicos para consolidação dos Estados cujo objeto é o próprio Estado, em que medidas 
econômicas tem como fim a consolidação do Estado. A mudança com relação ao sistema 
feudal foi um sistema unificador que superou o particularismo feudal tornando o Estado um 
campo econômico homogêneo e criando um mercado nacional. O poder de um Estado se 
mede​ ​frente​ ​ao​ ​poder​ ​de​ ​outros​ ​Estados. 
O mercantilismo extrapola limites econômicos que serão corrigidos no absolutismo 
com o protecionismo, a balança de comércio favorável (monopólio colonial) e com o 
metalismo​ ​(Pacto​ ​Colonial). 
Para​ ​Dobb​ ​os​ ​principais​ ​aspectos​ ​do​ ​mercantilismo​ ​foram: 
1) O​ ​Pacto​ ​Colonial​ ​(PT​ ​e​ ​ES) 
2) O​ ​Colbertismo-Industrialismo​ ​(FR) 
3) A Inglaterra → 1640: Atos de Navegação → criação de companhias marítimas para 
exploração​ ​de​ ​outros​ ​territórios​ ​para​ ​colonização 
O parlamento representou a ascensão da burguesia, que depende do Mercantilismo 
para​ ​caminhar​ ​na​ ​transição​ ​de​ ​poder. 
O Mercantilismo, portanto, não era o poder do Estado, mas o poder de determinado 
grupo. O sistema mercantilista por si só não diz nada, mas representa a ascensão do grupo 
(burguesia) que estava realizando a acumulação primitiva de capital (bancos e dívidas 
públicas, estrutura agrária) através do comércio internacional e do desenvolvimento do 
mercado​ ​interno. 
 
O ESTADO ABSOLUTISTA: FORMAÇÃO E SENTIDO (Perry 
Anderson) 
 
Perry Anderson busca entender o porquê da formação e manutenção do Estado 
Absolutista. O autor realiza esse estudo à luz do materialismo histórico para compreender a 
dinâmica de classes e evitar perspectivas típicas dos historiadores (que são muito 
específicos e perdem a noção do geral) e dos filósofos (perspectivas muito generalistas 
demais). Para essa análise, ele olha 2 modelos de absolutismo: da Europa Ocidental (mão 
de obra menos servil, crises mais violentas e áreas mais populosas) e da Europa Oriental 
(caminha para segunda servidão fortalecendo estruturas feudais). O ponto de partida para o 
início dos Estados Absolutistas na Europa Ocidental foi a crise do Feudalismo, no século 
XIV (limite do modo de produção feudal) e a centralização de poder (crise no sistema de 
vassalagem). 
Seguem​ ​os​ ​autores​ ​que​ ​analisam​ ​qual​ ​o​ ​significado​ ​do​ ​Estado​ ​Absolutista: 
1) Para Engels representa um equilíbrio de poder entre nobreza e burguesia, mas 
centralizado​ ​no​ ​rei,​ ​em​ ​que​ ​houve​ ​uma​ ​expansão​ ​do​ ​poder​ ​político​ ​e​ ​econômico. 
2) Para Marx e Poulantzas, o absolutismo surgiu a partir de instituições burguesas 
(controle do clero, burocracias, política). Além disso, há um Estado mais centralizado 
(racional) e eliminação gradual de elementos do feudalismo (como odesaparecimento​ ​gradual​ ​da​ ​servidão,​ ​o​ ​processo​ ​de​ ​cercamentos). 
3) Para Perry Anderson houve alteração na relação de servidão, mas não sua 
superação. A propriedade ainda era aristocrática: há ausência de mercado livre de 
terras (servo ainda é dependente do senhor) e de mobilidade do trabalho. Pode-se 
concluir então, que, para Perry Anderson o Estado ainda é feudal, mas com um novo 
aparelho​ ​de​ ​dominação​ ​(muda​ ​apenas​ ​a​ ​estética). 
 
