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04/05/2018 1 Construção da fertilidade do solo para a cultura do feijoeiro Professor Silvino Moreira DAG UFLA Como são os solos brasileiros? � Ácidos e pobres em nutrientes (áreas de aberturas e de pastagens degradadas): � Solos com fertilidade construída! VIDE material a seguir: 04/05/2018 2 Construção da fertilidade dos solos http://conteudo.3rlab.com.br/9df558a2e2ddf95c5fa6?rdst_srcid=734954 04/05/2018 3 Principais características do feijoeiro que determinam o manejo da calagem e adubação � Sistema radicular limitado; � Alta sensibilidade a acidez do solo; � Crescimento inicial lento; � Ciclo curto. � Calagem; � Gessagem; � Fosfatagem, potassagem e correção com micronutrientes. Práticas para construção da fertilidade 04/05/2018 4 � Neutralizar os íons alumínio (Al3+) e hidrogênio (H+) dissociados na solução do solo. � Fornecer Ca e Mg (calcário de boa qualidade!) � “Aumentar a CTC efetiva do solo” (elimina os elementos tóxicos) Calagem e suas funções Fonte: Original de Quaggio, IAC, citado por Van Raij (2011). Primeira função do calcário: Neutralização do H+Al e fornecimento de Ca e Mg Pequeno desenvolvimento das plantas, da frente devido à acidez (H+Al) e aos baixos teores de Ca e Mg 04/05/2018 5 Divisão em talhões uniformes Bicarbonatação: solubilização e dissociação: “base falsa” CaCO3+MgCO3 + (água)H2O � Ca2++Mg2+ + HCO3- + OH- (“bases verdadeiras”) Importante!!! �O início do processo de reação do calcário no solo depende de água (solubilização). Reação do calcário no solo Melhor época de aplicar calcário: quando há umidade no solo (final da estação chuvosa) Divisão em talhões uniformes HCO3- + H+ � H2CO3� CO2 + H2O OH- + H+ � H2O Neutralização da acidez: H+ e do Al3+ do solo 1 Al3+ � 3 H+ (tampão do solo) Al3+ + 3 OH- � Al(OH)3 - insolúvel Al3+ + H2O � Al(OH)2+ + H+ Al(OH)2+ + H2O � Al(OH)2+ + H+ Al(OH)2+ + H2O � Al(OH)30 + H+ H id ró lise d o A l 3 + Bases do calcário: HCO3- + OH- 04/05/2018 6 T (CTC potencial)= Ca + Mg + K+ Na + (Al+ H) t (CTC efetiva)= Ca + Mg + K + Na + Al Calagem = CTC a pH 7,0} - Ca - Mg - Ca - K - Al - Al “caixa” - H+ - H+ - H+ - H+ - H+ Libera as cargas negativas à medida que ocorre a neutralização dos elementos tóxicos!!! Segunda função do calcário: “aumentar” a Capacidade de troca de cátions - CTC Análises de solo de uma Fazenda localizada em Pirapora, MG, ano de 2012. Solo pH P Resina K Ca Mg AL3+ H H+Al SB CTC V% CaCl2 mg/dm3 cmolc/dm³ % Argiloso 4.3 56 0.66 2.6 1.2 1.1 4.4 5.5 4.5 9.9 44.9 Argiloso 4.2 28 0.42 2.7 1.2 1.4 4.7 6.1 4.3 10.4 41.5 Argiloso 4.2 19 0.36 2.3 1 2.0 5.5 7.4 3.7 11.1 33 Argiloso 4.2 15 0.55 2.3 1.1 1.7 4.7 6.4 4.0 10.3 38.3 Arenoso 4.3 8 0.09 0.3 0.4 0.4 1.3 1.7 0.8 2.5 31.9 Arenoso 4.3 6 0.09 0.4 0.2 0.5 1.1 1.5 0.7 2.2 30.9 Arenoso 4.3 8 0.08 0.4 0.2 0.6 1.5 2.0 0.7 2.7 25.4 Arenoso 4.3 9 0.15 0.5 0.6 0.7 2.0 2.7 1.3 3.9 31.8 Arenoso 4.3 8 0.09 0.3 0.3 0.7 1.6 2.2 0.7 2.9 23.7 Arenoso 4.3 8 0.11 0.3 0.3 0.6 1.8 2.4 0.7 3.1 23.1 Diferenças entre o poder tampão de solos argilosos e arenosos Poder tampão: Al3+, grupos da MO, que “liberam” H+! 