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FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CURSO DE LETRAS LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências Daiana da Silva Oliveira DEZEMBRO/2010 DAIANA DA SILVA OLIVEIRA LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências Trabalho apresentado ao Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser Como requisito para obtenção do título de licenciada em Letras, com habilitação em português, inglês e suas respectivas literaturas, sob a orientação da professora Dra. Luciane Silva de Souza Carneiro. DEZEMBRO/2010 LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências Aparecida de Goiânia, ____ de dezembro de 2010. EXAMINADORES Orientadora – PROFª.DRA. Luciane Silva de Souza Carneiro. – Nota: ______ / 70 Primeiro examinador – __________________________ – Nota: ______ / 70 Segundo examinador – __________________________ – Nota: ______ / 70 Média parcial – Avaliação da produção do Trabalho: ______ / 70 SUMÀRIO 1. Introdução 2. Breve história da língua portuguesa 3. Constituição do léxico português 3.1. Derivação Latina 3.2. A criação ou formação vernácula 3.3. Importação estrangeira 4. Estrangeirismos e empréstimos linguísticos 4.1. Língua Inglesa 4.2. Língua Francesa 4.3. Língua Latina 4.4. Língua indígena 4.5. Língua Africana 4.6. Língua Árabe 5. Considerações finais 6. Referências bibliográficas 7. Abstract 8. Anexos “A língua é propriedade de falantes; os falantes são sábios, a questão principal está na apropriação do bem cultural.” (Terra; Nicola; Menon, 2003, p. 2), LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências Daiana da Silva Oliveira1 Luciane Silva de Souza Carneiro2 RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar a origem de algumas palavras pertencentes à língua portuguesa e que fazem parte do campo semântico, enfatizando palavras de origem estrangeiras através de pesquisas em livros com diversos linguístas e estudo específico da origem da língua, suas influências e criações. Com a intenção de elaborar a pesquisa de forma clara e para melhor compreensão do tema que será desenvolvido será utilizada a pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos científicos, revistas acadêmicas dentre outros. A pesquisa seguirá com a leitura de algumas obras que abordam o tema em questão como Linguística histórica, estrangeirismo e empréstimos linguísticos. Para compreender a estrutura e estudar a influência da língua portuguesa, foram formuladas as seguintes questões de pesquisa: Quais os principais fatores que estabelecem conexão entre língua estrangeira para influencia e introdução de palavras pertencentes ao seu léxico em outros idiomas como a língua portuguesa e os estrangeirismos e seus empréstimos linguísticos? Por que falantes da língua portuguesa associam rapidamente palavras de outro idioma em seu vocábulo. PALAVRAS-CHAVE: História da língua portuguesa. Empréstimos linguísticos. Estrangeirismos. 1. Introdução A língua portuguesa é um idioma que sofreu fortes influências de outros países para obter o português atual, disso resultam várias dificuldades de se ter uma língua estabilizada e unificada. Este estudo tem como intuito estabelecer as principais influências da língua portuguesa estudando e analisando a origem da língua, enfatizando também a história do idioma e as fases que passou para tornar o português falado atualmente no Brasil, enfatizando também palavras estrangeiras utilizadas por falantes brasileiros, e os empréstimos linguísticos que existem em nosso vocábulo. Vários linguistas e estudiosos importantes da língua portuguesa debatem assuntos como empréstimos linguísticos, estrangeirismos e História da língua em geral. Através deste artigo, serão elaboradas afirmações no decorrer do estudo embasados nesses temas para identificar as origens e estruturas de palavras de 1 Acadêmica do 8º período do curso de Letras da Faculdade Alfredo Nasser. 2 Professora Doutora em Letras e Linguística, orientadora deste trabalho. vários países existentes em nosso idioma, e também as influências que a língua portuguesa sofreu para estabelecer a norma padrão. O objetivo deste trabalho é ressaltar as principais influências que deram origem a língua portuguesa, citando algumas considerações sobre lingüística histórica, empréstimos linguísticos, estrangeirismos e importação estrangeira, que são influências para a obtenção da língua atual falada no Brasil que é o português. 