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UNIDADE II - Uroginecologia (parte I)

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UNIDADE II: UROGINECOLOGIA 
Curso de Fisioterapia 
Disciplina: Fisioterapia na Saúde da Mulher e nas Disfunções do 
Assoalho Pélvico- SDE0533 
 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual 
• Moléculas sinalizadoras: modulam a função e permitem a comunicação 
entre os diferentes tipos celulares, determinando o papel de tecidos, órgãos 
e sistemas. 
• Moléculas sinalizadoras podem pertencer à classe de aminoácidos (aa), 
peptídeos, proteínas, esteroides ou derivados de ácidos graxos. 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual 
• Tipos de sinalização: 
Autócrina Parácrina 
Sináptica 
Endócrina Justácrina 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual 
Moléculas sinalizadoras produzidas e sintetizadas por células endócrinas. 
• O Sistema Endócrino compreende o principal sistema de comunicação do 
organismo. 
HORMÔNIOS 
Sistema Endócrino 
Manutenção do 
Sistema reprodutivo 
Desenvolvimento 
fetal 
Crescimento 
Produção de energia 
e metabolismo 
• Pode ser modulada por compostos que afetam diretamente o sistema 
endócrino, alterando a síntese, a degradação, o transporte ou a secreção dos 
hormônios. 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
• Alguns hormônios secretados desencadeiam respostas imediatas, enquanto 
outros deflagram respostas em tecido-alvo apenas horas ou dias após sua 
secreção. 
Rápida Lenta 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
• Os hormônios podem ser classificados de acordo com sua estrutura 
química. 
1. Hormônios proteicos: compreendem proteínas ou peptídeos; são 
hidrossolúveis e secretados por exocitose. 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
2. Hormônios esteroides: são um grande grupo de compostos lipossolúveis 
(colesterol), fundem pela membrana e são transportados na corrente 
sanguínea por proteínas transportadoras (albumina). 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
2. Hormônios aminados: derivados de aa, hidrossolúveis e secretados por 
exocitose. 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
• A regulação da síntese e liberação do hormônio é, muitas vezes realizada 
por outro hormônio. 
• Feedback negativo: o próprio hormônio regula sua secreção ou atividade 
hormonal. 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
• A especificidade dos diferentes tipos celulares dos hormônios depende da 
presença de proteínas receptoras ou de receptor adequado. 
• As moléculas sinalizadoras extracelulares se ligam a receptores e 
transmitem sinais para moléculas efetoras intracelulares, alterando o 
comportamento da célula. 
Receptores intracelulares Receptores associados a enzimas 
1. Fisiologia do Ciclo Menstrual - Hormônios 
• A especificidade dos diferentes tipos celulares dos hormônios depende da 
presença de proteínas receptoras ou de receptor adequado. 
• As moléculas sinalizadoras extracelulares se ligam a receptores e 
transmitem sinais para moléculas efetoras intracelulares, alterando o 
comportamento da célula. 
Receptores associados a canais iônicos 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
• Sistema Nervoso Central: Córtico-límbico-hipotalâmico é parte 
fundamental no controle do ciclo menstrual. 
Sintetiza, armazena e libera dois importantes hormônios (gonadotrofinas): 
- Hormônio Folículo-estimulante (FSH) 
- Hormônio Luteinizante (LH) 
 Hipotálamo: 
Núcleo Hipotalâmico 
(polipeptídeos) 
Células da Hipófise 
anterior 
Hormônio liberador de 
gonadotrofina (GnRH) 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
• Ciclo ovariano: O folículo ovariano é a unidade funcional do ovário e tem 
tanto funções gametogênicas como endócrinas. 
Folículos primordiais 
Folículo secundário 
FSH 
LH 
O corpo lúteo humano é programado para viver por 14 dias, mais ou menos dois 
dias (corpo lúteo da menstruação), a menos que seja “resgatado” pela 
gonadotrofina coriônica humana (hCG), que se origina do embrião implantado. 
 Progesterona 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
• Ciclo menstrual humano: o desenvolvimento folicular final e a função 
lútea são absolutamente dependentes das funções hipotalâmicas e 
hipofisárias normais. 
• Os eventos do ciclo menstrual são orquestrados, iniciando com o ovário no 
final da fase lútea de um ciclo infértil, anterior (ovário/hipófise/hipotálamo) 
 Evento 1: Na ausência de fertilização e implantação, o corpo lúteo 
regride e morre (denominado luteólise). Isto leva a uma queda drástica nos 
níveis de progesterona e estrógeno no dia 24 do ciclo menstrual. 
 Evento 2: O gonadotrofo percebe o final da função lútea pela 
interrupção do feedback negativo. Isto permite uma elevação do FSH, cerca 
de dois dias antes do início da menstruação. 
 Evento 3: O aumento nos níveis de FSH recruta um grupo de 
folículos primários grandes (2 a 5 mm) para iniciarem um crescimento rápido 
e dependente de gonadotrofina (produção de baixos níveis de estrógeno). 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
 Evento 4: O gonadotrofo responde ao lento aumento dos níveis de 
estrógeno pela redução da secreção de FSH. A perda de altos níveis de 
progesterona e estrógeno causa um aumento na frequência de pulsos de 
GnRH, desta forma aumentando, seletivamente, a síntese e secreção de LH. 
Assim, a relação LH/FSH lentamente aumenta durante a fase folicular. 
 Evento 5: A resposta ovariana aos níveis declinantes de FSH é a 
atresia folicular de todos os folículos recrutados, com exceção do folículo 
dominante. 
 Evento 6: Uma vez que o folículo dominante faça com que os níveis 
circulantes de estrógeno excedam 200 pg/mL na mulher, por cerca de 50 
horas, o estrógeno produz um feedback positivo no gonadotrofo, induzindo o 
surto de LH do meio do ciclo. 
 Evento 7: O surto de LH induz a maturação meiótica, a ovulação e a 
diferenciação das células granulosas em células produtoras de progesterona. 
1.1. Controle Neuroendócrino do ciclo menstrual 
 Evento 8: A elevação dos níveis de progesterona e estrogênio, pelo 
corpo lúteo maduro, retroalimentam negativamente os gonadotrofos 
hipofisários. Consequentemente, tanto o FSH como o LH voltam aos níveis 
basais. 
 Evento 9: Níveis basais de LH (mas não de FSH) são absolutamente 
necessários para o funcionamento normal do corpo lúteo. Entretanto, o corpo 
lúteo e morrerá a menos que uma atividade semelhante ao LH (hCG de um 
embrião implantado) aumente. Em um ciclo não fértil, o corpo lúteo da 
menstruação regredirá em 14 dias, e os níveis de progesterona e estrógeno 
começarão a declinar em cerca de 10 dias, desta forma ciclando de volta ao 
evento 1. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
• São maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias usados pelas pessoas para 
evitar a gravidez. 
• Existem métodos femininos e masculinos. 
• Métodos considerados reversíveis, que são aqueles em que a pessoa, após 
parar de usá-los, volta a ter a capacidade de engravidar. 
• Métodos considerados irreversíveis, após utilizá-los, é muito difícil a 
pessoa recuperar a capacidade de engravidar. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
1. Pílulas anticoncepcionais: 
 
