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IU Incontinência Urinária Discussão de Caso – 16.05.19 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E FISIOTERAPIA DISCIPLINA ESTÁGIO NAS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO PROFa. NILCIANE FIGUEIREDO Acadêmica: Denilsi Gonçalves IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA Definição pela ICS – Sociedade Internacional de Continência2 DEFINIDA COMO UM SINTOMA: Queixa de qualquer perda involuntária de urina que trás consequências negativas à qualidade de vida da mulher. COMO UM SINAL: Perda de urina observada durante o exame físico, podendo ser uretral ou extra -uretral. BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, 3 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA Definição pela ICS – Sociedade Internacional de Continência A incontinência urinária pode ocorrer em ambos os sexos e em qualquer faixa etária; - Maior incidência é entre mulheres acima de 45 anos - 30 a 70% das mulheres na pós-menopausa; O impacto psicológico da IU é expressivo em ambos os sexos. Traz consequências avassaladoras na qualidade de vida das pessoas: - Pode estar associada a quadros de depressão, isolamento e constrangimento social, alterações psicológicas e perda da autoconfiança. BARACHO, 2018 4 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA Fatores de Risco OBSTÉTRICOS Paridade Modo de parto (vaginal + episiotomia?) Tamanho do bebê (+ 3 Kg)NÃO OBSTÉTRICOS Idade Obesidade Tabagismo Antecedentes familiares Comorbidades (HAS, DM, DPOC) Etnia/raça (+ Ñ hispânicas) Esforço MARINHO, 2006 5 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA Etiologia – Causas Debilidade ou trauma da musculatura, fáscias ou dos ligamentos do assoalho pélvico Debilidade das estruturas vesicais • Causas vesicais, • Causas uretrais • Causas neurogênicas CAUSAS BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, ESTRUTURAS VESICAIS 6 ▹ A bexiga é composta por três camadas de musculatura lisa, que formam o musculo detrusor. ▹ É responsável pelo armazenamento e eliminação da urina PAREDE VESICAL BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, Fisiologia Vesical 7 ▹ O Armazenamento e esvaziamento da bexiga envolve atividade conjunta do sistema nervoso somático –(Núcleo de Onuf S2-S4), simpático (T10 –L2) e parassimpático(S2-S4). ▹ Nervos envolvidos: n. hipogástrico, n. pudendo e n. pélvico Enchimento: n.Pélvico (via aferente) córtex inibe atividade do detrusor (relaxamento) Ativa n.n. Hipogástrico e pudendo(via eferente/reflexa) aumenta tônus do esfíncter uretral e colo vesical. Esvaziamento: n.Pélvico (via aferente sensível aumento de pressão parede vesical) córtex ativa contração detrusor inibe n. Hipogástrico e pudendo relaxa esfíncter uretral e colo vesical GOMES, 2008) (MARINHO, 2006, 8 Nervo pudendo ASSOALHO PÉLVICO ▹ As deficiências estruturais e funcionais no assoalho pélvico estão intimamente associadas a deficiências nas funções urinárias, sexuais e de defecação. ▹ O assoalho pélvico é composto por músculos, fáscias e ligamentos que fecham a pelve inferiormente. Essas estruturas têm função de suporte para bexiga, vagina, útero e reto, além de contribuírem para o fechamento uretral, vaginal e anal; 9 DIAFRAGMA UROGENITAL - SUPERFICIAL DIAFRAGMA PÉLVICO - PROFUNDO BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, 10 Esfincter do ânus DIAFRAGMA UROGENITAL DIAFRAGMA PÉLVICO BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, ASSOALHO PÉLVICO – teoria integral 11 Músculos: A musculatura do assoalho pélvico pode ser classificada em três componentes básicos: ▹ Camada superior: com contração em direção horizontal, participa no mecanismo de continência. É composta pelo m. pubococcígeo (contração em direção anterior) e pelo platô do músculo elevador do ânus (contração em direção posterior); ▹ Camada intermediária: com contração no sentido caudal, responsável pelas angulações do reto, vagina e corpo vesical. O principal componente dessa camada é o músculo longitudinal do ânus ▹ Camada inferior: com contração horizontal e função apenas de sustentação dos componentes mais externos do sistema genital feminino, representado pelo diafragma urogenital. BARACHO, 2018 12 Ligamentos Os ligamentos têm um importante papel na fixação das vísceras e na estabilização da pelve, podendo ser classificados como: ▹ Ligamentos pubouretrais: origem na borda inferior do púbis, Inserem-se bilateralmente no arco tendíneo da fáscia pélvica, no nível do terço uretral médio; ▹ Ligamento uretropélvico: principal estrutura de suporte suburetral. Origina-se