2. Breve história da língua portuguesa Atualmente, é fácil encontrar inúmeras bibliografias acerca da história da língua portuguesa, porém ainda há muito que pesquisar e compreender sobre a formação do idioma majoritariamente falado no Brasil. Conforme Ilari e Bassos (2007, p.13), O Brasil é hoje o maior país de língua portuguesa do mundo, com uma população que, na virada do milênio, girava em torno de 170 milhões de habitantes. Mas o português, como todos sabem, não nasceu no Brasil; ele foi implantado no continente sul-americano por efeito da colonização portuguesa, que começa, oficialmente, com o descobrimento da terra de Vera Cruz por Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. O que se percebe, então, é que essa língua veio para o continente americano no século XVI, aqui entrou em contato com as línguas indígenas da costa brasileira e, pouco depois, com as inúmeras emigrações, recebeu influências do italiano, do francês e de várias outras línguas européias. No entanto, falar em língua portuguesa não significa apenas retomar a época de sua entrada em solo brasileiro, mas buscar suas origens antes disso para compreender melhor como ela se formou. Todos sabem comprovadamente que a língua portuguesa é uma língua neolatina, isto é, originou-se do latim, mas não de um latim escrito, pois este era privilégio apenas dos nobres. O português originou-se do latim vulgar, falado pelo povo e é a partir do século XVIII que se têm os primeiros textos escritos em português. Para compreender o processo de formação da língua portuguesa é essencial, antes de tudo, retomar a “história de Portugal e da Península Ibérica, com a chegada dos romanos, as invasões germânicas, a ocupação árabe, os movimentos de Reconquista e as consequências que esses eventos tiveram” na formação do idioma oficial falado no Brasil (ILARI; BASSOS, 2007, p. 15). Somente depois de refletir sobre esses aspectos históricos é que se pode pensar no Brasil focando o papel do „colonizador português‟, dos indígenas, dos escravos africanos e do próprio brasileiro nativo e a influência dos povos que para cá vieram na época das lavouras de cana-de-açúcar, do ciclo do ouro e da industrialização do país. Entretanto, até chegar aos moldes do século XVI, o português trilhou um longo caminho e somente três séculos antes é que se tem documentado e reconhecido o primeiro documento em língua portuguesa. Segundo Teyssier (2007, p. 25), “acreditou-se durante largo tempo que os mais antigos textos em galego português datavam dos últimos anos do século XII. Estudos recentes mostraram, no entanto,que não foi exatamente nessa época, mas no começo do século XIII que esses textos apareceram”. No início do século XIII, dessa forma, surgiram alguns documentos escritos no latim vulgar; um exemplo bastante destacado em livros que retrataram a história da língua portuguesa é o testamento de Afonso II dando ênfase no latim vulgar tornando-a obrigatória em documentos oficiais. A poesia lírica peninsular teve influência do galego-português e pode-se citar como exemplo: O Cancioneiro da ajuda, o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca nacional de Lisboa; no qual contém três categorias de poesias que são: As Cantigas de Amor, As Cantigas de Amigo e as Cantigas de Mal dizer ou de Escárnio. A língua portuguesa teve influência também do Francês e do Provençal que é o que chamamos de Empréstimos. Do Francês originou-se a palavra Dama (< dame), daian (< francês antigo deiien, hoje “doyen”), preste (< francês antigo prestre), sage, maison, etc. Do Provençal- Assaz ( < assatz ), greu, “difícil”, alegre, manjar, rouxinol ( < rossinhol), talan, “ vontade, desejo” , freire ( < fraire), cobra, copla, estrofe” ( < cobla) , trobar, trobador, etc. Em 1350 o português se separa do galego por uma fronteira política e torna- se a língua de um país cuja capital é Lisboa, cidade onde reside o Rei. Em 1500 Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil, os portugueses viajam até Malaca, às Ilhas de Sonda, às Molucas, à China e ao Japão, fazendo a língua portuguesa expandir- se por vários territórios, permanecendo