Buscar

Metodologia do Ensino de Arte

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 170 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

U
N
O
PA
R
M
ETO
D
O
LO
G
IA
 D
O
 EN
SIN
O
 D
A
 A
RTE
Metodologia
do ensino
da arte
Laura Célia Sant’Ana Cabral Cava
Metodologia do ensino 
de arte
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Cava, Laura Célia Sant’Ana Cabral 
 
 ISBN 978-85-8482-170-9
 1. Arte – Estudo e ensino. 2. Arte – Metodologia de 
ensino. I. Título
 CDD 707
C376m Metodologia do ensino da arte / Laura Célia Sant’Ana 
Cabral Cava. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional 
S. A., 2015.
 166 p. : il.
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck
Gerente de Produção: Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Gerente de Disponibilização: Nilton R. dos Santos Machado
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 -100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 2 | Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na 
educação básica
Seção 1 - Arte como conhecimento
1.1 | Papel da arte na vida do ser humano
1.2 | Campos conceituais da arte
1.3 | A arte e a criança
Seção 2 - Didática do ensino de Arte
2.1 | Encaminhamentos metodológicos
2.2 | Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental
2.3 | Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental
2.4 | Sugestão de conteúdos e objetivos das artes visuais
Unidade 3 | Propostas pedagógicas em espaços de educação formal e 
não formal de educação em artes visuais
Seção 1 - Inter-relação entre arte, cultura e educação
3.1 | Educação formal, informal e não formal
Seção 2 - Fundamentos estéticos no ensino de artes visuais
3.1 | A estética e o ensino de artes visuais
3.2 | Cultura visual
3.3 | Datas comemorativas
3.4 | O ensino de artes visuais e a estética
Unidade 1 | Tendências do ensino de arte no Brasil
Seção 1 - Barroco: primeiro produto cultural brasileiro
1.1 | Missão jesuítica
1.2 | Barroco no Brasil
Seção 2 - Aspectos históricos do ensino de Arte no Brasil
2.1 | Missão artística francesa
2.2 | Arte neoclássica
2.3 | Tendências do ensino de arte no Brasil
 2.3.1 | Pedagogia liberal
 2.3.1.1 | A pedagogia liberal tradicional
 2.3.1.2 | A pedagogia liberal renovada
 2.3.1.3 | A pedagogia liberal tecnicista
 2.3.2 | Pedagogia progressista
Sumário
7
11
11
16
23
23
27
30
31
31
32
33
34
45
49
49
52
53
63
63
70
72
74
87
91
91
101
101
104
118
124
Unidade 4 | Políticas públicas para a educação em artes visuais
Seção 1 - Artes visuais e as políticas públicas
4.1 | Artes visuais e políticas públicas
4.2 | Políticas públicas no Brasil
Seção 2 - Proposta Contemporânea para o Ensino de Artes
Visuais
2.1 | Ensino multicultural
 2.1.1 | Arte indígena
2.2 | Uma porta para projetos
137
141
141
142
153
153
154
158
Apresentação
Caro aluno leitor! É com muita alegria que apresento a você este livro, que fará 
parte da disciplina Metodologia do Ensino da Arte, do Curso de Artes Visuais, que 
tem como objetivo formar professores da Educação Básica, ou seja, Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Sou a professora Laura e convido 
você a conhecer e refletir sobre o ensino de Arte, com ênfase nas Artes Visuais, pois 
quando o professor trabalha de maneira adequada, promove uma aprendizagem 
significativa e possibilita experiências estéticas, a percepção do mundo e de si mais 
aguçada. 
Este livro foi elaborado com muita pesquisa, dedicação e carinho, com o objetivo 
de oferecer subsídios metodológicos e conhecimento científico, contribuindo 
assim para que você avance na compreensão do ensino e aprendizagem da Arte e, 
também, provocá-lo no sentido de refletir acerca desta disciplina e compreender 
que ela possibilita o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e estético, portanto, 
de extrema relevância no contexto escolar. Consta no Brasil (1997) que é limitada 
a experiência de quem não tem contato algum com a arte. 
Pensamos este livro de forma a possibilitar a você um encontro significativo 
com as artes visuais. Pontuamos algumas questões que consideramos relevantes 
e as organizamos da seguinte maneira:
Na primeira unidade: Tendências do Ensino de Arte no Brasil, falaremos sobre 
o ensino de arte no Brasil com as Missões Jesuíticas, que tinham por objetivo a 
catequização indígena, para ensiná-los a doutrina da Igreja Católica. Conheceremos 
a arte barroca brasileira. Em seguida abordaremos sobre a Missão Artística Francesa, 
um grupo de artistas, arquitetos e artífices franceses, que vieram ao Brasil, a convite 
de D. João VI, para fundarem uma escola do ensino superior, Academia Imperial 
de Belas Artes e nela serem professores; veremos a Arte Neoclássica e, por fim, 
conheceremos as tendências pedagógicas do ensino de Arte.
Na segunda unidade: apresentaremos os aspectos metodológicos do ensino 
das artes visuais na Educação Básica, estudaremos a arte como conhecimento, 
pois ela é uma área do conhecimento tão importante quanto as demais e deve 
ser entendida e aprendida desta forma. Apresentaremos também os campos 
conceituais ou vertentes da Arte na Proposta Triangular trazida por Ana Mae Barbosa. 
Abordaremos como a criança se relaciona com a arte e, por fim, apresentaremos 
a Didática do Ensino de Arte, com orientações sobre o trabalho na sala de aula 
e certas especificidades desta disciplina. Por fim, apresentaremos conteúdos de 
artes visuais na Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
Na terceira unidade: abordaremos propostas pedagógicas em espaços de 
educação formal e não formal de educação em Artes Visuais. Nesta unidade 
conheceremos e conceituaremos espaços formais, que dizem respeito ao ensino 
sistematizado; informais, que são os saberes relacionados à língua materna, tarefas 
domésticas, normas de comportamento, orar ou rezar, caçar, ou seja, sobreviver, 
sem horários ou currículos, isto é, escola da vida; e não formais, muito próximos 
da educação formal que inclui o estudo de línguas estrangeiras, informática, 
pintura e outros, com horários e períodos letivos bem definidos. Também, dando 
continuidade nesta seção, diferenciaremos museu de galeria, pois o ensino não 
formal pode acontecer nestes espaços. Apresentaremos alguns museus, com 
sugestões de links e a possibilidade de conhecê-los virtualmente. Também 
falaremos e conceituaremos a cultura visual, falaremos como os professores de 
Arte lidam com o conflito de trabalhar ou não as datas comemorativas e qual 
a melhor solução para este trabalho, e em seguida apresentaremos algumas 
sugestões de conteúdos para serem trabalhados no Ensino Fundamental I. 
Na quarta unidade: apresentaremos as Políticas públicas para a educação em 
Artes Visuais, refletiremos sobre as políticas públicas e suas ações com relação ao 
ensino de Arte, conheceremos os documentos oficiais sobre o ensino de Arte: 
Proposta Curricular Nacional de Arte (PCN Arte) – Referencial Curricular Nacional de 
Educação Infantil – Artes Visuais (RCNEI – Artes Visuais) e as Diretrizes Curriculares 
Nacionais de Arte (DCN – Arte). Apresentaremos a Proposta Contemporânea do 
Ensino de Arte, fazendo articulação entre o ensino de Arte e o ensinomulticultural, 
como trabalhar com as artes visuais de forma interdisciplinar, a metodologia de 
Projetos em Artes Visuais, conheceremos a proposta de Reggio Emilia, uma região 
na Itália onde os Centros de Educação Infantil públicos são modelo mundial de 
educação e a ênfase gira em torno de projetos de artes visuais.
Unidade 1
TENDÊNCIAS DO ENSINO 
DE ARTE NO BRASIL
Nesta seção falaremos sobre o ensino de Arte no Brasil iniciando com a 
Missão Jesuítica, também denominada de Companhia de Jesus, uma ordem 
religiosa composta por padres, que tinha por objetivo a catequização indígena, 
para ensinar-lhes a doutrina da Igreja Católica, e o ensino de Arte foi um dos 
caminhos encontrados por eles. Conheceremos também a Arte Barroca 
brasileira, este estilo de arte foi trazido ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, 
sobretudo portugueses. 
Falaremos nesta seção sobre a Missão Artística Francesa, um grupo de 
artistas, arquitetos e artífices franceses, que vieram ao Brasil, a convite de D. 
João VI, para fundarem uma escola do ensino superior, Academia Imperial de 
Seção 1 | Barroco: primeiro produto cultural brasileiro
Seção 2 | Aspectos históricos do ensino de Arte no Brasil
Objetivos de aprendizagem: 
• Compreender como se organizava a Missão Jesuítica no Brasil, qual seu 
objetivo e como se dava o ensino de arte nas Missões;
• Conhecer a Arte Barroca;
• Estudar sobre a Missão Artística Francesa e seu objetivo no Brasil;
• Compreender a Arte Neoclássica;
• Conhecer as tendências pedagógicas de arte no Brasil.
