Buscar

Cana-de-Açucar

Prévia do material em texto

Cana-de-Açucar
Saccharum officinarum
1. Origem
• Sudeste da Ásia e Índia Ocidental
• Ilhas do arquipélago da Polinésia
• Expansão para Ilhas Fiji e Taiti, 
Malásia, Índia, Filipinas e China
• Arábia, Portugal e Espanha
• América (1493) – Cuba, México e
Peru
• Brasil (1502
• 1532: 1º engenho de cana (Capitânia de 
São Vicente)
Produção Mundial
• 1975: Proálcool
- reduzir a dependência de energia
-amenizar os problemas da balança comercial
- aumentar a renda interna, etc.
• 1985: venda de
automóveis a álcool
• 1993: Lei n° 8.732
- mistura de álcool anidro como aditivo da gasolina
- faixa de 20 a 25%
• 1998: Projeto Genoma da Cana-de-Açúcar
• Identificou mais de 50 mil genes de cana-de-açúcar com interesses 
econômicos;
• Possibilita o melhoramento genético da cultura visando maior teor de açúcar 
e existência à doenças
Classificação botânica
• Subdivisão: Angiosperma (apresentam raiz, caule, folhas, flores, frutos e 
sementes)
• Classe: Monocotiledônea;
• Família: Poaceae
• Gênero: Saccharum
• Espécies:
• Saccharum barberi;
• Saccharum edule;
• Saccharum officinarum
• Saccharum robustum
Descrição da planta
• Raiz fasciculada – tipo cabeleira
• Profundidade: 4,0 metros
• Alta concentração nos primeiros 50 cm
3 tipos de raízes:
• a – sustentação ou fixação (primeiras raízes)
• b – superficiais – função de absorção
• c – cordões (podem chegar a grandes profundidades – 4,0 m)
OBS.: quanto maior a profundidade do sistema radicular e volume de
raiz - maior volume de solo explorado e resistência a seca – maior
longevidade do canavial
Cana planta X cana soca – cana soca possui maior volume de raízes
(mais pontos de emissão), mas mais superficial e menos vigorosas.
• Importante: a cada corte/colheita (ciclo), um novo sistema radicular
é formado (renovação), e cada vez é mais superficial.
• Há variação na proporção entre raízes vivas e mortas durante o ano
(período de colheita – mais raízes mortas).
• Fatores que influenciam no desenvolvimento radicular:
• Variedade
• Umidade do solo (cuidado com época de plantio da cana
• Relação parte aérea/volume de raíz)
• Porosidade
• Densidade do solo
• Nutrientes
80 %
Fenologia
Rebrote
• O corte dos colmos para colheita deve ser rente ao solo para maximizar o
rendimento de açúcar e proporcionar que o rebrote da lavoura ocorra a partir de
gemas subterrâneas dos rizomas (caules subterrâneos) presentes no sistema
radicular;
• Caso o corte não ocorra rente ao solo, a brotação ocorrerá nas gemas basais do
colmo que se encontram acima da superfície do solo, facilitando o acamamento
de colmos e diminuindo a produtividade e longevidade do canavial.
• O rebrote da cana-de-açúcar ocorre quando o fator ambiental
limitante (frio e/ou seca) que induz a maturação é superado;
• As fases de desenvolvimento na cana soca são as mesmas da cana
planta, porém a velocidade de desenvolvimento da lavoura da
brotação/emergência até o fechamento do dossel é mais rápida,
porque já existe um sistema radicular estabelecido.
• Para a implantação de um canavial, deve-se fazer, inicialmente, o
planejamento da área, realizando um levantamento topográfico;
• Nos locais de plantio é feito um trabalho de engenharia, conhecido
como sistematização do terreno, no qual subdivide-se a área em
talhões e aloca-se os carreadores principais e secundários;
• Atualmente, busca-se obter talhões planos mantendo linhas de cana
com grande comprimento para evitar manobras das máquinas,
otimizando operações mecanizadas;
• Em geral, os talhões de cana são subdivididos quanto à topografia e
homogeneidade do solo e apresentam, em média, entre dez e 20
hectares.
• Os princípios de conservação do solo e a execução de terraços devem
orientar todo o planejamento da sistematização do terreno. Antes do
plantio, é necessário, também, planejar o plantio das mudas ou
buscar no mercado um fornecedor idôneo.
• O plantio da cana pode ser efetuado manualmente ou
mecanicamente.
• O plantio compreende, basicamente, três etapas principais:
• corte de mudas;
• distribuição no sulco;
• corte dos colmos em pedaços menores, dentro do sulco;
• cobertura.