04/05/2018 7 5.0 6.0 6.5 7.0 8.0 pH Alumínio Potássio Cálcio Magnésio Nitrogênio Enxofre Boro Fósforo Molibdênio Cloro Faixa adequada para a maioria das culturas Ferro Cobre Manganês Zinco D is p o n ib ili d ad e cr e sc en te pH água: 6,0 a 6,5 pHCaCl2 5,5 a 6,0 Terceira função do calcário: manter o pH do solo em valores adequados! � Micros: absorvidos pelas plantas como Cu2+; Fe2+, Zn2+, Ni2+ e Mn2+; Com elevação do pH acima de 6,5 - 7,0: Cu2+ + 2 OH- � Cu(OH)2 (indisponível às plantas). Zn2+ + 2 OH- � Zn(OH)2 (indisponível às plantas). Fe2+ + 3 OH- � Fe(OH)3 (indisponível às plantas). Mn2+ + 4 OH- � MnO2 + H2O +2e- (indisponível às plantas). Fonte: Adaptado de Sousa et al. (2007). Acidez ativa do solo x disponibilidade de micronutrientes! 04/05/2018 8 � Absorvidos pelas plantas como: MoO42-,Cl- e H3BO3 Com elevação do pH: gera OH- � MoO42-: fortemente adsorvido aos óxidos de Fe e Al de forma covalente. � Com aumento do pH é deslocado dos sítios de troca pelo OH-; � Cl-: fracamente adsorvido aos colóides (L. iônica), mas também é deslocado dos sítios de troca pelo OH-; � H3BO3: sofre pouco efeito do pH. Acima de pH 7 pode ser adsorvido de forma covalente, reduzindo sua disponibilidade: B(OH)3 + H2O�B(OH)- + H+ Fonte: Adaptado de Sousa et al. (2007). Acidez ativa do solo x disponibilidade de micros aniônicos e boro! � Solos ácidos e com predomínio de óxidos de Fe e Al: perdas de P por adsorção!!! � Solos ácidos (Al3+ e Fe2+ em solução): � Formação dos precipitados: Estrengita - FePO4.2H2O e Variscita - AlPO4.2H2O. � Solos neutros ou alcalinos (teores elevados de Ca2+ em solução): � Formação dos precipitados: Fosfatos de Ca (Hidroxiapatita - Ca10(OH)2(PO4)6 e Fluorapatita - Ca10F2 (PO4)6). Acidez ativa do solo x disponibilidade de P 04/05/2018 9 Foto: aula disciplina adubos e adubação: ESALQ (disponível: http://www.solos.esalq.usp.br/arquivos.htm) Calcário superficial x fósforo a lanço em áreas de plantio direto Falta de atualização das recomendações de calagem para sistemas de produção, com altas produtividades!!!! Qual a dose de calcário utilizar em áreas de abertura e/ou com solos degradados para implantação do SPD? 04/05/2018 10 � Áreas de abertura ou de pastagens degradadas: �Calcário deve ser incorporado profundamente (mínimo de 0-20 cm). Atualmente a 30-40 cm de profundidade (PERFIL); � Atender um teor mínimo de Mg no solo: cuidado na escolha do corretivo! � Construir a fertilidade do solo, com incorporação profunda do corretivo, preocupando-se sempre com o poder tampão dos solos argilosos intemperizados. Calagem para construção da fertilidade do solo Área de abertura no Sul de Minas Santo Antônio do Amparo, MG 04/05/2018 11 �Situação da área após acerto do terreno (quebra de cupins com trator de esteira). �Área pronta para receber as correções (calcário, gesso...) e incorporação profunda com grade! Área de abertura no Sul de Minas Quais os valores de saturações por bases (V%) adequados para o sistema de produção? Boletins, experimentos...variável Arroz Feijão Milho Soja V% ideal 40 53 60 63 � Hoje sabemos nossos objetivos: atingir valores adequados de Ca e Mg por volta de 4 e 1 cmolc dm-3, respectivamente. � pH entre 6 a 6,5 e Al próximo de zero no perfil!!! � Saturação por bases (V%) entre 60 a 70%. F ag er ia ( 20 01 ). 