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Lingua Portuguesa (80)

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FACULDADE ALFREDO NASSER 
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE LETRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências 
Daiana da Silva Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZEMBRO/2010 
DAIANA DA SILVA OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências 
 
 
Trabalho apresentado ao Instituto Superior 
de Educação da Faculdade Alfredo Nasser 
Como requisito para obtenção do título de 
licenciada em Letras, com habilitação em 
português, inglês e suas respectivas 
literaturas, sob a orientação da professora 
Dra. Luciane Silva de Souza Carneiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZEMBRO/2010 
 
LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências 
 
 
 
 
 
 
Aparecida de Goiânia, ____ de dezembro de 2010. 
 
 
 
 
 
 
EXAMINADORES 
 
Orientadora – PROFª.DRA. Luciane Silva de Souza 
Carneiro. 
 
– Nota: ______ / 70 
Primeiro examinador – __________________________ – Nota: ______ / 70 
Segundo examinador – __________________________ – Nota: ______ / 70 
 
Média parcial – Avaliação da produção do Trabalho: ______ / 70 
 
SUMÀRIO 
 
1. Introdução 
2. Breve história da língua portuguesa 
3. Constituição do léxico português 
 3.1. Derivação Latina 
 
 3.2. A criação ou formação vernácula 
 
 3.3. Importação estrangeira 
 
 4. Estrangeirismos e empréstimos linguísticos 
 4.1. Língua Inglesa 
 4.2. Língua Francesa 
 4.3. Língua Latina 
 4.4. Língua indígena 
 4.5. Língua Africana 
 
 4.6. Língua Árabe 
 
 5. Considerações finais 
 6. Referências bibliográficas 
 7. Abstract 
 8. Anexos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “A língua é propriedade de falantes; os falantes são sábios, a 
questão principal está na apropriação do bem cultural.” (Terra; 
Nicola; Menon, 2003, p. 2), 
LÍNGUA PORTUGUESA: origens e influências 
Daiana da Silva Oliveira1 
Luciane Silva de Souza Carneiro2 
RESUMO Este artigo tem como objetivo investigar a origem de algumas 
palavras pertencentes à língua portuguesa e que fazem parte do campo 
semântico, enfatizando palavras de origem estrangeiras através de 
pesquisas em livros com diversos linguístas e estudo específico da origem 
da língua, suas influências e criações. Com a intenção de elaborar a 
pesquisa de forma clara e para melhor compreensão do tema que será 
desenvolvido será utilizada a pesquisa bibliográfica, através de livros, 
artigos científicos, revistas acadêmicas dentre outros. A pesquisa seguirá 
com a leitura de algumas obras que abordam o tema em questão como 
Linguística histórica, estrangeirismo e empréstimos linguísticos. Para 
compreender a estrutura e estudar a influência da língua portuguesa, foram 
formuladas as seguintes questões de pesquisa: Quais os principais fatores 
que estabelecem conexão entre língua estrangeira para influencia e 
introdução de palavras pertencentes ao seu léxico em outros idiomas como 
a língua portuguesa e os estrangeirismos e seus empréstimos linguísticos? 
Por que falantes da língua portuguesa associam rapidamente palavras de 
outro idioma em seu vocábulo. 
 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: História da língua portuguesa. Empréstimos 
linguísticos. Estrangeirismos. 
 
 
 
1. Introdução 
 
A língua portuguesa é um idioma que sofreu fortes influências de outros 
países para obter o português atual, disso resultam várias dificuldades de se ter uma 
língua estabilizada e unificada. Este estudo tem como intuito estabelecer as 
principais influências da língua portuguesa estudando e analisando a origem da 
língua, enfatizando também a história do idioma e as fases que passou para tornar o 
português falado atualmente no Brasil, enfatizando também palavras estrangeiras 
utilizadas por falantes brasileiros, e os empréstimos linguísticos que existem em 
nosso vocábulo. 
Vários linguistas e estudiosos importantes da língua portuguesa debatem 
assuntos como empréstimos linguísticos, estrangeirismos e História da língua em 
geral. Através deste artigo, serão elaboradas afirmações no decorrer do estudo 
embasados nesses temas para identificar as origens e estruturas de palavras de 
 
