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LEITURA NOS ANOS INICIAIS
BERNARDINO, Edinéia de Azevedo Velho
RU 1008154
LUMMERTZ, Simoni Pereira
RESUMO
Pesquisa qualitativa e teórica bibliográfica abordou a construção da prática e do hábito da leitura nos Anos inicias do Ensino Fundamental com o uso das tecnologias por métodos que despertem o interesse em ler. Como despertar o gosto pela leitura utilizando métodos pedagógicos inovadores? Considerar uma conexão entre a importância da leitura nos anos iniciais e o processo de alfabetização nas escolas. Avaliar como é trabalhada a leitura nos anos iniciais, identificar o processo de alfabetização e apresentar a importância da leitura, no processo de alfabetização e no desenvolvimento cognitivo. O uso das tecnologias como forma de contribuir para a melhoria das ações pedagógicas desenvolvidas. Nesse sentido, o mesmo objetiva debater como as tecnologias digitais auxiliam no processo de leitura, interpretação e construção de textos. Uma vez que, essas tecnologias estão a todo tempo ao seu redor e muitas já fazem parte do seu cotidiano. Para fins deste estudo, foram levadas em consideração as contribuições teóricas de vários autores. Quanto à os aspectos metodológicos, se referiu a uma pesquisa de nível bibliográfica e explicativa, de natureza qualitativa. Assim sendo, considerou-se que o professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao fazer uso dessas informações possa exercer a sua função atuando em sala de aula ou fora dela, de forma autônoma e dinâmica e em interação com os alunos, estimulando e mediando o processo de ensino aprendizagem. 
 
Palavras-chave: Leitura. Aprendizagem. Inovação.
1 INTRODUÇÃO
 A disposição para leitura é um dos fundamentos para a obtenção de conhecimento, serve de base para o alcance da maioria das informações. A leitura, hoje, é deixada de lado, lê-se pela necessidade da informação, a tecnologia e suas facilidades fez com que se perdesse o hábito de ler. Considerando a importância que a leitura tem no desenvolvimento escolar e cognitivo, a pesquisa pendenciou-se a contribuir para uma reflexão sobre métodos pedagógicos inovadores que retrocedam esta crise recolocando o hábito de ler novamente no cotidiano. A importância da leitura para os alunos do Ensino Fundamental I, da leitura feita em sala de aula, e do hábito da leitura fora dela.
 A construção de um caminho, inicialmente feita por necessidade e obrigação, logo, despertando o gosto pela leitura, a introdução de métodos pedagógicos inovadores, o uso de estratégias que envolvam os diversos gêneros textuais através das tecnologias digitais, como: contos, crônicas, bilhetes, anúncios, cartas, dentre outros. Tornando a atividade prazerosa. Partindo da hipótese de que as tecnologias disponibilizadas pela escola e utilizadas pelos professores causam impactos positivos para o processo de aprendizagem e rendimento escolar dos alunos porque são poderosos instrumentos didáticos para dinamizar e aperfeiçoar as aulas, abrindo uma nova dimensão ao exercício intelectual e autonomia dos alunos, desencadeando novas formas de construção do conhecimento. 
 Neste sentido o docente assume um papel de extrema significância no processo de crescimento, desenvolvimento das capacidades e habilidades de seus alunos, não só relacionado ao ensino da leitura, mas também em sua formação como cidadão. Conclui-se que a leitura deve caminhar lado a lado com as atividades dos alunos, formando leitores transformando processo de emancipação de um país, e o ato da leitura e da escrita conduz a um processo de aprender, de conhecer, de apreender novos significados que ajuda aos educandos a viverem com mais plenitude.
2 LEITURA NOS ANOS INICIAIS 
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Dentro da sociedade alfabetizada as crianças crescem e se transformam com a linguagem escrita, a leitura proporciona o conhecimento do mundo em que vivemos:
A leitura é a chave para revolução no processo educacional, pois permite que todos possam realmente entender e compreender o mundo e a realidade ao seu redor. A leitura um instrumento tão poderoso de transformação tanto do sistema educacional como na formação de verdadeiros cidadãos, todos os professores do ensino fundamental devem fazer uso dela para ensinar seus alunos a aprenderem a aprender, (KLEIMAN, Ângela1999).