até os dias de hoje nos países da África e da Ásia. Conforme Ilari e Bassos (2007, p. 28-29), As grandes navegações portuguesas culminaram em 1498, quando a chegada de Vasco da Gama à Índia iniciou um novo ciclo comercial sob a liderança de Portugal. Ao período de riqueza que se seguiu aos descobrimentos correspondeu também na cultura e nas artes um período de forte efervescência. Dominado por figuras de grandes poetas, historiadores e dramaturgos, como Sá de Miranda, Camões, Antônio Ferreira e João de Barros, o século XVI costuma ser apontado como o século de ouro da literatura portuguesa. Comparado com o português dos documentos medievais, o português literário do período clássico nos soa hoje bem mais familiar, e isso se deve, sobretudo, a algumas modificações ocorridas no léxico e na sintaxe, que se contemplaram no século XV. Assim, pode-se afirmar que a língua portuguesa que se tem hoje, não se formou apenas influenciada linguisticamente, mas cultural-política e economicamente. 3. Constituição do léxico português A língua é uma estrutura maleável que apresenta variações e está sempre em constante mudança, mudanças estas que podem ocorrer tanto no léxico, quanto na sintaxe e mesmo na semântica. Mas, para que haja mudança, é necessário haver variação e esta dura um longo período dentro da comunidade linguística até que se estabilize. Muitas das línguas européias descendiam de línguas antigas. O Inglês surgiu a partir do anglo-saxão as chamadas línguas românicas; o Francês, o Espanhol, o Italiano etc., tiveram sua origem do Latim. A língua portuguesa originou-se a partir do Latim que era a língua falada na região do Lácio (atual Roma). Os Romanos ao conquistarem as regiões próximas levavam sua cultura e sua língua: o Latim. Um dos fatores que contribuíram para a origem das línguas: português, Francês, Provençal, Romano, Espanhol e etc. foram à invasão da Península Ibérica. As línguas derivadas do Latim são chamadas neolatinas ou românicas. São elas: galego, romeno, francês, espanhol, italiano, português, franco-provençal e rético. A língua portuguesa deriva do latim vulgar, com a queda do Império Romano, as invasões provocaram o surgimento das variações lingüísticas, dentre elas o galego-português. No séc. XIV inicia-se uma diferenciação maior entre o galego e o português. Com a constituição do Império Romano, os romanos espalharam o Latim pelo mundo. Os portugueses a partir das grandes navegações espalharam a língua portuguesa pelas regiões mais distantes. Os Lusitanos trouxeram a língua portuguesa para o Brasil. Aqui encontraram o idioma indígena (Tupi) e houve a miscigenação das raças: mulheres índias casaram-se com portugueses. A partir do séc. XVII, com a chegada de numerosas famílias lusitanas o idioma indígena foi enfraquecendo em relação ao português. Porém grandes números de palavras Tupis permanecem em nosso léxico. Um fator importante que contribuiu para o enriquecimento da língua portuguesa foi o tráfico de negros que traziam em seu vocabulário palavras e expressões de origem Africana que foram incorporadas ao português. Essas influências restringiram-se apenas ao léxico, não interferindo no modo de falar do povo. No início a língua portuguesa era pobre e rude, mas com a influência literária do latim, língua bastante semelhante do português, o idioma foi se enriquecendo. A influência da arte provençal na língua contribuiu para o aparecimento da gramática, concluindo-se que as três principais fontes do léxico português são: A derivação latina; A criação ou formação vernácula; A importação estrangeira. A morfologia e a sintaxe da língua portuguesa tiveram influência do latim, do galego-português e de várias outras línguas românicas. As palavras de origem germânica surgiram no latim antes da invasão dos Suevos e dos Visigodos. As palavras de origem Árabe existentes no léxico português somam-se aproximadamente 954 mil segundo José Pedro Machado no livro: Influência Árabe no vocabulário português; introduzidas através dos Italianos e também por Africanos e Asiáticos. 