1
 Acadêmica do 8º período do curso de Letras da Faculdade Alfredo Nasser. 
2
 Professora Doutora em Letras e Linguística, orientadora deste trabalho. 
vários países existentes em nosso idioma, e também as influências que a língua 
portuguesa sofreu para estabelecer a norma padrão. 
O objetivo deste trabalho é ressaltar as principais influências que deram 
origem a língua portuguesa, citando algumas considerações sobre lingüística 
histórica, empréstimos linguísticos, estrangeirismos e importação estrangeira, que 
são influências para a obtenção da língua atual falada no Brasil que é o português. 
 
2. Breve história da língua portuguesa 
 
 Atualmente, é fácil encontrar inúmeras bibliografias acerca da história da 
língua portuguesa, porém ainda há muito que pesquisar e compreender sobre a 
formação do idioma majoritariamente falado no Brasil. Conforme Ilari e Bassos 
(2007, p.13), 
O Brasil é hoje o maior país de língua portuguesa do mundo, com uma 
população que, na virada do milênio, girava em torno de 170 milhões de 
habitantes. Mas o português, como todos sabem, não nasceu no Brasil; ele 
foi implantado no continente sul-americano por efeito da colonização 
portuguesa, que começa, oficialmente, com o descobrimento da terra de 
Vera Cruz por Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. 
 
O que se percebe, então, é que essa língua veio para o continente americano 
no século XVI, aqui entrou em contato com as línguas indígenas da costa brasileira 
e, pouco depois, com as inúmeras emigrações, recebeu influências do italiano, do 
francês e de várias outras línguas européias. No entanto, falar em língua portuguesa 
não significa apenas retomar a época de sua entrada em solo brasileiro, mas buscar 
suas origens antes disso para compreender melhor como ela se formou. 
Todos sabem comprovadamente que a língua portuguesa é uma língua 
neolatina, isto é, originou-se do latim, mas não de um latim escrito, pois este era 
privilégio apenas dos nobres. O português originou-se do latim vulgar, falado pelo 
povo e é a partir do século XVIII que se têm os primeiros textos escritos em 
português. 
Para compreender o processo de formação da língua portuguesa é essencial, 
antes de tudo, retomar a “história de Portugal e da Península Ibérica, com a chegada 
dos romanos, as invasões germânicas, a ocupação árabe, os movimentos de 
Reconquista e as consequências que esses eventos tiveram” na formação do idioma 
oficial falado no Brasil (ILARI; BASSOS, 2007, p. 15). Somente depois de refletir 
sobre esses aspectos históricos é que se pode pensar no Brasil focando o papel do 
„colonizador português‟, dos indígenas, dos escravos africanos e do próprio 
brasileiro nativo e a influência dos povos que para cá vieram na época das lavouras 
de cana-de-açúcar, do ciclo do ouro e da industrialização do país. Entretanto, até 
chegar aos moldes do século XVI, o português trilhou um longo caminho e somente 
três séculos antes é que se tem documentado e reconhecido o primeiro documento 
em língua portuguesa. Segundo Teyssier (2007, p. 25), “acreditou-se durante largo 
tempo que os mais antigos textos em galego português datavam dos últimos anos 
do século XII. Estudos recentes mostraram, no entanto,que não foi exatamente 
nessa época, mas no começo do século XIII que esses textos apareceram”. 
No início do século XIII, dessa forma, surgiram alguns documentos escritos no 
latim vulgar; um exemplo bastante destacado em livros que retrataram a história da 
língua portuguesa é o testamento de Afonso II dando ênfase no latim vulgar 
tornando-a obrigatória em documentos oficiais. 
 A poesia lírica peninsular teve influência do galego-português e pode-se citar 
como exemplo: O Cancioneiro da ajuda, o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro 
da Biblioteca nacional de Lisboa; no qual contém três categorias de poesias que 
são: As Cantigas de Amor, As Cantigas de Amigo e as Cantigas de Mal dizer ou de 
Escárnio. 
 A língua portuguesa teve influência também do Francês e do Provençal que é 
o que chamamos de Empréstimos. Do Francês originou-se a palavra Dama (< 
dame), daian (< francês antigo deiien, hoje “doyen”), preste (< francês antigo 
prestre), sage, maison, etc. Do Provençal- Assaz ( < assatz ), greu, “difícil”, alegre, 
manjar, rouxinol ( < rossinhol), talan, “ vontade, desejo” , freire ( < fraire), cobra, 
copla, estrofe” ( < cobla) , trobar, trobador, etc. 
 Em 1350 o português se separa do galego por uma fronteira política e torna-
se a língua de um país cuja capital é Lisboa, cidade onde reside o Rei. Em 1500 
Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil, os portugueses viajam até Malaca, às Ilhas 
de Sonda, às Molucas, à China e ao Japão, fazendo a língua portuguesa expandir-
se por vários territórios, permanecendo até os dias de hoje nos países da África e da 
Ásia. Conforme Ilari e Bassos (2007, p. 28-29), 
 