Laura Célia Sant’Ana Cabral Cava
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
8
Belas Artes, e nela serem professores; veremos sobre a Arte Neoclássica, que foi 
trazida por eles, e por fim conheceremos as tendências pedagógicas do ensino 
de Arte no Brasil.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
9
Introdução à unidade
Olá, caro aluno! Nesta unidade estudaremos sobre o início do ensino de 
Arte no Brasil. Talvez você esteja se perguntando: a arte se ensina? Quais foram 
os primeiros a ensinar arte? Sim, tanto a arte de forma geral como também a 
disciplina de Arte se ensinam, pois desde a Pré-história o homem primitivo usava a 
arte para compreender aquele mundo em que vivia, e a arte foi um dos caminhos 
que possibilitou este entendimento de mundo. Ela foi passada de pai para filho e 
ultrapassou a barreira do tempo, ou seja, acompanhou o homem desde a Pré-
história até a Contemporaneidade, e no contexto da educação ela é uma área 
do conhecimento tão relevante quanto as demais, com conteúdos, objetivos, 
e contribui, por meio da mediação do professor, para que o aluno consolide seu 
conhecimento artístico, estético e contextualizado. Para entendermos melhor 
quem foram os primeiros habitantes brasileiros a aprender sobre arte, nesta unidade 
faremos uma viagem no tempo, que se inicia no século XVI, com a chegada dos 
jesuítas no Brasil, cujo objetivo era a catequização indígena para a doutrina católica. 
Estudaremos também um pouco do Barroco brasileiro, trazido por estes jesuítas, 
até chegarmos à Missão Artística Francesa, composta por um grupo de artistas e 
artífices franceses que chegam ao Brasil no início do século XIX, a convite de Dom 
João VI, com o objetivo de fundarem a Academia Imperial de Belas Artes, onde 
seriam professores. A Academia Imperial de Belas Artes era um sistema de ensino 
superior acadêmico que fortalecia o estilo artístico Neoclassicismo, trazido por eles 
da Europa. 
Acreditamos que este estudo acerca das origens do ensino de Arte no Brasil o 
ajudará a compreender melhor o porquê de tantas distorções sobre como ensinar 
Arte, e conhecer melhor as tendências pedagógicas de cada época, suas influências 
e como estas perduram até os dias atuais.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
10
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
11
Seção 1
Barroco: primeiro produto cultural brasileiro
Prezado aluno! Vamos iniciar nosso estudo fazendo uma viagem na história para 
conhecermos as primeiras iniciativas do ensino de Arte no Brasil, a chegada dos 
jesuítas, de D. João VI e a família real no Brasil, as ações realizadas em solo brasileiro, a 
chegada da Missão Artística Francesa, os estilos Barroco e Neoclássico, e as tendências 
pedagógicas do ensino de Arte. Portanto, convido você a viajar no tempo comigo para 
entendermos melhor esta disciplina, Metodologia do Ensino de Arte, e o porquê de 
tantos equívocos acerca do ensino de Arte.
1.1 Missão jesuítica
A partir da expansão do protestantismo e a perda de muitos fiéis da Igreja Católica, 
em toda a Europa, surge no século XVI a Missão Jesuítica, denominada também 
como Companhia de Jesus, fundada por Santo Inácio de Loyola e por São Francisco 
Xavier. Esta Missão era uma ordem religiosa composta por padres jesuítas e tinha 
um cunho evangelizador, cujo objetivo era proclamar a religião católica e trazer de 
volta seus fiéis. Esta reação católica ficou conhecida como Contrarreforma e foi o 
pontapé necessário para mudar o estilo de vida das pessoas e alterar a forma de fazer 
arte, pois as produções artísticas perderam o caráter liberal do Renascimento, tendo 
como princípio uma forte ligação a conceitos religiosos. 
A Companhia de Jesus foi introduzida em Portugal no ano de 1521 por D. João III. 
Lá, estes religiosos receberam o Colégio das Artes e o Controle da Universidade de 
Coimbra. Por sua organização, sua forma dinâmica de ser e pelo preparo teológico 
e cultural dos membros da Missão Jesuítica, aos poucos esta foi se fortalecendo.
Neste livro, quando nos refererirmos à arte de forma geral, grafaremos 
com letra minúscula, e quando nos referirmos à disciplina de Arte, 
grafaremos com letra maiúscula.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
12
Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Victor_
Meirelles04.jpg>. Acesso em: 02 abr. 2015.
Figura 1.1 | Obra do artista Victor Meirelles representando 
a Primeira Missa no Brasil dos jesuítas
Na América elas 
também eram chamadas de 
Reduções, pois tratavam-se 
de aldeamentos indígenas 
que eram organizados e 
administrados pelos padres 
jesuítas. No Brasil os jesuítas 
chegaram em 1549 e o seu 
objetivo era catequizar os 
índios à religião católica, para 
isso familiarizaram-se com os 
costumes e ritos indígenas, 
aprenderam a língua tupi, com 
o objetivo de conquistar a 
confiança deles e convertê-los 
ao catolicismo. Os dois tipos de 
ensino que se estabeleceram 
no Brasil foram: em colégios e 
em aldeias, onde ensinavam aos filhos de colonos a ler e escrever e aos índios. Neste 
contexto a arte foi entendida como apropriada para a educação, pois de acordo com os 
jesuítas, ela estava acessível a todos. A arquitetura e a escultura serviram como estratégia, 
assim como o uso das linguagens artísticas: música, dança e teatro, facilitando o 
sincretismo cultural ea adaptação do índio ao sistema civilizado europeu cristão.
O jesuíta, além de psicologicamente ativo pela ideia de catequese, é dotado de 
um aparato intelectual notável: sabia construir com terra, madeira ou pedra, conhecia 
desenho e geometria, falava duas ou três línguas europeias, além do latim, e se movia 
tão à vontade nos trâmites dos negócios da Corte quanto no convés de um navio 
(SALA, 2002, p. 17). 
É bom enfatizar que antes dos jesuítas aqui chegarem, já existiam práticas educativas 
no Brasil pelos habitantes que aqui viviam. Mesmo que fosse de uma forma diferente, 
havia estas práticas. Ou seja, embora tenhamos começado a falar sobre ensino de Arte 
a partir dos jesuítas, é importante ressaltar que estes não foram os primeiros a introduzir 
processos educativos no Brasil, pois antes da chegada dos portugueses havia uma 
população ameríndia que possuía suas próprias ações educativas, embora a educação 
portuguesa as tenha anulado.Isto nos remete a Tobias (1986, p. 21-22), que diz:
[...] desde o início, tanto na Terra de Santa Cruz, quanto no Brasil, 
houve educação brasileira, porque as aulas eram ministradas 
na terra brasileira, para gente brasileira, embaixo de um sol 
brasileiro, para crianças da gente brasileira. Aliás, nunca foi e 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
13
jamais será tão genuinamente brasileira a educação ministrada no 
Brasil, uma vez que, nesses primeiros séculos, a escola educava os 
curumins, os filhos dos indígenas do Brasil, os mais brasileiros de 
todos os brasileiros.
De acordo com Priore (2004, p. 10), “até 1580 os jesuítas tiveram exclusividade na 
ação religiosa no Brasil, como missionários ‘oficiais’ da Coroa”. Com a vinda de outras 
ordens religiosas, o atendimento às necessidades espirituais dos colonos e o processo 
de urbanização das cidades foram supridos, porém, a educação, principalmente a 
catequese indígena, ficou como responsabilidade quase total dos jesuítas, até a sua 
expulsão no século XVIII.
As Reduções tornaram-se grandes empresas industriais e agropecuárias, pois 
tinham todos os equipamentos e eram independentes. Nesse processo chegaram a 
constituir verdadeiras cidades, muitas com milhares de habitantes, compostas por um 
núcleo urbano principal com as habitações, igreja, colégio, presídio, mercado e oficinas 
diversas, e grandes áreas em torno com lavouras e criações de gado. E quando não 
conseguiam se autossustentar, eram sustentadas em parte pelos rendimentos que a 
Companhia de Jesus obtinha em outras atividades ou com doações da nobreza.
Para compreender melhor sobre a Missão Jesuítica, assistam ao filme "A 
Missão", de 1986, sob a direção de Roland Joffe e tendo em seu elenco 
Robert de Niro, Jeremy Irons e Liam Neeson, que retrata um importante 
período de nossa história e promove um resgate cultural fabuloso.
Embora o objetivo principal desta ordem religiosa tenha sido a 
catequese, o processo demonstrou-se extremamente rico no que 
tange à construção da história artística brasileira. O envolvimento dos 
jesuítas na cultura indígena, de modo a conhecer suas lendas, crenças 
e histórias nativas, forneceu subsídio para a utilização deste material 
na realização de festas, montagem de peças teatrais no intuito de 
convencer os indígenas da existência de um Deus e de um Demônio, do 
céu e do inferno. Fonte: Disponível em: <http://maniacolorida.blogspot.
com.br/2010/03/os-jesuitas-e-sua-influencia-no-ensino_28.html>.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
14
Não havia um modelo único de redução, pois com a diversidade de contextos 
geográficos, culturais e econômicos, isto se tornou impossível. Houve reduções 
modestas e outras não. 
O envolvimento dos jesuítas na cultura indígena fez com que se iniciasse, 
silenciosamente, uma espécie de “reescrita” da cultura indígena, a ponto de os 
jesuítas tentarem eliminar alguns costumes considerados impróprios, como a pintura 
corporal, os corpos nus, a poligamia e a antropofagia. Este processo de educação dos 
índios perdurou por cerca de dois séculos e meio. Neste período foram construídos 
colégios destinados à educação de professores, padres e de uma elite que seria de 
suma importância na disseminação do modelo cultural europeu na nova terra.