A principal mudança do Feudalismo para o Absolutismo foi um processo de 
acumulação política (ampliação do poder no absolutismo para sustentar a estrutura feudal). 
As principais mudanças de um sistema para outro foram: (1) a mudança no caráter da 
servidão (antes os servos davam produtos agropecuários que eram resultado de seu 
trabalho para o senhor feudal, agora passam a dar dinheiro), (2) o desaparecimento gradual 
da servidão (busca por maiores ganhos econômicos), (3) centralização da burguesia 
nascente nas cidades (ampliação das atividades econômicas) e (4) a centralização do 
Estado. 
Conclui-se, portanto, que o absolutismo realizou uma ordem feudal através do 
exército (tropas mercenárias), do sistema fiscal burocrático (nobreza assume cargos), da 
burguesia compra cargos, dos camponeses que passaram a pagam impostos, do 
Mercantilismo, que servia como política econômica em função do enriquecimento do Estado 
e​ ​da​ ​diplomacia​ ​(mas​ ​que​ ​servia​ ​à​ ​dinastia,​ ​não​ ​à​ ​nação). 
Houve nesse período economicamente: uma expansão do comércio e do mercado 
interno e uma ascensão da burguesia. Politicamente voltou-se a usar um sistema 
político-jurídico​ ​romano. 
 
* Estado Absolutista é o estado feudal ampliado e reorganizado, sobredeterminado pela 
expansão​ ​do​ ​capitalismo 
 
ACUMULAÇÃO​ ​PRIMITIVA​ ​DE​ ​CAPITAL​ ​(Marx) 
 
Para ​Marx​, a subordinação da produção ao capital é o divisor crucial entre o antigo 
modo de produção e o novo. A acumulação primitiva se deu por meio especulativo, 
extraeconômico ( que ainda não é o modo clássico capitalista), com a expropriação dos 
meios de produção dos trabalhadores, a ascensão da burguesia (realizava hipotecas 
feudais que aumentavam a dívida pública) e com a colonização. Como resultado da 
acumulação primitiva houve o surgimento de uma nova classe de trabalhadores que eram 
livres e assalariados, a criação do conceito de propriedade privada e o desenvolvimento das 
forças​ ​produtivas. 
Ainda segundo Marx, a acumulação primitiva é o pecado original, pois fez com que a 
produção deixasse de ser apenas para a sobrevivência, fazendo com que houvesse uma 
decadência dos grupos ligados a esse antigo modo de produção e, finalmente, levando a 
concretização​ ​da​ ​mudança​ ​técnica​ ​com​ ​a​ ​Revolução​ ​Industrial. 
A crise na sociedade feudal da Inglaterra (séc XV-XVI) se deu com a ampliação dos 
conflitos, com a substituição das obrigações por rendas monetárias e com os cercamentos. 
Os cercamentos ocorreram em 2 fases: na 1ª fase (séc XV) houve a substituição dos servos 
pela maior demanda de pastagens (pela crescente indústria têxtil), com a expropriação dos 
servos e das terras da igreja (Reforma Anglicana) e na 2ª fase (séc XVI) com os 
cercamentos parlamentares (regulamentação da terra com a ideia de propriedade privada). 
Esse processo de cercamentos, incentivado por uma legislação sanguinária (como dizia 
Marx por colocar o trabalhador nessa situação, sem que ele escolha fazer parte dela), criou 
uma tendência de concentração de terras, de exploração das terras dos servos e, 
principalmente,​ ​criou​ ​uma​ ​massa​ ​de​ ​novos​ ​trabalhadores​ ​assalariados​ ​(camponeses​ ​livres). 
Há ainda uma ascensão da burguesia, que teve o Estado como impulso para a 
formação da mão de obra e para a diminuição do salário pela maior oferta de trabalhadores. 
Essa burguesia lucra em cima do Estado através das hipotecas feudais, em que os 
senhores feudais, sem perceber o aumento da inflação gerado pelo Renascimento, 
passavam a dever cada vez mais para esses burgueses, além da transferência de renda 
através​ ​dos​ ​juros. 
O Mercantilismo foi uma política econômica do Estado que favoreceu o Estado como 
um​ ​todo​ ​e​ ​também​ ​essa​ ​burguesia​ ​comercial/produtiva. 
 
