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FAMÍLIAS PLURAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA XXX DE XXX.
XXX, Advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de XXX, sob o nº XXX, com escritório nesta Comarca, no endereço XXX, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar ordem de
“” 
com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e art. 647 e 648, inc. I, do Código de Processo Penal, em favor de Manoel, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado no (endereço) contra ato ilegal praticado pelo Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
O Paciente foi indiciado em Inquérito Policial instaurado no ano de 2014 para apurar a prática de extração ilegal de minérios na cidade de Pontes e Lacerda, durante todos esses anos a autoridade policial tem realizado diligências na tentativa de encontrar provas testemunhais que liguem Manoel ao crime, porém Manoel vem encontrando obstáculos para conseguir obter emprego por conta da anotação deste Inquérito Policial em sua folha de antecedentes criminais.
A autoridade policial remeteu os autos ao Ministério Público para providências, momento em que o Parquet exarou parecer no sentido de que a tramitação do Inquérito Policial não deverá ser paralisada e que deverão ser feitas diligências para a busca de novas provas. Alegou ainda que inexiste qualquer constrangimento ilegal ao Indiciado pela simples instauração de IP, mormente quando o investigado está solto, diante da ausência de constrição de sua liberdade de locomoção.
II – DO DIRETO
Trata-se de Inquérito Policial instaurado para a apuração do envolvimento do paciente na infração do art. 2º da Lei 8.176/91, porém é evidente que passados 5 (cinco) anos da instauração do IP, houve um decurso temporal suficiente para os esclarecimentos dos fatos que por hora o paciente estaria envolvido, constituindo-se constrangimento a ser reparado pela medida ora requerida.
É evidente o constrangimento ilegal que está sofrendo o Paciente, pois que não exista perfeita adequação do fato concreto à descrição do art. 5º, inc. LXXVIII da Constituição Federal, que diz:
“ Art. 5º LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. ”
O Código de Processo Penal estabelece claramente que o inquérito policial deverá terminar no prazo de 30 dias, quando o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela, como é o caso do Paciente, in verbis:
“ Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.”
Em direito penal, o princípio da reserva legal exige que os textos legais sejam interpretados sem ampliações ou equiparações por analogia, salvo quando “in bonam partem”. O tipo, a partir de tal princípio, não pode ser distendido ao gosto do intérprete para cobrir hipóteses nele não contidas.
Dessa forma, é manifesta a inexistência de justa causa para o Inquérito Policial, uma vez que a obrigatoriedade da autoridade policial já se esgotou devido sua indisponibilidade no arquivamento do feito, portanto, a discricionariedade dos atos de investigação se darão por conveniência e oportunidade somente da autoridade policial.
Por fim, é forçoso concluir que não deve prosseguir o Inquérito Policial instaurado contra o Paciente, pois que atípico sua conduta.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer, após as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora, seja concedida a ordem de “Habeas Corpus”, determinando-se o trancamento do Inquérito Policial que tramita contra o Paciente, bem como a expedição do salvo-conduto, como medida de inteira justiça. 
Nesses termos,
Pede deferimento.
(local e data).
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Advogado – OAB nº xxx

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