04/05/2018 12 F o n te : F u rla n i, Q u a g g io e G a llo (1 9 9 1 ), cita d o s p o r V a n R a ij (2 0 11 ). Tratamento sem calcário. Tratamento 3 t/ha de calcário. Tratamento com 9 t/ha calcário incorporado. Tendência atual!!! Construção do perfil. Cultura de sorgo durante veranico x doses de calcário. Sistema radicular do milho em função da calagem F o n te : Q u a g g io e t a l. (1 9 9 1 ), cita d o s p o r V a n R a ij (2 0 11 ). Construção da fertilidade em prof.: aumenta “escape” das plantas aos veranicos e nematóides 04/05/2018 13 Fonte: Fundação Mato Grosso, citada por Van Raij (2011). Raízes de algodeiro possivelmente afetadas pela acidez do subsolo Sistema radicular do feijoeiro. Unaí. MG. Foto: Tiago Bijsterveld 04/05/2018 14 2,663867,011,510,216,791,30,050,12415,0Gleba 2 (20-40) 2,663897,441,790,197,251,60,050,044015,0Gleba 2 (0-20) 2,65385,86,141,340,192,661,150,100,0420*5,0Gleba1 (20-40) 3,05483,67,01,730,286,711,460,120,064214,9Gleba 1 (0-20) dag/kg------ %---------------------------- cmolc/dm 3 ------------------ mg/dm3 - MOVmTtSBH+AlAlMgCaKPpH água Ident. (prof. cm) Solos muito argilosos: Gleba 1= 77% e Gleba 2= 72% de argila. Análise inicial de um Latossolo Vermelho Amarelo – áreas de abertura, região Central de Minas. Desafios iniciais de correção da acidez NC (t ha-1 )= Y [Al3+ - (m% . t/100)] + [X- (Ca2+ + Mg2+) Solo Argila Y % Arenoso 0 a 15 0 a 1 Textura média 15 a 35 1 a 2 Argiloso 35 a 60 2 a 3 Muito argiloso 60 a 100 3 a 4 Cultura m X % cmolc dm -3 Milho e sorgo 15 2,0 Feijão e soja 20 2,0 X = “Exigência da cultura” e Y = “poder tampão do solo” Teores no solo: análise do solo Y = 0,0302 + 0,06532 Arg – 0,000257 Arg2; R2 = 0,9996 Método para neutralização do Al tóxico e para elevação dos teores de Ca e Mg no solo. Método para cálculo da calagem: Método de MG 04/05/2018 15 NC (t ha-1)=CTC [(V2-V1)/PRNT] � CTC a pH 7,0 (CTC em cmolc/dm3). � V2= saturação por bases desejada � V1= V% atual no solo. Método da Saturação por Bases � Informações adicionais no Boletim 100: � Se MO > 5%: Saturação por bases de 50%; � Mg: Milho: mínimo no solo de 0,5 cmolc dm-3. Método para cálculo da calagem: Método de SP:IAC 2,663867,011,510,216,791,30,050,12415,0Gleba 2 (20-40) 2,663897,441,790,197,251,60,050,044015,0Gleba 2 (0-20) 2,65385,86,141,340,192,661,150,100,0420*5,0Gleba 1 (20-40) 3,05483,67,01,730,286,711,460,120,064214,9Gleba 1 (0-20) dag/kg------ %---------------------------- cmolc/dm 3 ------------------ mg/dm3 - MOVmTtSBH+AlAlMgCaKPpH água Ident. (prof. cm) Solos muito argilosos: Gleba 1= 77% e Gleba 2= 72% de argila. Análise inicial de um Latossolo Vermelho Amarelo – áreas de abertura, região Central de Minas. Desafios iniciais de correção da acidez. -Método de Minas Gerais: 6,5 t ha-1; -Método de São Paulo (V=70%): 4,6 t ha-1. Cálculo inicial da necessidade de calcário: 04/05/2018 16 NC (t ha-1 )= Y [Al3+ - (m%.t/100)] + [X- (Ca2+ + Mg2+) Solo Argila Y % Arenoso 0 a 15 0 a 1 Textura média 15 a 35 1 a 2 Argiloso 35 a 60 2 a 3 Muito argiloso 60 a 100 3 a 4 Cultura m X % cmolc dm -3 Milho e sorgo 15 2,0 Feijão e soja 20 2,0 Gleba 1: NC (t ha-1 )= 4,0 [1,46 - (15*1,73/100)] + [2- (0,06 + 0,12). NC (t ha-1 )= 4,0 [1,2] + 1,82 NC = 6,62 t ha-1 (PRNT = 100%). Gleba 2: NC (t ha-1 )= 4,0 [1,6 - (15*1,79/100)] + [2- (0,04 + 0,05). NC (t ha-1 )= 4,0 [1,33] + 1,91 NC = 7,23 t ha-1 (PRNT = 100%). Cálculo da necessidade de calcário: Quinta Aproximação � Gleba 2: V2=70% NC (t ha-1)=[7,44 *(70-3)] /100 � 5,0 ton/ha � Gleba 2: V2=80% NC (t ha-1)=[7,44 *(80-3)] /100 � 5,7 ton/ha � 6,7 ton/ha (calcário PRNT=85% e 12% de MgO).