De acordo com Amsberg D. (2014), esta prática:
A mesma autora faz um paralelo desta afirmação com a fala da arte-educadora 
Ana Mae Barbosa em sua vivência com relação à elaboração de currículos de arte 
contemporâneos, é possível perceber nitidamente a herança cultural que permeia o 
ensino desta área do conhecimento:
Voltando às Missões Jesuíticas: e a arte, como foi se desenvolvendo? A arte 
dramática brasileira se deve principalmente ao padre José de Anchieta. A música e 
a dança nativas, por atraírem os jesuítas, se fundiram com a música europeia. Foram 
produzidas grandes quantidades de artesanato, como tapetes, luminárias, móveis, 
utensílios de cozinha, moringas e outros artefatos. A arquitetura das igrejas, seu estilo 
e imagens presentes tinham destaque. Coloridas, deram origem à pintura brasileira.
fez com que sempre se desprezasse a cultura popular, influenciada 
pelos indígenas e negros e que permaneceu marginal e condenada 
à expectativa de homogeneização, uma vez que a cultura erudita 
e europeizada era o modelo a ser seguido.
No que diz respeito à cultura local, pode-se constatar que quase 
sempre apenas o nível erudito dessa cultura é admitido na escola. 
As culturas de classes sociais economicamente desfavorecidas 
continuam a ser ignoradas pelas instituições educacionais, mesmo 
pelos que estão hoje envolvidos na educação dessas classes. 
(BARBOSA, 2008a, p. 19-20).
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
15
Por volta do século XVII inicia-se um considerável público, que tinha posses e era 
voltado às produções artísticas, isto porque configurou-se uma nova classe social. 
Houve um crescimento dos povoados, uma larga produção de ouro, com isto surgiu 
um grande número de comerciantes, artesãos, pequenos empresários. Estes faziam 
saraus, usavam instrumentos musicais e tinham residências ricas.
Neste período, a arte vinda da Europa era a Barroca. Desta forma, como as 
irmandades eram ricas, cada uma procurava se destacar mais do que a outra, com 
isto, investiam muito dinheiro na ornamentação dos templos. Isto contribuiu para o 
crescimento do patrimônio de arquitetura barroca religiosa, o que posiciona o Brasil 
no quadro de importante 
grandeza internacional.
Outro fato relevante que 
enriqueceu o panorama 
artístico brasileiro, neste 
mesmo período, foi a invasão 
de Pernambuco pelos 
holandeses. Recife, neste 
contexto, é remodelada e 
sua paisagem é enriquecida 
por palácios, pontes, canais, 
lojas, oficinas e até um certo 
clima de tolerância religiosa. 
Isto porque o príncipe 
Maurício de Nassau tinha 
Dentro das missões, os indígenas aprenderam técnicas de 
trabalhos manuais e ofícios destinados à sua mantença e 
subsistência. As artes integravam grande parte de suas atividades 
cotidianas. O canto, a manipulação de instrumentos musicais, 
bem como a fabricação dos mesmos, ficavam a cargo dos índios. 
O resultado desta atividade, embora totalmente voltada aos 
preceitos cristãos, enriqueceu consideravelmente a cultura local 
e contribuiu para a configuração de nossa produção de arte ao 
longo da história.
Fonte: Disponível em: <http://maniacolorida.blogspot.com.
br/2010/03/os-jesuitas-e-sua-influencia-no-ensino_28.html>.
Seria esta uma mistura ou sobreposição de culturas?
Fonte: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Albert_Eckhout#/
media/File:Albert_Eckhout_Mameluca_woman_circa_1641-1644.png>; 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/Albert_Eckhout#/media/File:Mulher_
Africana.jpg>;
<https://commons.wikimedia.org/wiki/Albert_Eckhout#/media/File:India_tupi.
jpg>. Acesso em: 25 mar. 2015.
Figura 1.2 | A tupinambá, a mameluca e a negra
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
16
uma comitiva de arquitetos, artistas e intelectuais, dentre eles Albert Eckhout, que em 
cenas do cotidiano retratou negros e índios, inclusive com os corpos nus. Com isto 
estabelece-se uma cultura local diferente da dos jesuítas, favorecendo a abertura e 
descentralização da produção artística, até então focada no sagrado.
No período que compreende os séculos XVII e XVIII, surgiram grandes obras primas 
da arte religiosa brasileira. Dentre os artistas desta época destacou-se Manuel Dias de 
Oliveira Brasiliense, conhecido como “o Romano”, pintor retratista da família real. 
Os jesuítas foram expulsos pelo Marquês de Pombal no século XVIII, mais 
precisamente 1759, deixando para trás um trabalho de grande relevância artística, um 
legado cultural que permanece até os dias de hoje. Por outro lado, é evidente que 
toda esta construção foi a responsávelpela extinção de uma cultura originalmente 
brasileira e anterior a esta, sendo assim, podemos dizer que a origem de nossa arte 
recebeu influência de outros povos, influência europeia, e, em contrapartida, talvez 
outros povos receberam influência da arte indígena brasileira. 
Já que falamos sobre o estilo Barroco trazido pelos jesuítas, faz-se necessário 
recordar sobre este estilo. O Barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu 
primeiramente nas artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na 
música. O berço do Barroco foi a Itália, ele iniciou-se no século XVII, espalhou-se por 
vários países europeus e encerrou-se no século XVIII. O Barroco se desenvolve após 
o processo de reformas religiosas, ocorrido no século XVI, em que a Igreja Católica 
havia perdido muito espaço e poder. A Arte Barroca surge neste contexto e expressa 
todo o contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com 
o racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
1.2 Barroco no Brasil
Cem anos após o surgimento do Barroco na Europa, este chegou ao Brasil, 
trazido pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses. Sendo assim, 
este foi o nosso primeiro produto cultural de origem erudita, assumindo diversas 
características ao longo de seu tempo e, mais que um estilo artístico, era um estilo 
de vida. A Arte Barroca era profundamente católica e foi usada como forma de 
expressão da mensagem religiosa da Contrarreforma.
Os artistas barrocos foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo 
clero. As obras de pintura e escultura deste período são rebuscadas, detalhistas e 
expressam as emoções da vida e do ser humano.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
17
A palavra “barroco” tem um significado que representa bem as 
características deste estilo. Significa "pérola irregular" ou "pérola 
deformada" e representa de forma pejorativa a ideia de irregularidade.
Diego Rodríguez de Silva y Velázquez foi um importante pintor espanhol 
do século XVII. Destacou-se na pintura de retratos, principalmente de 
integrantes da nobreza espanhola. Fez parte do movimento artístico 
conhecido como Barroco.
FONTE: <http://www.suapesquisa.com/biografias/velasquez.htm>.
Fonte: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Las_Meninas_01.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em: 24 
mar. 2015.
Figura 1.3 | As Meninas - Velázquez
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
18
Devido à situação econômica brasileira frente à sofisticação europeia, o Barroco 
brasileiro tornou-se uma produção tecnicamente inferior. 
A função da Arte Barroca no Brasil foi para fins religiosos, ou seja, conversão à fé 
católica dos negros, índios e, com o passar do tempo, os artesãos populares.
Principais características do estilo Barroco:
• acentuado contraste de claros-escuros, contrastes; 
• expressão dos sentimentos – era um recurso que visava intensificar a sensação 
de profundidade;
• linhas curvas;
• emoção e intensidade dramática. Emoção sobre razão, seu propósito é 
impressionar os sentidos do observador. Escolha de cenas no seu momento de maior 
intensidade dramática;
• estilo dinâmico;
• narrativo;
• composição assimétrica, em diagonal –que se revela num estilo grandioso, monumental, 
retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista;
• entrelaçamento entre a arquitetura e a escultura; 
• busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas 
retorcidas;
• efeitos de luz – luz de holofote;
• pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal 
a aparência de profundidade conseguida;
• paisagem/natureza morta/cenas da vida cotidiana;
• realista, abrangendo todas as camadas sociais.
Representantes:
Caravaggio (1573-1610), Velázquez (1599-1660), Rubens (1577-1640), Rembrandt (1606-
1669), Vermeer (1632-1675), Bernini (1598-1680), Mansart (1646-1708), Van Dyck e Frans Hals.
Fonte: Disponível em: <http://www.jornaldastribos.com.br/barroco-resumo-historico-artes-e-cultura/>. Acesso em: 24 
mar. 2015.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
19
Em comparação com as obras renascentistas, o Barroco rompe com o equilíbrio 
entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência dos artistas renascentistas, pois 
neste tipo de arte predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. 
Há no estilo Barroco uma tentativa de conciliar forças antagônicas: bem e mal; 
Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; 
espírito e matéria. 
No Brasil, a maior produção de obras barrocas foi em Minas Gerais, no século XVIII, 
isto porque as cidades eram ricas e possuíam uma intensa vida cultural e artística em 
pleno desenvolvimento.
O artista que mais se destacou no Brasil, no estilo Barroco, foi o escultor e arquiteto 
Antônio Francisco de Lisboa, também conhecido como Aleijadinho. Suas obras eram 
feitas em madeira e pedra-sabão e tinham um forte teor religioso. Vejam a seguir "Os 
Doze Profetas" e "Cristo carregando a cruz", Santuário de Congonhas, em Congonhas 
do Campo (MG), esculpidas por Aleijadinho.
O Barroco iniciou-se com uma grande produção sacra de estátuas, disseminada por 
todo o litoral e em algumas regiões do interior do Brasil. Este tipo de arte encontrava 
espaço tanto no templo como no domicílio privado. As primeiras peças barrocas 
vieram com os missionários, mas a partir do século XVII começaram a se formar escolas 
conventuais locais de escultura, compostas principalmente por religiosos franciscanos 
e beneditinos, mas com alguns artesãos laicos, que trabalhavam principalmente o 
barro. Já os jesuítas esculpiam na madeira. Os índios das Reduções, tanto do Sul como 
Fonte: Disponível em: <http://www.jornalwebminas.com.br/interior_noticia.php?noticia=116508>. Acesso em: 26 mar. 2015
Figura 1.4 | Barroco no Brasil
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
20
do Nordeste, também esculpiram santos, apresentando muitas vezes traços étnicos 
índios no rosto das imagens.