A​ ​TRANSIÇÃO​ ​DO​ ​FEUDALISMO​ ​AO​ ​CAPITALISMO​ ​(por​ ​Pirenne) 
 
Para ​Pirenne​, a transição do feudalismo para o capitalismo se deu por meio de 
elementos exógenos, estranhos a típica estrutura feudal. A cidade representa liberdade 
(oportunidade) e a valorização do indivíduo para o autor, em que quanto mais imersos na 
vida urbana, maior é a noção de liberdade (em oposição ao campo, que tem poucas 
oportunidades), sendo a concepção de vida dos camponeses mudada quando se tem a 
possibilidade​ ​da​ ​cidade. 
O ponto de partida do historiador é a instabilidade econômica e social da idade 
média que excluiu o comércio enquanto durou, a partir do fechamento do grande comércio 
com​ ​o​ ​mediterrâneo​ ​e​ ​da​ ​formação​ ​uma​ ​sociedade​ ​de​ ​caráter​ ​agrícola. 
A recuperação do comércio se deu com o seu renascimento (séc X-XII), quando 
conseguiu-se ter controle desse cenário de instabilidade. Houve um período de restauração 
da paz e reconstrução de dinastias mais centralizadas, fazendo com que houvesse um 
aumento da população, aumento da produção, novas fronteiras e reconquistas de territórios 
através​ ​das​ ​cruzadas. 
As principais cidades que serviriam de base para a tese de Pirenne foram: Veneza 
(região tradicional de defesa das invasões), Lombardia (grande produção de manufaturas) e 
Norte​ ​da​ ​Europa​ ​(Flandres,​ ​que​ ​foi​ ​centro​ ​do​ ​comércio​ ​europeu​ ​para​ ​indústria​ ​têxtil). 
As consequências dessa maior estabilidade da Europa e crescimento do comércio 
foram as quebras das estruturas feudais gradualmente (com, por exemplo, as rotas 
comerciais que libertaram a Europa do “imobilismo”), os excedentes do campo passam a 
ser usados de subsistência para a cidade (possibilidade de um novo padrão de consumo) e 
as cidades passam a ser fonte de renda para os senhores e para os servos. O comércio 
desenvolve o homem livre a partir da mudança profunda na hora deste encarar a economia, 
com​ ​uma​ ​nova​ ​noção​ ​de​ ​riqueza​ ​(cada​ ​vez​ ​mais​ ​mercantil). 
Portanto, para Pirenne, o foco da análise são os elementos de fora do sistema 
(variáveis exógenas ao sistema feudal) que aumentam a renda dos senhores, criam uma 
burguesia urbana e dão uma noção de formação do capitalismo como uma lógica de busca 
pela​ ​riqueza. 
 
A​ ​CRISE​ ​NO​ ​MODO​ ​DE​ ​PRODUÇÃO​ ​FEUDAL​ ​(Dobb) 
 
Não é possível negar a existência do capitalismo nesse momento, segundo ​Dobb​. 
As​ ​possíveis​ ​interpretações​ ​do​ ​capitalismo​ ​são​ ​dadas​ ​pela: 
1)​ ​Escola​ ​austríaca: 
● O capitalismo é relacionado ao método de produção, ou seja, como se organiza a 
produção (qual é o papel da indústria e em que ambiente está inserida). Para eles, o 
capitalismo depende do ambiente favorável a existência do indivíduo e da empresa 
capitalista​​(ambiente​ ​liberal). 
● Para Dobb a Escola Austríaca é que existe capitalismo com intervenção do Estado, 
ou seja, o capitalismo não se resume a um Estado Liberal (por exemplo, o fascismo 
e o New Deal tiveram intervenção do Estado e, mesmo assim, estão inseridos no 
capitalismo). 
2)​ ​Concepção​ ​sociológica​ ​do​ ​capitalismo: 
● Segundo W. Sombart (1925), a identidade do capitalismo reside no espírito burguês 
(que é o conjunto de ações econômicas racionais e a busca racional por lucro). Max 
Weber​ ​(1904)​ ​também​ ​segue​ ​essa​ ​corrente​ ​defendendo​ ​o​ ​espírito​ ​do​ ​capitalismo. 
● Para Dobb, o “espírito capitalista” poderia estar presente em outros períodos que 
não​ ​apenas​ ​esse,​ ​ou​ ​seja,​ ​não​ ​é​ ​o​ ​suficiente​ ​para​ ​caracterizar​ ​o​ ​capitalismo. 
3)​ ​Concepção​ ​mercantil​ ​(histórica) 
● Segundo, Pirenne o capitalismo é caracterizado pela expansão do comércio e da 
produção​ ​voltada​ ​para​ ​o​ ​mercado​ ​a​ ​partir​ ​do​ ​renascimento​ ​comercial. 
● Para Dobb, essa explicação não poderia estar correta pois houve períodos com 
amplo desenvolvimento do comércio (como a antiguidade) que contavam com 
escravidão​ ​e​ ​não​ ​eram​ ​caracterizados​ ​como​ ​capitalismo. 
4)​ ​Concepção​ ​dos​ ​modos​ ​de​ ​produção​ ​-​ ​Dobb​ ​concorda 
● Para Marx o capitalismo é caracterizado pelas relações de produção, em que o 
trabalhador é livre mas não detém os meios de produção, podendo vender o seu 
trabalho e tornando, dessa maneira, o seu trabalho um objeto comercial (trabalho 
torna-se​ ​mercadoria​ ​que​ ​é​ ​vendida​ ​por​ ​um​ ​certo​ ​capital) 
● Para Dobb, Marx está correto sobre a definição de capitalismo, em que, para haver 
essa separação dos meios de produção e do trabalhador, é preciso ter consciência 
de propriedade privada e da concentração da propriedade. O capitalismo é 
caracterizado, principalmente, pela maior divisão do trabalho e pelo aumento de 
novas​ ​técnicas,​ ​tendo​ ​o​ ​objetivo​ ​de​ ​acumulação​ ​de​ ​capital​ ​(mais-valia). 
 