• São feitas de hormônios parecidos com os hormônios produzidos pelos 
ovários estrógeno e progesterona. 
• Agem impedindo a ovulação. 
• Existem diferentes tipos de pílulas: pílulas combinadas (estrogênio + 
progesterona) e as minipílulas (somente progesterona). 
• A pílula deve ser tomada todos os dias, de preferência no mesmo horário. 
• Pode haver diminuição do fluxo menstrual. 
 
1.2. Métodos Contraceptivos 
1. Injeções anticoncepcionais: 
 
• São feitas de hormôniosparecidos com os hormônios produzidos pelos 
ovários estrógeno e progesterona. 
• Agem impedindo a ovulação. 
• Existem dois tipos de injeção anticoncepcional: a injeção aplicada uma vez 
por mês, injeção mensal, e a injeção aplicada de três em três meses, 
injeção trimestral. 
• Com a injeção trimestral, pode haver um atraso no retorno da fertilidade da 
mulher. Em média, o retorno da fertilidade pode demorar quatro meses 
após o término do efeito da injeção. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
3. Camisinha masculina: 
 
• É uma capa fina de borracha que cobre o pênis durante a relação sexual, 
para impedir o contato do mesmo com a vagina (barreira). 
1.2. Métodos Contraceptivos 
3. Camisinha masculina: 
 
• É uma capa fina de borracha que cobre o pênis durante a relação sexual, 
para impedir o contato do mesmo com a vagina (barreira). 
1.2. Métodos Contraceptivos 
4. Camisinha feminina: 
 
• É um tubo feito de plástico macio, fino e resistente que se coloca dentro da 
vagina, para impedir o contato desta com o pênis (barreira). 
• Pode ser colocada na vagina imediatamente antes da penetração ou até oito 
horas antes da relação sexual. 
• A camisinha feminina, quando é bem colocada, não incomoda nem diminui 
o prazer sexual. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
1.2. Métodos Contraceptivos 
5. Diafragma: 
 
• É uma capa flexível de borracha ou de silicone, com uma borda em forma 
de anel, que é colocada na vagina para cobrir o colo do útero. 
• Impede a entrada do espermatozoide (barreira). 
• Pode ser usado com espermicida ou sem espermicida. 
• Pode ser colocado minutos ou horas antes da relação sexual. 
• O diafragma só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação 
sexual, que é o tempo suficiente para que os espermatozoides que ficaram 
na vagina morram. 
• Não deve ser usado durante a menstruação. 
• Imediatamente depois de retirar o diafragma, deve-se lavá-lo com água e 
sabão neutro, secá-lo bem com um pano macio e guardá-lo em um estojo, 
em lugar seco e fresco, não exposto à luz do sol. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
5. Diafragma: 
1.2. Métodos Contraceptivos 
6. Espermicida: 
 