As grandes navegações portuguesas culminaram em 1498, quando a 
chegada de Vasco da Gama à Índia iniciou um novo ciclo comercial sob a 
liderança de Portugal. Ao período de riqueza que se seguiu aos 
descobrimentos correspondeu também na cultura e nas artes um período de 
forte efervescência. Dominado por figuras de grandes poetas, historiadores 
e dramaturgos, como Sá de Miranda, Camões, Antônio Ferreira e João de 
Barros, o século XVI costuma ser apontado como o século de ouro da 
literatura portuguesa. 
Comparado com o português dos documentos medievais, o português 
literário do período clássico nos soa hoje bem mais familiar, e isso se deve, 
sobretudo, a algumas modificações ocorridas no léxico e na sintaxe, que se 
contemplaram no século XV. 
 
 
 Assim, pode-se afirmar que a língua portuguesa que se tem hoje, não se 
formou apenas influenciada linguisticamente, mas cultural-política e 
economicamente. 
 
3. Constituição do léxico português 
 
A língua é uma estrutura maleável que apresenta variações e está sempre em 
constante mudança, mudanças estas que podem ocorrer tanto no léxico, quanto na 
sintaxe e mesmo na semântica. Mas, para que haja mudança, é necessário haver 
variação e esta dura um longo período dentro da comunidade linguística até que se 
estabilize. Muitas das línguas européias descendiam de línguas antigas. O Inglês 
surgiu a partir do anglo-saxão as chamadas línguas românicas; o Francês, o 
Espanhol, o Italiano etc., tiveram sua origem do Latim. 
 A língua portuguesa originou-se a partir do Latim que era a língua falada na 
região do Lácio (atual Roma). Os Romanos ao conquistarem as regiões próximas 
levavam sua cultura e sua língua: o Latim. Um dos fatores que contribuíram para a 
origem das línguas: português, Francês, Provençal, Romano, Espanhol e etc. foram 
à invasão da Península Ibérica. 
As línguas derivadas do Latim são chamadas neolatinas ou românicas. São 
elas: galego, romeno, francês, espanhol, italiano, português, franco-provençal e 
rético. A língua portuguesa deriva do latim vulgar, com a queda do Império Romano, 
as invasões provocaram o surgimento das variações lingüísticas, dentre elas o 
galego-português. 
No séc. XIV inicia-se uma diferenciação maior entre o galego e o português. 
Com a constituição do Império Romano, os romanos espalharam o Latim pelo 
mundo. Os portugueses a partir das grandes navegações espalharam a língua 
portuguesa pelas regiões mais distantes. 
Os Lusitanos trouxeram a língua portuguesa para o Brasil. Aqui encontraram 
o idioma indígena (Tupi) e houve a miscigenação das raças: mulheres índias 
casaram-se com portugueses. A partir do séc. XVII, com a chegada de numerosas 
famílias lusitanas o idioma indígena foi enfraquecendo em relação ao português. 
Porém grandes números de palavras Tupis permanecem em nosso léxico. 
Um fator importante que contribuiu para o enriquecimento da língua 
portuguesa foi o tráfico de negros que traziam em seu vocabulário palavras e 
expressões de origem Africana que foram incorporadas ao português. Essas 
influências restringiram-se apenas ao léxico, não interferindo no modo de falar do 
povo. 
 No início a língua portuguesa era pobre e rude, mas com a influência literária 
do latim, língua bastante semelhante do português, o idioma foi se enriquecendo. A 
influência da arte provençal na língua contribuiu para o aparecimento da gramática, 
concluindo-se que as três principais fontes do léxico português são: 
 A derivação latina; 
 A criação ou formação vernácula; 
 A importação estrangeira. 
 