A​ ​TRANSIÇÃO​ ​DO​ ​FEUDALISMO​ ​AO​ ​CAPITALISMO​ ​(por​ ​Dobb) 
 
Para Dobb, a definição de feudalismo era de uma economia natural (​versus a 
economia de troca que seria a capitalista). Os modos de produção feudal era a servidão, 
caracterizada pelo controle dos meios de produção, pela falta de liberdade do servo, pela 
baixa​ ​divisão​ ​do​ ​trabalho​ ​e​ ​pelo​ ​baixo​ ​nível​ ​técnico. 
A dissolução do Feudalismo para Pirenne se deu por conta do renascimento 
comercial e do aumento da circulação monetária, com o crescimento das cidades. Os 
serviços​ ​passam​ ​a​ ​ser​ ​intermediados​ ​pela​ ​moeda​ ​e​ ​aumentam-se​ ​os​ ​arrendamentos. 
A principal crítica de Dobb a Pirenne é o fato da Europa Oriental ter passado pelo 
desenvolvimento do comércio, mas isso só ter aumentado as relações de servidão na 
região,​ ​caindo​ ​para​ ​a​ ​segunda​ ​Servidão. 
Para Dobb, a transição do feudalismo para o capitalismo se deu por mecanismo 
endógenos ao sistema feudal (luta de classes). As evidências para o seu argumento foram 
o aumento da pressão sobre os servos, pelo fato dos senhores feudais desejarem mais 
renda (ou seja, mais trabalho dos servos para aumentar sua arrecadação). O aumento da 
exploração pelos senhores feudais se deu pelo aumento do desejo por bens de luxo, pelo 
aumento da classe parasitária (nobreza), pela subfeudação (menos terras para os 
camponeses pois precisava de mais terras para a nobreza) e dos gastos militares 
decorrentes​ ​do​ ​maior​ ​número​ ​de​ ​guerras. 
As consequências dessa maior exploração foram a fuga dos servos para as cidades 
e​ ​o​ ​aumento​ ​das​ ​revoltas​ ​e​ ​das​ ​repressões​ ​nos​ ​feudos. 
Se para Pirenne, o ator da transformação foram os burgueses, para Dobb foram os 
camponeses (servos) que desenvolveram as estruturas feudais capazes de realizar a 
transformação​ ​revolucionária. 
No séc XIV houve a crise da estrutura feudal e o período de transição rumo ao 
capitalismo, comandada pelos camponeses. A crise foi maior na Europa Ocidental, que 
mudou suas relações monetárias, enquanto na Europa Oriental houve a segunda servidão. 
O processo de mudança para o capitalismo contou com o desaparecimento das obrigações 
feudais, o surgimento do trabalho assalariado e dos arrendamentos de terra, sendo a 
conclusão do processo marcada pela Revolução Inglesa (em que a servidão foi, finalmente, 
abolida​ ​e​ ​transformada​ ​no​ ​trabalho​ ​assalariado) 
 