O pintor mineiro Manuel da Costa Ataíde e 
o escultor carioca Mestre Valentim também se 
destacaram neste estilo de arte. Em Salvador 
(BA), o Barroco destacou-se na decoração das 
igrejas, por exemplo, a de São Francisco de Assis 
e a da Ordem Terceira de São Francisco.
A partir do século XVI foram construídos 
alguns edifícios sacros que foram considerados 
importantes, por exemplo, em Olinda e 
Salvador. A técnica utilizada era muito simples, 
do pau-a-pique, eram cobertas com folhas de 
palmeira. Já os jesuítas se preocupavam com o 
aspecto, a durabilidade e solidez dos edifícios, 
preferindo sempre edificar com pedra e cal, 
embora muitas vezes, por circunstâncias 
variadas, foram obrigados a usar a taipa de pilão ou o adobe. 
Realizadas sobre pranchas de madeira, em um estilo proto-barroco ou maneirista, 
e subsidiárias à decoração em talha, as primeiras pinturas brasileiras barrocas surgiram.
Fonte: Disponível em: <http://cean2c.blogspot.com.br/2011/11/
os-profetas-e-os-doze-passos-da-paixao.html>. Acesso em: 26 
mar. 2015.
Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.
org/wiki/Escultura_dos_Sete_Povos_das_
Miss%C3%B5es>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.5 | Apóstolos – Congonhas do Campo-MG Figura 1.6 | Escultura dos Sete Povos 
das Missões
Fonte: Disponível em: <http://bar-roco.
blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.7 | Igreja de S. Francisco
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
21
Fonte: Disponível em: <http://bar-roco.
blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Fonte: Disponível em: <http://abstracaocoletiva.com.
br/2013/05/02/manuel-da-costa-ataide-biografia/>. 
Acesso em: 26 mar. 2015
Figura 1.8 | Primeiras pinturas 
brasileiras barrocas
Figura 1.9 | Ascensão de Cristo,de 
Mestre Ataíde
1. O Barroco se contrapõe à arte renascentista. Apresente algumas 
características opostas entre o Barroco e a arte renascentista.
2. Qual era a missão da Companhia de Jesus no Brasil?
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
22
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
23
Seção 2
Aspectos históricos do ensino de arte no Brasil
Falaremos nesta seção sobre a Missão Artística Francesa, um grupo de artistas, 
arquitetos e artífices franceses, que vieram ao Brasil, a convite de D. João VI, para 
fundarem uma escola do ensino superior, a Academia Imperial de Belas Artes, e nela 
serem professores. Veremos sobre a Arte Neoclássica, que foi trazida por eles, e por 
fim conheceremos as tendências pedagógicas do ensino de Arte no Brasil.
Caros alunos, vimos na seção anterior as primeiras manifestações artísticas 
realizadas no Brasil, conhecemos algumas obras de arte do estilo Barroco brasileiro, 
e agora daremos continuidade neste breve retorno histórico para compreendermos 
melhor a trajetória do ensino de Arte no Brasil, o porquê de tantas distorções acerca 
desta disciplina e a forma de ser trabalhada. Para isto, convido você, prezado aluno, a 
juntos refletirmos sobre estas questões e começarmos a mudar o rumo desta história 
no sentido de, como professores, darmos o verdadeiro valor e significado à disciplina 
de Arte, tão importante no contexto escolar.
2.1 Missão artística francesa
Para melhor entendimento sobre a disciplina de Arte, antiga Educação Artística, 
faz-se necessário um breve retorno histórico para, também, compreendermos 
alguns equívocos com relação à sua importância e ao conteúdo, que até hoje 
perduram nas escolas brasileiras. 
Desta forma, iniciaremos nossa conversa com a vinda de D. João VI e a família 
real de Portugal ao Brasil em 1808. Chegaram aqui em 14 navios. Além da família 
real, vieram também centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas 
à Corte portuguesa. Trouxeram muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, 
bens pessoais e outros objetos de valor. Com a chegada de D. João VI e sua comitiva, 
este inicia uma série de ações para acomodar a Corte. Vieram com a família real 
mais ou menos 15 mil pessoas, e após 1822, muitos destes voltaram a Portugal.
Das ações econômicas e culturais que favoreceram o desenvolvimento brasileiro, 
podemos citar: estímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil, construção de 
estradas, cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, reformas 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
24
em portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio. Foram 
criados o Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório 
Astronômico. Vários cursos, como agricultura, cirurgia, química, desenho técnico, 
dentre outros, foram criados nos estados da Bahia e Rio de Janeiro.
Desta forma, a família real acomodou-se e deslocou definitivamente o eixo da vida 
administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mudando também as fisionomias da 
cidade. Entre outros aspectos, esboçou-se uma vida cultural. Em setembro de 1808 
veio a público o primeiro jornal editado na Colônia, Gazeta do Rio de Janeiro, com 
as notícias: “abriram-se teatros, bibliotecas, academias literárias e científicas”. Foram 
construídos chafarizes, para que houvesse fornecimento de água, pontes e calçadas, 
ruas e estradas, e a iluminação pública foi instalada.
D. João VI não tinha uma imagem muito boa para os brasileiros, pois assim que 
chegou ao Rio de Janeiro, com a comitiva, obrigou muitos moradores a cederem 
seus imóveis privados para que a Coroa abrigasse todos. Os que o acompanhavam 
podiam escolher a residência que quisessem. Feita a escolha, as casas eram 
marcadas com as letras P. R. (Príncipe Regente), e os moradores tinham um tempo 
determinado para desocuparem os imóveis. Com tantas inovações e construções 
realizadas por D. João VI, estes moradores que cederam suas casas podiam arranjar 
emprego, foi este o intuito. 
Uma das ações de D. João VI foi convidar um grupo de artistas franceses, que 
era composto por artistas de reconhecido talento; estes pintavam, desenhavam, 
esculpiam no estilo Neoclássico, ou seja, à moda europeia. Este grupo foi 
denominado de Missão Artística Francesa, e eles vieram com o objetivo de fundar a 
Academia Imperial de Belas Artes, uma escola de ensino superior de Arte, onde os 
alunos aprenderiam as artes e os ofícios artísticos, onde eles seriam os professores. 
Sendo assim, em 26 de março de 1816 aportam no Rio de Janeiro, liderados por 
Joachim Lebreton, o pintor histórico Debret, o paisagista Nicolas Taunay e seu irmão, 
o escultor Auguste Marie Taunay, o arquiteto Grandjean de Montigny e o gravador de 
medalhas Charles-Simon Pradier, dentre outros. De acordo com Marcelo O. Uchoa:
Composta por importantes nomes das artes francesas, veio 
para ser o marco inicial do ensino de arte no Brasil. Por ser 
uma empreitada grandiosa formada por um número grande de 
profissionais, 18 no total e contando com artistas de reconhecido 
talento e merecida estima, sempre suscitou desconfianças sobre 
como realmente surgiu a ideia de sua criação e de que forma 
ocorreram as negociações entre os artistas e os representantes 
da Coroa portuguesa que culminaram com a partida para o 
Brasil deste grande número de imigrantes franceses. Foram 
os franceses realmente convidados pela Coroa portuguesa 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
25
A Academia Imperial de Belas Artes foi fundada dez anos mais tarde, em 1826. Com 
relação à vinda da Missão Artística Francesa, há algumas versões: a de autoexílio, pois 
com a derrota de Bonaparte na Batalha de Waterloo e da restauração da monarquia 
na França, os antigos partidários de Napoleão passam a sofrer perseguições e perder 
cargos públicos, dentre eles, muitos artistas, sendo assim, estes se integram à Missão 
Artística Francesa. Há também a versão de que a organização da Missão Artística 
Francesa foi ideia do Marquês de Marialva, embaixador português em Paris, com 
o intuito de auxiliar o seu círculo de amizades, constituído de artistas e intelectuais 
franceses. Há a versão de que o Conde de Barca foi quem deu a sugestão para 
Dom João VI para fazer o convite. Outros ainda afirmam que os próprios franceses 
solicitaram ao governo português o exílio no Brasil, em busca de tranquilidade e 
prosperidade financeira. 
para criarem uma escola de artes no Brasil? Ou, pelo contrário, 
diante da desestruturação da sociedade francesa abalada por 
fortes acontecimentos políticos e sociais, procuraram estes, 
sendo seu representante o senhor Lebreton, a Coroa portuguesa 
e ofereceram seus préstimos e talentos? Fonte: <http://www.
historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=963>.