A leitura está relacionada com a escrita e a construção das duas desenvolve o cognitivo resultando na aprendizagem, na ação de educar, de ensinar a ler, necessita se estabelecer em uma combinação entre o educador e o aluno. “Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém educa a si mesmo; os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”, (FREIRE, 1995 p.43).
No conceito geral, leitura tem a ver com a língua, mas é relevante entendermos que: 
[...] também é possível a leitura através de sinais não linguísticos. Pode-se ler tristeza nos olhos de alguém, a sorte na mão de uma pessoa ou o passado de um povo nas ruínas de uma cidade. Não se lê, portanto, apenas a palavra escrita, mas também o próprio mundo que na cerca (LEFFA, 1996, p. 10). 
Na leitura se reconstroem ideias, há uma interação entre o leitor e o texto. A leitura, portanto, é um processo ativo e dinâmico, e não um produto (CAMPOS, s/d.), uma vez que tem a capacidade de criar significados. Segundo Soares (2000 apud CAMPOS, s/d): 
Leitura não é esse ato solitário; é interação verbal entre indivíduos, e indivíduos socialmente determinados: o leitor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e com os outros; o autor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relações com o mundo e os outros.
 É relevante destacar que o acesso à leitura deve ser dado a todos os cidadãos. Ghilardi (2009) ressalta que: 
Ler a palavra escrita, a palavra oral, a palavra não dita, implícita no contexto ou em uma imagem, e depreender o sentido que emana de fatores linguísticos e extralinguísticos torna-se prioridade na escola e fora dela. O analfabeto, hoje, não é simplesmente aquele que não sabe ler ou escrever, mas o que não compreende os textos que o circundam (GHILARDI, 1999 apud GHILARDI-LUCENA, 2009).
 
Canuto (2008) cita três estratégias para o processo de leitura: a antecipação, a decifração e a interpretação. A antecipação visa verificar previamente o objetivo de uma determinada leitura; a decifração permite ao leitor, por meio das palavras, entrar no texto, e quanto maior seu repertório, mais fácil será o entendimento; e, por último, a interpretação, que só se torna possível por meio da interação entre leitor, texto e autor, permitindo que sejam feitas inferências durante o processo de leitura (CANUTO, 2008, p. 20). 
Essas estratégias confirmam a análise do processo de leitura feita por Cosson (2006 apud CANUTO, 2008), que denomina três eixos: extração do sentido, leitor como ponto central e interação entre texto e leitor. Esses eixos, descritos na sequência, vão ao encontro do que Naujorks (2011, p. 13) diz em sua tese: 
Segundo os autores que enfatizam os aspectos cognitivos, a leitura é vista como um processo ativo que envolve tanto decodificação quanto aspectos como extração de informações de um texto, de reconstrução de sentido, de compreensão. A interação faz parte do processo de leitura, uma vez que engloba a tríade leitor-autor-texto. 
Pereira (2009) diz que nessa visão o texto possui um significado preciso que deve ser desvelado à medida que o leitor vai decodificando-o. Este, portanto, possui um papel passivo nesse processo. Esse movimento linear feito pelo leitor, da esquerda para a direita, decodificando palavra por palavra, é chamado de bottom-up. 
O movimento bottom-up caracteriza-se como ascendente, fazendo o movimento das partes para o todo. Constitui-se numa leitura linear, minuciosa, vagarosa, em que todas as pistas visuais são utilizadas. É um processo de composição, uma vez que as partes gradativamente vão formando o todo (PEREIRA, 2009, p. 11). 
Segundo Jerônimo (2012), o processamento bottom-up ocorre com todosos leitores, porém demanda menor tempo e se torna automático em leitores proficientes. Tendo em vista o esforço cognitivo requerido nesse estágio, em crianças em fase de aprendizagem, de alfabetização, ele não ocorre de maneira automática e eficiente. 
A escola, por sua vez, deve considerar o grau de dificuldade aqui presente e proporcionar atividades que estimulem e facilitem a compreensão da leitura nessa fase, através de textos simples que não demandem do conhecimento inferencial da criança para o seu entendimento, já que o processamento pautado no conhecimento de mundo do leitor se desenvolve posteriormente [...] (JERÔNIMO, 2012, p. 85). 