• É uma substância química que recobre a vagina e o colo do útero, 
impedindo a penetração dos espermatozoides no útero, imobilizando-os ou 
destruindo-os. 
• O espermicida é eficaz por um período de uma hora após a sua aplicação. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
7. Dispositivo Intra-uterino (DIU): 
 
• É um pequeno objeto de plástico, que pode ser recoberto de cobre ou conter 
hormônio colocado no interior da vagina. 
• Barreira e espermicida. 
• O DIU não provoca aborto, porque atua antes da fecundação. 
• Existem diversos modelos de DIU, o mais usado é o “T” de cobre. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
7. Dispositivo Intra-uterino (DIU): 
 
• A fertilidade da mulher, ou seja, a sua capacidade de engravidar, retorna 
logo após a retirada do DIU. 
• A colocação do DIU no interior do útero deve ser feita por um profissional 
de saúde treinado. 
• A mulher que usa DIU pode apresentar aumento do sangramento menstrual 
e aumento na duração da menstruação ou apresentar cólicas. 
• O modelo de DIU TCu 380 A dura dez anos após a sua colocação no útero, 
mas pode ser retirado a qualquer momento, se a mulher assim desejar ou se 
apresentar algum problema. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
8. Tabelinha: 
 
• É um método que se baseia na observação de vários ciclos menstruais, para 
determinar o período fértil do ciclo menstrual da mulher. 
• A tabela requer disciplina, conhecimento do funcionamento do corpo e 
observação atenta. 
• A tabela é individual, cada mulher tem que fazer a sua. 
• Para evitar a gravidez, no período fértil o casal não deve ter relação sexual 
com penetração vaginal. E o homem não deve ejacular próximo à entrada 
da vagina, como, por exemplo, na coxa, no períneo ou na virilha. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
9. Ligadura de Trompas: 
 
• É uma cirurgia simples realizada na mulher para evitar a gravidez. É um 
método anticoncepcional considerado permanente ou irreversível, porque, 
depois de feita a cirurgia, é muito difícil recuperar a capacidade de ter 
filhos. 
• As duas trompas podem ser cortadas e amarradas, cauterizadas, ou 
fechadas com grampos ou anéis. 
• Impede que os espermatozoides se encontrem com o óvulo. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
9. Ligadura de Trompas: 
 
1.2. Métodos Contraceptivos 
10. Vasectomia: 
 
• É uma cirurgia simples, segura e rápida, que se faz em homens que não 
desejam mais ter filhos. É um método anticoncepcional considerado 
permanente ou irreversível, porque, depois de feita a cirurgia, é muito 
difícil recuperar a capacidade de ter filhos. 
• Os canais deferentes são cortados e amarrados, cauterizados, ou fechados 
com grampos. 
• É uma cirurgia simples, que pode ser feita em ambulatório, com anestesia 
local e o homem não precisa ficar internado. 
• O efeito da vasectomia não é imediato. Nas primeiras ejaculações depois da 
vasectomia, ainda existem espermatozoides no esperma ejaculado. A 
vasectomia só será considerada segura quando o exame realizado no 
esperma, o espermograma, mostrar que não existem mais espermatozoides 
no esperma ejaculado. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
10. Vasectomia: 
 
• A vasectomia não altera a vida sexual do homem. O desejo e a potência 
sexual continuam iguais ao que eram antes da cirurgia. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
11. Pílula anticoncepcional de emergência: 
 
• É um método utilizado para evitar uma gravidez indesejada após uma 
relação sexual desprotegida. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
11. Pílula anticoncepcional de emergência: 
 
1.2. Métodos Contraceptivos 
11. Pílula anticoncepcional de emergência: 
 
• A pílula anticoncepcional de emergência age impedindo ou retardando a 
ovulação e diminuindo a capacidade dos espermatozóides de fecundarem o 
óvulo. 
• A pílula anticoncepcional de emergência não é abortiva, porque ela não 
interrompe uma gravidez já estabelecida. 
• A pílula anticoncepcional de emergência deve ser usada, no máximo, até 
cinco dias após a relação sexual desprotegida, tomando-se os dois 
comprimidos de uma só vez ou em duas doses (a primeira dose até cinco 
dias após a relação sexual e a segunda doze horas após a primeira. 
1.2. Métodos Contraceptivos 
 Conclusão: 
 
• É importante procurar um serviço de saúde para receber informações sobre 
os métodos anticoncepcionais disponíveis e para obter o método escolhido. 
• Não existe um método melhor que o outro, cada um tem vantagens e 
desvantagens. Assim como também não existe um método 100% eficaz, 
todos têm uma probabilidade de falha. 
• A pessoa deve procurar escolher o método mais adequado para si. 
• O melhor método para uma pessoa usar é aquele que a deixa confortável e 
que melhor se adapta ao seu modo de vida e à sua condição de saúde.

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