3.1. Derivação Latina Sabe-se que o português deriva do Latim e seu surgimento baseia-se não no latim da igreja, nem no latim literário, mas sim do latim vulgar que foi uma variedade principalmente falada pelos soldados e comerciantes romanos que levavam às regiões conquistadas durante a formação do Império, e assim circulando por várias outras regiões passando de geração em geração sem ser ensinada formalmente. A uniformidade linguística diversificou-se bastante devido às grandes invasões bárbaras. Em seguida, alguns dos dialetos derivados do Latim ganharam prestígio e transformaram-se nas línguas românicas que são hoje: o romeno, o italiano, o sardo, o reto românico, o occitano, o francês, o catalão, o espanhol, o galego e o português. 3.2. A criação ou formação vernácula A criação ou formação vernácula caracteriza um modo de aprender as línguas. O aprendizado que se dá por assimilação espontânea e inconsciente, no ambiente em que as pessoas são criadas. Opõe-se a tudo que é ensinado na escola. Por exemplo, na escola se aprende corretamente as formas verbais como: eu farei, eu fizera. Mas as crianças absorvem facilmente as formas não cultas como: eu vou fazer, eu tinha feito; Através de influências na convivência familiar e sem a interferência escolar. As últimas formas apresentadas tratam-se de formas vernáculas. 3.3. Importação estrangeira Vários diferentes povos passaram pela Península Ibérica deixando na região vestígios de seu vocabulário. São alguns: Ibéricos: a maioria veio da região do Basco; abarca arroio, balsa, barro, bezerro, lousa, etc. Célticos: são bastante antigas porque surgiram quando os romanos entraram em conflito com os povos Gauleses na Itália; Porém, muitas são recentes no período da conquista da Península Ibérica ou da Gália; bico, brio, bragas, cabana, caminho, carpinteiro, carro, cerveja. Fenícios: foram introduzidas através das navegações e pelos Cartagineses, que falavam o dialetopúnico; mapa, mata, malha saco. Gregos: apareceram no léxico pelos colonos durante a dominação da Península Ibérica. A maioria das palavras gregas existentes no nosso vocábulo surgiu por duas vias: a literária e a popular. Das mais antigas podemos citar: bolsa, cara, calma, chato, caixa, espada, governar. A igreja católica também contribuiu muito com palavras ligada á religião; anjo, apóstolo, bispo, bíblia, crisma, diabo, diocese, eucaristia. Hebraicos: apesar dos Hebreus não dominarem a Península surgiram muitas palavras dessa origem no português, através da Sagrada escritura também se tratando de nomes ligados a religião: aleluia, amém, bálsamo, belzebu, cabala, éden, fariseu, páscoa, querubim. Germânicos: não se sabe ao certo em que período as palavras dessa origem surgiram no latim. As mais antigas foram pelo contato dos soldados Romanos com os Germanos nas fronteiras; carpa, sabão, burgo, bando, arenga. Existem muitas palavras de origem Germânica que se referem à arte militar devido a esse contato dos soldados e também aos usos e costumes, objetos e utensílios do povo Germânico; arreio, agasalho, albergue, anca, aspa, barão, banco, banho, brasa, estaca, espeto, espora, guerra. Árabe: ocorreu através da dominação do povo semítico na região Ibérica e se limitou ao vocabulário, pois a língua Árabe é semítica e muito diferente das faladas pelos povos indo-europeus. Mas nem todas as palavras árabes introduzidas no português são pertencentes do seu léxico, algumas são de origem grega; elixir, quilate, alambique, acelga, alfândega, alcaparra. Outras são orientais; azul, xadrez, anil, caravana, espinafre, jasmim, laranja. E outras são de origem latina; albornoz, alporão, abricó, almude, alperche. Quando se afirma que a língua portuguesa falada no Brasil tem influências do grego, do árabe, e de outros povos, não significa necessariamente que estas vieram diretamente para o idioma, mas que em determinado momento da língua houve contatos entre os povos e isso ocasionou alguma mudança em seu vocabulário e em sua estrutura gramatical, o que pode ou não ter ocorrido na Península Ibérica. 