Fonte: Disponível em: <http://www.raulmendesilva.pro.br/projetobrasil/images/034.jpg>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.10 | Estilo Barroco - G. F. Guercino, Anjos velando o Cristo morto, 1618
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
26
Nesse meio tempo, da chegada até a construção da Academia Imperial, os artistas 
franceses realizaram trabalhos para a Corte portuguesa. Montigny, Debret e Auguste 
Taunay participaram da organização dos cerimoniais da chegada da Imperatriz 
Leopoldina em 1817, aclamação de D. João VI em 1818 e a coroação de D. Pedro I 
em 1822. Enquanto a arte brasileira era a barroca, a Missão Artística Francesa trazia 
o estilo Neoclássico. O Brasil, especialmente em Minas Gerais, vivia naquele tempo 
a explosão do estilo Barroco, que defendia a ideia de beleza baseada no contraste, 
no exagero e na emocionalidade, e esse Neoclassicismo foi incorporado pelas elites 
brasileiras e classes dirigentes. A arte adquiriu a conotação de “luxo”, privilegiando a 
elite e desmerecendo as manifestações artísticas que nãose enquadravam nesses 
padrões, que seguiam os padrões do estilo Barroco. Vejamos a seguir duas pinturas, 
uma no estilo Barroco e outra no estilo Neoclassicista.
Fonte: Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/06/01/939488/conheca-morte-
marat-jacques-louis-david.html>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.11 | A Morte de Marat, de Jacques-Louis David - 1793
Caso queira conhecer mais o estilo Barroco:
<http://arte-barroca.info/>.
Agora conheça o estilo Neoclássico:
<http://www.coladaweb.com/artes/neoclassicismo>.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
27
2.2 Arte neoclássica
Características:
• formalismo na composição refletindo racionalismo dominante;
• exatidão nos contornos;
• harmonia do colorido;
• retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;
• academicismo nos temas e nas técnicas, ou seja, sujeição aos modelos e às 
regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
• arte entendida como imitação da natureza, um verdadeiro culto à teoria de Aristóteles;
• os pintores deveriam seguir algumas regras da pintura, tais como: inspirada nas 
esculturas clássicas gregas e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, 
mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.
A Arte Neoclássica surgiu no final do século XVIII e nas três primeiras décadas do 
século XIX, tratava-se de uma nova tendência estética que predominou nas criações 
dos artistas europeus. Neoclassicismo (neo+novo), que expressou os valores 
próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade 
europeia após a Revolução Francesa e, principalmente, com o Império de Napoleão.
Fonte: <http://goo.gl/JPmE9u<>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.12 | Igreja de Santa Genoveva
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
28
A arquitetura Neoclássica, tanto nas construções civis quanto nas igrejas, seguiu 
o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento 
italiano. Veja a seguir a Igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão 
Nacional, em Paris:
Conheça mais sobre o pintor Jacques-Louis David
<http://abstracaocoletiva.com.br/2012/10/26/jacques-louis-david-
biografia/>.
Conheça um pouco mais sobre Jean-Baptiste Debret
<http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=688>.
Fonte: Disponível em: <https://www.epochtimes.com.br/jacques-louis-david-representante-estilo-neoclassico-parte-1/#.
VTAvefnF87c>.. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.13 | Jacques-Louis David
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
29
Fonte: <http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Ficheiro:Debretarruda.jpg>. Acesso em março / 2015
Fonte: Disponível em: <http://www.dezenovevinte.net/obras/melancolia_ld.htm>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Figura 1.14 | Vendedor de Arruda
Figura 1.15 | Negra tatuada vendendo caju
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
30
Jean-Baptiste Debret foi um pintor francês de grande importância para a 
história da arte no Brasil. Viveu durante 15 anos no Brasil e desenvolveu uma 
intensa relação pessoal e emocional com o território brasileiro. Seu trabalho 
é considerado de grande importância para o Brasil, na medida em que se 
dedicou a retratar o cotidiano e a sociedade do século XIX, especialmente no 
Rio de Janeiro.
Mesmo sendo considerado um pintor neoclássico, aluno e seguidor de seu 
primo David, Debret está numa posição de transição entre o neoclassicismo 
e o romantismo. Suas representações dos indígenas apresentam condições 
idealizadas, há um privilégio da emoção valorizando o individualismo, o 
sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza e os temas do passado.
Fonte: <http://www.infoescola.com/biografias/jean-baptiste-debret/>.
2.3 Tendências do ensino de arte no Brasil
Dando continuidade a este retorno histórico, nossa conversa agora será sobre o 
ensino de Arte no Brasil. Conheceremos as tendências pedagógicas, pois o professor 
precisa conhecê-las para poder entendê-las e compreender o porquê de algumas 
distorções acerca da disciplina de Arte.
Muitos arte-educadores, ao longo da história, lutaram para uma melhora no 
ensino de Arte nas últimas décadas. É importante sabermos como a Arte vem sendo 
ensinada, suas relações com a educação escolar e com o processo histórico-
social. A partir dessas noções poderemos nos reconhecer na construção histórica, 
esclarecendo como estamos atuando e como queremos construir essa nossa 
história. (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 20-21).
Vamos conhecer as tendências pedagógicas pelas quais o ensino de Arte passou. 
Para isto, nos baseamos em Libâneo (1989, p. 21), que propõe a seguinte classificação:
Pedagogia liberal
* tradicional
* renovadora progressista
* renovadora não diretiva
* tecnicista
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
31
2.3.1 Pedagogia liberal
2.3.1.1 A pedagogia liberal tradicional
Na pedagogia tradicional, o professor, elemento principal desse processo, 
transmite informações aos seus alunos e estes são agentes passivos, aos quais 
não é permitida nenhuma forma de manifestação. Esta tendência ficou marcada 
pela preocupação com a universalização do conhecimento, do treino intensivo, da 
repetição e da memorização. Dissociados da vivência dos alunos e de sua realidade 
social, os conteúdos na pedagogia tradicional são verdades absolutas. Os métodos 
se pautam na exposição verbal dos conteúdos, que são apresentados de forma linear 
e numa progressão lógica, sem levar em consideração as características próprias 
dos alunos. O professor é detentor do saber e deve avaliar o seu aluno por meio de 
provas escritas, orais, exercícios e trabalhos de casa. A avaliação se estabelece com 
ameaças, punições e até mesmo redução de notas em função do comportamento 
do aluno durante as aulas.
Na questão do ensino e da aprendizagem da Arte, na tendência tradicional, 
esta continua restringindo-se à cópia e à repetição de modelos propostos pelo 
professor, com o objetivo de desenvolver a coordenação motora e a percepção 
visual do aluno, que se exercita ao copiar fielmente, o mais completo possível, do 
modelo original. Valorizavam as habilidades manuais, os “dons artísticos”, os hábitos 
de organização, precisão, coordenação motora, de limpeza, mostrando uma visão 
utilitarista e imediatista da arte, voltada essencialmente para o domínio técnico e na 
reprodução de modelos. Os trabalhos deveriam preparar para a vida profissional, 
servindo à ciência e à produção industrial, utilitária. Essa concepção está presente na 
maioria dos cursos de arte espalhados pelo país ainda hoje. 
Dando continuidade, vamos entrar no século XX. Em meados dos anos 50, a 
música começou a fazer parte do currículo, iniciam-se também disciplinas como 
“artes domésticas”, “trabalhos manuais” e “técnicas industriais”. A disciplina de 
Desenho era considerada mais pelo seu aspecto funcional, isto é, uma qualificação 
para o trabalho, do que uma experiência em arte. As atividades de teatro e dança só 
apareciam em festividades escolares, com uma finalidade única de ser apresentada, 
coisa que equivocadamente ainda perdura em muitas escolas contemporâneas. 
Em música, a tendência tradicionalista teve seu representante máximo no Canto 
Pedagogia progressista
* libertadora
* libertária
* crítico-social dos conteúdos
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
32
Orfeônico, projeto preparado pelo compositor Heitor Villa-Lobos. Esse projeto foi 
uma referência importante, por ter levado a linguagem musical a todo o país. O 
Canto Orfeônico difundia ideias de coletividade e civismo, princípios condizentes ao 
momento político de então.
Entre as décadas de 50 e 60, surge a influência de um movimento denominado 
Escola Nova, já presente na Europa e nos Estados Unidos desde o final do séculoXIX. Fortemente sustentado pela estética modernista e com base na escolanovista, 
o ensino da Arte volta-se para o desenvolvimento natural do aluno, centrado no 
respeito às suas necessidades e aspirações, valorizando suas formas de expressão 
e compreensão do mundo. A ênfase nesse momento volta-se para os processos 
de desenvolvimento do aluno e de sua criação. Dessa forma, o ensino direciona-se 
para a livre expressão, refletindo, muitas vezes, uma concepção espontaneísta e a 
valorização do processo de trabalho. A pedagogia é centrada no aluno, o professor 
é um mero espectador, seu papel é dar oportunidades para que o aluno se expresse 
de forma espontânea, pessoal, tendo como máxima a valorização da criatividade 
no ensino de Arte. Como todo processo artístico deveria vir do aluno, o conteúdo 
dessas aulas era quase exclusivamente um “deixar fazer” e acrescentava muito pouco 
ao aprendizado em Arte.
2.3.1.2 A pedagogia liberal renovada
De acordo com Libâneo, a tendência renovada manifesta-se por meio de duas 
versões: "renovada progressista ou renovada programática”, que tem em Anísio 
Teixeira seu principal expoente, e "renovada não diretiva”, com Carl Roger como 
elemento de destaque, o qual enfatiza também a igualdade e o sentimento de 
cultura como desenvolvimento de aptidões individuais.
Com relação às concepções: renovada progressista e renovada não diretiva, na 
primeira, cabe à escola adequar os conteúdos à vida do aluno, ao seu contexto, ou 
seja, as necessidades do indivíduo ao meio social em que está inserido; já a segunda 
- renovada não diretiva, se preocupava com os aspectos psicológicos, ao invés dos 
aspectos pedagógicos ou sociais, pois passa à escola o papel de formar atitudes.