bilateralmente nos ligamentos pubouretrais, em seu ponto de inserção na fáscia pubocervical, e se fundem na região central. Atuam em conjunto com os ligamentos pubouretrais ▹ Ligamento uterossacro: origina-se bilateralmente na face anterior do sacro e insere-se na fáscia pubocervical no ápice vaginal, integrando o anel pericervical. ASSOALHO PÉLVICO BARACHO, 2018 13 IUE - esforço • “perda involuntária de urina ao esforço, tosse ou espirro” • ↑ Pressão abdominal; • P. Vesical > P. uretral (falha no mecanismo de resistência uretral); • Causas: hipermobilidade do colo uretral e deficiência esfincteriana intrínseca; • + em jovens e idade média (49%) IUU - urgência • “perda involuntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida por urgência miccional”. • Ocorre por contração involuntária do detrusor vesical; • Causa: hiperatividade do detrusor (neurogênico ou idiopático); ↓ complacência vesical, IUM - mista • quando há, simultaneamente, IUE e por urgência IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TIPOS DE IU BARACHO, 2018) (MARINHO, 2006, TIPOS DE IU14 INCONSCIENTE • Sem desejo miccional, e independente do aumento da pressão abdominal. • Grande volume de urina • Prevalente em pacientes geriátricos; ENURESE NOTURNA • Ocorre durante o sono. OUTRAS • Durante o coito; • Riso • Gotejamento pós- miccional; • Ocasional BARACHO, 2018 15 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TIPOS DE TRATAMENTOS ▹ O tratamento da incontinência urinária pode ser dividido em clínico ou cirúrgico. ▹ Dentre os tratamentos conservadores da IUE, podemos citar: fisioterapia do assoalho pélvico, dispositivos de suporte intravaginal (pessários), terapia comportamental, produtos absortivos(estrógenos via-vaginal) e terapias alternativas. Pessário para incontinência urinária de esforço. BARACHO, 2018 16 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TIPOS DE TRATAMENTOS ▹ TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: ▹ IUE – são usados fármacos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina – (duloxetina é o mais usado) – Objetivo – aumentar contração esfincteriana e contração uretral; ▹ IUU e MISTA - são utilizados os anticolinérgicos, os antiespasmódicos, os antidepressivos tricíclicos e os agonistas adrenérgicos.(Oxibutinina) Objetivo - relaxar musculatura detrusora; BARACHO, 2018 17 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TRATAMENTO CIRURGICOS ▹ O tratamento cirúrgico da incontinência urinária de esforço é eficaz a longo prazo, com 60 a 90% de continência em 5 anos. ▹ As técnicas consideradas de primeira linha hoje são a colpossuspensão retropúbica, os slings autólogos de fáscia de reto e os slings sintéticos retropúbicos e TOT. ▹ Os slings sintéticos foram um grande avanço no tratamento da IUE, com importante diminuição de morbidade per e pós operatória. ▹ Atualmente, esses procedimentos são amplamente utilizados no tratamento da IUE Sling sintético transobturatório com faixa de polipropileno BARACHO, 2018 18 IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ▹ O tratamento fisioterapêutico da IU feminina teve seu início na década de 1940-1950 com os estudos de Arnold Kegel. ▹ OBJETIVA Promover a melhora dos sintomas da IU e da função do assoalho Pélvico, contribuindo para melhoria de qualidade de vida dapaciente; Reestruturação da região abdominopélvica Reequilíbrio postural e da dinâmica respiratória Conscientização e Treino da musculatura do assoalho pélvico (MAP) ▹ Pressupõe uma avaliação detalhada e criteriosa das condições gerais e da MAP da paciente para definição de diagnóstico e conduta; BARACHO, 2018 19 ▹ O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) é realizado por meio de cinesioterapia e pode ser associado ou não às técnicas de biofeedback, cones vaginais e eletroestimulação, de acordo com a prescrição adequada à cada paciente IU – INCONTINÊNCIA URINÁRIA TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO BARACHO, 2018 REFERÊNCIAS ▹ Baracho, Elza. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher / Elza Baracho. - 6. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. ▹ Marinho, AR et al. Incontinência urinária feminina e fatores de risco. Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 4 - julho/agosto de 2006. ▹ Gomes, CM e Hisano, M. Urologia Fundamental. 3 ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. ▹ Aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico / organizador: Paulo César Rodrigues Palma. -- Campinas, SP : Personal Link Comunicações, 2009. 20
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