Dessa forma o educador tem que construir uma relação de confiança e parceria, buscando uma interação com os alunos.
(...) o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar, (SOUZA, 2004, p.223) 
A leitura é associada à forma de ver o mundo. É aceitável dizer que a leitura é um meio de conhecer. Neste processo a interação aluno e professor é de extrema importância, pois o papel do professor é estimular os hábitos de leitura e promover mediação dos textos, livros e contos. Neste sentido é importante salientar que, embora o professor deva auxiliar no processo de entendimento do texto, não deve interferir no processo de interpretação textual do aluno, até mesmo no processo de escolha das obras uma vez que:
É válido pensar na importância do professor leitor na formação de alunos também leitores. Quando se fala em futuros leitores, precisa-se de um mediador e é a partir dessa mediação, que esses alunos serão transformados por suas leituras. (PINHEIRO; SILVA,2016)
Se para os representantes do povo a leitura pode ser uma “faca de dois gumes”, para os professores ela é o “alicerce” no trabalho pedagógico. OS Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa afirmam que a leitura é a porta de entrada para o acesso a outras formas de conhecimento “Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever.” (p. 65
Segundo Pinheiro e Silva (2016), a todo momento estamos, de maneira consciente ou não, lendo e respondendo a tudo. Através destes aspectos, o professor pode explorar as necessidades apresentadas no processo de ensino e aprendizagem por parte dos alunos. É de interesse desta pesquisa analisar os déficits no processo de ensino e aprendizagem no que diz respeito a leitura, interpretação e produção de texto, que, além de serem aspectos importantes são meios de entender as realidades sociais presentes. Atualmente os alunos que saem do Ensino Fundamental I tem uma grande defasagem, no que se diz respeito, a leitura, interpretação e produção de texto.
A leitura faz com que o aluno adquira conhecimento sobre algum assunto que o interesse, para isso, ele precisa praticar o ato de ler compreender o que está lendo. O professor, como mediador, precisa fazer com que o estudante pare de decodificar textos e comece a interagir com o que lê. (PINHEIRO, SILVA,2016, p.150) 
Na criação do hábito da leitura em sala de aula e fora dela, o aluno tem possibilidades, de quando bem exploradas expandir sua interpretação e construção da leitura, sendo do papel do professor estimular e mediar este processo efetivando o conceito de que:
No ato de ler, precisamos criar um sentido para aquilo que estamos lendo. Para se ter uma boa compreensão de um texto, é necessário dialogar com ele, trazendo à tona informações que já possuímos. Alguns alunos sabem da necessidade da leitura para a compreensão de um texto. (PINHEIRO; SILVA, 2016, p. 151)
O hábito da leitura no cotidiano, usado como ferramenta pelo professor conscientiza o aluno a desenvolver a leitura, a interpretação e a produção de texto. Esta prática transforma o aluno em indivíduo interrogador, e que espalhe cotidianamente as práticas aprendidas e desenvolvida com leitura. Neste ponto se estabelece o aspecto primordial no ensino da Língua Portuguesa transpor a teoria apresentada em sala de aula, para um conhecimento que faça sentido fora dela, e que incite o aluno a buscar informação e referência nas atitudes e intencionalidades do cotidiano. 
Se a escola não exerce seu papel transformador, a sociedade perde e o saber e a cultura deixam de fazer parte da vida das pessoas. Um povo sem leitura, sem conhecimentos, sem cultura é um povo que não tem como lutar pelos seus ideais de igual para igual. (REGATTI,2012, p15) 
Emília Ferreiro, numa entrevista, afirma que para o cidadão exercer seus direitos é preciso estar capacitado para fazer uma leitura crítica das mensagens escrita– uma leitura compreensiva que permita comparações, extraia consequências etc. Vai além quando é questionada sobre a chegada dos computadores: 
A presença da escrita na tela do computador é hoje um fato universal. A tecnologia da informação e da comunicação está trazendo mudanças importantes não apenas no mercado de trabalho, mas também nas práticas de leitura e escrita. (FERRERO, 2008).