* *Foi feita incorporação de 0 a 30 cm (grade com discos de 32 polegadas) � Calcário foi aplicado em setembro de 2004 (7 t/ha de calcário dolomítico). Em janeiro de 2005 foram aplicadas 02 ton/ha de gesso. Também foi semeado milheto. NC (t ha-1)=[CTC *(V2-V1)] /PRNT � Gleba 1: V2=70% NC (t ha-1)=[7 *(70-4)] /100 � 4,6 ton/ha � Gleba 1: V2=80% NC (t ha-1)=[7 *(80-4)] /100 � 5,3 ton/ha � 6 ton/ha (calcário PRNT=85% e 12% de MgO). Cálculo da necessidade de calcário: Boletim 100 04/05/2018 17 Foto: aula disciplina adubos e adubação: ESALQ (disponível: http://www.solos.esalq.usp.br/arquivos.htm) Aplicação do calcário a lanço Incorporação do calcário aplicado em área total 04/05/2018 18 P K Ca Mg Al H+Al SB t T m V MOI dent. pH água - mg/dm 3 - -------- --------- --- --- cmolc/dm3--------- ------ -- ------ %----- dag/kg G1 0-20 5,3 2,5 38 2,3 0,5 0,3 4,2 2,9 3,2 7,1 9,4 41 2,5 G120-40 4,8 0,8 28 0,9 0,3 0,8 5,2 1,3 2,1 6,5 38,1 20 1,97 G2 0-20 5,1 0,8 40 1,7 0,6 0,5 5,2 2,4 2,9 7,6 17,2 32 2,37 G220-40 4,7 0,4 32 0,8 0,3 1,0 5,2 1,2 2,2 6,4 45,5 19 1,79 Situação das glebas um ano após aplicação de 7 t ha-1 de calcário (1300 mm de chuva). -Desafios elevar os teores de Ca (4 cmolc dm-3) e os teores de Mg (por volta de 1 cmolc dm-3). 1Necessidade de calagem para elevar o V% a 70%. AP = doses variáveis por A.precisão. Quantidade de calcário aplicada nos primeiros 4 anos = 17 t ha-1. Correção do solo de uma área de abertura da Faz. São João (solo argiloso), em Inhaúma, MG. Ano Cultura pH Ca Mg Al T V NC1 Decisão água --------------------------- cmolc dm-3 ----------------------- % ton/ha 2002 Braquiária 4.6 0.4 0.1 1.9 9.1 7 6.7 8 2003 Sorgo 5.4 1.8 0.4 0.3 6.3 40 2.2 2 2004 Sorgo 5.4 1.9 0.4 0.3 8.5 29 4.1 4 2005 Sorgo 5.2 2.5 0.9 0.4 8.8 41 3.0 3 2006 Milho/Feijão 5.4 4.2 0.8 0.0 9.0 58 1.3 0 2008 Milho/Feijão 6,2 7,2 2,6 0.0 11,8 81 0.0 0,5 AP 2012 Milho/Feijão 6,3 4,6 1,2 0.0 8,6 71 0.0 0,6 AP 2013 Soja/Milho 6,3 3.0 0,9 0.0 6,6 62 0.0 0 2015 Soja/Milho 6 3,9 0,8 0.0 8,5 58 0.0 0 04/05/2018 19 Fonte: Raij (2008), citados por Van Raij (2011). Doses recomendadas de calcário e gesso e as quantidades associadas com produções máximas, para 11 experimentos de campo. Doses de calcário recomendadas para soja e cana (elevar V%=60), para milho e algodão (elevar a 70%) e gesso (6 x % de argila). Arroz Feijão Milho Soja ----------Saturações por bases adequadas para as culturas --------- 40 53 60 63 Resultados de Fageria (2001), num sistema de produção, após quatro anos, em um Latossolo Vermelho, com 31% de argila e V% inicial de 31%. Dose de calcário* Saturações por bases atingida após 4 anos t ha-1 % 0 40 4 44 8 51 12 53 16 56 20 66 *Calcário usado (PRNT = 69,2%; CaO = 31,5% e Mg= 11,6%). 04/05/2018 20 Resultados de Fageria e Stone (2004), após três cultivos anos, em um Latossolo Vermelho, com 37% de argila, V% inicial de 36,4%, CTC potencial = 8.18 cmolc dm-3. Dose calculada (método da V%: Saturação por Bases) para elevar V% a 70 = 3,1 t ha-1(PRNT = 100%). *Calcário usado (PRNT = 88,3%; CaO = 32% e Mg= 13,3%). Estabeleceram valores adequados para Ca e Mg de 4 e 1,2 cmolc dm-3 e V% igual a 69% para o feijão. Dose de calcário* Produtividade Feijão Saturações por bases atingida 0 a 10 cm 10 a 20 cm t ha-1 kg ha-1 ------------- % ------------- 0 2.260 b 27,5 23,5 12 3.060 a 71,8 40,6 24 2.979 a 78,1 44,7 Resultados de Barbosa Filho e Silva (2000), num Latossolo Vermelho, com 38% de argila , CTC potencial de 7,9 cmolc dm-3 e V% inicial de 29,1%. Dose calculada (método da V%: Saturação por Bases) para elevar V% a 70 = 3,2 t ha-1 (PRNT = 100%). Produtividade de feijão e valores de saturações por bases (V) e de pH atingidos após 362 dias da aplicação do calcário. Dose de calcário Prod. de feijão Aumento Prod. pH V t ha-1 kg ha-1 % % 0 2.031 --------- 4,8 40 3 2.423 19,3 5,4 44 6 