A morfologia e a sintaxe da língua portuguesa tiveram influência do latim, do 
galego-português e de várias outras línguas românicas. As palavras de origem 
germânica surgiram no latim antes da invasão dos Suevos e dos Visigodos. As 
palavras de origem Árabe existentes no léxico português somam-se 
aproximadamente 954 mil segundo José Pedro Machado no livro: Influência Árabe 
no vocabulário português; introduzidas através dos Italianos e também por Africanos 
e Asiáticos. 
 
3.1. Derivação Latina 
 
 Sabe-se que o português deriva do Latim e seu surgimento baseia-se não no 
latim da igreja, nem no latim literário, mas sim do latim vulgar que foi uma variedade 
principalmente falada pelos soldados e comerciantes romanos que levavam às 
regiões conquistadas durante a formação do Império, e assim circulando por várias 
outras regiões passando de geração em geração sem ser ensinada formalmente. 
 A uniformidade linguística diversificou-se bastante devido às grandes 
invasões bárbaras. Em seguida, alguns dos dialetos derivados do Latim ganharam 
prestígio e transformaram-se nas línguas românicas que são hoje: o romeno, o 
italiano, o sardo, o reto românico, o occitano, o francês, o catalão, o espanhol, o 
galego e o português. 
 
3.2. A criação ou formação vernácula 
 
 A criação ou formação vernácula caracteriza um modo de aprender as 
línguas. O aprendizado que se dá por assimilação espontânea e inconsciente, no 
ambiente em que as pessoas são criadas. Opõe-se a tudo que é ensinado na 
escola. Por exemplo, na escola se aprende corretamente as formas verbais como: 
eu farei, eu fizera. Mas as crianças absorvem facilmente as formas não cultas como: 
eu vou fazer, eu tinha feito; Através de influências na convivência familiar e sem a 
interferência escolar. As últimas formas apresentadas tratam-se de formas 
vernáculas. 
 
3.3. Importação estrangeira 
 
 Vários diferentes povos passaram pela Península Ibérica deixando na região 
vestígios de seu vocabulário. São alguns: 
 Ibéricos: a maioria veio da região do Basco; abarca arroio, balsa, barro, 
bezerro, lousa, etc. 
 Célticos: são bastante antigas porque surgiram quando os romanos entraram 
em conflito com os povos Gauleses na Itália; Porém, muitas são recentes no 
período da conquista da Península Ibérica ou da Gália; bico, brio, bragas, 
cabana, caminho, carpinteiro, carro, cerveja. 
 Fenícios: foram introduzidas através das navegações e pelos Cartagineses, 
que falavam o dialetopúnico; mapa, mata, malha saco. 
 Gregos: apareceram no léxico pelos colonos durante a dominação da 
Península Ibérica. A maioria das palavras gregas existentes no nosso 
vocábulo surgiu por duas vias: a literária e a popular. Das mais antigas 
podemos citar: bolsa, cara, calma, chato, caixa, espada, governar. A igreja 
católica também contribuiu muito com palavras ligada á religião; anjo, 
apóstolo, bispo, bíblia, crisma, diabo, diocese, eucaristia. 
 Hebraicos: apesar dos Hebreus não dominarem a Península surgiram muitas 
palavras dessa origem no português, através da Sagrada escritura também 
se tratando de nomes ligados a religião: aleluia, amém, bálsamo, belzebu, 
cabala, éden, fariseu, páscoa, querubim. 
 Germânicos: não se sabe ao certo em que período as palavras dessa origem 
surgiram no latim. As mais antigas foram pelo contato dos soldados Romanos 
com os Germanos nas fronteiras; carpa, sabão, burgo, bando, arenga. 
Existem muitas palavras de origem Germânica que se referem à arte militar 
devido a esse contato dos soldados e também aos usos e costumes, objetos 
e utensílios do povo Germânico; arreio, agasalho, albergue, anca, aspa, 
barão, banco, banho, brasa, estaca, espeto, espora, guerra. 
 Árabe: ocorreu através da dominação do povo semítico na região Ibérica e se 
limitou ao vocabulário, pois a língua Árabe é semítica e muito diferente das 
faladas pelos povos indo-europeus. Mas nem todas as palavras árabes 
introduzidas no português são pertencentes do seu léxico, algumas são de 
origem grega; elixir, quilate, alambique, acelga, alfândega, alcaparra. Outras 
são orientais; azul, xadrez, anil, caravana, espinafre, jasmim, laranja. E outras 
são de origem latina; albornoz, alporão, abricó, almude, alperche. 
 