O​ ​DEBATE​ ​DA​ ​TRANSIÇÃO​ ​(Dobb​ ​x​ ​Sweezy) 
 
A partir da perspectiva de Dobb, Sweezy elaborou sua tese. Dobb era economista 
marxista inglês que caracterizava o feudalismo como servidão, com baixo nível técnico e 
trabalho individual, onde a produção buscava atender necessidades imediatas e havia 
descentralização​ ​política​ ​(poder​ ​jurídico​ ​concentrado​ ​no​ ​senhor) 
Paul Sweezy, também marxista mas americano, afirmava que se o feudalismo é 
estático, as mudanças são externas e, além disso, para o autor a servidão não abrange 
todo o feudalismo como afirma Dobb, é preciso analisar todo o sistema de produção 
(dinâmica​ ​comercial). 
 
a) MUDANÇA​ ​NO​ ​MODO​ ​DE​ ​PRODUÇÃO 
Para Dobb o aumento da necessidade de rendas por parte dos senhores feudais foi o fator 
interno que fez com que houvesse pressão sobre os trabalhadores, fazendo com que 
surgissem os efeitos da mudança no modo de produção. Esse aumento da necessidade de 
rendas veio por conta do aumento de guerras, do aumento da classe parasitária e do 
aumento de bens de luxo. Sweezy critica esses pontos afirmando que as guerras foram 
comuns durante todo o feudalismo, que a classe parasitária aumentou tanto quanto os 
camponeses e que a explicação para o aumento do comércio de luxo é o comércio 
exógeno. 
 
b) FIM​ ​DOS​ ​FEUDOS 
Os motivos dados por Dobb para o fim dos feudos, foram o aumento da classe parasitária 
que fez uma maior exploração sobre os servos e que, devido a essa maior exploração, os 
camponeses tiveram uma queda nos seus próprios consumos levando a fugas, revoltas e 
abandono de obrigações, transformando, dessa forma, as relações de produção. Sweezy 
retoma Pirenne afirmando que o feudalismo tinha uma tendência ao imobilismo, então não 
haveria uma maior exploração sobre os servos a não ser que um elemento externo 
causasse uma instabilidade no sistema, como foi com o Renascimento Comercial. O 
aumento da monetarização e da vida urbana nas cidades, segundo Sweezy, proporcionou 
uma​ ​liberdade​ ​e​ ​individualidade​ ​nos​ ​camponeses​ ​que​ ​mudou​ ​as​ ​suas​ ​concepções​ ​de​ ​vida. 
 
c) ATORES​ ​DA​ ​TRANSIÇÃO 
Para Dobb o ator principal da transição do feudalismo para o capitalismo foi o pequeno 
produtor através de uma via revolucionária (putting out system) que criou novos métodos de 
produção e lutou contra a servidão, concretizando essa mudança com a Revolução Inglesa. 
Sweezy argumenta que o pequeno produtor não seria capaz de realizar uma mudança tão 
grande no sistema e que o principal agente da transição foi a grande burguesia comercial 
através dos arrendamentos e junto aos artesãos,que estavam subordinados ao grande 
comerciante. 
 
d) COMO​ ​SE​ ​DEU​ ​A​ ​TRANSIÇÃO 
Para Dobb, o feudalismo só acabou com a Revolução Inglesa que consolidou o novo modo 
de produção. Para Sweezy, houve durante 200 anos, um sistema pré-capitalista de 
mercadorias que foi capaz de acabar com o feudalismo, mas que não teve forças o 
suficiente​ ​para​ ​permanecer​ ​frente​ ​ao​ ​capitalismo. 
 