A rotina da leitura promove a construção de um conhecimento mais sólido, e com mais potencial de aplicação prática, e de reconhecimento cultural das relações sociais permite compreender o intuito deste projeto. O anseio principal deste projeto se revela nas práticas de incentivo à leitura, a interpretação e a produção de texto. Entretanto as consequências deste processo são de extremamente favoráveis, de modo geral, para todas as disciplinas que requerem dos alunos uma atitude de leitura fluente e interpretativa, bem como, uma preparação para os Anos Finais do Ensino Fundamental, onde tais aspectos se fazem mais presentes e são solicitados, sendo que, o aluno que não possui essas capacidades desenvolvidas no Anos Iniciais se vê em uma situação adversa e comprometedora. Não é uma suposta ilusão, e sim uma consequência do letramento pautado nos conceitos da leitura, ou seja, a busca dos valores como a tolerância, o respeito e a dedicação, sendo de extrema importância:
Pois a partir dela é possível que o homem ingresse e participe de uma sociedade letrada que possibilite a ele uma inserção na civilização moderna e com perfeito domínio dos símbolos e da comunicação. Sendo assim, a leitura torna-se uma ferramenta básica da comunicação na sociedade contemporânea. (REGATTI, 2012, p.11)
O deficiente incentivo à leitura propicia uma carência nos níveis de leitura, que causam consequências fragmentárias no processo de ensino e aprendizagem. O resgate dos hábitos de leitura é árduo, partindo da premissa de que os alunos não estão em contato direto com estas práticas, pois, a leitura foi meio que deixada de lado pelos professores, tendo em vista um plano pedagógico com muito conteúdo, o tempo dedicado a leitura fica curto, deste modo a introdução de tais práticas no cotidiano, seria vagarosa e gradual. 
No entanto os alunos, de maneira geral, muitas vezes não absorvem o conhecimento por não se sentirem atraídos, neste sentido, é papel do professor estimular os alunos através de realidades vividas por eles, não com o intuito de limita-las, mas de transforma-las. As esferas de relações dos alunos são ilimitadas, como por exemplo, as redes sociais, a tecnologia em si, que podem ser utilizadas como ferramentas de propagação do interesse pela leitura. De acordo com Kassar (200, p.519), nesse sentido: 
 A escola vai apresentar um olhar diferente do mundo: vai introduzi-la no mundo da produção científica, no prazer de desvendar os mistérios do mundo e de descobrir a existência de novas fronteiras nunca antes percebidas. Vai, também, introduzir a criança em conceitos iniciais de direitos e deveres celebrados por sua sociedade. Dessa forma, a escola vai se processando como elemento mediador entre criança e saber sistematizado (...).
Com o avanço da tecnologia e com o fácil acessoa meios de comunicação como o computador, o mesmo pode servir como um ótimo aliado a novas práticas de leitura, com a utilização de chats, conversas virtuais, como MSN, e buscar informações na internet o prazer pela leitura fica mais aguçado. A dinâmica oferecida bem aproveitada, convida os alunos para uma participação entusiasmada no mundo da leitura, atraídos por textos, através de ilustrações e ou sonoridade. 
 Graças às Novas Tecnologias, talvez seja mais fácil introduzir a criança à cultura letrada. As Novas Tecnologias são muito poderosas e não tem sentido perguntar se são boas ou más, se servem ou não. A cada dia há mais escolas conectadas em rede, tudo indica que o acesso à Internet vai se proliferar como aconteceu com o celular, (FERREIRO, 2008) 
Assim sendo, as tecnologias digitais aparecem como alternativas transitáveis a escola, que poderá ser capaz de fazer uso no dia a dia de práticas de leitura e escrita no intuito de conduzir as crianças e adolescentes, a formas diferenciadas de como ler e escrever.
Prontamente, a internet surge na escola como uma ferramenta que conduz a mudança da leitura através do hipertexto, pois propõe segundo Bolter (apud COELHO, 2013, p.3), “[...] uma nova ordem para o uso das habilidades de leitura e escrita, quebrando paradigma do livro impresso que reinara até então [...]”.
Essa forma de interação virtual entre leitor e hipertexto digital é denominada por Xavier (apud COELHO, 2013, p. 3) de letramento digital. Ou seja, o letramento conforme o autor assume a capacidade de:
[...] mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais verbais e não verbais, como imagens e desenhos, se compararmos às formas de leitura e escrita feitas no livro, até porque o suporte sobre o qual estão os textos digitais é a tela-, também digital.