4. Estrangeirismos e empréstimos linguísticos. A influência de vários povos no vocabulário da língua portuguesa ocasionou- se, especialmente, de duas formas, através dos empréstimos linguísticos e dos estrangeirismos. Essas duas importantes influências que aconteceram e ainda acontecem com a língua portuguesa são muito semelhantes. Devido a isso, renomados linguistas os definem como um só. Quando falamos de estrangeirismos ou empréstimos linguísticos, surge rapidamente nas mentes dos cidadãos brasileiros palavras inglesas presentes em nomes de lojas, restaurantes, marcas de roupas ou sapatos, dentre outras coisas. Porém, os estrangeirismos e os empréstimos linguísticos não estão ligados somente à língua inglesa, existem também em nosso léxico várias palavras francesas, indígenas, árabes, latinas, africanas, etc. Este fato costuma provocar fortes reações em linguistas que se julgam „guardiões da língua‟ conhecidos também como „defensores do vernáculo‟, contra a „descaracterização‟ que a língua portuguesa vem sofrendo. Alguns afirmam que há décadas as palavras de origem estrangeira estão „corrompendo‟ a língua portuguesa. No fim do séc. XIX, a imprensa fez uma grande manifestação contra a invasão dos galicismos, que são palavras francesas introduzidas no português. Nesta época, a França era como os Estados Unidos atualmente, ou seja, uma grande potência de forte influência cultural. Outro grande defensor da língua portuguesa contra os empréstimos linguísticos e estrangeirismos da época foi Machado de Assis em deliciosas crônicas em defesa da língua portuguesa que intitulavam de „guardiões da pureza da língua‟. 4.1. Língua Inglesa No séc. XIX, o Brasil foi um grande importador de tecnologia inglesa e fez sua industrialização através de forte influência americana e nos últimos anos se aderiu cada vez mais a uma economia de mercado globalizado, onde a língua principal é o inglês. Sabendo que atualmente a língua inglesa é prestigiada por todo o mundo sendo em alguns países conhecida e utilizada como segunda língua, o Brasil recebe muitas palavras inglesas adaptadas ou não na escrita e na pronúncia que são assimiladas rapidamente pelos falantes brasileiros e logo se tornam parte de nosso vocábulo. Pode-se notar a presença do inglês a todo o momento em nomes de lojas, restaurantes com nomes de pratos ou bebidas, marcas de roupas, sapatos, etc. Conforme anexos Fig. 1, 3, 4, 5, 6, e 7. Além desses exemplos citados, existem também várias palavras e expressões utilizadas diariamente pelos falantes da língua portuguesa que se originaram do inglês. Ex: ADD - Do verbo inglês to add (“adicionar”, “agregar”), derivado do latim addere (“introduzir”, “colocar”). Utilizado no campo semântico da informática na acepção de “adicionado”, “agregado”. (pág. 7). AIR BAG – Do inglês do século XX, formado por air (“ar”) e bag (“saco”). O air bag é um saco de náilon que fica embutido em pontos estratégicos e, em casos de acidente, infla automaticamente, funcionando como um balão amortecedor para segurança do passageiro. ( pág. 9). ALL RIGHT – Do inglês all (“todo”, “tudo”) e right (“direito”, “correto”, “certo”), a locução é usada para dizer “tudo certo”, “tudo bem”, ou substituir expressões da língua portuguesa como: “Entendido!”. (pág.10). BABY – Do inglês baby (“bebê”, “criança”), provavelmente de origem onomatopéia, na tentativa de reproduzir as primeiras manifestações de fala de um bebê. (pág. 21). 4.2. Língua Francesa Um exemplo claro da influência francesa é a moda, em todo o século XIX e a primeira metade do século XX, a França era o país que dominava a moda no mundo. Com essa influência então podemos citar vários exemplos do campo semântico que envolve a moda, são alguns: BATOM - Do francês bâton, originalmente “pedaço de Madeira arredondado e alongado”, “bastão”. Por analogia, o termo ganha o sentido de cosmético na forma de pequeno bastão que serve para pintar os lábios. (pág.27). ABAJUR - Do francês abat-jour (“quebra-luz”). Abat tem a significação de “abate”, diminuição; jour, “dia”, “claridade” “luz”. Portanto, abat-jour designa o elemento que minimiza o efeito da luz. (pág.3). BIJUTERIA - Do francês bijouterie (“atividade de quem fabrica ou vende bijus”, na “joalheria”), formado por bijou ( “jóia”) e –erie ( sufixo francês para a criação de um substantivo a partir de outro). O português registra duas formas para o termo francês: bijuteria, e bijutaria. Ambas fazem referência à fabricação e as próprias peças de enfeite ou de fantasia que imitam jóias preciosas. (pág.31). BALÉ - Do francês ballet, que, por sua vez, vem do italiano balleto, diminutivo de ballo (“baile”, “dança”). No português, o termo aparece com as grafias ballet e balet em fins do séulo XIX, e já aportuguesado como balé a partir da segunda metaded do século XX. A palavra designa tanto a dança artística como as formas teatrais que fazem parte da dança. ( PÁG.23) Todas elas são palavras francesas que se tornaram parte de nosso léxico. 