A​ ​ORIGEM​ ​AGRÁRIA​ ​DO​ ​CAPITALISMO 
 
Brenner, segue a leitura de Dobb e afirma que o que ocasionou a transição para o 
capitalismo foi a mudança no modo de produção feudal, ou seja, os fatores endógenos 
foram os que ocasionaram o fim do feudalismo. A queda na produtividade e o aumento de 
demanda das rendas feudais foram os principais aspectos internos que fizeram a estrutura 
feudal​ ​se​ ​modificar. 
No​ ​entanto,​ ​Brenner​ ​discorda​ ​de​ ​alguns​ ​pontos​ ​com​ ​relação​ ​a​ ​Dobb: 
1) acumulação política (perda de capacidade de sustentação do sistema) → hipertrofia 
da​ ​nobreza​ ​→​ ​formação​ ​do​ ​poder​ ​Absolutista 
● necessidade​ ​de​ ​preservação​ ​das​ ​estruturas​ ​feudais 
● busca​ ​por​ ​elevação​ ​das​ ​receitas 
● conquista​ ​de​ ​novas​ ​terras,​ ​maior​ ​coerção​ ​do​ ​Estado 
2) transição​ ​ocorre​ ​na​ ​Inglaterra 
● arrendamentos:​ ​tributos​ ​→​ ​renda 
● lógica​ ​capitalista​ ​no​ ​campo​ ​(de​ ​coerção​ ​extra​ ​econômica​ ​para​ ​coerção​ ​do​ ​mercado) 
● propriedade​ ​privada:​ ​investimentos 
3) agentes​ ​da​ ​produção 
● Dobb:​ ​pequenos​ ​produtores 
● Brenner:​ ​novos​ ​mercadores​ ​(burguesia) 
○ introdutores​ ​da​ ​inovação 
○ arrendamentos:​ ​jornada​ ​de​ ​trabalho​ ​(mão​ ​de​ ​obra​ ​assalariada) 
 
Para ​Ellen Wood​, o feudalismo na Europa é variado e apenas um deles se 
transformou​ ​em​ ​capitalismo​ ​(o​ ​inglês): 
○ INGLATERRA:​ ​capitalismo 
○ ITÁLIA:​ ​Renascimento​ ​(cidades) 
○ FRANÇA:​ ​Absolutismo​ ​aprofundado 
A autora afirma que o feudalismo foi caracterizado pela servidão e que o capitalismo 
representou uma mudança qualitativa em tal sistema. O excedente produzido pelo servo 
passou​ ​a​ ​ser​ ​apropriado​ ​por​ ​meios​ ​econômicos,​ ​o​ ​que​ ​não​ ​ocorria​ ​anteriormente. 
Além disso, ela critica a concepção de que o capitalismo surgiu por conta do 
comércio externo, indo contra a opinião de Pirenne e Sweezy. Na sua concepção foi 
resultado de um processo quantitativo de acumulação do comércio, que acabou gerando 
naturalmente o capitalismo. A existência do mercado torna-o um regulador da vida social, 
gerador​ ​de​ ​compulsão​ ​sistêmica. 
O momento da mudança ocorreu no séc XVI e XVII, de mercantilismo/capitalismo 
comercial para capitalismo propriamente dito. A transição foi na Inglaterra, em que houve 
uma crise feudal e busca por rendas excessivas por parte dos senhores feudais. A 
produtividade é impositiva e há uma maior concentração de terras, havendo uma ascensão 
da propriedade privada, aumento da produtividade, aumento da busca por lucros e maior 
desenvolvimento​ ​científico. 
 
ÉTICA​ ​PROTESTANTE:​ ​RELIGIÃO​ ​E​ ​SOCIEDADE 
 
Segundo Max Weber, a força motivadora da expansão do capitalismo é o 
desenvolvimento do espírito do capitalismo. Os aspectos culturais que influenciaram esse 
espirito capitalista foram a racionalidade (ciência empirismo), a influência das decisões 
individuais e a cultura ocidental. O capitalismo moderno surgiu no séc XVI/XVII e Weber 
busca compreender o que aconteceu nesse período que fez a concepção da sociedade 
sobre​ ​o​ ​mundo​ ​mudar. 
Para o autor capitalismo é a racionalização da vida econômica e uma forma pacífica 
de busca pelo lucro com a utilização planejada de recursos (baseadas no cálculo e na 
previsão). Há o capitalismo aventureiro (que se baseia em especulações, o colonizador que 
não busca habitar aquele continente) e o capitalismo burgues (que se baseia em ações 
racionais,​ ​aquele​ ​que​ ​vem​ ​com​ ​a​ ​família​ ​para​ ​a​ ​colônia​ ​e​ ​compra​ ​uma​ ​propriedade. 
O grande ponto de mudança na concepção da sociedade que foi capaz de realizar a 
transformação do feudalismo para o capitalismo é a capacidade e disposição dos indivíduos 
para adotar praticas racionais, ou seja, individuo que não está mais apegado a sua forma 
camponesa de viver e está disposto a dar um passo nessa racionalidade econômica. Essa 
disposição surge do espírito capitalista, em que tempo é dinheiro e a acumulação não se dá 
mais pela necessidade material, mas pela virtude (gera mais acumulação). A valorização do 
esforço individual e a vocação (sinai que a vida emite) transformam a noção de 
acumulação, sendo a reforma religiosa (calvinismo) grande parte nesse processo já que 
permitiu​ ​o​ ​indivíduo​ ​a​ ​encarar​ ​relações​ ​econômicas​ ​e​ ​sociais​ ​de​ ​outra​ ​maneira. 
 