 Do mesmo modo, se percebe que a tecnologia proporciona cores, formas e movimentos apresentados na tela do computador, contribuindo de certa maneira para fascinar e prender a atenção do aluno como usuário.
Nesse sentido, Álvares (apud ARAÚJO, 2008), caracteriza o hipertexto como um documento eletrônico que compõe nodos e unidades textuais que se interconectam formando uma estrutura não linear. Ou seja, ao leitor é dada a oportunidade de ir em busca de suas próprias opções de leitura, diferente da leitura tradicional oportunizada apenas no livro que só apresenta uma única estrutura de leitura. De acordo com Araújo (2008, p. 4):
No ciberespaço as práticas e eventos de letramento começam a ser mediadas por um conjunto dos gêneros virtuais de modo que, a capacidade interativa e multissensorial oferecida pela multimídia, que constitui os gêneros virtuais, instiga o sujeito a lançar mão de novos processos cognitivos ajustáveis a dinâmica de interação desse espaço.
Hoje em dia, se discute e se cogita muito sobre a questão do fracasso escolar como sendo apenas culpa do aluno ou da família, ou seja, muitos por pertencerem à classe popular, são considerados iletrados sem as mínimas condições de acesso ao conhecimento. Como assegura Charlot (2003, p. 29):
O que produz o sucesso ou o fracasso escolar é o fato de o aluno ter ou não uma atividade intelectual– uma atividade eficaz que lhe possibilite apropriar-se dos saberes e construir competências cognitivas. Se um aluno fracassa na escola, não é diretamente porque pertence a uma família popular, é porque não estuda ou porque não estuda de maneira eficaz.
O ambiente escolar, atualmente, dispõe de recursos multimídias capazes de favorecer novos espaços de aprendizagem aos alunos, assim sendo, o que falta aos professores é se apropriarem do uso e da prática de recursos digitais, como: o e-mail, o fórum de debates, os chats e os blogs como alternativas de interação, entretenimento e oportunidade para trabalhar a leitura e escrita com os alunos. Como forma de defini-los afirma Costa (apud ARAÚJO, 2008, p. 8):
[...] o chat é diferente de uma conversa face a face ou telefônica. [...] o e-mail não é uma carta, nem um fax, nem uma chamada telefônica [...] Ele é mais rápido que a correspondência postal comum, menos caro que o telefone, fácil de ser utilizado.
Seu tom é coloquial e direto, não há perda de tempo, nem fórmulas convencionais.
Esse tipo de dispositivo permite ainda que pessoas interessadas em um mesmo assunto possam fazer uma discussão coletiva on-line, como nos fóruns. [...] os blogs são um gênero híbrido de escrita de si, gênero este que submete a um constante processo de definição e redefinição as fronteiras entre as esferas do público e do privado.
 Neste sentido, as formas e modelos de como trabalhar com a tecnologia são múltiplas e variáveis, assim sendo, cabe ao professor a partir do trabalho que desenvolve com os alunos propor situações de aprendizagem capaz de motivá-los a ler e escrever com propriedade, o que muito irá conduzi-los a uma formação cidadã, pois, irão interagir através das tecnologias digitais fazendo uso de práticas de leitura e de escrita ora como leitor de variados textos ora como autor de seus próprios textos.
Para Mortensen e Walker (apud JUNQUEIRA, JUNQUEIRA e SILVESTRE (2013, p.03):
[...] o blog está criando conexões que “ligam” os blogueiros a uma comunidade.
[...] por sua vez, os blogs são páginas da internet, pode apresentar textos tais como ideias, opiniões, diários pessoais, propostas, conhecimento popular ou cientifico entre outros gêneros textuais.
Neste processo, propor situações didático-pedagógicas onde os alunos sejam motivados a escrever seus próprios textos num blog, como: poesias, anúncios, recadinhos, entre outros; sejam incentivados a passar e-mail tanto para o professor como para os colegas apresentando essas produções de textos de sua autoria; manter diálogos em grupo, usando o chat e convocá-los a apresentar seu ponto de vista sobre um determinado tema através de um fórum de debates, todas essas práticas de leitura e escrita conduzem professor e alunos a estar em sempre atualizados, pois as informações on-line ocorrerão em tempo real e se oficializadas conduzirão os alunos a ler seus próprios textos e o dos colegas a fim de que possam socializar as ideias produzidas no grupo. Essas situações representam excelentes alternativas de incentivo tanto para com a leitura como para a escrita e conforme Lévy (1996, p.41) defende, [...] o leitor em tela é mais ativo que o leitor em papel, já que o computador se apresenta como um “de potencialização da informação”.