4.3. Língua Latina Já a língua Latina que além de influenciar na criação da língua portuguesa também teve grande importância nos empréstimos lingüísticos que introduziram no português desde o séc. XV são palavras ligadas à nobreza, musicalidade, dignidade. Um exemplo interessante é a frase de Gonçalves Dias abaixo: “[...] mas o antiste de Deus a sombra vê, e a voz lhe escuta. (“ A virgem”, Segundos cantos, t.I, p.229) O romantismo foi a principal fonte de empréstimos latinos nestaépoca. Podemos citar autores como: José de Alencar com a obra Iracema, e Gonçalves Dias destacado anteriormente. Além do romantismo existem muitas palavras latinas presentes em nosso vocabulário, são elas: ÂNGELUS - Do latim ângelus (“anjo”), que, por sua vez, está relacionado com o vocábulo grego ággelos (“mensageiro”). É comum o seu emprego tanto com a grafia aportuguesada como com a grafia latina. (Pág. 13). PERPÉTUO – Do latim perpetuus (“ perpétuo”,”permanente”).(Pág.7). MEMORIA - Do latim memoriam (“memória”, “lembrança”). (Pág.7) BÔNUS - Do latim bônus (“bom”), através do inglês, na acepção de “remuneração”, “abono”. Bônus é sempre vantagem, ou seja, é alguma coisa que se dá ou se recebe além do esperado. (Pág.39). 4.4. Língua indígena Os empréstimos ligados ao indianismo, assim como no latinismo, também tiveram influência do romantismo do séc. XV. Gonçalves Dias e José de Alencar empregavam palavras indígenas em suas poesias na necessidade de nomear coisas da região. O autor Gonçalves Dias se dedicou tanto ao estudo da língua indígena, que até publicou o Dicionário da língua tupi. As palavras de origem indígena surgiram do tupi que é a língua utilizada até os dias de hoje pelos índios. Um exemplo bastante claro é a palavra lambari. Veja sua construção: Inicialmente a palavra era: arambary (o y final indica o i central médio, desconhecido do povo brasileiro, mas presente em várias línguas indígenas do Brasil; assemelha-se ao som de [i], porém realizado com a língua erguida, no centro da boca); Logo passou a ser alambari e finalmente se tornou a palavra atual lambari; A queda do a inicial é um fenômeno bastante comum na história das línguas. Muitos vocábulos do indianismo são relacionados aos costumes selvagens e nomeiam objetos; Ex: camotim ou camocin que significa vaso, pote; Obras de grande destaque da língua indígena foram os livros Marabá de Gonçalves Dias e Iracema de José de Alencar. Abaixo, trechos da obra Iracema: O mel dos lábios de Iracema é como o favo que a abelha fabrica no tronco da andiroba: tem na doçura o veneno. A virgem dos olhos azuis e dos cabelos do sol guarda para seu guerreiro na taba dos brancos o mel da açucena. Andiroba - árvore que dá um azeite amargo. Cabelos do sol - em tupi guaraciaba. Assim chamavam os indígenas aos europeus de cabelos louros. Além dos autores Gonçalves Dias e José de Alencar, também tiveram grande contribuição para empréstimos indígenas os autores: Bernardo Guimarães, Machado de Assis, Olavo Bilac, que fizeram pequenas obras utilizando palavras indígenas. 4.5. Língua Africana Quanto aos africanismos, esses não tiveram prestígio como o indianismo, pois sabemos que os empréstimos africanos surgiram em nosso léxico através dos escravos que moravam em colônias e comunidades acarretando fenômenos de aculturação (fatos que decorrem do contato dos homens que possuem culturas e línguas diferentes), pela qual cada indivíduo acaba absorvendo elementos culturais de seu meio, e daí ocorre, tipicamente, uma aprendizagem incidental, que pode envolver observação e imitação. Entre as palavras conhecidas da língua africana podemos citar, CEITA - Originou-se da palavra ceuta,(“cidade da África”). Quando da famosa batalha que resultou em sua tomada, em 1415, o rei português Dom João I(1356- 1433) mandou cunhar moeda comemorativa. A cidade fora antigamente denominada Ceita. Uma ceita valia dez réis e era o tributo pago para quem não quisesse servir a África. Posteriormente o vocábulo evoluiu para Celita. (Pág.62 / de onde vêm as palavras). MACUMBA - Nome comum aos cultos afro-brasileiros como candomblé. (Pág.423, minidicionário Soares Amora da língua portuguesa, ed. Saraiva). 