A pedagogia renovada é também conhecida como Escola Nova ou 
Escolanovismo. Este movimento buscava reformas educacionais urgentes, e 
aconteceu paralelamente com a pedagogia tradicional. 
"Por educação nova entendemos a corrente que trata de mudar o rumo da educação 
tradicional, intelectualista e livresca, dando-lhe sentido vivo e ativo. Por isso se deu 
também a esse movimento o nome de `escola ativa´" (LUZURIAGA, 1980, p. 227).
A Escola Nova rompe com as "cópias de modelos", e parte para a criatividade e a 
livre expressão. A estética moderna privilegia a inspiração e a sensibilidade, acentuando 
o respeito à individualidade do aluno, pois ele é o centro. Na concepção escolanovista, 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
33
2.3.1.3 A pedagogia liberal tecnicista
cabia à educação adaptar os estudantes ao seu ambiente social. Os educadores que 
adotam essa concepção acreditam em uma sociedade mais justa e igualitária.
"Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos pela ciência 
e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos, 
pois acreditava-se que, passando por esses métodos, eles seriam naturalmente 
encontrados e organizados" (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 28).
Sem dúvida alguma, a pedagogia escolanovista teve sua importância, pois rompeu 
com os padrões estéticos e metodológicos tradicionais, no entanto, criou-se uma 
postura não diretiva, onde tudo em arte era permitido em nome da livre expressão. 
Com isso, houve também um entendimento equivocado quanto às concepções 
da Escola Nova, a preocupação em Artes Visuais passa a ser com o "desenho livre" 
e o conhecimento é deixado de lado, gerando um espontaneísmo. Seu objetivo 
principal é o desenvolvimento da criatividade. Assim como a pedagogia tradicional, 
ela também está presente em nossos dias, influenciando as aulas de Arte.
A educação passa por um período de estagnação, com a ditadura militar. A Escola 
Nova é afastada do poder e, consequentemente, o ensino-aprendizagem da arte fica 
adormecido por mais um tempo, até que surge outro movimento, contrapondo-se à 
pedagogia tradicional, que origina a Educação pela Arte, propondo a livre expressão, onde 
a arte é considerada essencialmente expressiva, portanto "não se ensina, se expressa".
Na década de 60, com a redemocratização, após a ditadura, tenta-se recuperar 
algumas características da Escola Nova, que infelizmente não retoma seu enfoque 
verdadeiro e original, pois interesses políticos desvirtuam sua proposta inicial. Mesmo 
assim, essa década caracteriza-se pelas tentativas de mudanças nas áreas social, 
educacional e cultural.
Neste movimento Educação pela Arte, Augusto Rodrigues é elemento 
fundamental, isto porque ele criou a Escolinha de Arte do Rio de Janeiro (1948). Na 
união entre a arte e a educação, o intuito era transformar a educação e os professores, 
ou seja, unir arte com a educação, com isso acreditavam que conseguiriam o respeito 
integral à livre expressão das crianças. Este sonho foi concretizado e a criança pôde 
exercer sua capacidade de criar em liberdade, tendo ao seu lado o professor que lhe 
facilitava o acesso aos materiais e lhe possibilitava a autoexpressão. 
Esse movimento restringe-se ao ensino não formal, extracurricular e extraescolar, 
pois a escola de visão tradicional só mais tarde recebe o reflexo de seus ensinamentos. 
A preocupação é com as técnicas, e o conhecimento também é deixado de lado.
Introduzida no Brasil entre 1960 e 1970, a Pedagogia Liberal Tecnicista, que surgiu 
nos Estados Unidos na segunda metade do século XX, pregava que o homem era 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
34
um produto do meio. É uma consequência das forças existentes em seu ambiente. 
A consciência do homem é formada nas relações acidentais que ele estabelece com 
o meio ou controlada cientificamente através da educação. 
A Pedagogia Liberal Tecnicista visava a um acréscimo de eficiência da escola, 
objetivando a preparação de indivíduos mais “competentes” e produtivos, conforme 
a solicitação do mercado de trabalho com o processo de industrialização e 
desenvolvimento econômico. Sendo assim, visava adequar o sistema educacional 
com a proposta econômica e política do regime militar, preparando, dessa forma, 
mão de obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho. O professor passa a ser 
considerado como um “técnico” responsável por um competente planejamento dos 
cursos escolares.
No ensino de Arte a tendência tecnicista elimina fundamentos teóricos em 
detrimento do "saber construir" e "saber exprimir-se". Nessa fase, percebe-se grande 
ênfase no uso de materiais alternativos, conhecidos na maioria das escolas como 
sucata e lixo limpo. O professor de Arte busca socorro para suas dúvidas nos livros 
didáticos que estão no mercado para serem consumidos desde o final dos anos 70.
Em 1971, com a Lei nº 5692, foi criado o componente curricular “Educação 
Artística”. A lei determinava que fossem abordados conteúdos de música, teatro, 
dança e artes plásticas nos cursos de 1º e 2º graus (Ensino Fundamental e Ensino 
Médio), com um único professor para dominar todas as linguagens. Em apenas dois 
anos, em cursos de Licenciatura Curta (mais tarde Plena), poderiam ser contratados 
ou prestar concurso para assumir a área de Educação Artística. Tais cursos visavam 
à polivalência em arte. Colocavam no mercado de trabalho profissionais totalmente 
distanciados da arte e da prática educacional.
É banido das escolas o espírito crítico e reflexivo, e a tendência tecnicista firma-
se nos anos 70, alicerçada no princípio da otimização: racionalidade, eficiência e 
produtividade. Com sua organização racional e mecânica, visava corresponder aos 
interesses da sociedade industrial. 
Os professores de Desenho, Música, Trabalhos Manuais, Canto Coral e Artes 
Aplicadas, que vinham atuando segundo os conhecimentos específicos de suas 
linguagens, viram esses saberes repentinamente transformados em "meras atividades 
artísticas". Desde a sua implantação, observa-se que a Educação Artística é tratada de 
modo indefinido, o que fica patente na redação de um dos documentos explicativosda lei, ou seja, o Parecer nº 540/77: "Não é uma matéria, mas uma área bastante 
generosa e sem contornos fixos, flutuando ao sabor das tendências e dos interesses" 
(FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 37-38).
2.3.2 Pedagogia progressista
A partir da inquietação de professores na década de 60, surge a tendência 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
35
progressista, pois estes estavam angustiados com relação ao rumo que vinha 
tomando a educação. Desta forma, iniciam discussões e questionamentos 
relacionados à educação, com ênfase na escola pública, no que diz respeito à real 
contribuição desta para a sociedade.
Já em meados dos anos oitenta, professores de Educação Artística começaram 
a se reunir em seminários, grupos de estudos, congressos e outros, para discutir 
questões relacionadas ao ensino de Arte. Desses encontros constituiu-se um 
movimento denominado Arte-Educação, inicialmente com a finalidade de 
conscientizar e organizar profissionais de Educação Artística. 
O movimento Arte-Educação ampliou discussões sobre a valorização e o 
aprimoramento deste profissional. As ideias e princípios multiplicaram-se em diversas 
regiões do Brasil. O objetivo dessas reuniões era formar associações que discutissem 
questões referentes aos cursos de Educação Artística, desde a Educação Infantil 
até a universidade, pois a situação em que as aulas vinham sendo ministradas era 
caótica. Havia muita distorção com relação à disciplina e aos seus conteúdos. Ainda 
hoje é comum as aulas de Arte serem confundidas como lazer, terapia, descanso 
das aulas “sérias”, o momento para fazer a decoração da escola, preparar as festas, 
comemorar determinada data cívica e muitas outras posturas e ações equivocadas 
em torno da disciplina.
Estes encontros e congressos do Movimento Arte-Educação geraram concepções 
e novas metodologias para o ensino e a aprendizagem de Arte nas escolas. Eles 
contribuíram para uma pequena mudança, conquistando, assim, um espaço no 
cenário nacional, se bem que ainda há muito a percorrer.
Qual foi o objetivo do Movimento Arte-Educação?
Finalmente, nos anos 90, a disciplina de Arte, antiga Educação Artística, é 
reconhecida como disciplina, consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB nº 9.394/96), aprovada em 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 
26, parágrafo 2º: “O ensino da Arte constituirá componente curricular obrigatório, 
nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento 
cultural dos alunos”.
Com relação à nomenclatura dessa disciplina, em janeiro de 2006, no Artigo 
26 da LDBEN nº 9394/96 e a Resolução nº 01/2006 – CNE/CEB informam que 
as escolas municipais que ofertam o Ensino Fundamental de 1ª à 4ª e de 5ª à 8ª 
séries, terão suas matrizes curriculares alteradas, a nomenclatura da disciplina de 
“Educação Artística” (0701) para “Artes” (0725). Desta forma, oficialmente, até 2010, 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
36
passou a ser chamada de ARTES (no plural).
Houve na época uma grande polêmica quanto a esta nomenclatura, pois na LDB 
9.394/96 o nome da disciplina vinha no singular “ARTE”. Infelizmente, o Conselho 
cometeu um equívoco na época, de acordo com Sueli Mello, funcionária do MEC/
DCOCEB/COEF, porque deveria acompanhar a LDB Nº 9.394/96, já promulgada e 
que designava a área como "Arte" - e não "Artes". Com a atualização das Diretrizes em 
2010 (Parecer e Resolução Nº 7/2010), o que ficou em vigor foi a nomenclatura "Arte", 
no singular. Sendo assim, a nomenclatura que está em vigor até o momento é ARTE.