* O ascetismo religioso é o ponto de partida que Weber classifica como capitalismo 
moderno a merdida que da ao burgues a chance de racionalizar a produção e tomar lucro 
no final. A partir do momento que essa base esta garantida, o ascetismo não é mais 
importante como no momento inicial e o capitalismo moderno se desenvolve de forma mais 
mecânica. 
 
A​ ​MODERNA​ ​ECONOMIA​ ​COMO​ ​ECONOMIA​ ​DE​ ​MERCADO 
 
-​ ​John​ ​Hicks:​ ​oposição​ ​ao​ ​debate​ ​marxista 
- se aproxima de economistas neoclássicos, usa a teoria econômica para explicar seus 
conceitos 
-​ ​critica​ ​o​ ​método​ ​tacitológico:​ ​enviesa​ ​algo​ ​para​ ​chegar​ ​à​ ​conclusão​ ​pretendida 
-​ ​ponto​ ​de​ ​partida​ ​(agentes​ ​econômicos​ ​não​ ​têm​ ​pleno​ ​controle​ ​de​ ​suas​ ​decisões) 
● economia​ ​de​ ​costumes:​ ​tradicionais 
● economia de comando (dos agentes econômicos): aspectos político-militares 
(feudais)​ ​predominam 
-​ ​processo​ ​de​ ​transformação:​ ​nascimento​ ​do​ ​mercado​ ​→​ ​caminha​ ​para​ ​uma​ ​estrutura​ ​ideal 
● economia​ ​moderna:​ ​especialização​ ​da​ ​produção​ ​(aumento​ ​da​ ​divisão​ ​do​ ​trabalho) 
○ aumento​ ​da​ ​produtividade​ ​e​ ​das​ ​manufaturas 
- economia de mercado necessita de: proteção das propriedades e dos contratos → 
liberdades​ ​e​ ​garantias 
-​ ​resultado:​ ​industrialização​ ​(norte​ ​europeu) 
● momento auge da expansão do modelo: séc XIX (Liberalismo, Política Econômica 
Clássica) 
● aumento​ ​do​ ​desenvolvimento​ ​científico 
● acumulaçnao​ ​de​ ​capital 
- limites desse desenvolvimento: interesses políticos nacionais: regulação do comércio, 
protecionismo 
● intervenções:​ ​inflação,​ ​desequilíbrio​ ​comercial,​ ​desordem​ ​monetária 
 
INSTITUIÇÕES​ ​E​ ​DESENVOLVIMENTO​ ​ECONÔMICO 
 
- tese (North e Thomas, para compreender o mundo ocidental): mudanças nos preços 
relativos de produtos e fatores de produção induzem a um conjunto de mudanças 
institucionais,​ ​gerando​ ​aumento​ ​de​ ​produtividade 
● instituições ocidentais são o que estimula a produtividade no sistema: direitos de 
propriedade,​ ​contratos​ ​(garantidos​ ​pelo​ ​Estado) 
 