 Quando se afirma que a língua portuguesa falada no Brasil tem influências do 
grego, do árabe, e de outros povos, não significa necessariamente que estas vieram 
diretamente para o idioma, mas que em determinado momento da língua houve 
contatos entre os povos e isso ocasionou alguma mudança em seu vocabulário e em 
sua estrutura gramatical, o que pode ou não ter ocorrido na Península Ibérica. 
 
4. Estrangeirismos e empréstimos linguísticos. 
A influência de vários povos no vocabulário da língua portuguesa ocasionou-
se, especialmente, de duas formas, através dos empréstimos linguísticos e dos 
estrangeirismos. Essas duas importantes influências que aconteceram e ainda 
acontecem com a língua portuguesa são muito semelhantes. Devido a isso, 
renomados linguistas os definem como um só. 
Quando falamos de estrangeirismos ou empréstimos linguísticos, surge 
rapidamente nas mentes dos cidadãos brasileiros palavras inglesas presentes em 
nomes de lojas, restaurantes, marcas de roupas ou sapatos, dentre outras coisas. 
Porém, os estrangeirismos e os empréstimos linguísticos não estão ligados somente 
à língua inglesa, existem também em nosso léxico várias palavras francesas, 
indígenas, árabes, latinas, africanas, etc. 
Este fato costuma provocar fortes reações em linguistas que se julgam 
„guardiões da língua‟ conhecidos também como „defensores do vernáculo‟, contra a 
„descaracterização‟ que a língua portuguesa vem sofrendo. Alguns afirmam que há 
décadas as palavras de origem estrangeira estão „corrompendo‟ a língua 
portuguesa. No fim do séc. XIX, a imprensa fez uma grande manifestação contra a 
invasão dos galicismos, que são palavras francesas introduzidas no português. 
Nesta época, a França era como os Estados Unidos atualmente, ou seja, uma 
grande potência de forte influência cultural. 
Outro grande defensor da língua portuguesa contra os empréstimos 
linguísticos e estrangeirismos da época foi Machado de Assis em deliciosas crônicas 
em defesa da língua portuguesa que intitulavam de „guardiões da pureza da língua‟. 
4.1. Língua Inglesa 
No séc. XIX, o Brasil foi um grande importador de tecnologia inglesa e fez sua 
industrialização através de forte influência americana e nos últimos anos se aderiu 
cada vez mais a uma economia de mercado globalizado, onde a língua principal é o 
inglês. Sabendo que atualmente a língua inglesa é prestigiada por todo o mundo 
sendo em alguns países conhecida e utilizada como segunda língua, o Brasil recebe 
muitas palavras inglesas adaptadas ou não na escrita e na pronúncia que são 
assimiladas rapidamente pelos falantes brasileiros e logo se tornam parte de nosso 
vocábulo. 
Pode-se notar a presença do inglês a todo o momento em nomes de lojas, 
restaurantes com nomes de pratos ou bebidas, marcas de roupas, sapatos, etc. 
Conforme anexos Fig. 1, 3, 4, 5, 6, e 7. Além desses exemplos citados, existem 