Trabalhar em sala de aula dentro do ambiente virtual representa para o professor dos Iniciais do Ensino Fundamental um desafio, porém Soares (2002, p. 151) assegura que:
Embora os estudos e pesquisas sobre os processos cognitivos envolvidos na escrita e na leitura de hipertextos sejam ainda poucos (ver, por exemplo, além das já citadas obras de Lévy, também Rouet, Levonen, Dillon e Spiro, 1996), a hipótese é de que essas mudanças tenham consequências sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurando um letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e de escrita na tela, diferente do estado ou condição– do letramento–dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel.
 Os alunos, como todos os indivíduos de hoje, entram em contato com materiais impressos ou eletrônicos desde muito jovens, e fazem desses materiais parte de suas vidas. 
Diante de tantas possibilidades de acesso e tanta informação disponível, é um desafio da escola tornar-se um espaço menos desinteressante.
Ao usar as tecnologias nas salas de aula, o professor conseguirá se deparar com novas ferramentas para serem usadas. Além disso, a internet tem uma grande quantidade de conteúdos que podem servir como fonte de inspiração para as aulas, introduzindo maneiras inovadoras de ensinar. Quando os estudantes percebem que o professor esforça-se para adequá-las na sala de aula, a empatia cresce. Essa é uma das características fundamental, para que os alunos prestem atençãoem tudo que for falado em sala de aula. Uma grande justificativa dos alunos para estarem dispersos durante as aulas é que os professores não inovam e tornam a rotina maçante. Assim, implementando as tecnologias na sala de aula, as explicações ganham mais vivacidade e dinamicidade, aumentando a atenção dos alunos. Ao inserir as tecnologias na sala de aula, o professor incentivar seus alunos a compartilharem informações e qualquer dado ou notícia que tenha relação com o conteúdo estudado. Assim, as chances de construir uma turma que valorize o aprendizado compartilhado é muito maior, sendo um ponto positivo na formação. Os alunos passam a ter uma nova experiência de aprendizado ao entrarem em contato com as tecnologias. Incentivá-los a pesquisar mais e a conhecer novos temas que não foram explorados em sala de aula. É importante deixar claro que a internet faz com que o conhecimento não tenha barreiras e, por isso, deve usá-la o quanto conseguir para que eles façam o mesmo por conta própria. Assim sendo, a relação de tecnologia e educação também é vista como forma de disseminação da inovação, como diz Kenski (2006, p. 43):
 Podemos também ver a relação entre educação e tecnologias de um outro ângulo, o da socialização da inovação. Para ser assumida e utilizada pelas demais pessoas, além do seu criador, a nova descoberta precisa ser ensinada. A forma de utilização de alguma inovação, seja ela do tipo novo de processo, produto, serviço ou comportamento, precisa ser informada e apreendida.
Neste contexto podemos dizer que vivemos em um mundo digital uma vez que há uma linguagem digital comum na qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada e transmitida através de meios eletrônicos. Segundo Kenski (1996:133), todos que vivemos nessa época de acentuada inovação devemos aprender a ler sons, imagens, movimentos e a lidar com eles.
Para Coscarelli (2005, p. 114), as habilidades e estratégias que o leitor usa no momento da leitura de hipertextos não diferem muito da leitura de textos impressos, uma vez que o leitor “vai precisar ativar informações na sua memória, considerar o contexto sociocomunicativo, selecionar, relacionar e modificar informações, a fim de construir uma representação coerente para aquele texto naquela dada situação”. 
Em suma, o hipertexto, assim como o texto em mídia impressa, é um grande aliado no processo de ensino-aprendizagem, o que se necessita é saber usá-lo de forma coerente com os objetivos propostos pelo professor. É imprescindível que o professor da era digital busque capacitações e saiba utilizar as novas mídias. 