Outra questão relevante envolvendo a disciplina de Arte diz respeito à Lei 10.639, 
de 9 de janeiro de 2003: Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial 
da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, 
e dá outras providências.
Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar 
acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: Art. 26- A. Nos 
estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, oficiais e 
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e 
Cultura Afro-Brasileira. 
§1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo 
incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos 
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da 
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas 
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira 
serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em 
especial nas áreas de Educação Artística e de Licenciatura e 
História Brasileiras.
Art. 79-B O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro 
como “Dia Nacional da Consciência Negra”.
Art.2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003 (BRASIL, 1996).
Em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte já apresentavam uma 
proposta de ensino multicultural, o conhecimento e apreciação de obras de arte 
diversas, seus produtores e manifestações artísticas em geral. A sugestão era a realização 
de leituras de obras de arte de origem: Europeia, Americana, Africana, Asiática e da 
Oceania, dentre outros, sem direcionamentos e sem preconceitos a esta ou aquela 
obra e seu produtor. As leituras são sugeridas tanto de obras de arte eruditas como 
também as de cultura popular, as renomadas, como as pouco conhecidas (do bairro, 
cidade, regionais, nacionais e internacionais), as antigas e as contemporâneas e assim 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
37
por diante, portanto, quando mencionamos “obras de arte diversas”, subentende-se 
que a escolha aconteça sem distinção de época, cultura e etnia. 
Outra alteração, em relação à disciplina de Arte, diz respeito ao projeto de lei que 
o Senado aprovou e que inclui o aprendizado de música nas grades curriculares 
das escolas. A Lei n.º 11.769, publicada no dia 18/08/08 no Diário Oficial da União, 
inclui na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira o ensino de música como 
conteúdo obrigatório. A proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 
- nº 9.394/96), que já determina o aprendizado de arte nos ensinos Fundamental e 
Médio, mas sem especificar o conteúdo. Pelo projeto, o ensino musical deveria ser 
conteúdo obrigatório, mas não exclusivo do ensino de Arte no currículo regular da 
educação básica. Os sistemas de ensino terão três anos letivos para se adaptar às 
exigências estabelecidas.
Embora tantas décadas se passaram, permanecem norteando a prática de grande 
parte dos professores as tendências tradicionais – escolanovista e tecnicista, nas 
escolas brasileiras, tanto na educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental 
e Médio), bem como no Ensino Superior.
Em um artigo publicado em 1981, Saviani descreveu com muita propriedade 
certas confusões que se emaranham na cabeça de professores [...]. Ele escreveu: 
"Os professores têm na cabeça o movimento e os princípios da Escola Nova. A 
realidade, porém, não oferece aos professores condições para instaurar a escola 
nova, porque a realidade em que atuam é tradicional" [...]. A essa contradição se 
acrescenta uma outra [...], o professor se vê pressionado pela pedagogia oficial que 
prega a racionalidade e a produtividade do sistema e do seu trabalho, isto é, ênfase 
nos meios (tecnicismo) [...] (LIBÂNEO, 1989, p. 20).
1. Percebe-se que na Educação Básica, em escolas brasileiras, 
a influência, referente ao ensino de Arte, persiste em seguir 
algumas tendências pedagógicas. Quais as tendências mais 
utilizadas pelos professores? Assinale a alternativa correta.
a. ( ) Tradicionais – contemporânea e moderna.
b. ( ) Tradicionais - escolanovista e tecnicista.
c.( ) Moderna - tradicional e tecnicista.
d. ( ) Contemporânea - escolanovista e tecnicista.
e. ( ) Tradicionais - escolanovista e Escola Nova.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
38
2. Com relação à metodologia do ensino de Arte, os Parâmetros 
Curriculares Nacionais de Arte (BRASIL, 1997) se baseiam em 
qual proposta?
a. ( ) Triangular de Ana Mae Barbosa.
b. ( ) Quadrangular dos PCNs.
c. ( ) Tendência Pedagógica Tradicional.
d. ( ) Na metodologia de projetos.
e. ( ) triangular de Mirian Celeste Martins.
A partir dessas tendências pedagógicas estudadas, em qual 
você acha que se enquadram suas aulas de Arte ou Educação 
Artística? Tradicional, Escolanovista, Tecnicista?
Linha do tempo do ensino de Arte no Brasil
1816 Durante o governo de Dom João VI, chega ao Rio de Janeiro a Missão 
Artística Francesa e é criada a Academia Imperial de Belas Artes. Seguindo 
modelos europeus, é instalado oficialmente o ensino de Arte nas escolas. 
1900 Até o início do século 20, o ensino do Desenho é visto como uma 
preparação para o trabalho em fábricas e serviços artesanais. São valorizados o 
traço, a repetição de modelos e o desenho geométrico. 
1922 Apesar da efervescência das manifestações da Semana de Arte Moderna, 
o ensino segue as tendências da escola tradicional, que defende a necessidade 
de copiar modelos para treinar habilidades manuais. 
1930 O compositor Heitor Villa-Lobos, no governo de Getúlio Vargas, institui o 
projeto de canto orfeônico nas escolas. São formados corais, que se desenvolvem 
pela memorização de letras de músicas de caráter folclórico e cívico. 
1935 O escritor Mario de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura 
do município de São Paulo, promove um concurso de desenho para crianças 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
39
com tema livre. O ganhador recebe uma quantia em dinheiro. 
1948 É criada no Rio de Janeiro a primeira "Escolinha de Arte", com a intenção 
de propor atividades para o aluno desenvolver a autoexpressão e a prática. Em 
1971, chega a 32 o número de instituições particulares desse tipo no país. 
1960 As experimentações que marcam a sociedade, como o movimento da 
Bossa Nova, influenciam o ensino de Arte nas escolas de todo o país. É a época da 
tendência da livre expressão se expandir pelas redes de ensino. 
1971 Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a 
Educação Artística (que inclui artes plásticas, educação musical e artes cênicas) 
passa a fazer parte do currículo escolar do Ensino Fundamental e Médio. 
1973 Criação dos primeiros cursos de licenciatura em Arte, com dois anos de 
duração e voltados à formação de professores capazes de lecionar música, teatro, 
artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico. 
1989 Desde 1982 desenvolvendo pesquisas sobre três ideias (fazer, ler imagens 
e estudar a história da arte), Ana Mae Barbosa cria a Proposta Triangular, que inova 
ao colocar obras como referência para os alunos. 
1996 A LDB passa a considerar a Arte como disciplina obrigatória da Educação 
Básica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais definem que ela é composta de 
quatro linguagens: artes visuais, dança, música e teatro. 
Fonte: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/conhecer-
cultura-soltar-imaginacao-427722.shtml?page=4>. Acesso em: 03 abr. 2015.
As principais questões trabalhadas na unidade levaram os alunos 
a conhecerem, refletirem e compreenderem:
• a Missão Jesuítica no Brasil, também denominada de Companhia de 
Jesus, cujo objetivo era a catequização indígena, utilizando o ensino 
de Arte como um dos caminhos encontrados por eles. Sua influência 
na cultura da época e no ensino de Arte e o legado deixado;
• o Barroco brasileiro, um estilo de arte que foi trazido ao Brasil 
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
40
pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses, suas principais 
características, os artistas brasileiros que mais se destacaram;
• a Missão Artística Francesa, um grupo de artistas, arquitetos e 
artífices franceses, que vieram ao Brasil, a convite de D. João VI, para 
fundarem uma escola do ensino superior, a Academia Imperial de 
Belas Artes, e nela serem professores. Quais artistas se destacaram 
neste grupo e qual enfoque era dado ao ensino de Arte;
• a arte Neoclássica, trazida pela Missão Artística Francesa, suas 
principais características;
• as tendências pedagógicas do ensino de Arte no Brasil e a proposta 
contemporênea para este ensino.
Chegamos ao final desta unidade, esperamos tê-los provocado 
no sentido de instigá-los a pesquisar, a querer saber mais sobre 
o ensino de Arte no Brasil, sobre as influências sofridas, o 
porquê de tantas distorções e como você, prezado aluno, pode 
contribuir para melhorar o ensino de Arte, mais especificamente, 
artes visuais em espaços educativos.
1. Leia com atenção as afirmações abaixo e assinale a alternativa 
correta de acordo com as afirmações.
I. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB nº 9.394/96), aprovada em 20 de dezembro de 1996, 
estabelece em seu artigo 26, parágrafo 2º: o ensino da arte 
poderá constituir componente curricular obrigatório, portanto 
é facultativo ter este complemento educacional nas escolas.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
41
II. A Missão Jesuítica era uma ordem religiosa composta por 
padres jesuítas e tinha um cunho evangelizador, cujo objetivo 
era proclamar a religião católica e trazer de volta seus fiéis.
III. Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o 
Brasil, inicia-se uma série de ações para acomodar a Corte, e 
uma dessas ações foi a vinda de um grupo de artistas franceses, 
em 1816, a pedido de Dom João VI. Esse grupo ficou conhecido 
por Missão Artística Francesa. 
a. ( ) Apenas as alternativas I e III estão corretas.
b. ( ) Todas as alternativas estão corretas.
c. ( ) Apenas as alternativas II, III estão corretas.
d. ( ) Todas as alternativas estão incorretas.
e. ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
2. Assinale a alternativa correta:
Em 1816, a pedido de Dom João VI, chega ao Brasil a Missão 
Artística Francesa. 
a. A tarefa desse grupo no Brasil era fundar a Academia Imperial 
de Belas Artes, na qual eles atuariam também como professores. 