também várias palavras e expressões utilizadas diariamente pelos falantes da língua 
portuguesa que se originaram do inglês. 
Ex: ADD - Do verbo inglês to add (“adicionar”, “agregar”), derivado do latim 
addere (“introduzir”, “colocar”). Utilizado no campo semântico da informática na 
acepção de “adicionado”, “agregado”. (pág. 7). 
AIR BAG – Do inglês do século XX, formado por air (“ar”) e bag (“saco”). O air 
bag é um saco de náilon que fica embutido em pontos estratégicos e, em casos 
de acidente, infla automaticamente, funcionando como um balão amortecedor 
para segurança do passageiro. ( pág. 9). 
ALL RIGHT – Do inglês all (“todo”, “tudo”) e right (“direito”, “correto”, “certo”), 
a locução é usada para dizer “tudo certo”, “tudo bem”, ou substituir expressões 
da língua portuguesa como: “Entendido!”. (pág.10). 
BABY – Do inglês baby (“bebê”, “criança”), provavelmente de origem 
onomatopéia, na tentativa de reproduzir as primeiras manifestações de fala de 
um bebê. (pág. 21). 
4.2. Língua Francesa 
Um exemplo claro da influência francesa é a moda, em todo o século XIX e a 
primeira metade do século XX, a França era o país que dominava a moda no 
mundo. Com essa influência então podemos citar vários exemplos do campo 
semântico que envolve a moda, são alguns: 
BATOM - Do francês bâton, originalmente “pedaço de Madeira arredondado e 
alongado”, “bastão”. Por analogia, o termo ganha o sentido de cosmético na forma 
de pequeno bastão que serve para pintar os lábios. (pág.27). 
 ABAJUR - Do francês abat-jour (“quebra-luz”). Abat tem a significação de “abate”, 
diminuição; jour, “dia”, “claridade” “luz”. Portanto, abat-jour designa o elemento que 
minimiza o efeito da luz. (pág.3). 
BIJUTERIA - Do francês bijouterie (“atividade de quem fabrica ou vende bijus”, na 
“joalheria”), formado por bijou ( “jóia”) e –erie ( sufixo francês para a criação de um 
substantivo a partir de outro). O português registra duas formas para o termo 
francês: bijuteria, e bijutaria. Ambas fazem referência à fabricação e as próprias 
peças de enfeite ou de fantasia que imitam jóias preciosas. (pág.31). 
BALÉ - Do francês ballet, que, por sua vez, vem do italiano balleto, diminutivo de 
ballo (“baile”, “dança”). No português, o termo aparece com as grafias ballet e balet 
em fins do séulo XIX, e já aportuguesado como balé a partir da segunda metaded do 
século XX. A palavra designa tanto a dança artística como as formas teatrais que 
fazem parte da dança. ( PÁG.23) 
Todas elas são palavras francesas que se tornaram parte de nosso léxico. 
4.3. Língua Latina 
Já a língua Latina que além de influenciar na criação da língua portuguesa 
também teve grande importância nos empréstimos lingüísticos que introduziram no 
português desde o séc. XV são palavras ligadas à nobreza, musicalidade, dignidade. 