2.414 18,8 5,9 51 9 2.616 28,8 5,8 53 12 2.616 28,8 6,1 56 15 2767 36,6 6,5 66 04/05/2018 21 Aplicado = 10,0 t ha-1 Ano Prof pH Ca Mg Al H + Al T V M.O. cm H20 cmolc/dm³ % 2012 0 - 20 6.2 1.8 1.1 0.0 2.7 5.8 53.6 3.5 2012 20 - 40 5.4 0.8 0.5 0.2 3.4 4.9 30.2 ns 2014 0 - 20 6.7 5.4 1.9 0.0 2.7 10.1 73.0 3.0 2014 20 - 40 6.3 3.6 1.5 0.0 2.5 7.7 67.7 ns Exemplo de campo: “construção de perfil”. Primeiro ano com soja, produzindo 70,9 sacos/ha. Calcário incorporado com grade 32 polegadas a cerca de 30 cm e subsolagem até 40 cm. Método direto de determinação de doses de calcário � Realizado em vasos com volume de terra definido e mantidos úmidos por um prazo de 3 meses. �Objetivo elevar V% a valores de 60 a 70% ou pH entre 6 a 6,5. Fonte: Silva et al. (2011). 04/05/2018 22 Como resolver o problema (“distância” entre as doses recomendadas pelos métodos oficiais e as doses utilizadas na prática)? PESQUISA!!!Foto: Flávio Moraes. >Dificuldade de “mistura” do calcário com o solo: solos argilosos com baixa matéria orgânica, são pouco friáveis (solos de maior consistência)!!! �Grade pesada para incorporação do calcário profundamente: �Em altas doses: divida a dose em duas e faça duas aplicações e incorporações, com solo friável! 04/05/2018 23 � Aplicação do calcário � Grade pesada (32 – 36”) � 1ª Grade intermediária (26 – 28”) � 2ª Grade intermediária (26 – 28”) � Subsolador? � Rolo nivelador? Número e tipo de operação: tipo de solo: 04/05/2018 24 Amostra pH P K Ca Mg Al CTC V MO (CaCl2) mg dm-3 -------------------- cmol dm-3 ----------------- ------%----- Solo em Torrão 3,8 0,7 0,02 0,19 0,14 0,7 2,9 12,3 0,9 Solo Pulverizado 5,4 1,2 0,07 2,06 2,06 0 6,4 65,1 1,9 Fonte: Zancanaro et al. (2016) Valores dos atributos químicos de uma amostra de solo coletado em torrão e de outra ao lado coletada em solo pulverizado, após aplicação e incorporação de calcário a 20 cm de profundidade. Subsoladores robustos, com incorporação de calcário em profundidade (65 cm). Foto: Moreira (2015). 04/05/2018 25 Detalhes do equipamento Filme: Moreira (2015). Detalhes do equipamento Filme: Moreira (2015). 04/05/2018 26 Equipamentos: “construção de perfil” ??? Filme: Moreira (2015). 04/05/2018 27 Saga Agro 04/05/2018 28 Resultados preliminares soja: Cultivar VTOP Dados não publicados. Moreira et al. (2016). 3600 3800 4000 4200 4400 4600 4800 1 2 3 4 5 6 7 8 4047 b 3997 b 3994 b 4637 a 4189 b 4751 a 4299 a 4595 a Trat. Descrição 1 Controle. Sem subsolagem 2 Controle. Sem subsolagem e com B. Ruziziensis 3 Controle. Sem subsolagem e com aplicação de 3,6 t/ha de gesso 4 Subsolagem profunda com Ikeda (a cada dois anos) 5 Subsolagem profunda com Ikeda (a cada quatro anos) 6 Subsolagem com Kamaq + 1440 kg/ha de OXYFERTIL enterrado até 60 cm 7 Subsolagem com Stara (a cada 3 anos) 8 Subsolagem com IKEDA + 1440 kg/ha de OXYFERTIL na superfície CV.=6.2% Resultados preliminares milho: Cultivar DKB230 PRO3 Dados não publicados. Moreira et al. (2017). 232 244 232 246 246 242 242 234 225 230 235 240 245 250 1 2 3 4 5 6 7 8 Trat. Descrição 1 Controle. Sem subsolagem 2 Controle. Sem subsolagem e com B. Ruziziensis 3 Controle. Sem subsolagem e com aplicação de 3,6 t/ha de gesso 4 Subsolagem profunda com Ikeda (a cada dois anos) 5 Subsolagem profunda com Ikeda (a cada quatro anos) 6 Subsolagem com Kamaq + 1440 kg/ha de OXYFERTIL enterrado até 60 cm 7 Subsolagem com Stara (a cada 3 anos) 8 Subsolagem com IKEDA + 1440 kg/ha de OXYFERTIL na superfície CV.