• A quantidade necessária de mudas varia entre 10 e 15 toneladas por
hectare;
• Quando a época de plantio é adequada e a qualidade da muda está
excelente, pode-se optar por menores quantidades de mudas;
• As mudas são canas jovens, com 8 a 10 meses, plantadas em
condições ótimas, bem fertilizadas, com controle de pragas e
doenças;
• É necessária a distribuição de ao menos 12 gemas por metro de sulco.
• Para o plantio em épocas de estiagem, é necessário dar preferência
para densidade de 15 a 18 gemas por metro.
Épocas de plantio
• A escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom
desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, que necessita de
condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular
açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade
de água, temperaturas elevadas e alto índice de radiação solar;
• A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes: sistema de
ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno.
Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses):
• A cana-de-açúcar é plantada entre os meses de janeiro e março;
• Nos primeiros três meses, a planta inicia seu desenvolvimento e, com
a chegada da seca e do inverno, o crescimento passa a ser muito
lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando nos sete meses
subsequentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses
seguintes, até completar 16 a 18 meses;
• Este período (janeiro a março) é considerado ideal para o plantio da
cana-de-açúcar, pois apresenta boas condições de temperatura e
umidade, garantindo o desenvolvimento das gemas;
• Essa condição possibilita a brotação rápida, reduzindo a incidência de
doenças nos toletes.
Sistema de ano (cana de 12 meses)
• Em algumas regiões, a cana-de-açúcar pode ser plantada no período de outubro a
novembro. Esse sistema de plantio precisa ser utilizado de forma restrita, pois apresenta
as seguintes vantagens e desvantagens:
• Vantagens
• Quando se tem grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o gerenciamento e
otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas entre o período de
plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano.
• Desvantagens
• menor produtividade que a cana de 18 meses, uma vez que a cana de ano tem apenas sete ou oito
meses de crescimento efetivo (um verão);
• o preparo do solo para o plantio da cana de ano pode ser dificultado, uma vez que há pouco tempo
para o preparo, incorporação do calcário e de outros corretivos etc. Logo após a colheita anterior é
necessário arrancar as soqueiras para um novo plantio. Com o início da estação chuvosa, ocorrem
poucos dias úteis para operações agrícolas e, se a área de plantio for muito grande, é necessária
elevada quantidade de mão-de-obra nesse período;
• em algumas situações e para variedades floríferas, a utilização de inibidores de florescimento pode
ser necessária.
Plantio de inverno
• Com o uso da torta de filtro que contém cerca de 70 a 80% de
umidade, aplicada no sulco de plantio, é possível plantar a cana-de-
açúcar mesmo no período de estiagem;
• A torta fornece a umidade necessária para a brotação;
• Se ainda for feita uma fertirrigação com vinhaça, ou mesmo irrigação,
o plantio da cana pode ocorrer praticamente o ano todo.
Espaçamento e profundidade
• O espaçamento contribui para o aumento da produção, pois interfere
favoravelmentena disponibilização de recursos como luz, água e
temperatura.
• O espaçamento do plantio deve variar de acordo com a fertilidade do
terreno e as características da variedade recomendada;
• No caso da cana-de-açúcar, o espaçamento entre sulcos pode variar de um
metro a 1,8 metro, com as seguintes recomendações:
• A profundidade do sulco deve variar entre 20 e 30 centímetros;
• Em solos arenosos, espaçamentos mais estreitos como 1 metro ou 1,20 metro são
mais indicados, pois permitem que o fechamento da entrelinha ocorra mais
rapidamente, facilitando o controle do mato;
• Se a colheita for mecanizada, o espaçamento deve ser de ao menos 1,5 metro para
evitar o pisoteamento e a compactação das linhas de cana pelas rodas das máquinas;
• Em solos férteis, o espaçamento mais comum é de 1,5 metro;

Continue navegando