Um exemplo interessante é a frase de Gonçalves Dias abaixo: “[...] mas o antiste de 
Deus a sombra vê, e a voz lhe escuta. (“ A virgem”, Segundos cantos, t.I, p.229) 
O romantismo foi a principal fonte de empréstimos latinos nestaépoca. 
Podemos citar autores como: José de Alencar com a obra Iracema, e Gonçalves 
Dias destacado anteriormente. Além do romantismo existem muitas palavras latinas 
presentes em nosso vocabulário, são elas: 
ÂNGELUS - Do latim ângelus (“anjo”), que, por sua vez, está relacionado com 
o vocábulo grego ággelos (“mensageiro”). É comum o seu emprego tanto com a 
grafia aportuguesada como com a grafia latina. (Pág. 13). 
PERPÉTUO – Do latim perpetuus (“ perpétuo”,”permanente”).(Pág.7). 
MEMORIA - Do latim memoriam (“memória”, “lembrança”). (Pág.7) 
BÔNUS - Do latim bônus (“bom”), através do inglês, na acepção de 
“remuneração”, “abono”. Bônus é sempre vantagem, ou seja, é alguma coisa que se 
dá ou se recebe além do esperado. (Pág.39). 
4.4. Língua indígena 
Os empréstimos ligados ao indianismo, assim como no latinismo, também 
tiveram influência do romantismo do séc. XV. Gonçalves Dias e José de Alencar 
empregavam palavras indígenas em suas poesias na necessidade de nomear coisas 
da região. O autor Gonçalves Dias se dedicou tanto ao estudo da língua indígena, 
que até publicou o Dicionário da língua tupi. 
As palavras de origem indígena surgiram do tupi que é a língua utilizada até 
os dias de hoje pelos índios. Um exemplo bastante claro é a palavra lambari. Veja 
sua construção: 
Inicialmente a palavra era: arambary (o y final indica o i central médio, 
desconhecido do povo brasileiro, mas presente em várias línguas indígenas do 
Brasil; assemelha-se ao som de [i], porém realizado com a língua erguida, no centro 
da boca); Logo passou a ser alambari e finalmente se tornou a palavra atual 
lambari; A queda do a inicial é um fenômeno bastante comum na história das 
línguas. 
Muitos vocábulos do indianismo são relacionados aos costumes selvagens e 
nomeiam objetos; 
Ex: camotim ou camocin que significa vaso, pote; 
Obras de grande destaque da língua indígena foram os livros Marabá de 
Gonçalves Dias e Iracema de José de Alencar. Abaixo, trechos da obra Iracema: 
O mel dos lábios de Iracema é como o favo que a abelha fabrica no tronco 
da andiroba: tem na doçura o veneno. A virgem dos olhos azuis e dos 
cabelos do sol guarda para seu guerreiro na taba dos brancos o mel da 
açucena. 
 Andiroba - árvore que dá um azeite amargo. 
 Cabelos do sol - em tupi guaraciaba. Assim chamavam os indígenas 
aos europeus de cabelos louros. 
Além dos autores Gonçalves Dias e José de Alencar, também tiveram grande 
contribuição para empréstimos indígenas os autores: Bernardo Guimarães, Machado 
de Assis, Olavo Bilac, que fizeram pequenas obras utilizando palavras indígenas. 
4.5. Língua Africana 
 