=6.6% 04/05/2018 29 Foto: aula disciplina adubos e adubação: ESALQ (disponível: http://www.solos.esalq.usp.br/arquivos.htm) Calcário superficial (manutenção) em áreas sob Sistema de Plantio Direto? Foto: aula disciplina adubos e adubação: ESALQ (disponível: http://www.solos.esalq.usp.br/arquivos.htm) Calagem Superficial no Sistema de Plantio Direto consolidado � Cálculo para elevar a Saturação por Bases a 70% (amostras coletadas de 0-20 cm) (Caires, 2013); � Parcelar a dose de 1 a 3 vezes! �Não fazer a calagem se: � V% da camada de 0-10 cm for maior que 60%; � V% da camada de 0-20 cm for maior que 50% (Caires, 2016). 04/05/2018 30 Efeito do tempo sobre os valores de pH, em função do calcário superficial em SPD, considerando diferentes profundidades. Fonte: Caires (2013). Efeito do calcário aplicado na superfície é demorado! Estudos de longa duração desenvolvidos no Paraná indicam que o método da elevação da Saturação por Bases a 70% (amostras coletadas de 0-20 cm), como estimativa adequada para recomendação de calagem em solos sob sistema de semeadura direta (Caires, 2013). Esses estudos tem mostrado mobilidade do calcário para camadas inferiores do solo (abaixo de 20 cm), aplicado na superfície, após longo período de aplicação: �Isso evidencia a necessidade da construção do perfil do solo, antes da entrada no sistema de semeadura direta (principalmente em regiões com fortes veranicos – lembrar que o calcário tem baixa solubilidade e mobilidade); � Após a entrada no sistema de semeadura direta, a calagem efetuada na superfície tem sido efetiva. Calagem superficial em solos sob SPD � Para solos argilosos, não ultrapassar 3 ton/ha de calcário na superfície, em uma única aplicação, caso a necessidade calculada seja maior. No caso de solos arenosos e textura média, trabalhar entre 1,5 a 2 ton/ha. 04/05/2018 31 Problemas na distribuição de corretivos no campo! Filme: Moreira (2015). Problemas da aplicação a lanço! Luz (2002) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 7, 6 6, 55 5, 55 4, 55 3, 55 2, 55 1, 55 0, 55 0, 55 1, 55 2, 55 3, 55 4, 55 5, 55 6, 55 7, 6 Lado Esquerdo Distância (m) Lado D ireito D o se ( kg /h a) Distribuidor centrífugo (dois discos), com dosador volumétrico (esteira) 04/05/2018 32 Aplicação de uréia a lanço na Fazenda São João (Safra 11/12). Equipamento Accura (faixa de 30 metros)! Foto: Moreira (2012). E n co n tr o s e n tr e p a ss a d a s Falhas de Aplicação a lanço! 04/05/2018 33 Equipamentos de distribuição adequada; Balizamento: Uso de barra de Luz, piloto automático. Saídas para resolver o problema: Foto: Moreira (2017). Saídas para resolver o problema: 04/05/2018 34 Equipamentos de distribuição adequada. Saídas para resolver o problema: 2,424698,63,994,610,400,283,6330605,4G3 (20-40) 2,6726339,042,336,711,150,152,0936844,9G3 (0-20) 4,4680012,649,932,4600,269,612386,6G2 (0-20) 3,9279013,5910,982,8100,2310,4634176,5G1 (0-20) dag/kg------ %------------------------- cmolc/dm 3 ----------------------- mg/dm3 - MOVmTSBH+AlAlMgCaKPpH água Gleba (prof. cm) � Cada 1% de CaO (por tonelada de corretivo) 0,01783 cmolc dm-3 � Cada 1% de MgO (por tonelada de corretivo) 0,0248 cmolc dm-3 Como adicionar magnésio a esses solos, com alta saturação por bases? Local: Munícípio de Matozinhos, MG. Utilize sempre o calcário correto: Desbalanços de Mg nos solos, provocados pela utilização de calcário inadequado. 