-​ ​ciclo​ ​malthusiano:​ ​superação​ ​na​ ​Revolução​ ​Industrial 
● Inglaterra​ ​(1680):​ ​construção​ ​das​ ​instituições​ ​que​ ​marcam​ ​o​ ​mundo​ ​ocidental 
● herança de um crescimento econômico (acumulação primitiva) → novas produções, 
comércio​ ​regional 
● mudanças institucionais: patente (direito de propriedade) → aumento de 
produtividade-​ ​Teoria​ ​da​ ​Mudança​ ​Institucional 
a) instituições (arranjos entre unidades econômicas com caráter de competição 
[patente]​ ​ou​ ​cooperação) 
b) inovação​ ​institucional:​ ​sentido​ ​é​ ​incentivar​ ​o​ ​investidor​ ​individual 
c) inovações:​ ​voluntárias​ ​+​ ​governamentais 
d) resultado: aumento de produtividade (economia de escala, custo de transação 
menor​ ​[diminuem​ ​os​ ​riscos])​ ​→​ ​aumento​ ​do​ ​investimento 
 
-​ ​contexto:​ ​Mercantilismo​ ​→​ ​Liberalismo 
● economia com melhores instituições para o desenvolvimento econômico: menos 
monopólios, menos riscos, menos custos de transação, mais estímulos para o 
agente​ ​individual 
● Inglaterra:​ ​bancos,​ ​companhias,​ ​sociedades​ ​anônimas​ ​+​ ​leis​ ​para​ ​inovação 
 
-​ ​conclusão: 
● instituições:​ ​papel​ ​da​ ​História 
● problema: passam a encarar instituições liberais como as únicas permitem o 
desenvolvimento​ ​econômico 
 
 
O conceito de capitalismo e a maneira como este surgiu é tema altamente debatido 
por autores que possuem diferentes visões relativas aos diversos aspectos que contemplam 
o período de transição entre o feudalismo e o capitalismo. Essa resposta busca elucidar a 
maneira como alguns desses autores abordam o tema, assim como dialogar com o 
parágrafo sugerido. A análise desse conceito pode-se iniciar a partir das seguintes 
definições de capitalismo: pela Escola Austríaca, que acredita que o capitalismo é conceito 
relativo ao papel da indústria e ao ambiente em que essa indústria está inserida (ambiente 
liberal); pela concepção sociológica, que é mencionada por Max Weber, defendendo um 
espírito capitalista (onde o indivíduo não está mais apegado a sua forma camponesa de 
viver e está disposto a dar um passo na racionalidade econômica, inclusive relativo a 
relações morais e religiosas); pela concepção mercantil, que segue a maneira como Pirenne 
(retomado por Sweezy) avalia o conceito, caracterizando-o pela expansão do comércio e da 
produção voltada para o mercado a partir do renascimento comercial; e, finalmente, pela 
concepção dos modos de produção, abordada por Marx (com os mesmos pré-requisitos do 
capitalismo exigidos por Dobb) de que o capitalismo é caracterizado pelas relações de 
produção, em que o trabalhador é livre, mas não detém os meios de produção, ou seja, 
pode​ ​vender​ ​o​ ​seu​ ​trabalho​ ​tornando-o​ ​objeto​ ​comercial. 
 
O trecho aborda os seguintes aspectos relevantes: a civilização capitalista, que para 
Sweezy já estava presente no período “pré-capitalista de mercadorias”, enquanto que para 
Dobb só surgiu a partir da Revolução Industrial; a civilização liberal, mencionada no 
parágrafo anterior, como era definida pela Escola Austríaca e criticada por Dobb (que levou 
o termo ao pé da letra e questionou a existência de capitalismo durante o fascismo); o 
avanço da ciência e o progresso moral, que foi tema também abordado no parágrafo 
anterior, em que Max Weber acredita ser essa ciência empírica acoplada a um ascetismo 
religioso a grande força motivadora da expansão do capitalismo; e a centralidade na 
Europa, que, segundo a grande maioria dos autores estudados, foi o berço de todas essas 
mudanças. 
 
Portanto, o trecho mencionado pode-se valer de diversas interpretações, tendo em 
vista que analisa o período pós Revolução Industrial, ou seja, pós transição do feudalismo 
para o capitalismo, em um momento que a sociedade já está mais concretizada. Vale notar 
como o conceito de capitalismo muda conforme a interpretação dessa transição é analisada 
pelos autores, sendo possível estabelecer relações e debates entre eles que possam ser 
interessantes para o estudo em questão, como o debate entre Dobb e Sweezy ou como as 
outras​ ​interpretações​ ​mais​ ​generalistas​ ​que​ ​também​ ​diferem​ ​entre​ ​si.

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