Quanto aos africanismos, esses não tiveram prestígio como o indianismo, 
pois sabemos que os empréstimos africanos surgiram em nosso léxico através dos 
escravos que moravam em colônias e comunidades acarretando fenômenos de 
aculturação (fatos que decorrem do contato dos homens que possuem culturas e 
línguas diferentes), pela qual cada indivíduo acaba absorvendo elementos culturais 
de seu meio, e daí ocorre, tipicamente, uma aprendizagem incidental, que pode 
envolver observação e imitação. 
Entre as palavras conhecidas da língua africana podemos citar, 
 
CEITA - Originou-se da palavra ceuta,(“cidade da África”). Quando da famosa 
batalha que resultou em sua tomada, em 1415, o rei português Dom João I(1356-
1433) mandou cunhar moeda comemorativa. A cidade fora antigamente denominada 
Ceita. Uma ceita valia dez réis e era o tributo pago para quem não quisesse servir a 
África. Posteriormente o vocábulo evoluiu para Celita. (Pág.62 / de onde vêm as 
palavras). 
MACUMBA - Nome comum aos cultos afro-brasileiros como candomblé. (Pág.423, 
minidicionário Soares Amora da língua portuguesa, ed. Saraiva). 
 
4.6. Língua Árabe 
 
De acordo com Miguel Nimer (1942, p. 13), 
 
A difusão dos vocábulos árabes não é devido à conquista dos 
mulçumanos. É conseqüência da irradiação de sua civilização árabe 
sob o império da necessidade pela força natural dos fatos, quando 
essa civilização entrou em contato com outras formas de civilizações 
diferentes, às vezes superiores tomou-lhes emprestado uma porção 
de vocábulos que foi assimilada pelo árabe. 
 
 Grandes marcos históricos também contribuíram para a expansão das 
palavras árabes como as cruzadas, que explicam em parte os termos comuns a uma 
porção das línguas européias. 
Entre as palavras árabes conhecidas, podemos citar: 
 
CÁFILA - Do árabe (“caravana”), grande número de camelos que transportam 
mercadorias. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág.57). 
CALIFA - Chefe soberano mulçumano. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na 
língua portuguesa Pág. 62) 
MATRACA - Instrumento de madeira, formado de tabuinhas movediças que se 
agitam para fazer barulho. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua 
portuguesa Pág.72). 
FULANO - Designação vaga de pessoa incerta ou de alguém que não se quer 
nomear. (NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa Pág.73). 
 
 
 
5. Considerações finais 
 
 Conclui-se deste artigo que a língua portuguesa é muito rica, porém, vale 
ressaltar que se trata também de uma língua dependente, ou seja, um idioma que 
sofreu grandes e diversas influências para alcançar sua forma atual falada pelo povo 
brasileiro. Grande parte dessas influências envolve acontecimentos marcantes da 
história do Brasil, destacando assim a afirmação de que não se é possível discorrer 
da história de um idioma sem se falar na respectiva história de seu país, isso vale 
tanto para a língua portuguesa como para qualquer outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Referências bibliográficas 
AMORA, Antônio Soares, 1917- minidicionário da língua portuguesa 1 ed. São 
Paulo: Saraiva,1997. 
 
COUTINHO, Ismael de Lima. Portos de gramática histórica. 7° ed. Rio de Janeiro: ao 
livro técnico, 1976. 
 
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes 
universitários. Petrópolis, RJ: Vozes,1992. 
 
ILARI, Rodolfo. O português da gente: a língua que estudamos a língua que 
falamos. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2007. 
 
MARTINS, Nilce Sant‟Ana. A história da língua portuguesa V século XIX. São Paulo: 
Ática, 1988. 
 
NIMER, Miguel. Influências Orientais na língua portuguesa. 2 ed.rev. São Paulo: 
Editora da Universidade de São Paulo. 
 
QUEIROZ, Robles. História da escravidão no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1987. 
 
SILVA, Deonísio. De onde vem as palavras: frases e curiosidades da língua 
portuguesa. São Paulo, SP Mandarim, 1997. 
 
TERRA, Ernani. 101 estrangeirismos de uso corrente em nosso cotidiano/ Ernani 
Terra, José de Nicola, Lorena Mariel Menón- São Paulo: Saraiava, 2003. 
 
TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Tradução Celso Cunha. 3 ed. São 
Paulo: Martins Fontes, 2007. 
 
 
 
 
ABSTRACT: This article aims to investigate the origin of some words belonging to 
the Portuguese language and is part of the semantic field, emphasizing the words of 
foreign origin through research in books with several linguists and specific study of 
the origin of language, his influences and creations. With the intention to develop 
there search clearly and to better understand the theme that is developed will be 
used literature search, through books, journal articles, academic journals and 
others. There search will follow the reading of some works that address the topic as 
historical linguistics, foreign words and loanwords. To understand the structure and 
study the influence of the Portuguese language formed the follow in research 
questions: What are the main factors which establish a connection betweenforeign 
language to influence and introduction of words belonging to its lexicon in other 
languages like English and foreign words loans and their language? Why Portuguese 
speakers quickly of another language on your word. 
 
KEYWORDS: History of the English language.Loanwords. Loanwords. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
Figura 1 
 
 
Figura 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 
 
 
FIGURA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 
 
 
 
FIGURA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 
 
 
 
FIGURA 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 
 
 
 
 
 
FIGURA 10

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