04/05/2018 35 � Gessagem não substitui a calagem: � Sulfato formado na solubilização do gesso: � Base fraca, repele H+. � O que corrige a acidez são as bases OH- e HCO3- formados na solubilização do calcário. Gessagem e calagem: objetivos diferentes! Informações importantes: � Composição do gesso: 15% de S, 17 a 20% de Ca2+ e 26 a 28% de CaO; � 1 tonelada gesso: aumenta na camada de 0 a 20 cm cerca de 0,48 cmolc/dm3 de Ca2+. �Após a calagem, a qual aumenta CTC efetiva (“segura” os cátions); �Gesso nunca substitui a calagem; 2CaSO4.2H2O (gesso) + H2O � Ca2+ + SO42- + CaSO4o + 4 H2O Formação de outros compostos em profundidade: Mg2+ +SO42- � MgSO4o 2K+ +SO42- � K2SO4o Al3+ +SO42-� AlSO4+ Quando fazer a gessagem Solubilização do gesso no solo: 04/05/2018 36 Fonte: Sousa et al. (2005). Distribuição do SO42- e de Ca2+ + Mg2+ trocáveis em diferentes profundidades de um Latossolo Argiloso, sem aplicação e com aplicação de gesso, depois de 39 meses. Sem gesso Com 3 t/ha de gesso F onte: S ousa et al. (2008). Produção: 1,8 t/ha Produção: 2,6 t/ha �56% de aumento na absorção de nutrientes Distribuição de raízes de algodão em profundidade na ausência e presença de gesso, cada quadrícula 15 cm x 15 cm. 04/05/201837 � Solos com teor de Ca < 0.5 cmolc dm-3 e/ou teor de Al > 0.5 cmolc dm-3 e/ou saturação por Al (m%) > 20% na camada de 20-40 cm; � Fonte de enxofre: “adubo” (soja exporta 5.4 kg/t de grãos). Critérios para utilização do gesso Culturas anuais: dose (kg/ha) = 50 x Argila (%) Fonte: Sousa et al. (2005) Tipo de solo Dose de gesso agrícola Anuais Perenes kg ha -1 Arenoso 700 1050 Textura média 1200 1800 Argiloso 2200 3300 Muito argiloso 3200 4800 Doses recomendadas 04/05/2018 38 Uso do gesso em milho verão, trigo safrinha, seguido de soja verão, em Guarapuava, em SPD. Fonte: Vicensi et al. (2016). �Somente trigo sofreu estresse e apresentou resposta crescente! �Redução dos teores de Mg nas folhas de milho e trigo. 04/05/2018 39 INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISES DE SOLOS PARA FINS DE RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM E ADUBAÇÃO 5a APROXIMAÇÃO MINAS GERAIS, 1999. 04/05/2018 40 04/05/2018 41 INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISES DE SOLOS PARA FINS DE RECOMENDAÇÃO DE CALAGEM E ADUBAÇÃO Boletim 100 SÃO PAULO, 1996. Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos para o Estado de São Paulo. Atributos ......................................Produção Relativa (%).............................. 0 - 70 71 - 90 91 - 100 > 100 > 100 .................................................Teores............................................. Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Fósforo (P) ..................................................mg/dm 3........................................... Florestais 0 - 2 3 - 5 6 - 8 9 - 16 > 16 Perenes 0 - 5 6 - 12 13 - 30 31 - 60 > 60 Anuais 0 - 6 7 - 15 16 - 40 41 - 80 > 80 Hortaliças 0 - 10 11 - 25 26 - 60 61 - 120 > 120 S-SO4 2- ................................................ mmolc/dm 3...................................... K+ trocável 0,0 - 0,7 0,8 - 1,5 1,6 - 3,0 3,1 - 6,0 > 6,0 Ca+ trocável - 0 - 3 4 - 7 > 7 - Mg+ trocável - 0 - 4 5 - 8 > 8 - - 0 - 4 5 - 10 > 10 - Notas: a) mmolc/dm3 = meq/100cm3x10; mg/dm3 = ppm(massa/volume) b) Extratores: P, K, Ca, Mg = resina; S = fosfato de cálcio. Fonte: Raij et al. (1996). 