Se faz urgente e necessário que o docente dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental promova junto aos alunos atividades tendo como base para a escrita a produção de textos narrativos, descritivos e dissertativos, assim como também incentive o uso de estratégias que envolvam os diversos gêneros textuais através das tecnologias digitais, como: contos, crônicas, bilhetes, anúncios, cartas, dentre outros.
2.2 METODOLOGIA
A metodologia inserida no processo de desenvolvimento da pesquisa foi amadurecida no estudo de aspectos que instigam o senso crítico e propõem atividades interdisciplinares no processo de ensino e aprendizagem, na expansão de leitura com os alunos dos Anos Inicias do Ensino Fundamental.
Indiscutivelmente a leitura é uma ferramenta muito importante para auxiliar os alunos em seu desenvolvimento escolar. Jornais, livros, revistas e gibis oferecem aos leitores uma variedade de informações, tornando-se fontes ricas de cultura e conhecimento. Considerando que, atualmente, a humanidade dispõe de mais um elemento para a realização de leituras: a Tecnologia, que diante da possibilidade do uso do computador para acesso na escola, oferece benefícios tanto para o corpo docente quanto para o discente. 
Esta pesquisa encontrou apoio básico em pesquisas na Internet nas áreas de Educação Fundamental e Tecnologia na Educação. 
Amparando-se em autores como KLEIMAN(Ângela1999), Freire (1995 p.43), PEREIRA (2009, p. 11), entre outros, que apontam em seus estudos a prática da leitura, tornando-a um hábito. Tem muito a contribuir, fazendo com que supram as necessidades interpretativas, produtivas e de fluente leitura de textos, dos discentes. Bem como o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no processo de leitura.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Ao longo do desenvolvimento da pesquisa foi notória a possível aproximação com a aplicação das práticas propostas. A leitura inserida de forma dinâmica e moderna se configura um desafio. Porém se confirma quando, ao perceber que um discente no final dos anos iniciais possui grandes dificuldades na interpretação e na produção textual, talvez, seja a falta de espaço nas aulas para a criação do hábito da leitura e quando esse espaço é aberto muitas vezes é monótono. Essas dificuldades instigam a criação de projetos e inovações que supram e possam potencializar a produção do conhecimento e elevar os próprios discentes a um patamar de protagonistas no processo de construção de saberes e do desenvolvimento das competências, que chegará além da decodificação. 
Percebe-se que a leitura, no cotidiano escolar passou a ser um breve complemento, ao invés de ser a ferramenta construtiva principal. A pesquisa da Leitura nos Anos Iniciais, teve como intuito promover a construção de indivíduos com mais habilidades interpretativas e produtivas, e que possuam um senso crítico e um caráter consolidado na tolerância e no respeito de indivíduos inundados de cultura, pois ler é possuir cultura, e possuir cultura é estar inundado de potencial.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Rosana Sarita. Letramento digital: conceitos e preconceitos. In.: Anais Eletrônicos do 2º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação, UFPE, 2008. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Brasília, MEC/SEF, 1997.
CAMPOS, Gisela Pincowsca Cardoso. O processo de leitura: da decodificação à interação. S/d. Disponível em: http://www.faculdadeobjetivo.com.br/arquivos/OProcessoDeLeitura.
Pdf Acesso em: 10 fev. 2015. 
CANUTO, Maurício. Leitura: Um contraponto entre a fala do professor e o silenciamento da voz do aluno. 2008. 87p. Monografia (Especialização em Língua Portuguesa e Literatura) – 
Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2008. Disponível em: 
http://www.academia.edu/4676400/LEITURA_UM_CONTRAPONTO_ENTRE_A_FALA_DO_PROFESSOR_E_O_SILENCIAMENTO_DA_VOZ_DO_ALUNo Acesso em: 10 fev. 2015. 
CHARLOT, Bernard. O sujeito e a relação com o saber. In.: BARBOSA, Raquel Lazzari Leite. Formação de educadores: desafios e perspectivas (Org.) São Paulo: Editora UNESP, 2003.
COELHO, Lenir de Jesus Barcelos. A leitura e a escrita no hipertexto digital como práticas sociais: reflexões a partir da perspectiva do letramento. In.: Revista Ícone. Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura Vol. 11. Jan. de 2013 ISSN 1982-7717.
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