4.6. Língua Árabe De acordo com Miguel Nimer (1942, p. 13), A difusão dos vocábulos árabes não é devido à conquista dos mulçumanos. É conseqüência da irradiação de sua civilização árabe sob o império da necessidade pela força natural dos fatos, quando essa civilização entrou em contato com outras formas de civilizações diferentes, às vezes superiores tomou-lhes emprestado uma porção de vocábulos que foi assimilada pelo árabe. Grandes marcos históricos também contribuíram para a expansão das palavras árabes como as cruzadas, que explicam em parte os termos comuns a uma porção das línguas européias. Entre as palavras árabes conhecidas, podemos citar: CÁFILA - Do árabe (“caravana”), grande número de camelos que transportam mercadorias. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág.57). CALIFA - Chefe soberano mulçumano. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág. 62) MATRACA - Instrumento de madeira, formado de tabuinhas movediças que se agitam para fazer barulho. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág.72). FULANO - Designação vaga de pessoa incerta ou de alguém que não se quer nomear. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág.73). 5. Considerações finais Conclui-se deste artigo que a língua portuguesa é muito rica, porém, vale ressaltar que se trata também de uma língua dependente, ou seja, um idioma que sofreu grandes e diversas influências para alcançar sua forma atual falada pelo povo brasileiro. Grande parte dessas influências envolve acontecimentos marcantes da história do Brasil, destacando assim a afirmação de que não se é possível discorrer da história de um idioma sem se falar na respectiva história de seu país, isso vale tanto para a língua portuguesa como para qualquer outra. 6. Referências bibliográficas AMORA, Antônio Soares, 1917- minidicionário da língua portuguesa 1 ed. São Paulo: Saraiva,1997. COUTINHO, Ismael de Lima. Portos de gramática histórica. 7° ed. Rio de Janeiro: ao livro técnico, 1976. FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis, RJ: Vozes,1992. ILARI, Rodolfo. O português da gente: a língua que estudamos a língua que falamos. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2007. MARTINS, Nilce Sant‟Ana. A história da língua portuguesa V século XIX. São Paulo: Ática, 1988. NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa. 2 ed.rev. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. QUEIROZ, Robles. História da escravidão no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1987. SILVA, Deonísio. De onde vem as palavras: frases e curiosidades da língua portuguesa. São Paulo, SP Mandarim, 1997. TERRA, Ernani. 101 estrangeirismos de uso corrente em nosso cotidiano/ Ernani Terra, José de Nicola, Lorena Mariel Menón- São Paulo: Saraiava, 2003. TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Tradução Celso Cunha. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ABSTRACT: This article aims to investigate the origin of some words belonging to the Portuguese language and is part of the semantic field, emphasizing the words of foreign origin through research in books with several linguists and specific study of the origin of language, his influences and creations. With the intention to develop there search clearly and to better understand the theme that is developed will be used literature search, through books, journal articles, academic journals and others. There search will follow the reading of some works that address the topic as historical linguistics, foreign words and loanwords. To understand the structure and study the influence of the Portuguese language formed the follow in research questions: What are the main factors which establish a connection betweenforeign language to influence and introduction of words belonging to its lexicon in other languages like English and foreign words loans and their language? Why Portuguese speakers quickly of another language on your word. KEYWORDS: History of the English language.Loanwords. Loanwords. ANEXOS Figura 1 Figura 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6 FIGURA 7 FIGURA 8 FIGURA 9 FIGURA 10
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