04/05/2018 42 Notas: mg/dm3 = ppm(massa/volume) b) Extratores: B: água quente; Cu, Fe, Mn, Zn: DTPA Raij et al. (ed.), 1996 .................................................. mg/dm3.............................................. Boro (B) - 0 - 0,20 0,21 - 0,60 > 0,60 - Cobre (Cu) - 0 - 0,2 0,3 - 0,8 > 0,8 - Ferro (Fe) - 0 - 4 5 - 12 > 12 - Manganês (Mn) - 0 - 1,2 1,2 - 5,0 > 5,0 - Zinco (Zn) - 0 - 0,5 0,6 - 1,2 > 1,2 - pH em CaCl2 Até 4,3 4,4 - 5,0 5,1 - 5,5 5,6 - 6,0 > 6,0 Acidez Muito alta Alta Média Baixa Muito baixa 0 - 25 26 - 50 Saturação por bases (V%) 51 - 70 71 - 90 > 90 Muito altaMédiaMuito baixa Baixa Alta Atributos ......................................Produção Relativa (%).............................. 0 - 70 71 - 90 91 - 100 > 100 > 100 .................................................Teores............................................. Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solos para o Estado de São Paulo. �“Antigamente” eram descritos 03 tipos de calcários, de acordo com a % de MgO (ainda seguida por alguns técnicos de campo): �Calcário calcítico: (< 5 dag/kg de MgO) �Calcário Magnesiano: (entre 5 e 12 dag/kg de MgO) �Calcário dolomítico: (> 12 dag/kg de MgO) �Atualmente, existem apenas duas classificações: �Calcário calcítico: (< 5 dag/kg de MgO) �Calcário dolomítico: (> 5 dag/kg de MgO) . �Sugestão: na compra solicitar o calcário de acordo com o teor de MgO desejado e esqueça os nomes (calcítico, dolomítico ou magnesiano)!!! � dag/kg igual a %. ANEXOS: Escolha do corretivo 04/05/2018 43 PRNT (%)= PN (%) x RE (%) 100 “O percentual de neutralização do corretivo que neutraliza a acidez dos solos num período de 3 meses”. PRNT= Poder Relativo de Neutralização Total. PN: poder de neutralização (capacidade de neutralizar a acidez “parte química”); O PN indica, a capacidade potencial ou teórica do corretivo em neutralizar a acidez dos solos RE (granulometria): quanto mais fino for o corretivo, maior é a reatividade. Corretivos da acidez Capacidade de neutralização das diferentes espécies neutralizantes, em relação ao CaCO3 �100 kg de MgCO3 tem um ação de equivalente a 119 kg de CaCO3; �100 kg de CaO tem um ação equivalente a 179 kg de CaCO3; �100 kg de MgO tem uma ação equivalente a 248 kg de CaCO3; �100 kg de CaSiO3 tem uma ação equivalente a 86 kg de CaCO3; �Isso justifica o porquê do PN de certos corretivos ser superior a 100%. Fonte: ANDA - Associação Nacional Para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas, São Paulo - SP. 1992. Boletim Técnico No. 6 04/05/2018 44 Fonte: ANDA - Associação Nacional Para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas, São Paulo - SP. 1992. Boletim Técnico No. 6 Taxas de reatividade para diferentes frações graulométricas, isto é, o percentual de ação do calcário no solo num período de três meses (Legislação Brasileira) RE (granulometria): quanto mais fino for o corretivo, maior é a reatividade. Interpretação da tabela: - Fração maior que 2 mm (reativa na peneira N 10) não tem efeito considerável na correção da acidez; 80% da fração 10-20 (2 a 0.84 mm) e 40% da fração 20-50 (0.84 a 0,30mm) continuarão agindo no solo mais lentamente após o período de 3 meses; e que a fração menor que 50 (menos de 0,30mm) reage totalmente em 3 meses. Reatividade do corretivo: RE Preço por ton efetiva= 100 (Preço por ton efetiva)/PRNT Calcário PN RE MgO PRNT % A 80 100 12 80 B 100 80 12 80 C 90 90 12 80 � Cada 1% de CaO (por tonelada) 0,01783 cmolc dm-3 �Cada 1% de MgO (por tonelada) 0,0248 cmolc dm-3 Escolha do corretivo
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