Um dos destaques deste grupo era Jean-Baptiste Debret, que 
retratou, por intermédio de suas aquarelas, cenas do cotidiano 
do Rio de Janeiro.
b. A tarefa desse grupo no Brasil era ensinar arte para os índios. 
Um dos destaques deste grupo era Jean-Baptiste Debret, que 
retratou, por intermédio de suas aquarelas, cenas do cotidiano 
do Rio de Janeiro.
c. A tarefa desse grupo no Brasil era introduzir a arte barroca. 
Um dos destaques deste grupo era Jean-Baptiste Debret, que 
retratou, por intermédio de suas aquarelas, cenas do cotidiano 
do Rio de Janeiro.
d. A tarefa desse grupo no Brasil era fundar um jornal. Um dos 
destaques deste grupo era Jean-Baptiste Debret, que retratou, por 
intermédio de suas aquarelas, cenas do cotidiano do Rio de Janeiro.
e. A tarefa desse grupo no Brasil era incrementar a vida cultural 
brasileira fundando jornais, museus e escolas. Um dos destaques 
deste grupo era Jean-Baptiste Debret, que retratou, por intermédio 
de suas aquarelas, cenas do cotidiano do Rio de Janeiro.
Tendências do ensino de arte no Brasil
U1
42
3. A Missão Jesuítica era uma ordem religiosa composta por 
padres jesuítas e tinha um cunho evangelizador. Quando 
chegaram os jesuítas no Brasil e qual era o objetivo?
a. ( ) No Brasil os jesuítas chegaram em 1749 e o seu objetivo 
era catequizar os índios à religião protestante.
b. ( ) No Brasil os jesuítas chegaram em 1849 e o seu objetivo 
era catequizar os índios à religião católica.
c. ( ) No Brasil os jesuítaschegaram em 1949 e o seu objetivo 
era catequizar os índios à religião católica.
d. ( ) No Brasil os jesuítas chegaram em 1549 e o seu objetivo 
era catequizar os índios à religião católica.
e. ( ) No Brasil os jesuítas chegaram em 1549 e o seu objetivo 
era catequizar os índios à religião protestante.
4. A arte vinda da Europa era a Barroca, desta forma, como 
as irmandades eram ricas, cada uma procurava se destacar 
mais do que a outra. Com isto, investiam muito dinheiro em 
ornamentação dos templos. Marque a alternativa que apresenta 
todos os ítens como características do estilo Barroco.
a. Composição simétrica, em diagonal – entrelaçamento entre 
a arquitetura e escultura – equilíbrio.
b. emoção e intensidade dramática – unidade geométrica - 
emoção e intensidade dramática – pintura abstrata.
c. linhas curvas – equilíbrio, simetria – formas geométricas - 
emoção e intensidade dramática.
d. jogos claros-escuros, contrastes – simetria – pintura abstrata – 
equilíbrio – estilo dinâmico.
e. jogos claros-escuros, contrastes – emoção e intensidade 
dramática – estilo dinâmico – composição assimétrica, em diagonal.
5. Atualmente, percebe-se nas escolas brasileiras de Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Médio, bem como no Ensino 
Superior, a influência persistente de algumas tendências 
pedagógicas. Assinale a alternativa correta. 
f. ( ) tradicionais – contemporânea e moderna
g. ( ) moderna – tradicional e tecnicista
h. ( ) contemporânea – escolanovista e tecnicista
i. ( ) tradicionais – escolanovista e tecnicista
j. ( ) tradicionais – escolanovista e Escola Nova
U1
43Tendências do ensino de arte no Brasil
Referências
AMSBERG, D. Os jesuítas e sua influência no ensino e na arte brasileira. O Ensino dos 
jesuítas. Disponível em: <http://maniacolorida.blogspot.com.br/2010/03/os-jesuitas-
e-sua-influencia-no-ensino_28.html>. Acesso em: 27 jun. 2014. 
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2008a.
_________. Ensino da arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008b.
_________. Inquietações e mudanças no ensino da arte. 5. ed. São Paulo: Cortez, 
2008c.
CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009.
FUSARI, Maria F. R.; FERRAZ, Maria H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo: 
Cortez, 1992.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica-social 
dos conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989.
LONDRINA, Proposta Pedagógica de 1ª à 8ª série da Rede Municipal de Ensino de 
Londrina. Secretaria Municipal de Educação (versão preliminar) – Arte. Londrina, 2006.
LINHA DO TEMPO Neoclacissismo – História da Arte. Disponível em: <http://www.
historiadaarte.com.br/linha/neoclassicismo.html>. Acesso em: 27 mar. 2015
LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. 12. ed. São Paulo: 
Nacional, 1980.
ORAZEM, Roberta Bacellar. Arte e educação: uma estratégia jesuítica para a 
catequização dos índios no Brasil colonial. Disponível em: <http://www.revista.art.br/
site-numero-05/trabalhos/10.htm>. Acesso em: 27 mar 2015.
PRIORE, M.L.M. Religião e religiosidade no Brasil colonial. São Paulo: Ática, 2004. 
SALA, Dalton. Ensaios sobre arte colonial luso-brasileira. São Paulo: Landy, 2002.
SCHRAMM, Marilene de Lima Körting. As tendências pedagógicas e o ensino-aprendizagem 
da arte. In: PILLOTTO, Silvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de Lima Körting (Org.). 
Reflexões sobre o ensino das artes. Joinville: Ed. Univille, 2001. V. 1, p. 20-35.
TOBIAS, J. A. História da educação brasileira. São Paulo: IBRASA, 1986.
UCHOA, Marcelo O. A missão artística francesa. Disponível em: <http://www.
historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=963>. Acesso em: 27 mar. 2015
Unidade 2
ASPECTOS METODOLÓGICOS 
DO ENSINO DAS ARTES VISUAIS 
NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Nesta seção estudaremos a arte como conhecimento, embora ela 
mexa com emoções e sentimentos, pois ela é uma área do conhecimento 
tão importante quanto as demais e deve ser entendida e aprendida desta 
forma. Apresentaremos também os campos conceituais ou vertentes 
da Arte na Proposta Triangular trazida por Ana Mae Barbosa. Por fim, 
abordaremos como a arte é compreendida pela criança. 
Seção 1 | Arte como conhecimento
Objetivos de aprendizagem: 
• refletir a arte como conhecimento;
• os campos conceituais da Arte sugeridos pela Proposta Triangular trazida 
ao Brasil por Ana Mae Barbosa, e que tipo de conhecimento eles promovem;
• compreender o que seja uma aula contextualizada;
• saber a didática do ensino de Arte;
• apresentar conteúdos de artes visuais na Educação Infantil e Ensino 
Fundamental I.
• organizar o espaço da sala de aula, a disposição dos móveis e materiais e 
possibilitar o manuseio de diferentes materiais, ferramentas e técnicas;
• saber fazer um planejamento e avaliar em artes visuais.
Laura Célia Sant’Ana Cabral Cava
Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica
U2
46
Nesta seção refletimos sobre a didática do ensino e aprendizagem 
de artes visuais, sobre a organização do espaço na sala de aula e na 
composição artística, sobre a diversidade de materiais oferecidos e como 
utilizá-los, e também sobre alguns procedimentos metodológicos nas 
aulas de artes visuais; falaremos da importância do desenho na vida da 
criança, como trabalhar com propostas de desenhos que não possibilitem 
a criação de modelos estereotipados. Por fim, apresentaremos conteúdos 
de artes visuais na Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
Seção 2 | Didática do ensino de Arte
Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica
U2
47
Introdução à unidade
Caro aluno! Você já conheceu o histórico do ensino de Arte no Brasil, recordou 
sobre duas tendências artísticas: Barroco e Neoclássica. Agora, nesta unidade, 
vamos refletir sobre a arte como conhecimento, vamos refletir um pouco mais 
sobre as distorções com relação aos conteúdos e objetivos do ensino de Arte, a 
metodologia sugerida na contemporaneidade e sobre a didática do ensino de Arte. 
Existem muitos entendimentos equivocados sobre: por que ensinar Arte, o que 
ensinar e como ensinar. Sendo assim, será sobre estes assuntos e tantos outros 
que apresentaremos.
Vamos compreender também como a arte é entendida pela criança, pois vocês 
se formarão professores da educação básica, para trabalhar na Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Ensino Médio. Sendo assim, torna-se relevante pensar no 
ensino de Arte desde a Educação Infantil.
Acredito que esta disciplina, Metodologia do Ensino de Arte, provocará você, 
prezado aluno, a querer melhorar o ensino de Arte neste cenário educacional 
brasileiro, lecionando a Arte, mais especificamente, as artes visuais, da melhor 
maneira possível, como tantos outros arte-educadores o fizeram e lutaram para que 
houvesse mudanças. E algumas aconteceram, embora haja muito ainda a mudar.
Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica
U2
48
Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica Aspectos metodológicos do ensino das artes visuais na educação básica
U2
49
Seção 1
Arte como conhecimento
Vamos iniciar a primeira seção refletindo sobre a arte desde a Pré-história até 
nossos dias. Pensando no contexto escolar, sua importância e também seu aspecto 
lúdico para a criança. Estudaremos a arte como conhecimento, embora ela mexa com 
emoções e sentimentos. Desta forma, prezado aluno, espero que com esta leitura 
você consolide seus conhecimentos e compartilhe comigo experiências sensíveis.
1.1 Papel da arte na vida do ser humano
A arte comunica?
Existem pessoas que se expressam por meio da palavra, outras por meio

Continue navegando

Outros materiais